Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]


Albufeira vista do Espaço

Sexta-feira, 18.10.13

Ficheiros Secretos – Albufeira

Encontros c/ Efeitos Especiais

 

Primeiro Encontro

Amantes do Universo 1/2


Existem muitas formas de despertar

 

Primeiro Despertar

 

Na suite do último andar dum aparthotel situado nas proximidades do novo centro da cidade de Albufeira, um turista ocasional inglês aleatoriamente denominado como Philips, começava lentamente a acordar duma noite intensa de consumo incontrolado de álcool e de drogas. Deitado de lado e virado para a varanda, o turista ainda conseguiu vislumbrar alguns raios de luz que atravessavam o espaço deixado livre entre a junção das duas cortinas, o que mesmo ainda não completamente desperto e mal abrindo os olhos, só poderia significar que já era de dia. Arrastando-se um pouco em cima da cama, até ficar junto da mesinha de cabeceira – puxando um pouco o lençol, que parecia encontrar-se preso – virou o relógio prontamente para si, reparando um pouco surpreso que já era quase meio-dia. O corpo doía-lhe um pouco devido ao esforço do dia anterior, enquanto que a cabeça parecia querer rebentar, tal era a ressaca de tudo o que metera para dentro. Ainda mergulhado na penumbra do quarto levantou-se da cama e dirigiu-se para a casa de banho, deixando cair pelo caminho atrás de si o pijama e colocando-se no interior da cabine onde se encontrava o duche com hidromassagem: a água quente fê-lo recuperar um pouco, acabando por se deixar ficar por ali durante uns largos minutos – até ao momento em que o duche se transformara numa verdadeira sauna. Ao espelho as grandes olheiras que apresentava até o assustaram, fazendo com que acelera-se os seus procedimentos higiénicos e saísse da casa de banho: tinha que se apressar muito mais, pois lembrara-se que no início da noite anterior – enquanto ainda estava lúcido – combinara um encontro prometedor com uma jovem chamada Tina, uma bela equilibrista moldava pertencente a um circo internacional, nessa altura em actuação num parque da cidade. O encontro estava marcado para o meio-dia no bar do aparthotel.


Os Encontros Imediatos podem ser violentos

 

Encontro Imediato

 

Já no quarto Philips correu as cortinas que encobriam a porta da varanda, tendo logo que fechar os olhos: a luz era de tal maneira intensa que o choque repentino o deixou meio atordoado e a cambalear, levando-o a apoiar-se com o seu corpo na parede lateral, ao mesmo tempo que repunha um dos lados dessas mesmas cortinas. Teve então que se virar de costas para a luz e mais adaptado à nova luminosidade que invadia o quarto, deslocou-se imediatamente em direcção à cama. Ainda meio desequilibrado e confuso pelo choque de luz há pouco sofrido, sentou-se na beira da cama e apoiando-se no braço esquerdo deixou-se cair sobre o travesseiro da mesma: mas algo de imprevisto que se encontrava debaixo do lençol fizera deslocar a base de apoio do seu cotovelo, fazendo-o cair e rodar lateralmente sobre a cama, num movimento só interrompido pelo choque imediato com um alto que se salientava em extensão ao longo do comprimento do colchão. Surpreso e curioso com a situação que vivia, o turista inglês de férias no Algarve – sem nenhuma pretensão suplementar senão aproveitar todo o seu tempo de ócio, sem regras nem limites – sentou-se de imediato, acendeu o candeeiro, esfregou os olhos para ver mais claramente e sem hesitar ou perder mais tempo levantou o lençol e espreitou para o que estava debaixo: ao seu lado encontrava-se um corpo feminino completamente nu, respirando suavemente enquanto dormia, muito belo e de formas perfeitas, mas decididamente de Outro Mundo. Num salto afastou-se da cama, esfregou os olhos mais uma vez correndo a outra metade do cortinado, deixando-se então ficar especado e por breves momentos, a olhar para aquele corpo estranho com quem partilhara o seu leito. Um arrepio enorme percorreu toda a sua espinha.


As primeiras decisões podem ter carácter irrevogável

 

Primeira Decisão

 

Philips ia olhando atentamente pelo canto do olho o corpo que se estendia sobre a sua cama, enquanto se vestia com uma t-shirt e uns calções, calçando de seguida as suas sapatilhas, enquanto ia procurando as suas chaves e a carteira. Encontradas as chaves do apartamento moveu-se o mais silenciosamente possível em direcção à porta, abriu-a com imenso cuidado para não fazer nenhum barulho e dando um último relance para o interior para verificar se o corpo continuava adormecido e parado, fechou a porta e dirigiu-se para o elevador. Saindo no rés-do-chão do aparthotel dirigiu-se inicialmente para a zona do bar para verificar se a sua amiga colorida já tinha chegado e se já estaria à sua espera: afinal de contas já estava atrasado mais de meia hora e nunca gostara de se fazer esperar. Não a encontrou no local combinado nem na zona exterior onde se encontrava o bar anexo à piscina, pelo que se dirigiu ao funcionário que lá se encontrava e o questionou sobre se alguém tinha perguntado por ele. A sua resposta foi negativa mesmo descrevendo detalhadamente o atraente corpo da bela artista circense e indicando a sua nacionalidade moldava. Conformado com as consequências do seu atraso e com o respectivo falhanço do encontro com a esbelta equilibrista, o turista inglês dirigiu-se de seguida para o balcão da recepção, fortemente decidido a expor aos responsáveis desta unidade hoteleira de cinco estrelas o que de estranho e bizarro estava a ocorrer no seu apartamento. Alguns minutos passados chegou um dos directores que muito educadamente o cumprimentou e se prontificou diligentemente a procurar desde logo uma solução para o problema do seu hóspede. De início o turista inglês nem sabia como começar a conversa, pois a sua história era tão estranha e improvável que ainda poderiam pensar que era maluco ou que estaria ainda sob os efeitos embriagantes da noite anterior; por esse motivo decidiu apenas contar ao responsável presente que ao acordar descobrira ao seu lado uma mulher deitada na sua cama, mulher essa que nunca antes vira viva ou morta e que para além mais não fora ele que introduzira no quarto. O director do aparthotel apanhado de surpresa com a reclamação feita oral e presencialmente pelo reclamante – até por ser contrária à maioria das opções escolhidas por certos clientes solitários e que tinham vivido situações semelhantes (optando em seu benefício, pelo aproveitamento do momento) – ainda hesitou no que fazer, mas para evitar mais demoras e outras possíveis confusões que daí poderiam advir, lá decidiu acompanhar o seu hóspede até ao quarto respectivo e ver pessoalmente o que na realidade se passava.


Os primeiros a chegar, chegam a lado nenhum

 

Primeira Sessão Intermédia

 

Chegaram à porta do apartamento quando algumas auxiliares de limpeza ainda se deslocavam para o refeitório aproveitando a sua hora de almoço. Questionadas pelo seu director, todas garantiram não terem encontrado ninguém nos apartamentos já disponíveis para limpeza e arrumação, nem mesmo se terem cruzado com alguém – homem, mulher ou mesmo criança – nos corredores deste ou doutros andares do edifício. Pedindo silêncio o turista inglês introduziu a chave na fechadura da sua porta, acabando por correr completamente o ferrolho e por a abrir muito lentamente e com o mínimo ruído possível: completamente iluminado pelos raios de Sol que se introduziam pela varanda, o quarto encontrava-se deserto sem que se notasse a presença de nenhuma mulher ou dalguma coisa que provasse que alguém para lá do hóspede tivesse por lá ter passado. A própria cama encontrava-se vazia, com metade da mesma mais preservada e arrumada que a outra, como se só uma pessoa lá se tivesse deitado e repousado. Philips é que não aceitou de ânimo leve o cenário exposto diante de si, reforçando diante do director hoteleira tudo aquilo dissera anteriormente e que se a mulher já ali não se encontrava é porque esta tinha saído sem que ninguém o notasse entre o momento que descera no elevador e o momento em que voltara a sair do mesmo. Um pouco aborrecido e admirado com a insistência do turista inglês, o director ali presente não viu outra solução senão convidá-lo a visionar as câmaras de vigilância existentes e espalhadas por toda a área associada ao empreendimento, como forma de esclarecer satisfatoriamente os factos ocorridos e satisfazer o cliente. Até porque tudo isto era tudo muito estranho: como poderia alguém ter saído e entrada sem chave e sem se fazer notar no apartamento, se ele continuava fechado à sua chegada, o mesmo acontecendo com todas as janelas e portas no seu interior – só se o homem ou mulher atravessassem paredes ou fossem capazes de voar. Utilizando agora o elevador de serviço deslocaram-se para o gabinete de segurança do empreendimento (situado na cave), aí solicitando ao operador de gravação imagens da noite anterior referentes aquela zona do edifício. O visionamento incidiu na zona que ia desde o hall principal de entrada até à porta do seu apartamento, incluindo nessa análise todas as câmaras disponíveis existentes na totalidade desse percurso. Rapidamente encontraram a parte da gravação em que Philips chegava de táxi à porta do empreendimento, saindo dele acompanhado.


O imaginário faz parte da realidade – e o contrário também é verdade

 

Segunda Sessão Intermédia

 

A definição das câmaras exteriores de vigilância não era das melhores, pelo que era difícil obter uma identificação segura das pessoas que chegavam ao exterior do edifício. No entanto no interior e dada a melhoria da iluminação disponível, já era mais clara a definição anatómica da pessoa e mesmo a sua identificação através do seu rosto. Foi assim que ao ver as primeiras imagens obtidas no hall, Philips pode verificar para sua grande admiração que regressara acompanhado ao aparthotel e que ao seu lado vinha a bela moldava Tina, a mesma mulher que conhecera nessa noite: as imagens confirmavam a perfeição do seu corpo esbelto e brilhante e os seus movimentos certos e cadenciados só demonstravam estarem plenamente sintonizados com a sua performance muscular, o que lhe dava um ar de Diva e uma aparência extremamente sensual e provocantemente apelativa. Talvez tivesse sido esse facto que suscitara durante o visionamento desta parte das gravações uma rápida troca de impressões entre o director e o operador, que sorrindo entre eles ainda olharam de soslaio para o turista inglês, como se ele estivesse implicado num caso que tanto podia ser bom como mau, mas em que ele certamente interviera estando agora em acto inconsciente de negação. Mas a gravação continuava, com as duas personagens dirigindo-se aparentemente sóbrios e conscientes em direcção ao bar, que dada a hora adiantada já se encontrava há muito encerrado: segundo as indicações registadas na gravação, Já passava das três horas da madrugada. Fechado o acesso ao bar restava-lhes a discoteca do empreendimento, para onde se dirigiram de imediato, instalando-se confortavelmente à volta duma mesa numa zona de sombra ao lado da pista de dança, que lhes permitia permanecer sozinhos e com liberdade total de movimentos e interacções, sem que ninguém se intrometesse ou os perturbasse. Sendo essa a razão porque a gravação saltava do bar da discoteca para o momento em que já se dirigiam para o quarto: já inebriados pelos vapores do álcool introduzidos no corpo de Philips e da sua companheira Tina, as imagens mostravam agora dois personagens de aspecto bizarro e denotando um estado de toxicidade elevada, caminhando aos esses e com um deles apoiado sobre o ombro do outro – e sustentados para não caírem pela parede lateral – até chegarem a uma porta do corredor marcada com o número 115, que muito dificilmente abriram e pela qual se introduziram, não sem que antes tivessem entretido mais uma vez o director e o operador, que mais uma vez dialogaram e sorriram entre si, dirigindo posteriormente os olhares para ele. Antes de entrarem já se notava a sua forte erecção e a excitação induzida pelo corpo da mulher era tal, que mesmo antes de transporem a porta, já estavam meios nus e prontos a possuírem-se. Esta primeira sequência de imagens terminava quando a porta se fechava. Outra sequência de imagens vinha no entanto a caminho e aí o turista ocasional só teve mesmo que as engolir e envergonhar-se até não poder mais: ao mesmo tempo que câmaras exteriores apontadas para as varandas do aparthotel registavam uma cena de sexo extremo e profundo praticado por duas pessoas completamente nuas e perigosamente debruçadas sobre as grades protectoras da mesma – a mulher estava estendida sobre as grades com a cabeça suspensa sobre o abismo, enquanto o homem a penetrava pela frente com movimentos violentos e penetrantes – o director ia-lhe confidenciando que as imagens teriam origem no seu apartamento, como registo cronológico e fiel do dia anterior e certamente contando com a presença do cliente hospedado nesse mesmo apartamento – ou seja ele. Além do mais – e chamando a sorrir duma forma compreensiva e de aceitação o turista inglês, para o isolamento e confidencialidade do seu gabinete particular – existia o caso das queixas apresentadas nessa mesma noite pelos seus vizinhos de andar, denunciando o excessivo ruído vindo do seu apartamento nessa mesma noite por volta das cinco horas da manhã e que os deixara extremamente chateados e preocupados, não só por não conseguirem dormir com o barulho excessivo que chegava até eles como também pelos estranhos e persistentes gemidos que dali vinham, de tal maneira fortes que por vezes até pareciam que vinham do exterior. Só passada mais de meia hora é que tudo voltara ao silêncio inicial. Pediu desculpa e envergonhado deu uma curta e esfarrapada explicação: deu as boas noites e cabisbaixo dirigiu-se para o seu apartamento. Algo de estranho se estava a passar com o turista inglês e a origem só podia estar na mulher: o que ele na realidade vira fora um corpo feminino mas nunca humano e o que a gravação lhe mostrara fora uma mulher bem humana e extremamente atractiva.

 

(imagens – Web)

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado por Produções Anormais - Albufeira às 00:19

A Lua

Terça-feira, 29.05.12

A Lua hoje há noite estava muito linda no céu, redonda e projetando-se sob o tremendo poder do Sol, na Terra que um dia idilicamente ela amou. A luz projetava-se diretamente no espaço, iluminando todos os cantos espalhados em seu redor. Tudo estava precisamente no seu lugar e mesmo os raios usurpadores vindos da Lua, usavam a sua força como medida preventiva.

 

A nossa Lua numa das fases da nossa vida

 

Se um dia olhares o céu e vires a Lua por cima de ti, podes ter a certeza que te encontras onde te deviam encontrar e que nada do que se passa fugiu à normalidade do teu espaço-tempo. O que pode acontecer é que essa imagem, não seja o da nossa Lua. Uma criança ao olhar de noite o firmamento tremeluzindo na noite e espalhando-se em todas as direções que o seu imenso olhar avista, ainda pode vir anedoticamente a pensar que os seus pais são os responsáveis amantes pelo seu nascimento previsto. E são, Graças a Deus!

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado por Produções Anormais - Albufeira às 18:44