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O Homem e a sua insaciável necessidade de Progresso

Terça-feira, 30.11.21

Naquilo que poderia representar o resultado de um Evento Apocalíptico, provocado por uma intervenção externa ─ por exemplo o impacto com um asteroide ─ ou por intervenção interna ─ por exemplo a explosão de uma bomba nuclear ─ o retrato de um território abandonado, não por nenhum dos motivos anteriores, apenas em nome do desenvolvimento e do progresso.

“Aceredo, a aldeia galega "sepultada" que emergiu agora no Rio Lima. Aldeia foi submersa em 1992 para a construção do projeto da barragem hidroelétrica do Alto Lindoso.”

(noticiasaominuto.com)

Screenshot 2021-11-29 at 23-27-01 (Imagem WEBP, 21

Aldeia de Aceredo

(Ourense/Espanha)

 

Pelas imagens que nos surgem periodicamente, esta última (retratada na imagem acima) sendo uma das mais recentes, verificando-se para os locais as virtudes saídas deste projeto (hidroelétrico), proporcionando-nos para além de uma paisagem desoladora, a visualização de um território antes ocupado, agora entregue aos seus fantasmas.

Um território espanhol submerso há 29 anos (em 1992), submetendo-se aí totalmente (a aldeia galega de Aceredo) à passagem das águas do Rio Lima ─ ficando a partir daí (tudo) debaixo delas ─ apagada do mapa de Espanha (memórias, cultura, construções) a pedido do território vizinho fazendo com ele fronteira e partilhando o rio ─ Portugal.

“À medida que as águas recuaram, os contornos dos terrenos agrícolas reapareceram, assim como estradas e caminhos. Entre as ruínas de antigas casas e outras construções, estão carros abandonados, bens pessoais e até garrafas.”

(viagens.sapo.pt)

Screenshot 2021-11-29 at 23-45-34 (Imagem WEBP, 21Screenshot 2021-11-29 at 23-45-59 (Imagem WEBP, 21

Fonte de água e forno de lenha

(um presente/outro memória)

 

Querendo mais à frente construir uma barragem hidroelétrica (Alto Lindoso) para usufruto (por vezes relativo) de muitos (portugueses) e a perda irreparável (estando lá, mas não estando) de “poucos” (espanhóis): de vez em quando e sempre que o nível das águas o permite, com o povo visitando o cemitério, as suas antigas casas e tudo aquilo o que a aldeia era (e ainda nos revela).

Como sempre, questionando-nos sobre a oportunidade de tal empreendimento ─ ou seja (como deveríamos proceder sempre, que se colocam vidas em causa) se seria mesmo necessário apagar uma aldeia e os seus habitantes ─ em função até das virtudes de eficácia financeira da barragem, o mais certo no futuro ficando cada vez mais (os dados globais assim o indicam) com menos água.

(dados: noticiasaominuto.com/sapo.pt ─ imagens: Miguel Riopa/AFP/viagens.sapo.pt)

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publicado por Produções Anormais - Albufeira às 01:27