ALBUFEIRA
Um espelho que reflecte a vida, que passa por nós num segundo (espelho)
A Grande Contagem de Pássaros
Great Backyard Bird Count begins February 12
(Deanna Conners/earthsky.org)
Grande Contagem de Aves de Jardim/Quintal
Na sua 24ª edição (anual) realiza-se este ano (online) ─ entre 12 e 15 de fevereiro ─ mais uma grande contagem de aves, tendo como responsável pela sua organização (num projeto conjunto) e entre outros, o Laboratório de Ornitologia de Cornell: um evento popular levado a cabo todos os anos (pelo público em geral), resumindo-se na sua essência a duas etapas sequenciais ─ sendo elas (1) observar e registar (no mínimo uns quinze minutos) e (2) comunicar e estudar ─ e ainda-por-cima facilmente executável (a contagem de pássaros avistados nesse período de tempo) num qualquer jardim ou quintal (acessível).
Pardal de Coroa Dourada
“During this popular community science event, people from all over the world head outdoors to count birds. Scientists use the data to track the health of bird populations.”
(Deanna Conners/earthsky.org)
Num tempo de Pandemia (Covid-19) em que o distanciamento é uma regra (até podendo ser de sobrevivência), nada melhor do que a prática de uma atividade não em recinto fechado, mas ao ar livre e mais ainda solitário (por individual e distanciado) ─ num terreno qualquer, instalando-nos a contar o número de aves (visualizadas): e desse modo contribuindo não só para um calculo (estimativa) do número total desses animais (aves) existindo em todo o mundo, como para (de uma forma direta/indireta) um melhor conhecimento da saúde dos mesmos.
Junco de Olhos Escuros
“With appropriate social distancing measures, watching birds can be a safe and pleasant activity to engage in during the Covid-19 global pandemic.”
(Deanna Conners/earthsky.org)
No ano de 2020 (num evento iniciado ainda no século passado, 1998) tendo-se recebido mais de 250.000 registos (de observação), sendo submetidos por cerca de 100 países (quase metade dos países constituindo a ONU) e envolvendo um recorde de 6.942 espécies (de aves) visualizadas (quase 70% do total global): sabendo-se que no ecossistema terrestre atual, se estima a existência de perto de 10.000 espécies. E seja no Hemisfério Norte ou no Hemisfério Sul, em Portugal ou nos seus antípodas ─ esteja o tempo que estiver (calor ou frio) ─ sendo um hobby tranquilo e seguro (além de cultural/educativo), estarmos sós a contar pássaros.
(imagens: earthsky.org ─ Stephanie/earthsky.org ─ Ryan Hodnett/Wikimedia/earthsky.org)
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WHY DO BIRDS SING?
[Voador, Ovíparo, Cantor e Irracional.]
[“Birds spend a lot of time and energy singing, but they don’t do it the same way in every season of the year. And some can’t sing at all. What’s the purpose of birdsong?” (David Steadman, Curator of Ornithology, Florida Museum of Natural History, University of Florida)]
Pequena Ave
− Olive-backed eufonia −
Fotografada na Costa Rica
Ao contrário da imagem deixada pelo filme (de 1963) “Os Pássaros” (baseado num conto de Daphne Du Maurier) do realizador e “Mestre do Suspense” (britânico) Alfred Hitchcock (1899/1980), transformando as AVES (gaivotas, pardais, corvos, etc.) no protagonista de uma obra do género de Terror
– Face aos ataques sistemáticos e organizados das Aves, colocando a localidade costeira de Bodega Bay em polvorosa, não só pelo perigo representado para a sua população (face ao ataque às pessoas), como até para os restantes animais (levando ao nervosismo das galinhas deixando de comer, e ao silêncio dos pardais domésticos deixando de cantar) –
A confirmação de que sendo (as Aves) um elemento “Vivo” pertencendo (em extensão/compreensão) ao mesmo conjunto (ou Ecossistema) – “não fosse um Animal como nós” – muito de comum terá de existir (por exemplo) entre as Aves e o Homem: entre eles e replicando o mesmo processo (utilizando o mesmo Molde), muitos dos seus comportamentos e atitudes como se compartilhássemos (correto) partes do mesmo ADN.
Como por exemplo marcando o território (o seu local de liberdade), atraindo o companheiro (necessário para a sua reprodução/não extinção) e até migrando (por necessário e por nomadismo de sobrevivência) – e por vezes (como as Andorinhas) deslocando-se entre grandes distâncias − adaptando-se (à natural evolução da situação) por outros motivos (aparentemente que não os nossos), mas tal como nós escolhendo os melhores locais para passar confortavelmente todo o ano “Meteorologicamente” falando.
Cada pássaro com o seu tom de voz particular e identificador
Com uns passando a vida a cantar, outros nem tanto
E outros ainda optando pelo silêncio
Um animal-voador
– O nosso pássaro OLIVE-BACKED EUFONIA –
Caracterizado pelos seus dotes musicais, capaz de nos conduzir e embalar (espiritualmente) nas suas melodias harmoniosas e envolventes (naturais),
Servindo-se das suas cantorias (atrativas e intrusivas) e gastando toda a sua energia “cantando”, não só marcando o seu território (soberano), como convidando e cativando a sua “cara-metade” (garantindo a reprodução da espécie),
Para além de nos deliciar com as suas “operetas”:
Definindo-se com a sua interpretação musical, reconhecendo a sua espécie e outras e até por associação (ligando cantorias e cantores) − utilizando a sua memória visual − territórios e locais de passagem. Com todos eles cantando ou tentando, em casa (mesmo ao nosso lado) tal como em viagem (migratória à procura do bom-tempo).
(texto: sob artigo EarthSky/earthsky.org − imagens: Andy Morffew/earthsky.org e Cornell Lab of Ornithology/youtube.com)
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Suicídio em massa nos EUA
Milhares de Aves cometeram SUICÍDIO no passado dia 20 de Janeiro na cidade texana de Houston – por coincidência no dia da tomada de posse de DONALD TRUMP e num estado surpreendentemente perdido por Hillary. Um Sinal?
Milhares de aves voando de uma forma aparentemente descontrolada
Talvez provocado por algum tipo de fenómeno meteorológico ocasional (mas inesperado por desconhecido) ou então por um outro tipo qualquer de fator correlacionado (por exemplo alguma alteração no geomagnetismo terrestre mesmo que podendo ser local), parte da população da cidade de HOUSTON situada no estado norte-americano do TEXAS foi surpreendida no passado dia 20 deste mês (passada sexta-feira) por uma verdadeira invasão de diversos bandos de aves aparentemente desorientadas (ou então desnorteadas), acabando muitas dessas aves por embater em prédios e automóveis (circulando numa das estradas interestaduais que atravessam a cidade) e por morrer.
E chocando no seu trajeto aéreo com edifícios e automóveis
Deixando os residentes que testemunharam o fenómeno nesta área da cidade completamente estupefatos com este estranho evento, não só pela enorme quantidade de aves presentes no local do incidente, voando como se estivessem sem comando e totalmente desorientadas, caindo do céu em todos os sentidos e direções, embatendo em edifícios e até mesmo em carros (em movimento e danificando-os) e acabando no fim por morrer devido ao forte impacto provocado: enchendo as ruas dessa zona da cidade (onde ocorreu o Evento) com milhares de aves caídas e mortas. Certamente de origem natural e sem qualquer tipo ou forma de colaboração externa (tornando-o artificial).
Com algumas vítimas do impacto e com outras incólumes passeando-se sobre o solo
Num fenómeno talvez explicado pelos tornados que tem vindo recentemente a afetar esta região dos EUA e que poderá como consequência indireta ter afetado os trajetos de migração de muitas aves ocorrendo nesta altura do ano e que devido às condições atmosféricas para elas não favoráveis (e no caso da presença de ventos fortes para as mesmas podendo ser extremas) forçando-as a mudar de rumo, perdendo-se no seu plano de voo e desorientando-se por momentos. Algo não muito comum de ocorrer (ou de ser noticiado) mas com episódios muito semelhantes passadas em muitos locais um pouco por todo o Mundo – seja no ar, em terra, como no ar (por acaso e tal como noutras alturas no passado, também ocorridos em Houston).
(imagens: youtube.com)
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Passarada
I
Sandhill Cranes
Sandhill Cranes – Platte River – photo by Joel Sartori
Half a million sandhill cranes pause on the Platte River in Nebraska to fatten up on corn waste, worms, and other food in nearby fields. The break occurs on their spring flight from Mexico and the southern U.S. to breeding grounds in the far north.
(National Geographic)
II
Grous
Tem-se registado um marcado declínio desta espécie, devido à drenagem de zonas de nidificação
“O Grou é uma ave da ordem dos gruiformes. É maior do que a Garça-real, tem pescoço comprido e pernas longas, o que contribui para o seu aspecto muito elegante.”
(parquenoudar.com)
III
Salgados
É da responsabilidade das câmaras municipais de Albufeira e Silves, a manutenção e preservação da reserva localizada na Lagoa dos Salgados. Situada nos antigos sapais de Pêra, esta é uma das reservas de Portugal mais visitada pelos amantes e estudiosos internacionais de observação de aves.
Na lagoa dos Salgados existem manchas de vegetação emergente que servem de refúgio a várias espécies de aves aquáticas
(avesdeportugal)
Agora terreno “abandonado e desprezado”, as únicas notícias que nos chegam deste local, referem a violenta e opressiva invasão “hoteleira”, que se reflecte na asfixia progressiva da zona, como ecossistema fundamental para a preservação da fauna e da flora local. Problema ainda mais agravado, pela proliferação por todo o Algarve, de infindáveis campos de golfe e estruturas envolventes. Isto tudo, sem controlo!
Onde está agora o pato, o flamengo, a garça, o estorninho, o cartaxo e outros tantas aves, antes tão comuns na zona e que nos visitavam durante o ano, todos os anos?
IV
Notícia
E a lagoa, será que ainda existe? Têm dúvidas? Vejam uma notícia de 2008:
CCDR autorizou esvaziamento
Pássaros "às secas" nos Salgados
Um esvaziamento fora de tempo transformou a Lagoa dos Salgados num “deserto”. Ambientalistas nem queriam acreditar no que viram.
A Lagoa dos Salgados - situada entre os concelhos de Silves e Albufeira -, uma das mais importantes zonas ecológicas do Algarve, sofreu um esvaziamento na semana passada que está a criar alvoroço no seio de várias associações ambientais.
Como está junto a um campo de golfe - propriedade da Herdade dos Salgados - e para evitar inundações, no Inverno, é costume abrir um canal até ao mar. No entanto esta acção foi feita em plena Primavera, altura em que as aves estão a nidificar.
“A lagoa já foi aberta duas vezes este ano mas a esta altura do ano não devia ter sido feito. A zona parece, um deserto. Milhares de aves desapareceram totalmente”, confessa ao Observatório do Algarve João Ministro, da associação Almargem.
Aves como o pernilongo, o camão, o papa-ratos ou a garça vermelha, que usam a área de 149 hectares para nidificar durante a Primavera, já não o vão fazer este ano, garante João Ministro, afirmando que algumas terão fugido para a Ria Formosa, não se sabendo se já teriam começado a nidificar. Ao todo, no pico da época de nidificação, a Lagoa dos Salgados chega a albergar perto de 1500 aves.
João Ministro sublinha ainda que o campo de golfe foi mal planificado, já que está construído sobre uma zona de leito da Lagoa dos Salgados, o que leva a ser esvaziada mais vezes que o normal e ressalva que há maneiras menos agressivas para libertar a água, como a bombagem, mas que envolve custos mais elevados.
“A lagoa fecha naturalmente, o que demora entre duas a três semanas, mas a ondulação não tem estado muito forte, por isso deverá demorar mais tempo”, admite.
Por enquanto ainda não foi feita qualquer queixa por parte da Almargem ou outra qualquer associação, mas a hipótese não está fora de questão: “Estamos a ver a situação com algumas associações de defesa do ambiente, incluído a SPEA (Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves), e vamos tomar decisões em breve”.
Recorde-se que a SPEA chegou mesmo a cancelar uma visita programada de observação de aves, devido à nova situação da lagoa.
CCDR deu luz verde
Contactada pelo Observatório do Algarve, fonte da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve (CCDR-Alg) confirmou que a abertura da Lagoa dos Salgados foi autorizada pela entidade: “Após um episódio intenso de precipitação, e tendo o nível da lagoa subido bruscamente, optou-se por autorizar a abertura da barra nesta altura", adianta a CCDR-Alg.
A medida terá servido como acção preventiva, com receio de que o nível das águas subisse para níveis não desejados. "Optou-se por autorizar a abertura da barra nesta altura, já que se temeu que, com novos episódios de precipitação, se tornasse forçoso abrir a barra com a época de nidificação mais avançada (ou que ocorresse uma abertura natural da barra), com prejuízos porventura mais graves e com menor possibilidade de reposição do nível de água na lagoa durante a época de estio”.
A mesma fonte salienta ainda a complexidade da gestão destes sistemas lagunares, em que pesam vários factores: "É necessário ponderar e conciliar variáveis diversas como a imprevisibilidade dos fenómenos climatéricos, a qualidade da água, a capacidade de suporte para a fauna aquática, a variação do nível da água, a qualidade da praia balnear adjacente e a salvaguarda de bens materiais nas imediações da zona húmida", esclarece.
De acordo com a CCDR-Alg, a Lagoa dos Salgados será fechada durante o dia de quinta-feira, com a reposição da areia entretanto removida.
(Observatoriodoalgarve.com)