ALBUFEIRA
Um espelho que reflecte a vida, que passa por nós num segundo (espelho)
Mais um Negro abatido a tiro nos EUA
Com um Presidente Negro sempre ausente para os da sua cor (de pele) e num país onde até os estudantes universitários são aconselhados (pelo seu Estado) a andarem armados (até no interior da sua Escola) para se defenderem à força da bala (o argumento final tornado inicial).
Korryn Geines
(Shaun King/Facebook)
According to journalist Shaun King:
(escritor, jornalista e ativista norte-americano)
“Gaines regularly documented police abuse in the city”
And her Facebook videos
“Right before police killed her have been deleted.”
Na já incontável lista de cidadãos abatidos à queima-roupa e a sangue frio pela polícia norte-americana (maioritariamente negros de origem norte-americana), junta-se agora o nome de mais uma jovem de 23 anos assassinada no estado de Maryland: abatida a tiro no interior da sua própria habitação por se opor a um mandado de prisão.
Um mandado de prisão originado pela sua anterior ausência numa audiência em Tribunal e resultante de uma queixa da polícia contra a jovem agora morta, por conduta desordeira, resistência à prisão e ainda outros casos como numerosas multas de trânsito (certamente por pagar): o que pelos vistos nos EUA é um motivo válido para disparar atirando mesmo a matar.
Mesmo que entre a jovem e a polícia se interpusesse uma criança de apenas 5 anos! Com a polícia a entrar na sua habitação, a vê-la sentada no soalho da casa com uma criança ao colo, a ouvi-la ameaça-los com uma pistola em punho e imediatamente, pelos vistos com cobertura, sem pensar e sem qualquer tipo de hesitação (onde está a formação básica da polícia para casos tão comuns e banais como estes?) a ser ela a disparar e logo com o primeiro tiro.
Então o que se seguiu por mais óbvio ou evidente foi a jovem disparar (um tiro) e a polícia ripostar (todos os outros tiros): com a jovem Korryn Geines a ser atingida (mortalmente) assim como o seu filho de 5 anos (ferido e hospitalizado). Uma jovem que por mais defeitos que tivesse e por mais trapalhadas onde pudesse estar envolvida (não sendo essa a imagem transmitida pelos seus amigos), não merecia ser morta nem sequer perseguida.
Num crime incompreensível cometido pela polícia (após um período de negociações estranhamente improdutivas), em que mais um negro sofreu pela sua cor (pele escura), em que três agentes mataram e feriram dois jovens (um por desobediência o outro apenas por estar presente) e até (veja-se lá a coincidência) num caso onde a própria página de Facebook da vítima, foi imediatamente apagada logo após a sua morte.
Sendo necessário acrescentar que em princípio as forças policiais intervenientes já deviam estar equipadas com câmaras para registo de casos semelhantes (argumentando-se agora que nem todos estariam já equipados, sendo logo este um dos casos exemplares) e que a própria jovem e vítima aparentemente teria registado na sua câmara momentos do incidente, publicados no seu Facebook e entretanto apagados.
Em conclusão nunca se podendo acusar exclusivamente a população negra e a polícia (como se vivêssemos numa sociedade fechada) por todos os conflitos existentes, sabendo-se como se sabe que cada um deles tem uma arma (negros e polícia) e curiosamente (ou talvez não) vendidas pelos mesmos: e certificadas e autorizadas (logo sendo tudo legal) pelas respetivas autoridades – nos EUA como no Mundo.
(dados e imagem: RT)
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Negros
A violência racial na cidade norte-americana de Baltimore
Tudo começou pelas 8:39 da manhã. Como sempre acontece um negro vê-se de caras com um polícia e a sua primeira reacção é fugir. Um minuto depois desiste da fuga, não oferece qualquer tipo de resistência e é imediatamente preso. É então levado (ou arrastado) pela polícia, segundo testemunhas já em gritos de sofrimento (arrastava as pernas). Três minutos depois surge o primeiro pedido de auxílio (médico) aparentemente sem gravidade. E sete minutos depois uma informação vinda do transporte policial refere que o negro agiria agora como se estivesse bastante “irado” (ou já estaria descontrolado e como se tivesse a coluna afectada?). Às 8:59 o seu estado era desconhecido e apenas 25 minutos depois uma comunicação afirmava que o preso já estava em situação crítica e sem resposta aos estímulos exteriores. Entretanto morreu, foi ressuscitado ficou cerca de uma semana em coma e voltou a morrer (agora definitivamente). Causas? Pelos gritos da vítima mortal “You're hurting my neck” pescoço partido.
Baltimore
Aparentemente parece começar a concretizar-se o cenário há já algumas décadas desejado por alguns sectores da extrema-direita norte-americana: transportar para o interior do seu país as tácticas e estratégias de guerra desde há muito implantadas no exterior das suas fronteiras. Com a crise económica e financeira mundial a começar a queimar definitivamente a credibilidade do dólar (e do poder das suas impressoras), com a falta de dinheiro a aumentar exponencialmente a frustração de muitos dos empresários (mesmo aqueles ligados ao sector militar) e com a estagnação incompreensível verificada no mundo científico e tecnológico (nos seus sectores básicos para a generalidade da população), o inimigo a combater torna-se agora mais próximo podendo estar mesmo já entre nós. Motivo pelo qual terá ocorrido o 11 de Setembro e a matança de mais de 5.000 pessoas.
Agora que se aproximam as eleições presidenciais nos EUA e se começa a desenhar o cenário do novo combate entre Democratas e Republicanos, todos os aspectos da actual política norte-americana terão impacto. Especialmente a nível interno. E até para dar um exemplo ao mundo. E neste estado de crise e de indefinição até que os Republicanos ainda poderão pensar em vencer: com o sector militar todo a trás de si, com o caos instalado um pouco por todo o mundo e com a desordem e a violência a tomarem conta do seu próprio país, de um momento para o outro poderá aparecer o iconoclasta Diabo com os Republicanos já armados e prevenidos para combater o Mal. Mas qual será esse inimigo interno? Vindo de um dos seus maiores aliados e paranóicos não será (Arábia Saudita), vindo de um dos seus maiores inimigos e paranóicos não será (Coreia do Norte), vindo de um país voluntariamente colonizado e paranóico (Ucrânia) muito menos.
Baltimore
O problema terá portanto que ser interno e oriundo de acções terroristas praticadas por franjas marginais de cidadãos (norte-americanos). Se olharmos para os mais recentes incidentes ocorridos nos EUA talvez seja fácil (mesmo para um verdadeiro analfabeto, mas por outro lado julgando-se muito bem informado), constatar quase que de imediato qual o mais importante factor de instabilidade: os cerca de 12% de Negros Americanos. Numa população de mais de 300 milhões nem sendo sequer 40 milhões. E assim a população negra passa para a ribalta da comunicação social norte-americana e global, esquecendo-se por momentos o Iraque, a Líbia, a Síria, o Iémen e até a tragédia do Nepal. A guerra está agora instalada em Baltimore com a autoridade a tentar recuperar o controlo da situação. Não estamos no Iraque mas já é um início. O estado de sítio é declarado. Poucos segundos antes do reaparecimento de Dick Cheney.
E lá voltamos sempre às recordações do anunciado mas nunca concretizado (muito menos exportado) Sonho Americano. Com Democratas e Republicanos deste calibre bem que os EUA podem começar a encomendar a sua alma (dólar) ao criador: nunca será com uma metralhadora carregada de balas e a tentar-nos vender notas falsas ou impressoras por eles certificadas, que alguém conquistará alguém arriscando-se a ficar sem ninguém. Nos EUA o problema racial tem-se vindo a agravar nos últimos anos mesmo tendo em consideração que o seu Presidente é de raça negra. Democrata. Mas para o verdadeiro poder instalado nos EUA isso pouco importa. Quem lá manda são as grandes Corporações, protegidas pelas mais variadas agências de segurança e defendidas até ao limite pelos militares (que até podem ser oriundos do sector privado).
Baltimore
E até que a representação proporcional dos negros e a sua importância para o desenvolvimento da sociedade norte-americana pode ser posta em causa, face à invasão crescente de outras comunidades e à sua mais fácil e dócil integração na sociedade (os hispânicos já ultrapassam os negros prevendo-se que futuramente possam ser quase o triplo destes). Sendo mais recentes e tendo ainda muito pouco tempo de estadia no país para se aperceberem do seu real funcionamento (e das suas verdadeiras perspectivas futuras), estas comunidades facilmente se renovam na sua cronologia de simples emigrante, aceitando constantes adiamentos e com isso a concretização dos seus sonhos. Ainda por cima não sendo nacionais e como tal não terem os mesmos direitos – nem os defeitos dos nascidos do país, especialmente índios e agora negros.
Mas no entanto tudo é ainda possível.
A woman seen berating and hitting a black-clad teenager, later confirmed to be her son, has been hailed as "mum of the year" after her intervention on the Baltimore streets was caught on video. As violence flared up across the US city on Monday, the woman, who was identified as Toya Graham on Tuesday afternoon, was filmed telling her child to "take that fucking mask off." (smh.com.au)
(imagens – huffingtonpost.com/cnn.com)