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Guerra na energia leva a demissão de secretário de Estado
Henrique Gomes
É a primeira saída do Governo – e logo com estrondo político. Na segunda-feira à noite, a Presidência da República anunciou que Cavaco Silva aceitou a proposta do primeiro-ministro «de exoneração, a seu pedido», de Henrique Gomes – secretário de Estado da Energia - e de nomeação hoje de Artur Trindade, até aqui presidente do regulador do sector.
Governo (há um dia):
Alega «motivos pessoais e familiares» para a saída do secretário de Estado.
Dois jornais económicos (há três semanas):
Garantem que a razão da saída se prende com a forma como Henrique Gomes estava a lidar com o dossiê das margens de lucros das elétricas: em confronto direto com as empresas, denunciando contractos «danosos» para o Estado.
Outras curiosidades:
Em Setembro Henrique Gomes quis avançar com uma subida dos preços da eletricidade na ordem dos 30%, para por fim ao défice tarifário;
Em Fevereiro o mesmo defendeu que «a EDP e a Endesa devem perder ou atenuar significativamente a sua garantia de potência» para «evitar os sobrecustos existentes»;
Poucos dias depois, Carlos Moedas sublinhou que a revisão será feita «em negociações» e por acordo com as empresas, sem imposições unilaterais;
Na semana passada o presidente da EDP, António Mexia, disse que «a questão da existência de rendas é um falso problema», negando haver ganhos excessivos da empresa, ao contrário do que o Governo e a 'troika' têm afirmado;
Atualmente a revisão das rendas na energia está a ser tratada diretamente entre o secretário de Estado-adjunto Carlos Moedas e o ministro das Finanças, devido à pressão que a troika colocou no dossiê.
(a partir de notícia do Jornal Sol)
Talvez não seja uma questão de mentiras, mas de poder!