ALBUFEIRA
Um espelho que reflecte a vida, que passa por nós num segundo (espelho)
Sempre a Velha Europa e se Necessário até ao Fim
Recusando-se a olhar para si enquanto é invadida por vagas contínuas de migrantes vindas de todos os lados (e em fuga desesperada pela sua sobrevivência) e não percebendo que este fenómeno de movimentação de grandes massas humanas, poderá muito bem ser mais um dos muitos sinais do futuro incerto e talvez mesmo trágico que nos espera.
Família de refugiados oriundos da Síria tentando atravessar a fronteira entre a Sérvia e a Hungria
(fechada com arame fartado pelas autoridades húngaras de nodo a evitar a entrada na EU de refugiados em fuga – famílias inteiras e como se vê até crianças)
E mais uma vez a velha Europa – através de um dos mais destacados representantes deste grande continente, referenciado como um dos principais responsáveis do FMI (Christine Lagarde) – ignorando todos os factos históricos relevantes e desprezando a memória mesmo que recente dos seus povos (globalizando pelo concentraccionismo monopolista a economia e banalizando o Homem através da força bruta dos números), limita-se simplesmente a olhar hipocritamente para o lado (talvez para não incomodar o eixo estratégico Alemanha/EUA/UK, agora que ao problema russo na Ucrânia se vem juntar a crise na bolsa chinesa) e sem demonstrar grande preocupação futura com o seu trajeto escolhido e com todos os pedregulhos que polvilham essa estrada (já há muito tempo a ser percorrida e com tantas vítima – entre mortos e feridos, internos e externos – no seu currículo), olha-se diretamente ao Espelho e clona de novo a mesma imagem.
“Lagarde prefere reestruturação a um perdão da dívida grega”
(economico.sapo.pt)
Como se já não chegasse a chegada da bolha económica norte-americana à Europa (vejam como o patrão/EUA passa rápida e estrategicamente a dívida aos empregados/EU convidando-os inopinadamente ao negócio quando algo lhes corre mal) ainda tivemos o desenvolvimento da grave crise militar entre a Ucrânia e os independentistas pró-russos (envolvendo a Rússia e toda a EU, como resposta à solicitação dos EUA), a mais que anunciada bancarrota da Grécia (em que o bode expiatório foi o Syrisa com a estratégia sem alternativa e suicidária de Tsipras) e finalmente a crise profunda registada na bolsa chinesa, com fortes repercussões negativas nas bolsas de todo o mundo e nos Orçamentos de muitos dos países europeus com fortíssimos investimentos chineses mas também com défices elevados (e infelizmente ainda em crescimento). E então se pensarmos em Portugal e nos extraordinários investimentos que a China aqui fez (trabalhando com um governo português sem ideias nem iniciativas e unicamente interessado na sua sobrevivência), nem sei se deva rezar (ao Deus cristão) ou aderir ao partido (Comunista Chinês). Uma dessas foi a opção do Governo! (ou então mesmo as duas, afinal eles são dois)
Se eu perguntasse a alguém o que ele pensava sobre a Europa em que hoje vivemos (pondo-o ao mesmo tempo a refletir um pouco mais sobre os tempos de crise que atravessamos), provavelmente que a primeira reação que dele obteria seria de surpresa e de indiferença: surpresa porque já nem se deveria estar a colocar a questão (o processo já se iniciou há muito), indiferença porque já estava tudo traçado (previsto e por questões de segurança irreversível). Mas resolvi perguntar a um Zé que sendo velho e português (mas atento aos constantes e instrutivos casos passados na sua vida), me pediu para o elucidar de tudo num curto e simples resumo. Só das coisas e das pessoas para apenas nelas pensar.
Se eu quisesse comprar uma casa só tinha duas hipóteses possíveis: pagá-la logo a pronto ou pedir dinheiro emprestado. Mas como nunca tive dinheiro nem sequer sorte no jogo, a única hipótese viável seria inevitavelmente a segunda. Fosse qual fosse o pedido, podendo ou não o pagar, existiria sempre a hipótese de alguma instituição o fazer: emprestando por exemplo 1 milhão (por um período de 10 anos e uma prestação de 10.000). E mesmo não tendo perfil acabando por o obter (acreditando na simulação) e por me comprometer a pagar sem nunca renunciar (temos sempre que ter fé). Só que voltamos sempre ao mesmo, como na volta em torno do Sol: onde não há dinheiro nem movimento na realidade nada se passa e tudo volta de novo ao início do evento. E eis que surge aí a inequívoca questão: como resolver este impasse e que proposta apresentar? Dada a impossibilidade de pagamento e a urgência na decisão passar-me uma declaração imediata de usufruto do imóvel. A bem de todos (e também de nós) e pelo menos até morrer (ou ser vítima de algo mais).
(imagem – express.co.uk)