ALBUFEIRA
Um espelho que reflecte a vida, que passa por nós num segundo (espelho)
O Covid-19 e a Implosão Matemática
[Passatempo, Problema & Retrato (com Pisca-Pisca) do nosso “Portugal dos Pequeninos”.]
Entre tantos outros casos como o da Educação − para já não falar da tragédia impossível de esconder por demasiado visível no campo da Saúde (não se podendo não existindo alternativa fechar os Hospitais) − com avós, pais, filhos e netos ainda com o “credo na boca”, esperando ansiosamente pela posição do nosso 1º Ministro decidindo hoje (amanhã 10 de abril, sendo feriado) em conjunto com o seu governo (e sob pressão extrema dos “Mercenários da Educação” − pensem um pouquinho, pelo menos uma vez e em nome dos vossos filhos, não se deixando levar pelos que se dizem os representantes da Saúde e da Educação), se continuará ou não com as escolas fechadas ou se as abrirá o mais rapidamente possível (e com alguns dos muitos portugueses sendo tal inacessível online, nas filas da SS a tentarem − terminadas as férias da Páscoa − recandidatar-se aos 66%): os mesmos conselheiros que semanas atrás queriam forçar de todas as formas possíveis e imaginárias a continuação do (seu) status quo (não prejudicando os seus negócios paralelos), mesmo sabendo-se já o que se estava a passar em Itália. E se Costa não se tivesse assustado e Marcelo não tivesse dito “Não”, como estaríamos todos nós agora? Estando ainda Portugal como está não graças aos nossos políticos miseráveis (de todos os quadrantes) − no presente já não existindo ideologias, apenas oportunistas – mas graças ao nosso Povo (seja ele um médico ou um camionista) colocando-se na linha da frente da batalha fazendo com que nós todos não nos afundemos de vez. E até se ficando a saber (espanto) que Portugal será auto suficiente (o que os pequenos terão lutado e sofrido para se manterem vivos) ao contrário do sempre afirmado pelos nossos sucessivos governantes (de modo a proteger as grandes áreas comerciais) no ramo alimentar! |
Passatempo
Num grupo de 1.000 alunos de uma escola de um determinado país (A), competindo com um grupo de 1.000 alunos de um outro determinado país (B) − num momento como o que vivemos atualmente com os alunos a disporem nessa altura de duas salas uma mais pequena e outra um pouco maior, para a concretização da prova não presencial mas à distância − o professor de Matemática que os iria sujeitar a um mesmo exame para ver quais dos 2.000 alunos merecia transitar de nível, decidiu (sem os poder avisar antecipadamente) até para ver o que o esperava para a partir daí se prevenir para o que daí sairia (sendo uma espécie de teste preparatório para o verdadeiro exame que se seguiria), fazer uma primeira sondagem entre todos os alunos a classificar, escolhendo até por motivo de insuficiência de testes uma amostra de 600 alunos: mas dispondo de momento de duas salas (uma em cada escola, do seu respetivo país) comportando um número diferente de alunos uns oriundos de uma escola e os outros da outra, optando por escolher uma amostra de 400 alunos da escola A (a tendo a maior sala) e uma outra amostra de 200 alunos da escola B (a tendo a menor sala). E a partir dessa amostra proposta para este teste (apenas) diagnóstico, obtendo como resultado e para a Escola A 50 testes negativos e para a escola B outros tantos, ou seja, outros 50: significando para este teste diagnóstico sujeitando-se à amostra então disponibilizada, num total de 600 alunos − não ao Universo de 2.000 alunos – que a escola A alcançara uma taxa de insucesso de 12,5% (50 em 400 e com 600 por diagnosticar) e que a escola B alcançara um insucesso de 25,0% (50 em 200 e com 800 por diagnosticar). E como “especialista” Matemático deduzindo desde logo (mesmo antes do exame) que os alunos da escola A com a sua taxa de sucesso nos 87,5% seria melhor que os da escola B com a sua taxa de sucesso apenas nos 75,0%.
Questão
Deixando aqui a pergunta se a conclusão do “especialista” matemático seria mesmo a correta tal a evidência dos números − 87,5% (A) contra 75,0% (B) – até porque o mesmo acontece no cálculo da taxa de mortalidade associado ao coronavírus Covid-19. E para ajudar lembrando que uma Amostra não será por definição a mesma coisa que um Universo e que as mesmas taxas (de insucesso/sucesso como de mortalidade) além de variarem com o espaço (onde ocorrem) também variam evidentemente no tempo (como no caso do coronavírus ainda em curso). Feito os seus cálculos escolhendo a opção considerada a correta:
Opção | Do matemático a partir da amostra | X |
I | A opção do Matemático estava correta sendo a escola A, a melhor |
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II | A opção do Matemático estava errada sendo a escola B, a melhor |
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III | Tanto a opção pela escola A como a opção pela escola B, podendo ser (uma delas) a correta |
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Certamente que com muitos a chegarem à conclusão (ou não) de que por vezes não se podendo confiar muito num especialista, ainda-por-cima quado olhando para todos os lados todos o são, menos nós. Para pena e desgraça dos verdadeiros especialistas entre eles os verdadeiros Matemáticos, tendo mais que fazer do que aparecer na TV (e nem sequer sendo convocados) e recordando o dia em que no meu país (Portugal), de um dia para o outro um grupo extremamente carenciado como era o de Matemática (com uma falta gritante de professores de matemática, todos fugindo dela como “o Diabo da Cruz”) se tornou repentinamente ultra excedentário − numa ação extraordinária quase que dando habilitações a todos − ultrapassando mesmo o grupo mais sobrelotado de professores, então o de História. Ainda hoje (no ano de 2020 e com esses e outros especialistas ainda piores a falarem) com os resultados que se vêm e subjugados como estamos com este surto pandémico e mortal, levando ainda em cima com (entre outros) “planaltos e molas” e já agora (porque não, ofereçam-lhes equivalência) o “pisca-pisca”.
(imagens: Hal Mayforth/artsyhome.com − br.pinterest.com)