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No Interior De Um Sistema Reprodutivo (2/2)

Segunda-feira, 25.05.15

Somos o resultado do envolvimento sexual entre forças eléctricas e forças magnéticas, as quais ao consumarem o seu acto sexual e após terem atingido o orgasmo (o super estado energético), instantaneamente conceberam matéria e dando-lhe vida a puseram em movimento.

 

O dia de Natal comemora a data do nascimento do menino Jesus ocorrida há dois mil e catorze anos durante a passagem de mais um Solstício de Inverno. Por mero acaso uma data coincidente com a festa romana e pagã comemorada por essa altura e dirigida ao ”Nascimento do Sol Inconquistado”. Para os líderes da Igreja escolhendo essa altura marcante para a região (com a luz/dia a começar a sobrepor-se à escuridão/noite) talvez fosse mais fácil converter os pagãos. E aí surge Jesus e o início da conversão ao Cristianismo.

 

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A experiência tinha sido finalmente autorizada após centenas e centenas de tempos perdidos esperando que as cobaias terrestres se organizassem, evoluíssem e finalmente se expandissem. Mas nada disso acontecera. Essa a razão pela qual apresentara aos responsáveis pela manutenção do Sistema Solar (o nosso sistema de origem num outro ciclo anterior) a minha proposta alternativa, invocando para os novos habitantes da Terra a capacidade de se manifestarem e expressarem de uma forma eficaz e evolutiva, desde que dirigidos e orientados por uma Entidade Superior, à qual se pudessem entregar, obedecer, seguir, idolatrar e até sacrificar. Perdido entre autorizações e burocracias internas e sistemáticas invocando a liberdade plena das cobaias e o perigo de intrusão e manipulação nos seus desejos e ambições, só após a última assinatura do Instrutor do Processo de Criação é que finalmente nos fora dada luz verde. Então e a partir daí iniciamos definitivamente o Projecto Jesus Cristo, que mais adiante se auto transformaria por disseminação no terreno no amplo, tentacular e extraordinário projecto Igreja, abrangendo não só toda a estrutura religiosa mas também a política e económica e com todas elas se fundindo, confundindo e formando as Nobres Corporações.

 

O plano estabelecido dividia-se em duas fases: numa primeira fase o agente provocador seria introduzido no cenário proposto de modo às suas ideias serem constatadas e confirmadas pelos presentes, tendo o agente como única função mostrar-se, ser o exemplo indiferenciado e popular deste quotidiano de vida e contando com algumas artes de prestidigitação e magia que lhe seriam associadas iludir progressivamente os terrestres, mas neste caso de uma forma convincente e recorrendo a outras realidades alternativas agora simuladas. Neste caso a ideologia que transportava consigo no sentido de todos terem aceso à felicidade seria apenas transitória, tal e qual a vida de um comum terrestre mortal. Ou seja ele viveria com os humanos, serviria os humanos e seria morto pelos mesmos e até com a cumplicidade de amigos: tal e qual eu ou tu, mas neste caso extraordinário aqui introduzido pela mão de Deus não para ser Ele porque já o era, mas numa ultima tentativa de nos tornar (mais uma vez) à sua imagem. Numa segunda fase do plano já com o agente provocador ausente e com o seu desempenho a ser convincentemente rectificado pelos excelentes resultados obtidos (exclusivamente da sua responsabilidade e suprema competência), as suas ideias seriam divulgadas e sequencialmente estratificadas em todas as áreas da organização do novo edifício social. Mas por divergências (algumas delas anteriores ao nascimento) entre todo o elenco presente no Presépio, nem tudo funcionara na perfeição e no desejo do Senhor.

 

No interior da torre de controlo do aeroporto internacional da cidade de Faro, há muito que os seus técnicos de radar vinham acompanhando o trajecto seguido pela nave espacial da companhia portuguesa Virgem Galáctica – mais precisamente desde o instante em que a mesma entrara em espaço aéreo português. Comandada pelo experiente piloto algarvio Ricardo Brandão, conhecido bilionário e detentor da maior companhia comercial aeroespacial, a nave já fora detectada na sua aproximação aos radares instalados na Fóia, prevendo-se a sua aterragem na pista principal do referido aeroporto num limite máximo temporal de cinco minutos. Transportava consigo uma comitiva composta por cerca de vinte e um elementos, que aproveitando a habitual baixa de preços nos voos realizados nesta época do ano para destinos turísticos como o do Algarve, tinham obtido uma apreciável redução no seu tarifário, até por constituírem um grupo extenso e exclusivo e serem possuidores de um cartão dourado com elevada quilometragem. Tendo partido em mais uma viagem interplanetária utilizando tecnologia de salto intermédia, os muitos milhões de quilómetros que separavam os dois planetas tinham sido rapidamente percorridos: enquanto usufruíam de uma pequena refeição e desfrutavam das imagens extremamente condensadas mas deslumbrantes oriundas do espaço exterior, o percurso entre o planeta Marte e a Terra era percorrido e finalmente, ainda em aproximação acelerada ao local sinalizado para a aterragem, as formas da costa começavam a definir-se, com o belo azul de um mar tranquilo e horizontal a contrastar através de uma linha de costa cada vez mais bem delineada, com o castanho bem vivo da terra, aqui e ali com pontos de cor e apresentando ao fundo a serra do interior algarvio. Era um espectáculo de uma rara beleza, confirmando que apesar do preço total pago pelo grupo (cento e cinquenta biliões de escudos) cenários destes em contextos exclusivos, ainda eram revigorantes.

 

Stargates, Portals, Doorways, Ancient Discoveries,

 

As autoridades oficiais aguardavam numa sala VIP do aeroporto a chegada da comitiva viajando a bordo da Virgem Galáctica: estavam presentes algumas das mais importantes individualidades algarvias e era bem visível a forte presença de elementos de segurança destacados para sua protecção e dos seus convidados. Extremamente nervoso o presidente da Rede de Telecomunicações Alienígenas (RTA) circulava de um lado para o outro da sala, enquanto ia constantemente perguntando quanto tempo faltava para aterrarem e se tudo estava a postos: como assim e depois da sua tomada de posse era a primeira vez que uma nave espacial oriunda de outro planeta que não a Terra, aterrava na região agora sob seu controlo. Muito mais tranquilo estava o Bispo do Algarve, muito falador e sorridente para com todos os elementos presentes e com atitudes e comportamentos tão expressivos e expansivos, que nos fariam pensar se não estaria à espera de algum familiar seu, que já não via há muito tempo. À medida que o momento se aproximava outros personagens VIP iam entretanto chegando: muitos não sabiam ainda muito bem ao que vinham, mas a obrigação, o dever ou a curiosidade de poder, ali os tinham transportado. Para algum ser primitivo e sem necessidade de reflexão (dirigido apenas para a execução) que assistisse a toda esta estranha movimentação em torno do aeroporto de Faro e que ao mesmo tempo tivesse assistido (sem grandes pretensões ou aplicação de neurónios) ao antigo filme Encontros Imediatos do 3.ºGrau, seria talvez possível por associação por defeito de espaços e tempos diferenciados (ou seja confusão resultante da sua alienação), ainda poder pensar que alguma Entidade do mesmo calibre do filme estaria aí a chegar.

 

A Virgem Galáctica aterrou precisamente às oito horas e trinta minutos locais. Às nove horas e já depois de ter descido na totalidade a escada de acesso ao avião, uma jovem e bela mulher que encabeçava o numeroso grupo que ia saindo da nave, ajoelhou-se, beijou o solo e dirigindo-se para o céu claro e radioso onde os efeitos aconchegantes do Sol já se faziam sentir, pareceu orar. Por breves momentos toda a fila parou. Então – e enquanto a jovem se lhes dirigia comunicando com eles através de um estranho código gestual – todos desceram em profundo e sentido silêncio a dita escadaria, acabando por se concentrar à sua volta como se tivessem caído em intensa meditação. Ao fundo a porta do corredor que dava acesso à sala VIP abriu-se, surgindo à frente da comitiva de recepção aos dignos viajantes o presidente da RTA, o bispo de Faro e um outro individuo completamente desconhecido e nada enquadrado no cenário mais previsível. No cimo da escadaria que ligava a porta da nave ao solo da região surgiu então Ricardo Brandão, muito satisfeito senão mesmo deliciado com o sucesso de mais um dos seus inovadores e revolucionários empreendimentos, enquanto ia acenando ininterruptamente às forças vivas da terra: reparou aí na presença do seu conhecido amigo e companheiro de muitas noites desregradas passadas na noite algarvia (parecia impossível, não se lembrava do nome), concluindo desde logo que a presença da televisão estaria certamente garantida. Minutos depois toda a comitiva se juntava à entrada do edifício, onde os seus anfitriões locais já os esperavam impacientemente. O primeiro a avançar veio do lado dos que recebiam, decisão tomada por iniciativa própria do indivíduo completamente desconhecido, o qual se interpôs entre o seu grupo de origem e a jovem que comandava o grupo de viajantes. Apresentou-se como interlocutor privilegiado por mútuo consentimento, informou todos os presentes de alguns detalhes desta sua primeira intervenção e sem mais detalhes passou à identificação de cada um dos viajantes. O primeiro nome surpreendeu imediatamente os anfitriões – Espírito Santo – deixando-os incrédulos e por momentos paralisados e sem qualquer tipo de reacção minimamente perceptível: parecia que tinham sido atingidos por um raio e morrido logo ali. Era acompanhado por uma mulher ainda virgem, a jovem e bela moça que se apresentava diante deles: não seria ela a ser impregnada mas seria ela como mulher a ter a responsabilidade da escolha final, ou não fosse o objecto resultante a imagem invertida de si própria.

 

O objectivo do grupo seria o da recriação de uma simulação já anteriormente levada a cabo há mais de dois milénios, a qual, devido a muitos motivos aleatórios aliados a alguns casos mesmo que pontuais de falta de experiência, tinham inicialmente levado o projecto a um desvio inesperado, corrompendo-o logo de imediato e deixando-o completamente nas mãos dos actores locais, que como esperado o deturparam completamente, esquecendo a interiorização dos ensinamentos oferecidos e em sua vez emitindo de uma forma prepotente ordens obrigatórias (e punidas por lei) para o exterior. O erro residira no não reconhecimento por parte da equipas proposta para esta simulação, do fraco nível de desenvolvimento social e tecnológico desta sociedade ainda jovem, violenta e incipiente: perdera-se na aventura meramente material, desprezando as consequências espirituais que tal opção teria no seu desenvolvimento e racionalidade. Mas agora a situação do mundo era diferente e se por um lado o nível tecnológico atingido pela mesma já era extremamente significativo (o que poderia ser um factor determinante para o sucesso desta nova missão, por facilitar a aceitação de novas ideias), por outro lado o tempo urgia face à escalada crescente de conflitos e à monopolização crescente do pensamento humano pelo poder brutal da mercadoria, destruindo ideias e pensamentos e concentrando-os num só monólito do saber: único e por definição destinado à extinção. Tinham escolhido Portugal por uma questão de segurança. E o Algarve por ser uma região relativamente isolada, tranquila e com um clima bastante agradável. O aparecimento de Ricardo Brandão fora apenas uma feliz coincidência.

 

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Estava tão absorvido por esta leitura que nem vi o tempo passar. Só a interrompi quando a porta se abriu e as três mulheres irromperam rapidamente e sem aviso prévio pelo compartimento onde antes me instalara: estavam irrequietas e olhavam-me ao detalhe. Se o tema do texto que tinha começado a ler me estava a despertar cada vez mais a atenção aguçando simultaneamente o meu interesse (os mundos que agora distinguia à minha frente começavam a correr livremente sem que nada no seu caminho os impedisse – sem que uma escala de valores o comprimisse e deformasse), por outro lado a chegada destas três mulheres era para mim (e neste contexto da minha transferência) totalmente inesperado. Naquela projecção onde agora me situava e da qual a partir de hoje era parte integrante, a realização da produção e o seu respectivo elenco principal, tinha sido atribuída exclusiva e deliberadamente a elementos jovens e do sexo feminino. Até agora não vira um único elemento do sexo oposto. Certamente que a colonização do Universo estaria nas mãos das mais diversas formas de civilizações, umas mais avançadas e outras talvez não, umas mais materialistas e outras mais idealistas, umas com participantes idênticos a nós ou nossos semelhantes ou nem por isso e ainda outras consideradas disformes, irracionais e sem vida, mas participando activamente na transformação profunda do Universo. E estas mulheres eram apenas mais uma dessas civilizações à qual agora me acrescentava: jovens amazonas responsáveis pelo lançamento, enquadramento e implementação no espaço (para elas disponibilizado) de um projecto bem definido e previamente dirigido, tendo como seu único dever a experimentação no terreno de processos criativos, persistentes e evolutivos e tendo como consequência (objectiva pela sua eficácia) a capacidade de dele poderem extrair (durante todo o processo) algo ou a sua totalidade. O seu único e exclusivo direito seria o de usufruírem integralmente e em primeira-mão (um privilégio superior) de toda esta experiência: e fazendo eu parte dela estaria sempre à disposição (delas). Em vez de converter seria convertido como Um Jesus Invertido.

 

Uma delas chegou-se perto de mim, pegou na minha mão e levou-me para junto das outras. Primeiro despiram-se. Depois juntaram-se num canto e enquanto iam sorrindo e gesticulando, contorciam-se de soberba e prazer, construindo um novo cenário. Eram extremamente belas e a qualquer um provocariam tesão. Estiveram assim durante quase meia hora e quando parecia que tudo não passaria dali (algo no interior do meu corpo tomara conta de mim, tornando-o nervoso e expectante), dirigiram-se na minha direcção, começaram a despir-me tranquilamente e de imediato (imaginando o futuro) iniciaram a análise da minha anatomia: ainda me despiam e já o meu membro as excitava, manipulando-o alternadamente entre as suas mãos bem sedosas e escaldantes e fixando os seus olhares electrizantes na sua cada vez mais forte pulsão e extrema rigidez. Deitaram-me no chão. A primeira ajoelhou-se sobre mim, colocando os seus órgãos genitais bem abertos e quase que tocando o meu rosto; ao mesmo tempo apossava-se da extremidade do meu membro e como se estivesse saboreando um gelado, sofregamente começava a lambê-lo e mais docilmente a chupá-lo; e ao inclinar-se via a sua vagina já húmida e palpitante, em toda a sua profundidade e desejo; não me contive e enfiei-lhe um dedo no ânus, vendo-a surpreendida (pela nova e extraordinária sensação) e fazendo-a emitir um grito brutal de puro prazer inventado. A segunda deitou-se de lado, colocando a sua cabeça entre as minhas pernas e apoderando-se dos testículos; enquanto me erguia o membro observando a glande vermelha e dilatada desaparecendo e aparecendo entre os lábios carnudos e agora inchados dos maxilares da primeira companheira, sentia as minhas bolas a serem sugadas pela sua boca e comprimidas num ambiente molhado, quente e extremamente guloso; e enquanto me enfiava pelos genitais da primeira mulher e apreciava a manipulação absoluta e divina das minhas bolas pela segunda, a terceira encostou do outro lado o seu corpo ao meu e enquanto me sufocava com o seu calor fremente e quase incontido de desejo, surpreendeu-me enfiando-me um dos seus dedos no meu traseiro. Saltei de imediato mas a reacção delas foi apenas de riso e de divertimento. Então juntaram-se todas ao mesmo tempo em meu redor e aí eu desapareci.

 

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Se a nossa Vida tem alguma finalidade, uma delas será certamente tirar o melhor proveito daquilo que a Vida nos oferece e uma delas será certamente ter Sexo com Alienígenas: até mesmo Deus quis confirmar no local a importância deste facto, incumbindo um seu delegado (Espírito Santo) da missão de impregnar artificialmente uma indígena local (servindo-se de um agente indígena chamado José para desempenhar virtualmente o papel de pai) e já com o seu filho concebido e presente (Jesus) e servindo-se do seu corpo como presença física compartilhada (afinal de contas seria temporariamente um híbrido até ao momento de ser colocado a seu lado – quando ressuscitasse), colocá-lo no terreno e usufruir da experiência (incluindo a sexual).

 

Quanto à Terra o desenvolvimento do programa de implementação da sua matriz tinha sido temporariamente interrompido. O que significava que a cada segundo que passava e como a aplicação não evoluía os erros de projecção iam-se acumulando, podendo mesmo levar os seres acondicionados a começarem a suspeitar da sua verdadeira origem e situação na hierarquia do espaço: o que seria sempre inaceitável por viciação das regras obrigatórias de distanciamento (em processos de transformação potencialmente criativos como este) entre operadores e operados. E assim o que era inevitável foi apenas confirmado. Uma das pedras vindas do espaço tinha atingido a zona central do oceano Atlântico. Nas zonas litorais o mar recuara centenas de quilómetros deixando tudo a seco e despido. Ao mesmo tempo uma outra onda de choque varrera toda a superfície que encontrara no caminho, deixando muitas das áreas já bastante destruídas ou mesmo devastadas. A esmagadora maioria dos humanos desaparecera logo ali. E então veio a Super-Onda que tudo cobriu e nos fez mais uma vez e de vez desaparecer. A morte também faz parte do processo reprodutivo.

 

Fim da 2.ª parte de 2

 

(imagens – Web)

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publicado por Produções Anormais - Albufeira às 01:42