Saltar para: Post [1], Pesquisa e Arquivos [2]



O Papel do Afeganistão (para os outros)

Terça-feira, 19.10.21

“Uma frente no sul da Ásia (Mar da China/Pacífico Norte) e outra frente numa encruzilhada da mesma (Afeganistão): a atual estratégia norte-americana (que poderia ser de Trump) para atacar a China.”

1631810658612_now_dayside_biden_defense_aus_210916

Joe Biden numa estratégia

(EUA vs. China)

que poderia ser de Trump

 

Agora que o Afeganistão foi abandonado pelos EUA (com as suas tropas a esfumarem-se do território em poucas horas) entregando obviamente o poder aos TALIBÃ (os seus inimigos no terreno e os inimigos do povo do Afeganistão) ─ num processo apenas podendo ter sido viabilizado, existindo um acordo prévio entre as duas partes em conflito (EUA/TALIBÃ) ─ e ignorando (para já) as combinações que poderão estar por trás deste acordo bilateral (trocas de obrigações/benefícios), sendo bastante interessante para melhor compreender a situação agora criada (pensando-se em geoestratégia), verificar quais os países da região (asiática) fazendo fronteira com este renovado Afeganistão Talibã:

“When the US started the war in Afghanistan two decades ago, its national strength was almost at its peak. But now the US became another superpower lost in the Graveyard of Empires, just like the Soviet Union and Great Britain. As Russian President Vladimir Putin noted, the US is now walking the Soviet Union's path.” (Shao Xia/globaltimes.cn/26.09.2021)

A ocidente fazendo fronteira com o IRÃO, a norte com o TURQUEMENISTÃO, o UZBEQUISTÃO e o TAJIQUISTÃO (no passado integrando a URSS), a nordeste com a CHINA e a oriente e a sul com o PAQUISTÃO, um território bem situado e encravado no centro da Ásia ─ podendo indiretamente ter um papel importante na nova estratégia geopolítica norte-americana, desviando toda a sua atenção, iniciativa e investimento para Oriente, de modo a tentar deter a nova potência global emergente a CHINA (tendo ainda-por-cima como seu aliado a outra superpotência a RÚSSIA), evitando ser ultrapassado (os EUA, os até agora dominadores planetários) pelo crescente poder comercial (económico e financeiro) mundial dos chineses.

116518_AP_21209403368069_1634635014092.jpg

Mais de 30 milhões de dólares de ajuda

(alimentares/vacinas)

da China ao Afeganistão

 

Com o Afeganistão podendo vir a ser um fator desestabilizador para todo o continente asiático (isso interessando aos EUA), afetando russos assim como chineses ─ até o próprio Irão ─ e criando uma nova frente (nessa encruzilhada asiática), enquanto mais a sul os norte-americanos (noutra frente, mas aí estando militarmente presentes) e os seus aliados na região (Austrália, Japão, Coreia do Sul e cada vez mais próxima a Índia) continuam com as suas provocações, aproximando-se por sul das fronteiras marítimas-asiáticas da China e da Rússia (como as do Mar do Sul da China e do Pacífico Norte)

“NATO is an alliance of North America and Europe. But this region faces global challenges: terrorism, cyber but also the rise of China. So, when it comes to strengthening our collective defence, that’s also about how to address the rise of China. What we can predict is that the rise of China will impact our security. It already has.” (Jens Stoltenberg/ft.com/18.10.2021)

Ficando ainda por se conhecer as combinações que levaram a esta entrega (fuga e abandono) ─ num território ainda em guerra e em que o que retira, é o que se encontra em larga vantagem ─ de todo um pais e de todo o seu povo, mais de 30 milhões (destruído e agora atraiçoado) ─ vejam-se as cenas horríveis passadas no aeroporto, apenas mais um entre muitos retratos (incluindo os futuros) ─ e a nível mais anedótico qual a posição da NATO sobre este problema (transferido do Afeganistão para a China) agora que a Europa se encontra em “estado vegetativo” (sem sinais de Joe Biden e esperando resignada pelo sucessor de Ângela Merkel).

(imagens: nbcnews.com ─ AP/trtworld.com)

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado por Produções Anormais - Albufeira às 18:26