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Otimismo Malévolo

Sábado, 15.08.15

Greece’s debt stock is now projected to peak at 200% of GDP. No private creditor is going to lend money to Greece at reasonable rates when its debt load is unsustainable.

(economist.com)

 

Por este caminho nem sequer será pela negociação da dívida que a Grécia se salvará da bancarrota: a única alternativa será mesmo perdoá-la. E talvez seja precisamente nisso, que jogam as duas partes: a EU e a Grécia. Mas será que eles já pensaram o que acontecerá depois?

 

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Tsipras e Schäuble

 

Schäuble 'confident of result' at EU Greece talks.
(thelocal.de)

 

Depois de tanto ter aprendido e assimilado (sendo até vítima de um atentado que o colocou numa cadeira de rodas) durante o seu duvidoso e problemático percurso político no interior da CDU (evoluindo de protegido do ex-chanceler Helmut Kohl a seu substituto; entretanto demitindo-se devido a um escândalo financeiro sendo substituído por Angela Merkel; e mais tarde sendo recuperado pela mesma para seu braço direito), eis que o verdadeiro líder da Europa Ocidental (o alemão Wofgang Schäuble) se sente de novo otimista e feliz, face à capitulação esquerdista do grego Alexis Tsipras.

 

Berlin signals go-ahead for Greek bailout deal.
(ft.com)

 

Entretanto lá pela Grécia os seus habitantes preparam-se para levar com o terceiro pacote de ajuda financeira (num total de 85 mil milhões de euros), sabendo de antemão que a primeira tranche do programa de resgate (variando entre 20 e 25 mil milhões de euros) nunca lhes chegará às mãos, perdendo-se como sempre entre a recapitalização dos bancos e outros pagamentos inadiáveis (num mínimo de 15 mil milhões de euros). Terminando com a espetacular previsão para a divida grega, com a mesma a ultrapassar uns inimagináveis 200% do seu GDP.

 

(imagens – tripplenews.com/telegraph.co.uk)

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publicado por Produções Anormais - Albufeira às 14:06


1 comentário

De Andy Bloig a 15.08.2015 às 14:30

Eles só estão a adiar o inevitável. O Varoufakis sabia o que estava a dizer... o Schäuble também. A única diferença que eles tinham: Eleições.
A Alemanha vai a votos dentro de poucos meses. E aceitar um perdão de dívida grega, era dar munições aos partidos da oposição. (também é por isso que o acordo dos migrantes de África anda por lá perdido)
Ao mesmo tempo, o Schäuble já tem a banca alemã capitalizada, graças aos países que estiveram em dificuldades. Deixar a Grécia livrar-se de parte da dívida real (sem contar com os juros, como aconteceu no perdão anterior...) iria levar países, como Portugal, a poder pedir uma coisa parecida. E, a nível económico, isso não pode acontecer.
E Portugal vai a votos... Espanha vai a votos... Itália vai a votos. Tudo em menos de 12 meses. Se, no caso francês não faz diferença nenhuma, nos 3 países do sul, uma mudança de liderança pode dar luta ao poderio alemão.
Todo o cinema de Junho e Julho foi um aviso aos países do sul para manterem quem está no poder ou sujeitarem-se ao que a Grécia está a sofrer. Porque os que estão no poder, já sabem que não podem mexer-se sem pedir autorização à Alemanha... entrando novos, podiam dar problemas.
No 3 resgate, deve existir um ponto que não foi revelado: a demissão do governo grego, após 21 de Agosto e antes do final do mês. E a convocação de eleições algures para Outubro.

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