ALBUFEIRA
Um espelho que reflecte a vida, que passa por nós num segundo (espelho)
Pareidolia em Ceres
“Massive landslides, similar to those found on Earth, are occurring on the asteroid Ceres. That's according to a new study adding to the growing evidence that Ceres retains a significant amount of water ice.
(Georgia Institute of Technology/Landslides on Ceres reflect hidden ice/ScienceDaily/17 April 2017)
Evidências de deslizamentos de terras em Ceres
Na continuação da observação mais cuidadosa de um corpo celeste pertencente ao Sistema Solar (tendo como estrela de referência o Sol) e num estudo ainda-por-cima tendo como bónus a forte possibilidade de no mesmo existir Água (indicativo vital para a possibilidade de existência de Vida tal como sucede na Terra) ‒ num trabalho levado a cabo por cientistas do Instituto de Tecnologia da Geórgia (EUA) ‒ investigadores norte-americanos intrigados e curiosos com grandes deslizamentos de terra verificados à superfície desse corpo celeste, sugeriram que tal fenómeno era mais uma fortíssima evidência da existência de uma quantidade apreciável de água manifestando-se aqui sob a forma de gelo: o planeta-anão Ceres, localizado na região do Cinturão de Kuiper, a cerca de 375/450 milhões de Km de distância do Sol.
“NASA's Dawn spacecraft has revealed many landslides on Ceres,
which researchers interpret to have been shaped by a significant amount of water ice.”
(nasa.gov)
Definição de Pareidolia:
“Fenómeno psicológico que consiste na identificação ilusória de significados ou padrões reconhecíveis, em resposta a estímulos vagos ou aleatórios.” (infopedia.pt)
A face de Bart Simpson na superfície de Ceres
Um planeta-anão localizado no Cinturão de Asteroides (berço de muitos dos seus semelhantes de maiores ou menores dimensões), cumprindo a sua órbita em cerca de 4.5 anos, deslocando-se a uma V de quase 18Km/s, com um diâmetro inferir a 1000Km (cerca de 1/4 o da Lua), localizado a uma distância entre 2.5/3.0 UA (o Cinturão abrange uma região do Sistema Solar entre 3/4UA) e que para muitos pela sua estrutura, forma e tamanho (o maior objeto aí observado, mas menor que a Lua e menor que Plutão) poderia muito bem passar por um planeta (como já foi num passado distante e tal como Plutão já o foi num passado recente) ‒ ou então por um asteroide um dia podendo alterar a sua órbita (eventual colisão com outro corpo) e vir-nos fazer uma visita.
“Landslides cover more area in the poles than at the equator, but most surface processes generally don’t care about latitude. That’s one reason why we think it’s ice affecting the flow processes. There’s no other good way to explain why the poles have huge, thick landslides; mid-latitudes have a mixture of sheeted and thick landslides; and low latitudes have just a few.”
(nasa.gov)
Hoje em dia e com a sonda DAWN orbitando e observando cuidadosamente este agora planeta-anão, com o mesmo a apresentar-se como um dos potenciais e provavelmente mais vastos depósitos de água existentes no Sistema Solar ‒ pelo menos situando-se muito mais perto de outro seu grande rival o ultimamente tão falado satélite de Saturno Encelados (podendo ter oceanos subterrâneos de água gelada). E com alguns técnicos talvez desiludidos por mais uma vez não vislumbrarem sobre a superfície de um outro mundo o mais pequeno (que seja) sinal de Vida, a começarem a alucinar (a ver coisas colocadas num cenário onde jamais existiriam, tal e qual como numa miragem) sobrepondo o imaginário (infantil) à realidade (do adulto) e para tal desenhando em Ceres um produto certificado na Terra ‒ talvez como se colocássemos lá uma bandeira e a partir daí nos identificássemos com um nosso novo território. Deixando lá mesmo que editado a partir de cá a nossa impressão digital. Num fenómeno psicológico prevalecendo cada vez com maior intensidade e profundidade no tempo presente ‒ cada vez que nos movimentamos e envelhecemos um pouco mais ‒ e que no entanto face à manutenção das condições sociais e ambientais que nos rodeiam e com a definição de realidade a ser constantemente alterada (nem que seja nos valores a respeitar), nos leva a projetar cenários reconhecíveis (algo vagos mas resultando de estímulos ‒ em princípio reais) em vez de estudarmos os já existentes. Como se estivéssemos à procura da nossa própria sombra mas agora projetada à distância.
(imagens: nasa.gov)