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Marte Reeditado

Segunda-feira, 29.02.16

“O dinamismo elevado característico das zonas costeiras traduz-se numa constante evolução destas áreas. Algumas formas modificam-se, mudam de posição, umas desaparecem e outras aparecem.” (wikipedia.org)

 

Um dos fatores que mais me atraíram para viver junto do mar.

 

m2.jpg

Marte: Desertos, pedra e areia
(cores alteradas – tal como em todas as imagens editadas)
Valor lógico: 1 (Verdadeiro)

 

A diferença entre o planeta Terra e o planeta Marte estaria devidamente justificado no respetivo colorido: uma Terra multicolor e de fortes tons azulados (fazendo-nos lembrar o Céu), um Marte de uma só cor e de tons avermelhados (lembrando-nos o Inferno). Recorrendo-se ao photoshop para confirmar a imagem e desse modo nos propondo uma nova realidade (reeditando-a sem sobressaltos e simultaneamente evitando o espanto, nunca exigindo explicações).

 

Muitas das imagens que recebemos de Marte (como de muitos outros cospos celestes) têm por vezes em comum o de serem apresentadas a preto-e-branco e com uma pobre definição. E se por um lado o contraste entre estas duas cores revela muitas das imperfeições naturais e artificiais dessas imagens (afinal de contas uma das cores resulta da mistura de todas as outras e a outra define-se como ausência de cor), por outro lado a utilização na sua composição de todas as paletes de cores pode-nos sugerir cenários completamente diferentes e até mesmo de natureza oposta: de uma Natureza Morta (na realidade existindo e fazendo parte do conjunto, mas não exibindo outras tonalidades demonstrando atividade e organização) passando para uma Natureza Viva (com cada elemento invocando a sua frequência e o seu lugar próprio no mundo).

 

“Um excelente método a utilizar por parte das organizações privadas que se perfilham desde há muito tempo no horizonte com o objetivo revolucionário de colonizar Marte, será o de proporem aos técnicos de multimédia da NASA um photoshop acolhedor e turístico do referido planeta: tornando-o parecido com a Terra e pronto para receber terrestres.”

 

Talvez abrindo uma agência de viagens ou então uma imobiliária.

 

m3.jpg

Marte: Oceanos, vegetação e vida
(cores alteradas – tal como em todas as imagens editadas)
Valor lógico: 0 (Falso)

 

E assim vemo-nos (apesar de tudo) com alguma incerteza e espanto a olharmos para estas imagens de Marte (registadas, enviadas e editadas) sabendo de antemão que estamos a observar um planeta morto, árido, desértico e quase tão seco como um osso chupado: um planeta que em vez de ser apresentado morto e a preto-e-branco (como se fosse um cemitério sem corpos), é-nos aqui disponibilizado sob um colorido bem-vivo como se ainda respirasse e como se fosse na Terra.

 

Questionando-nos inevitavelmente sobre todas as outras imagens a nós fornecidas pelas mais diferentes agências espaciais, já que todas essas imagens ao serem editadas e publicadas facilmente poderão ser manipuladas ao longo de todo o seu trajeto (do remetente ao destinatário). Será o planeta Marte tal e qual como nos é apresentado todos os dias ou será que nele poderemos ver espelhada uma outra realidade? Como assim Marte pode representar o nosso passado, o nosso futuro ou até mesmo (pelo menos nalgumas das suas regiões ainda desconhecidas) o nosso presente.

 

Por essa razão termos abandonado a Lua (a menos de 400.000km da Terra) e pretendermos colonizar Marte (neste momento localizado a cerca de 160.000.000km de nós).

 

(imagens: youtube.com)

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publicado por Produções Anormais - Albufeira às 16:01