ALBUFEIRA
Um espelho que reflecte a vida, que passa por nós num segundo (espelho)
O Marafado Duas-Pernas Com Asas
[Desde a Primavera e estando-se perto de entrar no Verão, habitando com o seu bando na freguesia de Olhos d’ Água concelho de Albufeira.]
Expondo
À mesa do café
Olhos d’ Água
5 junho 2021
Em tempos de Pandemia e estando de momento domiciliada numa região turística (do Algarve) habitualmente bem fornecida e equipada de animais, refúgios e respetivos alimentos ─ referindo-me aqui ao “migrante” ─ há duas semanas atrás numa passagem relâmpago por Olhos d Água parando lá para comer uma torrada e tomar um café ─ referindo-me agora à minha pessoa ─ sendo surpreendido enquanto comia e bebia em companhia (por acaso um aniversariante), por uma manifestação de protesto de cerca de meia-dúzia de avezinhas, inicialmente aterrando no passeio e posteriormente enviando um seu batedor, na tentativa de estabelecer contacto.
Confrontando
À mesa do café
Olhos d’ Água
5 junho 2021
Numa terra estranha onde agora todos nós parecemos estranhos até pela falta crescente de contactos e pelo isolamento forçado, não sendo cumprido o “novo destino” (o novo-normal político/religioso/ideológico) sofrendo-se logo as consequências (pelo que se sabe, por um dado tendo-se o vírus e do outro lado o estado, ambos não se obedecendo podendo ser fatais), num espaço e num tempo correndo em paralelo e parecendo sempre ativo (sem cruzamentos e sem hesitações), unindo o dia à noite como se fosse um carrossel (mágico) mal se sentindo o tempo passar dado o seu total usufruto, contínuo, como se não tivesse início em fim, contíguo e sempre presente por projetado em espiral, até os nossos colegas-voadores duas-patas sendo colocados em questão, sendo o movimento equivalente a um “conjunto-vivo” mínimo, assim como todas as perceções/sensações, caída a densidade populacional a pique e reduzido o som e o gesto como forma não só de comunicação, como “prova de vida” da nossa existência.
Não se vendo ninguém, ninguém nos vendo, de imediato se concluindo, estarmos mortos.
(imagens: Produções Anormais)