ALBUFEIRA
Um espelho que reflecte a vida, que passa por nós num segundo (espelho)
Opportunity & Curiosity
Há muitos biliões de anos atrás poderá ter existido água e até vida em Marte
A última evidência disso poderemos ser nós
As várias missões norte-americanas a Marte
(com a indicação da cratera GALE onde a CURIOSITY aterraria)
A União das Republicas Socialistas Soviéticas foi na realidade a primeira nação da Terra a tocar a superfície do planeta Marte (orbitar e aterrar) com o MARS 3 LANDER. Mas a primeira missão com sucesso total nos seus objetivos é da autoria dos Estados Unidos da América (orbitar, aterrar e de seguida transmitir) e do VIKING 1 LANDER.
OPPORTUNITY ROVER – SOL 4234
A 10 de Junho de 2003 e mais tarde a 7 de Julho do mesmo ano a NASA enviou em direção ao planeta MARTE duas sondas automáticas equipadas com veículos motorizados – de modo a que estas missões estivessem adequadamente habilitadas a explorarem e estudarem mais detalhadamente a superfície do planeta e do meio ambiente que o rodeava. Essas sondas foram a SPIRIT (que atingiu a superfície de Marte a 4 de Janeiro de 2004) e a OPPORTUNITY (que o fez 21 dias depois). Mais tarde a NASA enviaria uma outra sonda com objetivos idênticos – a CURIOSITY (a 26 de Novembro de 2011) – que entraria em contacto com a superfície de Marte a 6 de Agosto do ano seguinte (oito anos depois das duas sondas atrás referidas).
Roda esquerda e direita do veículo
Outra sonda bem-sucedida equipada com veículo motorizado foi a MARS PATHFINDER lançada pela NASA a 4 de Dezembro de 1996 e equipada com o seu ROVER SOJOURNER (que transmitiu durante 84 dias). Num total de 4 ROVERS todos da responsabilidade da NASA e com dois deles ainda hoje ativos. Apenas uma outra sonda equipada de um ROVER (seria a pioneira) tentou atingir com sucesso a superfície de Marte: a MARS 3 lançada a 28 de Maio de 1971 pela agência espacial da extinta URSS mas que teve um problema ainda em órbita do planeta (com o seu módulo a atingir no entanto a superfície de Marte a 2 de Dezembro de 1971 – no entanto sem resultados). Mas nunca esquecendo as duas sondas VIKING (1 e 2) e a sonda PHOENIX, cujos módulos de aterragem operaram durante 2.245 dias e 1.281 dias respetivamente na superfície deste ainda misterioso planeta.
CURIOSITY ROVER – SOL 1204
Resta-nos assim ainda em atividade a sonda OPPORTUNITY (e o seu ROVER – desde 2004) e a sonda CURIOSITY (e o seu ROVER – desde 2012).
Precisamente dois veículos que percorrendo a superfície de Marte há quase 12 e 3,5 anos respetivamente, parecem apresentar à primeira vista condições bem diferenciadas de conservação dos materiais que a constituem à ação dos agentes erosivos marcianos, com o veículo mais velho dos dois ROVER a parecer-nos (de uma forma nada lógica) o mais bem conservado.
O que é fácil de constatar, se observarmos e compararmos com alguma atenção as duas rodas dos dois ROVER: com as rodas do ROVER OPPORTUNITY (12 anos de trabalho) a aparecerem muito mais bem conservadas face às martirizadas e por vezes esburacadas rodas do ROVER CURIOSITY (3,5 anos de trabalho). Talvez devido às características dos terrenos e até do próprio ambiente (que o rodeia) localizados em duas regiões bem distintas de Marte: um no MERIDIANI PLANUM tendo já percorrido mais de 42km (OPPORTUNITY), o outro na Cratera GALE tendo já percorrido mais de 10km (CURIOSITY).
Roda dianteira e traseira do veículo
No caso do ROVER OPPORTUNITY com a sua sonda situada muito perto da linha do Equador (a norte e a 357.5⁰E), numa planície rica em hematite e onde há muito tempo no passado terá existido água. Talvez até um vasto oceano mas há biliões e biliões de anos.
Já no caso do ROVER CURIOSITY com a sua sonda situada na cratera GALE (ligeiramente a sul do Equador e a 137.8⁰E) a deslocar-se ao longo de uma vasta planície no interior de uma cratera de formação desconhecida (cratera essa com mais de 150km de diâmetro e quase 4 biliões de anos de idade), fornecendo ao longo destes 1024 dias de vida imensas informações sobre a química do planeta: como é o caso da presença de METANO na atmosfera do planeta e da presença de químicos orgânicos na composição de ROCHAS (carbono).
É pena que de momento nos limitemos a sondas automáticas.
Tendo a LUA na nossa memória.
(mas o que terá acontecido mesmo com os voos tripulados?)
(imagens: Web e NASA)