ALBUFEIRA
Um espelho que reflecte a vida, que passa por nós num segundo (espelho)
O 25 de Abril de 1974 e as Mulheres do Algarve
Tendo-se vivido no período da DITADURA,
─ Indo do período da Ditadura Militar que se seguiu à Revolução de 28 de maio de 1926 (1926/1928), passando pela eleição de Óscar Carmona em 25 de março de 1928 (1928/1933), prosseguindo com o regime ditatorial instituído com a aprovação da CONSTITUIÇÃO DE 1933 introduzindo o ESTADO NOVO (1933/1974) e aí apresentando o seu símbolo máximo de Estado e de Regime antidemocrático, o durante 37 anos consecutivos (1932/1968) Chefe de Governo ANTÓNIO DE OLIVEIRA SALAZAR, só sendo substituído por Marcello Caetano (1968/1974) depois do célebre incidente da “queda da cadeira” ─
Margarida Tengarrinha
Durante praticamente MEIO-SÉCULO (48 anos) e com a REVOLUÇÃO DO 25 DE ABRIL a ter já ocorrido há quase tanto tempo, com os nascidos nesse ano, os seus filhos e até mesmo os seus netos podendo ter agora (por exemplo, c/ intervalo de 20 anos), o pai 47/o filho 27/o neto 7 anos de idade, mesmo que não o tendo vivido (esse período de escuridão e de falta de liberdade) e que nunca lhe tendo sido dada a verdadeira RELEVÂNCIA HISTÓRICA (para PORTUGAL),
Devendo ser sempre e obrigatoriamente recordados até para um certo dia não se distraírem ─ acomodados á tão declarada “zona de conforto” ─ e caírem de novo sob os efeitos tóxicos (subliminares, atuando lentamente como uma droga extremamente viciante) de uma forte e incontrolada (por nós, não por eles) tentação.
Uma obrigação da nossa MEMÓRIA querendo preservar a nossa CULTURA, a nossa IDENTIDADE e a nossa SOBERANIA e respeitando aí e ainda, os nossos ascendentes e descendentes, no fundo nós próprios.
Estando na Região do Algarve e conhecendo o trabalho e o sacrifício dessa “minoria” sempre presente ─ em todo o lado e sob todas as circunstâncias, do nascimento até à morte ─ escolhendo uma mulher do 25 de abril (antes, durante e depois), algarvia e daqui perto (vivendo eu em Albufeira), nascida e vivendo hoje (regressando à sua terra) em Portimão ─ para a recordarem e através dela todas as grandes minorias que desde sempre e tantas vezes (mesmo incógnitas, a esmagadora maioria) tem salvo o Mundo:
Margarida Tengarrinha (política, professora e escritora) nascida em 7 de maio de 1928 (ainda bem vivinha nos seus 92 anos de idade) em Portimão (hoje vivendo na Praia da Rocha).
Analisando de longe a sua vida e sabendo-a oriunda da classe média/alta do Algarve como tal, podendo seguir o caminho (certamente mais agradável) que lhe estava (em princípio) destinado (numa província algarvia periférica, salvo o recurso á agricultura/pescas e então votada ao abandono),
Tipografias Clandestinas do PCP
Optando pela luta contra a ditadura e obrigando-se (até pela ação da PIDE) à clandestinidade ─ tal como o seu companheiro o pintor/artista plástico e dirigente do PCP José Dias Coelho, assassinado pela PIDE em dezembro de 1961 e posteriormente imortalizado por Zeca Afonso, na sua música “A Morte Saiu à Rua” ─ e certamente nunca se esquecendo das memórias da sua juventude, entre elas as das manifestações locais e ocorridas na sua juventude (em Portimão) dos operários em protesto das conserveiras e da agricultura algarvia.
E na sua história político/partidária como militante (clandestina) do PCP juntando-se ainda a Maria Lamas e Maria Palla (mãe do nosso 1º Ministro António Costa) no comité (feminista) do partido, para se exilar em 1955 com o seu companheiro acabando apoiada (após o assassinato de J. D. Coelho) por Álvaro Cunhal e por dirigir o Jornal Avante.
Regressando em 1975 a Portugal e sendo uma das propulsionadoras da recordado por nunca concretizada “Reforma Agrária”, podendo ter sido uma das vias de desenvolvimento da nossa então tão atrasada agricultura (com muitos campos deixados ao abandono, pela guerra, pela emigração) mas perdendo-se no seu caminho (cruzamentos/interseções ideológicas) sob múltiplos ataques e indecisões levando à sua liquidação total pelo então Ministro da Agricultura (teórico e intelectual) António Barreto (PS).
Como escritora e até revivendo e dando-nos a usufruir uma “Vida-Rica” editando há três anos (em 2018) a sua obra (uma autobiografia) “Memórias de uma falsificadora”.
Em 2019 por altura do 25 de abril e como “uma mulher antifascista e uma combatente pela liberdade”, tendo passado por Albufeira.
(imagens: e-cultura.pt ─ wikipedia.org)
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25 de Abril ─ Covid-19 Portugal (43º dia)
“Decorridos 46 anos sobre a Revolução de Abril, recordando um dos seus ícones no presente passando praticamente despercebido (condenado pelo esquecimento) ─ o capitão Salgueiro Maia ─ tal como o serão certamente no futuro os idosos, hoje completamente abandonados (condenados pelo covid-19) ─ os nossos egrégios avós.”
25 de abril de 1974
Salgueiro Maia no cerco ao Quartel do Carmo
No dia da comemoração do 46º aniversário do 25 de abril e em plena Pandemia provocada pelo vírus SARS-CoV-2 (e servindo-nos dos dados fornecidos pela DGS) duas boas notícias (mesmo que relativas), a descida do número de vítimas mortais registadas de ontem para hoje ─ 34 para 26 (-8) ─ assim como a descida de doentes em estado grave/crítico ─ 188 pqra 186 (-2). Ao mesmo tempo num total de 23.392 contaminados (a amostra), registando-se 880 óbitos (taxa de mortalidade provisória = 3,8%) e 1.277 recuperados (taxa de recuperação provisória = 5,5%). E no Resto do Mundo com as taxas de mortalidade e de recuperação (provisórias) a estarem respetivamente nos 6,9% e 28,5%.
Covid-19
A 25 de abril de 2020
E num dia em que os concelhos de Lisboa (1.346), de Vila Nova de Gaia (1.180) e do Porto (1.120) lideram no número de infetados (logo seguidos por Braga, com 974), em que o grupo etário mais atingido aponta para os tendo 80 anos de idade ou mais ─ mais de 67% do total de vítimas mortais (e se alargarmos aos com 70 ou mais, ultrapassando os 87%) ─ e em que a região Norte atinge os 502 óbitos (mais de metade de todo o país, 57%), sendo conveniente de recordar termos (no mínimo) mais uma semana de “fechados em casa” a respeitar, isto se quisermos no início de maio entrar na fase de “desconfinamento” e aí tentarmos ressuscitar: nem que seja para uma nova vida (pois mais valendo do que estar morto), esperando que não para morrermos de fome.
(imagem: pinterest.pt)
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Numa Visão InSight o 25 de Abril de 2019 em Marte
“Um planeta (Marte) na sua forma e na sua base (de cenário)
Em tudo semelhante ao nosso (Terra),
Mas há muito tendo perdido
O seu Maior Organismo Vivo
A sua PELE.”
Nascer-do-Sol
(cor-crua)
Nascer-do-Sol
(cor corrigida)
Coincidindo com a fase final da mudança de regime (Fascismo → Democracia) levando ao golpe de estado ocorrido com a Revolução dos Cravos (um dos símbolos do 25 de Abril) – tendo como ponto definitivo de inversão política a passagem de 24 para 25 de Abril de 1974 (já os norte-americanos tinham abandonado a LUA e o Programa APOLLO há ano e meio) – talvez por sermos um povo que para sobreviver teve sempre que recorrer ao risco e à Aventura (tendo a dupla vantagem de poder recorrer a vias de fuga como a terrestre e a marítima) num facto ampla e globalmente reconhecido com a Aventura Extraordinária Portuguesa da Era dos Descobrimentos (séc. XV/XVI) – com Portugal sobretudo entre 1415/1543 a poder ser considerado (tal com atualmente os EUA, a Rússia e a China) como uma das Grandes Potências Mundiais – por algum acaso, coincidência ou intervenção Divina ou até mesmo como Homenagem à nossa Odisseia de Aventura & Descoberta (no presente e depois da Conquista dos Oceanos, seguindo-se a Conquista do Espaço), eis que de um Mundo Alienígena (Exterior à Terra) localizado a uns 60 milhões de Km de distância (neste mês de 2019) nos chegam imagens da nossa estrela (o Sol) na noite da comemoração do início da nossa Revolução: com os seus raios solares passando por nós (na Terra passados 500 segundos), atravessando a escuridão do Espaço por milhões de Km e passados uns escassos 760 segundos, chocando com este Mundo – Marte − e agora (vindo da sua parte ou então de um intermediário) dando-nos resposta (sendo aqui o intermediário as câmaras da sonda InSight).
Pôr-do-Sol
(cor-crua)
Pôr-do-Sol
(cor corrigida)
Prosseguindo na Grande Aventura do Homem antes com a Conquista dos Oceanos agora com a Conquista do Espaço (podendo-se afirmar ter-se iniciado em 1926 com o lançamento nos EUA do primeiro foguetão sob direção do norte-americano Robert Hutchings Goddard) – e pelo meio não se deixando de ficar perplexo como uma espécie necessitando de se movimentar (para sobreviver como qualquer organismo vivo e dinâmico) iniciada uma (sua) nova fase evolutiva e essencial face à evolução externa (de modo a se dar um novo Salto), repentinamente e sem justificação (válida/credível que não o dinheiro) abandona os seus desígnios e como que regride (entrando em hibernação ou coma induzido) tanto no Tempo como no Espaço (depois de 48 anos de luta sucedendo-se 45 anos de quase nada) “deixando-se a Lua para trás” − com a NASA a presentar-nos (e logo a nós Portugueses nesta data tão festiva) com imagens vindas de Marte e apontando deliberadamente para o Sol: apresentando-nos logo na precisa altura do 24/25 de Abril comemorativo de um 1ª Dia de Liberdade (passado há quase meio-século) um nascer-do-Sol e um pôr-do-Sol não como visto da Terra (onde nos encontramos) mas como visto de Marte (onde nos poderemos vir a encontrar no futuro − esperemos que muito próximo – apesar de já terem saltado/na previsão dos 2020 para os 2040).
Nuvens
(cor-crua)
Nuvens
(cor corrigida)
Pia 23201 e PIA 23202 uma dando-nos a usufruir um nascer-do-sol o outro (vendo a “sua” estrela “partir”) um pôr-do-sol (como o poderá ter visto um hipotético marciano) – e adicionalmente como bônus confirmando a existência de atmosfera (em Marte como na Terra, mais rarefeita ou mais concentrada) uma amostra do céu não limpo mas com nuvens, PIA 23180. Numa visão InSight (Interior Exploration using Seismic Investigations, Geodesy and Heat Transport) – sonda norte-americana enviada para Marte e aí aterrando para estudar entre outros aspetos (à superfície deste planeta) fenómenos como os sismológicos e os de transferências de calor – e tendo-a como intermediária entre O Outro Mundo e o Nosso. Entretanto para contrariar a nossa felicidade (de modo a ser, nem que temporariamente e apenas na nossa Imaginação, a mais plena possível) e confundir-nos um pouco mais (sabendo como sabemos, que nem tudo o que vemos é) − com os originais depois de “tratados” a serem editados pela NASA – com os responsáveis (do JPL-Caltech) a mostrar-nos o planeta MARTE (alternativamente o Planeta Vermelho) segundo o RAW (cores captadas) e segundo ELES (cores corrigidas), talvez nenhum deles nos disponibilizando o verdadeiro colorido de Marte. Senão vejamos:
Em PIA 23201 (Sunrise on Mars) com o registo a ser efetuado a 24 de Abril de 2019 pelas 05:30 locais, no 145º dia marciano de estadia da Insight no planeta;
Em PIA 23202 (Sunset on Mars) com o registo a ser efetuado já a 25 de Abril de 2019 pelas 18:30 locais, ainda no decorrer do 145º dia de estadia;
Em PIA 23180 (Clouds on Mars) com este último registo a ser feito simultaneamente ao anterior.
Mostrando-nos que sendo NOSSO, o SOL também o é de Todos, tal e qual como o 25 de Abril, Marte e todo o Universo. E para tal bastando querê-Lo (o hoje Impossível, mas com hipóteses Infinitas).
(imagens: photojournal.jpl.nasa.gov)
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O Maio de 68 já foi há 50 anos
Com a Guerra do Vietname e o Maio de 1968 em Paris a terem uma forte influência nos processos de descolonização ‒ tendo como consequência (entre outros) a Revolução do 25 de Abril (de 1974 em Portugal).
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Guerra do Vietname
Execução sumária nas ruas de Saigão/imagem 1 e fuga de Kim Phuc/imagem 2
(a criança de 9 anos nua ao centro da imagem da direita, que devido às queimaduras no seu corpo as enfermeiras diziam não iria sobreviver, no entanto hoje com 55 anos de idade e mãe)
‒ Atual Embaixadora da UNESCO ‒
Da sua aldeia bombardeada (com napalm) e incendiada
Quando em MAIO de 1968 e no decorrer da GUERRA do VIETNAME (1955/1975) ‒ no início do período da Vietnamização do território, ou seja, coincidindo com a retirada das tropas norte-americanas (instaladas no terreno) e substituindo-as por soldados sul-coreanos ‒ uma Manifestação Estudantil de Universitários de Paris (com origem em 2 de Maio na Universidade de Nanterre), levou a uma Greve Geral (a 13 de Maio com 9 milhões de grevistas), à paralisação total de um país (a França), ao caos geral social e no decorrer do processo (obrigando o Presidente De Gaulle) à convocação de eleições (antecipadas) ‒ terminando todo este processo (com promessas de aumentos e progressiva desmobilização) com as eleições de Junho e a derrota dos Estudantes (e do Movimento) ‒ o que aí emergia era a Revolta de uma Geração (não só Nacional mas pelo seu apoio e participação e Internacional) que via na preservação da Liberdade e na defesa dos Direitos Humanos o seu objetivo Fundamental, face ao que então se passava no Mundo (23 anos após o fim da II Guerra Mundial) não só no Vietname como noutros lugares do Globo Terrestre (abrangidos pela Guerra Fria) sugerindo um regresso ao passado (gradual e cíclico) replicando situações já bem conhecidas (nas causas e nas consequências esmagadoramente negativas, mesmo que para uma minoria ‒ os “Adeptos da Guerra” ‒ extremamente lucrativas).
Com os nascidos nos anos 50 e em meados dos anos 60 (década iniciada em 1960) sendo ainda jovens curiosos e aventureiros em formação (bastante recetíveis) num Tempo Ideológico acelerado e num Espaço ilimitado (ou não fosse Tempo Dinheiro e com a Morte ainda impercetível), depois de anos de sonhos e de explosão (de ideias) com um único objetivo (comum) a cumprir o da construção dum Mundo Perfeito ‒ onde Máquinas substituíssem o Homem nos seus Deveres quotidianos, reservando aos Humanos o usufruto do Tempo para o cumprimento dos seus Direitos de Vida ‒ e do descalabro do mesmo (o Fim da Esperança Interna), virando-se para o Tempo da Ciência e ficando a olhar para a Lua (para o exterior do nosso ecossistema): juntamente com as naves APOLLO (em 1969 e em direto na TV tocando a superfície da Lua).
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Manifestações de Maio de 68 (1) e Festival de Woodstock de 1969 (2)
Desfile de 13 de Maio de 1968 em Paris integrando estudantes e trabalhadores
(greve geral)
E Festival de Música de Woodstock realizado durante 3 dias de Agosto
(no estado de Nova Iorque)
C/Santana, Canned Heat, Ten Years After, Jimi Hendrix, entre tantas outras lendas
E já no ano seguinte (de 1969) derrotado o Movimento (de 1968 em Paris, na França e na Europa), transportando-se inconscientemente (ou então por simples contágio) as bases para o continente Americano e de novo com o Vietname ‒ com a realização do Festival de WOODSTOCK em Agosto de 1969 (na fazenda de Max Yasgur, cidade de Bethel, estado de Nova Iorque). Mais tarde com um penso rápido aplicado em Julho de 1985 (de apoio às vítimas da fome da Etiópia) com a realização do conhecido (e mundialmente transmitido) concerto rock LIVE AID, enquanto aos portugueses e inesperadamente saía a Sorte Grande (em 25 de Abril de 1974, mas rápida e infelizmente com a verdadeira Festa Popular a acabar). Restando-nos questionar hoje quantas Etiópias terão surgido (entretanto e incluindo as ativas no presente) ‒ no Mundo atual a caminho de 1000 milhões de pessoas a passar fome ‒ e quantas estarão a caminho ou em preparação. E assim passados 50 anos sobre os acontecimentos de Maio de 68 em França (com o jovem de 15 anos de então a ter hoje 65 anos) sendo completamente incompreensível a atual situação socioeconómica no Mundo (sobretudo a total falta de igualdade e a proliferação de guerras brutais, mortes e doenças) assim como a identidade do Homem que o dirige: um milionário do género masculino explorador do ramo do Imobiliário, de Jogos & Casinos e da Indústria do Sexo (conhecedor do poder do dinheiro especialmente se armado) natural de Nova Iorque e de nome Donald Trump.
No dia de hoje (no calendário semanal terça-feira considerado dia útil) em finais de Maio de 2018 (a um mês da chegada da monotonia selvática do Verão) e habitando na ponta sudoeste da Península Ibérica (em Albufeira autoproclamada capital turística do Algarve), já nem para o Céu se olhando, quanto mais para a Lua sempre presente, e no entanto abandonada: só se desejando um filho, muitos carros e casas, mas sobretudo dinheiro sinónimo de abundância (concentrada) e poder (além de tóxico e aditivo, terrestre e material e como tal estático e mortal).
(imagens/dados da legenda: worldpressphoto.org ‒ ladepeche.fr/AFP e WEB)
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A Ponte para a Outra Margem
Apesar das anomalias e fissuras detetadas na ponte (25 de Abril/Tejo/Lisboa) há já pelo menos oito anos, segundo os técnicos responsáveis pela sua manutenção (pelo menos enquanto não foi desvendado o Segredo) mantendo-se firme e hirta. Mas pelos vistos precisando de obras (descoberta feita momentos antes da revelação do Segredo) para se manter por mais uns anos ereta.
Confuso não? Ou (mão de) artista português?
Cristo-Rei e Ponte 25 de Abril
(sobressaindo o rio Tejo e na outra margem Lisboa)
Com mais ou menos rachadelas descobertas há mais ou menos anos, a realidade é que a Ponte 25 de Abril continua a cumprir a sua obrigação, não se tendo notícia até hoje de algum incidente grave (a nível de construção) que aí tenha alguma vez ocorrido,
‒ É certo que com algumas obras entretanto aí realizadas (originando interrupções temporárias na circulação) mas como simples trabalhos necessários e/ou programados de manutenção: uma ponte rodoviária inaugurada há 51 anos (confirmado), sendo-lhe posteriormente adicionada uma via ferroviária há 18 anos (confirmado) e que pelos vistos há já 8 anos (não confirmado podendo obviamente ser maior o período de tempo em causa) apresenta fissuras e outras anomalias na sua estrutura ‒
Para já mantidas tranquilas (ou seja sem qualquer tipo de intervenção técnica), não fosse o “Diabo tecê-las” (implicando gastos não previstos e podendo colocar em pânico os seus utilizadores).
E se esta ponte com meio século de vida e com um novo tabuleiro (ferroviário) até hoje ainda não caiu, não será por se falar dela que tal sucederá e alguém morrerá: com o mesmo a ser assegurado certamente pelo mesmo Chefe responsável que nada disse e que nada fez e que no entanto e do alto da sua poltrona (evidentemente de excecionalidade) apresentou como prova irrefutável da sua sabedoria e certeza a imagem da mesma (ponte) ainda de pé.
E assim com os utilizadores da Ponte a poderem ficar descansados (a ponte foi construída há 51 anos, foi aumentada há 18 anos e só apresenta anomalias há 8) ‒ evitando-se assim o alarme social só porque um documento secreto sobre a ponte (só acessível a um número restrito de eruditos) foi revelado (aos leigos) ‒ já que resolvido o mistério (fissura sim, fissura não) vai-se finalmente dar o milagre (o arranque das reparações):
Mas como um Mal nunca vem só com o primeiro a oferecer-se para pagar os 20 milhões para as obras na ponte (25 de Abril) nesta Parceria Público-Privada (o estado oferece as instalações e o privado instala-se e explora-a), a ser como sempre o Estado (nós os contribuintes) com os Privados calados e por trás a agradecer e a receber.
Entretanto com o utilizador a virar-se para o Cristo-Rei (rezando) como uma garantia adicional (mesmo que espiritual) ‒ com a Ponte a transformar-se num novo Ópio do Povo (a única forma rápida e viável de atingir a tão desejada e necessária Outra Margem).
(imagem: portugalresident.com)
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25 de ABRIL – Já lá vão 42 anos
“A libertação deu-se já à noite, e à luz dos archotes, os presos levados em triunfo, os cantos revolucionários, o entusiasmo da imensa multidão que se juntara desde a véspera constituiu um espectáculo de beleza rara e duma emoção que ainda hoje me comove, me inebria e me faz sentir feliz, por ter cumprido, como português e como homem, tudo o que me foi possível e me foi pedido para libertar Portugal.” (Francisco Sousa Tavares – Aquando da libertação dos presos políticos da prisão de Caxias – sábado.pt)
Comemoração do 1ºAniversário do 25 de Abril de 1974
(José Vilhena)
Há 42 anos num golpe de estado levado a cabo pela ala militar no poder, Portugal deixou finalmente para trás o que restava do chamado ESTADO NOVO: no dia 25 de Abril de 1974 já depois do desaparecimento de António de Oliveira Salazar e com Marcelo Caetano no poder, deu-se a chamada REVOLUÇÃO de ABRIL e a chegada do regime democrático.
Mesmo apanhado de surpresa o POVO reagiu de imediato e fundamentando-se nas suas razões (que não eram poucas, como o do envio dos seus filhos para a morte na Guerra Colonial) apoiou desde as primeiras horas o golpe, incentivou-o até à exaustão e aos poucos tentou ingenuamente assenhorear-se dele.
Estando ainda na memória de muitos a operação militar levada a cabo por SALGUEIRO MAIA no cerco ao Quartel do Carmo, onde no meio de uma enorme multidão entusiasmada e que assistia a este acontecimento único e marcante na cronologia do golpe, Marcelo Caetano (aí refugiado) se rendeu, com ele ruindo o que ainda restava da herança do SALAZARISMO.
Quarenta e oito anos após o golpe de 28 de Maio de 1926 que consagraria mais tarde a Constituição de 1933 e introduziria o regime do infelizmente célebre ESTADO NOVO, Portugal virava finalmente a última página da sua História tentando encaminhar-se finalmente na direção de um regime DEMOCRÁTICO.
É certo que estes momentos duraram apenas uns poucos dias, já que pouco tempo depois da concretização do golpe a esmagadora maioria dos políticos (de todos os quadrantes) trataram logo de controlar o povo, manipulando-o e começando-o a dividir em pequenos grupos. No entanto nunca fazendo esquecer o ponto alto destas grandes manifestações populares que se realizaram após o fim do ANTIGO REGIME, o 1º de MAIO DE 1974.
Hoje e de ontem pouco resta – a não ser uma noção cada vez mais estreita e estranha de democracia – o que inevitavelmente e num prazo ainda mais curto do que pensaríamos nos reconduzirá de novo para os tempos difíceis e sem liberdade já previamente vividos pelos nossos antepassados, sem esperança e sem futuro. E nesse sentido não é Portugal que necessita de uma revolução mas todo o Mundo em extensão e compreensão (para deixarmos de ter dúvidas).
Os livros como objeto de censura no período do Estado Novo
(Aquilino Ribeiro)
Antes do 25 de Abril de 1974 era assim:
CENSURA – RELATÓRIO Nº 6282 (7 DE FEVEREIRO DE 1959)
RELATIVO A “QUANDO OS LOBOS UIVAM” DE AQUILINO RIBEIRO
(blogue Ephemera – Biblioteca e Arquivo de José Pacheco Pereira)
«O autor intitula este livro de romance, mas com mais propriedade deveria chamar-lhe de romance panfletário, porque todo ele foi arquitectado para fazer um odioso ataque à actual situação política.
Escrito numa prosa viril, classifica o governo de "piratas" e descreve várias Autoridades, Funcionários, Polícia, Guarda Republicana e Tribunais em termos indignos e insultuosos.
Um interrogatório num posto da G.N.R. e uma audiência dum Tribunal Plenário, são focados de uma forma infamantes.
São desnecessárias mais citações, porque basta folhear o livro, encontra-se logo matéria censurável em profusão.
É evidente que, se o original tivesse sido submetido a censura prévia, não teria sido autorizado, porque é, talvez, a obra de maior ataque político que ultimamente tenho lido.
Sucede, porém, estou disso certo, que já devem ter sido vendidos muitas centenas de exemplares, e muitos outros também, já devem ter passado a fronteira, por isso, deixo ao esclarecido critério de V. Exa., decidir se nesta altura, será de boa política mandar apreender o livro, fazendo-lhe (...)»
Com base no relatório, lê-se, foram tomas das seguintes decisões:
1) Não autorizada a reedição;
2) Não permitidas críticas em imprensa;
3) Apreender os poucos exemplares que, possivelmente, existam (...)
(texto final/itálico: quandooslobosuivam.blogs.sapo.pt – imagem: José Vilhena/Gaiola Aberta e Livraria Bertrand/bertrand.pt)