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Nuvens de cinzas vulcânicas a caminho

Segunda-feira, 04.10.21

No seu 16º dia de erupção (iniciada a 19 de setembro),

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Erupção do vulcão Cumbre Vieja

(como vista a partir do espaço)

 

Prossegue em LA PALMA (uma das 8 ilhas do arquipélago das CANÁRIAS com cerca de 47Km de extensão) a erupção do jovem vulcão CUMBRE VIEJA: um vulcão (com 2.426m de altura) localizado em pleno Oceano Atlântico, não sendo vizinho próximo de nenhuma falha entre placas tectónicas e tendo tido a sua última grande erupção no ano de 1971 (já lá vai meio século).

“Entre o início da noite deste domingo e a manhã desta segunda-feira, o Instituto Geográfico Nacional de Espanha registou mais de 40 sismos na ilha de La Palma, nas Canárias, onde o vulcão Cumbre Vieja está em erupção desde 19 de setembro.”

Desde o início da sua atividade eruptiva mantendo-se (na região) a atividade sísmica associada a este evento vulcânico (com sismos de epicentro entre 10Km/15Km de profundidade), com o vulcão projetando material vulcânico para a atmosfera (nuvens escuras de cinzas chegando a atingir os 4.500m de altitude) e simultaneamente lançando rios de lava incandescente pelo seu cone, descendo pelas vertentes do mesmo e sendo abastecido por outras fissuras até alcançar o mar.

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Evolução da lava vulcânica em La Palma

(do cone do vulcão em direção ao mar)

 

Com a lava incandescente atingindo as águas do Oceano Atlântico no final da semana anterior, notando-se nesta madrugada (de domingo/3 para segunda-feira/4) um recrudescimento da atividade vulcânica e um aumento significativo da lava ejetada pelo Cumbre Vieja, levando desde já a uma derrocada parcial de um dos lados do topo do seu cone e a um aumento no volume da nova península de lava agora em construção.

“Entretanto, o Departamento de Segurança Nacional (DSN) avançou que a lava do vulcão Cumbre Vieja espalhou-se, até ao momento, por mais de 400 hectares. A corrente de lava que tem percorrido a ilha até chegar ao Oceano Atlântico, e que tem feito crescer a linha costeira, já acrescentou cerca de 29,7 hectares a La Palma.”

E se localmente as preocupações se dividem entre a destruição provocada essencialmente pela lava incandescente do vulcão destruindo tudo no seu caminho entre o mesmo e o mar ─ casas, explorações agrícolas, infraestruturas, etc. ─ e a poluição atmosférica provocada aquando do impacto lava/água-do-mar (devido ao choque de temperaturas, provocada pela grande amplitude térmica), já a outras distâncias as preocupações baseando-se na ação dos ventos podendo levar extensas nuvens escuras de cinzas vulcânicas a grande distância.

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Lava incandescente proveniente do vulcão

(entrando em contacto com o oceano)

 

Tudo como consequência dos gases tóxicos emitidos para a atmosfera, ricos entre outros em dióxido de enxofre, um produto poluente e prejudicial para a nossa função respiratória: com a ação dos ventos alcançando regiões distantes, como e logo na 1º linha a costa marroquina e os Açores (proporcionando o aparecimento de chuvas ácidas) ─ por ação da lava e das cinzas (sendo injetados na atmosfera 6.000 a 9.000 toneladas de ácido sulfúrico/dia desde o início da erupção) ─ descartando-se para já cenários (mais extremos) como o do aparecimento de fluxos piroclásticos, de deslocamento de terras (colapsos relevantes no cone/vertentes vulcânicas) ou mesmo de tsunamis (por abatimentos à superfície ou subterrâneos).

“Cerca de mil prédios foram destruídos desde que a erupção começou e 6 mil pessoas tiveram de ser retiradas das suas casas.”

E a nível sismológico (nas últimas 24 horas e na região do Atlântico Norte) para além de se ter registado ontem (domingo 3 de outubro/à noite) um sismo de M2,7 nas Canárias (e a 10Km de profundidade), registando-se já hoje nos Açores (desde a madrugada de segunda-feira, 4) uma sequência de vários sismos com magnitudes entre M2,0 e M3,1. Com a Madeira tranquila.

(“texto/itálico”: Reuters/Lusa/Público/04.10.2021 ─ imagens: Maxar Technologies/space.com-emergency.copernicus.eu-José Maço/twitter.com)

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publicado por Produções Anormais - Albufeira às 18:37