ALBUFEIRA
Um espelho que reflecte a vida, que passa por nós num segundo (espelho)
Os EUA e os Danos Colaterais
Mais uma informação esclarecendo-nos como os Média Globais (como tudo e todos ainda dominados pelos norte-americanos), colaboram profundamente na despenalização dos crimes praticados pelos EUA (ou não fosse este o inimputável, “Polícia do Mundo”) ─ agora sob o comando de Joe Biden.
Ataque de um drone dos EUA
Cabul 29 de agosto de 2021
Atingindo a casa de família do civil e afegão Ahmadi
(provocando a morte a 3 adultos e 7 crianças)
Em mais um dos muitos assassinatos ocorridos no Afeganistão antes da declaração oficial do fim da guerra nesse território (no final do mês de agosto de 2021) ─ envolvendo de um lado os EUA e do outro os TALIBAN ─ a notícia da justificação por parte dos norte-americanos sobre o incidente de 29 de agosto registado em Cabul (poucos dias antes do final da guerra e da fuga dos norte-americanos), com um ataque de DRONES dos EUA a atingir mortalmente civis afegãos incluindo crianças (num total de 10, 3 adultos e 7 crianças), nada tendo a ver com o conflito.
Watchdog finds no misconduct in mistaken Afghan airstrike
An independent Pentagon review has concluded that the U.S. drone strike that killed innocent Kabul civilians and children in the final days of the Afghanistan war was not caused by misconduct or negligence, and it doesn’t recommend any disciplinary action.
(Lolita C. Bandor/apnews.com/03.11.2021)
Apesar de todas as falhas e neglicências ocorridas (tendo os responsáveis destas operações consciência disso, tantas vezes estes episódios se repetem, tantas e tantas vezes tragicamente) levando a este triste (e obviamente criminoso) resultado, com os responsáveis destas “operações mortais” a autoexcluírem-se, após a realização de um inquérito interno (da iniciativa do Pentágono) recorrendo a um “WATCHDOG” (vigilante/cão-de-guarda/guardião/fiscalizador).
Dada a noção interna que os EUA têm sob a aplicação das leis, da justiça e do poder no seu próprio território, com a aplicação das mesmas, mas agora externamente, a ser inevitavelmente semelhante ou mesmo (dada a menor exigência) superior (negativamente)
“They all have a genuine belief based on the information they had and the interpretation, that that was a threat to U.S. forces, an imminent threat to U.S. forces,” he told reporters during a Pentagon briefing. “That’s a mistake. It’s a regrettable mistake. It’s an honest mistake. I understand the consequences, but it’s not criminal conduct, random conduct, negligence.”
(Força Aérea dos EUA/Sami Said/apnews.com/03.11.2021)
Logo de imediato e curiosamente (pela omissão, seleção e coincidência) com as informações deste “Watchdog” a espalharem-se pelos meios de informação globais e desempenhando “o seu papel” (a encomenda) aceitando o injustificável, banalizando mais uma vez as mortes (pouco importando, dado o conflito). Passando-se assim mais uma esponja sobre mais um ato (com vítimas colaterais civis e inocentes) praticado pelos EUA ─ no exterior do seu território (num país integrando a UN, em princípio independente e soberano) ─ sabendo-se do sucedido e pela sua justificação (de malfeitor) sendo insultuoso (o ato).
Estendendo-se mais uma vez, mas só para alguns, a autorização sem culpa e sem crime de matar.
(imagens: Khwaja Tawfiq Sediqi/AP Photo/apnews.com ─ caitlinjohnstone.com)