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Eleições na Catalunha

Terça-feira, 19.12.17

[21 de Dezembro de 2017/quinta-feira]

 

Após o referendo de 1 de Outubro, da declaração de Independência em 10 de Outubro, da sua votação e aprovação em 27 de Outubro e finalmente da instituição do célebre artigo 155 ‒ retirando nesse mesmo dia (27) o Estatuto de Autonomia à Catalunha e destituindo o Governo ‒ realizam-se este dia 21 as Eleições convocadas pelo Governo de Madrid para a constituição de uma nova Assembleia Parlamentar: correndo-se o risco (face ao que já se pensava antes e agora confirmado pelas sondagens) de que o ambiente político se mantenha indefinido e com o decorrer e o arrastar da crise o problema ainda se agrave mais.

 

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Último Debate

7 Candidatos às Eleições de 21 de Dezembro de 2017 na Catalunha

(da esquerda para a direita Xavier García Albiol/PPC, Miquel Iceta/PSC, Marta Rovira/ERC, Jordi Turull/JUNTS+CAP, Inés Arrimadas/Ciutadans, Xavier Domènech/PODEM e Carles Riera/CUP)

 

No próximo dia 21 de Dezembro de 2017 (quinta-feira) realizam-se as Eleições para o Parlamento da Catalunha: marcadas pelo Governo Central de Espanha aquando da dissolução do anterior Governo Autonómico (liderado por Carlos Puigdemont) e justificada pela Declaração (unilateral e ilegal) da Independência da Catalunha (uma das regiões espanholas com Estatuto de Autonomia). E como é do conhecimento público com representantes e líderes dos partidos e outras organizações políticas que apoiavam o anterior Governo Autónomo da Catalunha (dando-lhe a necessária maioria parlamentar), a estarem mesmo que em liberdade cerceados de alguns dos seus direitos (já que associados à tentativa ilegal de separação de Espanha), outros a estarem presos (não desejando abandonar a sua terra e a sua luta, ficando e já tendo sido pronunciados) e ainda outros exilados (não desejando ser detidos por considerarem essa ação desproporcionada e por estratégia pessoal).

 

Com um total de 11 candidaturas apresentadas aos 4 círculos eleitorais da Catalunha (mas com algumas delas a não o confirmarem) ‒ círculos de Barcelona, de Gerona, de Lérida e de Tarragona ‒ e no final com 7 partidos/coligações a entrarem na corrida pela conquista do Parlamento e do próximo Governo Catalão (em princípio a tomar posse no início de 2018): sucedendo assim ao traidor e fugitivo (segundo Madrid) Carlos Puigdemont. Para já e segundo as últimas sondagens com a luta pela vitória a travar-se entre a ERC (Esquerda e pela Independência) e o Ciutadans (Centro e contra a Independência) e com as mesmas (sondagens) a apontarem para uma vitória dos Independentistas (congregando ERC, JUNTS/CAT e CUP) mas sem maioria absoluta (o que acontecia anteriormente): com a ERC a atingir os 23,0%, seguido por Ciutadans com 22,6%, do JUNTS/CAT com 17,0% e do PSC (socialistas) com 15,3% (e com o remanescente a sobrar para o PODEM/de esquerda com 7,9%, para o PPC/de direita ‒ a filial do PP e único apoiante a mais de 100% das medidas tomadas pelo Governo de Madrid ‒ com 6,1% e finalmente para a CUP com 6,25).

 

E assim com os Independentistas (ERC/CAT/CUP) a ficarem pelos 46%, com os Autonomistas/Não Independentistas (Ciutadans/PSC) a ficarem pelos 38%, com os Independentistas ou não Independentistas/Autonomistas (PODEM) a ficarem pelos 8% e finalmente com os fiéis incondicionais de Madrid (PPC, o PP da Catalunha) quedando-se pelos 6% ‒ e certamente caso se entendam (ERC/CUP/CAP com o PODEM/Podemos da Catalunha) podendo mesmo os pró-Independentistas formar (de novo) o próximo Governo (com ou sem Carlos Puigdemont incluído no JUNTSXCAT). Apresentando o estudo (média das últimas sondagens) os seguintes resultados:

 

Partido/Coligação

Eleição 2015

Resultados

(mandatos)

Eleição 2017

Sondagens

(mandatos)

Variação

(+/-)

ERC

-

(34)

-

Ciutadans

25

31

+6

JUNTS/CAP

(62)

(25)

-

PSC

16

21

+5

PODEM

11

9

-2

CUP

10

8

-2

PPC

11

7

-4

135 mandatos ‒ maioria 68

(comparando 2015 com 2017, com JUNTS/CAP a perder ‒ (-3) ‒ face a ERC+JUNTS/CAP)

 

No próprio dia 21 e encerradas as urnas ficando-se a saber o que adiantou este novo ato eleitoral. A partir daí voltando-se de novo a ouvir falar do assunto (em toda a comunicação social até na portuguesa) até hoje como que adormecido (certamente com os jornalistas temporariamente anestesiados) nas prateleiras dos média: e se entre 27 de Outubro e 21 de Dezembro era como se nada se tivesse passado (curiosamente só saindo neste período intermédio, silêncio ou notícias pró Governo) certamente que a partir desse dia (próxima quinta-feira) muito se falará apesar de o mais certo é nada ter mudado entretanto. Aí se questionando o que virá a seguir (dada a irredutibilidade dos Independentistas e de um Governo/PP que já não deveria lá estar)? Sendo o mais certo neste Mundo (podre e corrupta) da Política podermos (convictamente) afirmar, Pobres dos Espanhóis e Pobres dos Catalães! (e nunca esquecendo a nossa sorte de nos termos conseguido libertar do jugo de Espanha dando mais tarde origem a Portugal, algo na mesma altura não alcançado pela Catalunha a outra região então entrando na mesma luta mas sendo infelizmente derrotada).

                                                                                                                              

(dados: wikipedia.org e elperiodico.com ‒ imagem: Jon Nazca/Reuters)

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publicado por Produções Anormais - Albufeira às 16:32