ALBUFEIRA
Um espelho que reflecte a vida, que passa por nós num segundo (espelho)
Chocados & Indignados
Não entendendo muito bem o facto de a grande diferença salarial existente entre o topo e a base de trabalho em Portugal interessar e incomodar tanta gente (como se não soubéssemos já disso, os tesos e os endinheirados ‒ talvez menos os intermédios, enquanto não descaírem para um dos lados), eis que face à ausência de notícias ou como preparação da visita do Papa toda a gente fala dos Ricos e se indigna com tanto dinheiro ‒ até com o nosso Presidente e mediático (por Popular) Marcelo (Rebelo de Sousa) a dizer-se chocado e a afirmar:
“Há uma tendência internacional para as empresas terem ordenados dos gestores que chocam flagrantemente com os vencimentos dos trabalhadores. Esse é um problema que, no caso de Portugal, se torna mais evidente por serem poucas empresas. Daí ser mais chocante esse panorama.” (ionline.sapo.pt)
O que me levou desde logo e face à indignação de alguém considerado credível e além disso diretamente envolvido (como animal político consciente que sempre foi e será) a considerar a sua reação e a tentar descobrir uma explicação. Como fator envolvido pensando logo em Dinheiro e imediatamente nos seus próprios rendimentos: constatando que no ano de 2014 Marcelo Rebelo de Sousa terá auferido 385.000 euros em rendimentos. Ao nível de um Paulo Fernandes (passados 2 anos em 2016) ganhando 1055 euros/dia e como tal sabendo do que fala.
E com a afirmação anterior jamais querendo qualificar o comportamento de Marcelo Rebelo de Sousa ‒ considerando a sua intervenção essencialmente didática, até por quem a proferiu, um elogiado professor ‒ mas (agora é a minha vez) indignar-me com os processos e estratagemas (ainda se fossem estratégias) usados pelos jornalistas para nos captarem e manipularem a atenção, dando sempre o protagonismo a pormenores (aquilo tipo tem mais que eu) para nunca nos depararmos com o problema (mas quem será que lhes paga).
[De referir ainda que ao optar por ser PR, Marcelo Rebelo de Sousa aceitou que a sua remuneração baixasse de mais de 1.000 euros/dia para menos de 300 euros/dia, ou seja e no mínimo, cerca de 1/3 do que recebia.]
Gestores, CEO’s & Presidentes
(em 2016)
R | T | P | RD (euros) |
1 | António Mexia | EDP | 5578 |
2 | Carlos Gomes da Silva | GALP | 4441 |
3 | João Manso Neto | EDP | 4093 |
4 | Pedro Soares dos Santos | JERÓNIMO MARTINS | 3477 |
5 | João Castello Branco | SEMAPA | 3071 |
6 | Francisco de Lacerda | CTT | 2534 |
7 | Miguel Almeida | NOS | 2400 |
8 | Luís Paulo Salvado | NOVABASE | 1978 |
9 | Paulo Azevedo | SONAE | 1707 |
10 | Paulo Fernandes | ALTRI | 1074 |
(R: Ranking T: Trabalhador P: Patrão RD: Rendimento Diário)
Para as portuguesas interessadas já que esta lista é de modelo ímpar (e como tal não existindo paridade de género), os dez trabalhadores mais bem pagos exercendo atualmente em Portugal e como tal podendo ser o conforto necessário e há tanto tempo procurado para qualquer alma mais carente e solitária ainda vagueando por estas paragens (todos entre os 50/60 e provavelmente casados, mas com o 2º fator podendo não ser impeditivo). Com o nome do Patrão (convém sempre informar-se) e o Rendimento Diário (perspetivando o futuro).
(imagem: idealista.pt)
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A Primeira Base Extraterrestre Certamente Será em Marte
Quando cheguei a Marte após uma viagem de mais de 200 milhões de quilómetros iniciada no planeta Terra, a primeira sensação que tive ao destapar as escotilhas do meu módulo habitacional (onde me instalara) foi mesmo a de uma enorme e extrema solidão, não só por estar perante uma ausência total de movimento ou de qualquer outro tipo de vestígio que pudesse apontar para a existência de vida, como também pela sua brutal aridez superficial (misteriosa e sem fim), despertando-me instantaneamente recordações de outro lugar conhecido e dos seus ainda enigmáticos desertos terrestres (pelo que escondem debaixo deles).
Marte
Zona dunar localizada a cerca de 12km do local de aterragem do Lander Curiosity
(Sol 1249 – Rover Curiosity – Mast Cam Left)
Numa paisagem marciana onde o que se apercebia visualmente desde o lugar onde me encontrava até ao fundo do horizonte era um terreno queimado, por vezes como se estivesse calcinado e estendendo-se sob três estruturas visuais aparentemente diferenciadas, mas nitidamente fazendo parte dum mesmo cenário muito provavelmente de origem apocalítica (com o aspeto de tudo o que morre, se decompõe e se transforma): como se estivesse nos territórios áridos do norte do continente Africano viajando nas fronteiras do imenso e perigoso deserto do Sahara (pelas suas condições de ambiente extremo para os seres vivos e para a sua respetiva sobrevivência) e me deparasse repentinamente com as suas dunas infernais que tudo cobrem e tudo esquecem e que nada se fazendo, também acabam por morrer (e toda a vida com elas pelo extermínio da memória). Em primeiro-plano o sul de Espanha, no espaço intermédio o seco e aí inexistente Mar Mediterrâneo e do outro lado o norte de Marrocos, entretanto esmagado pelo avanço do deserto.
Marte
Diferentes estratos geológicos localizados em redor da base do Monte Sharp
(Sol 580 – Rover Curiosity – Mast Cam)
Deixando então o pequeno habitáculo onde me instalara (a minha autorização tinha sido finalmente confirmada) dirigi-me imediatamente para os pisos inferiores onde se localizava a parte social e administrativa. Reservei logo o meu veículo, apetrechei-me de todo o material necessário e apontei a minha saída em direção ao Monte Sharp (para meio do dia marciano): sairia pela porta MS-E1 a bordo dum pequeno artefacto voador motorizado, num trajeto pela superfície de Marte em direção às ruínas duma antiga Cidade Marciana (a sua face agora visível no seu terreno à superfície). Assim satisfazia a minha curiosidade arqueológica sobre a possível existência há muitos e muitos anos atrás e neste lugar de uma sociedade alienígena organizada e desenvolvida, comprovando desse modo e de uma forma definitiva e sem qualquer hipóteses de reticências a evidência (que até o dia de hoje o Homem não quis aceitar) de que para além dele existe muito mais – homens e outros seres de matéria como ele. E claramente visível no horizonte marciano contrastando entre a cor acastanhada do terreno e o brilho azul-claro do céu (parecendo impossível em Marte repetir um cenário terrestre), uma imagem do que poderia muito bem ser um aglomerado populacional do Sul no meio de um ambiente desértico: cá em baixo correria o rio e lá em cima estaria a cidade. Só faltavam as pessoas que até poderiam estar noutro sítio.
Marte
O que poderia ser um fóssil de um osso/fémur de um qualquer animal vertebrado
(Sol 719 – Rover Curiosity – Mast Cam)
Mas tal como acontece na Terra há coisas que são mesmo tramadas e por mais que as evitemos mais elas surgem e vencem (e convencem). E no itinerário de retorno vi um fóssil animal: um fémur dum vertebrado (pelo local marciano) e semelhante aos terrestres. Pelo que a Terra seria atualmente o viveiro da Humanidade, numa cronologia de acontecimentos sistémicos (associados ao Sistema Solar) em que o personagem-planeta seria (apenas) mais um dos episódios da evolução de uma experiência muito mais vasta (Matéria + Vida), em que a Terra seria o veículo (temporário) e o Homem seria o objetivo (mensagem). Ao contrário do que muitos pensam um planeta certamente com uma extensa e admirável História passada (e perdida nos biliões de anos que entretanto já decorreram) e que num futuro não muito distante se poderá tornar no novo berço da Humanidade: ao olharmos para Marte se por um lado poderemos estar a ver o futuro que nos espera, por outro lado ao olharmos para a Terra poderemos estar a olhar para o futuro que nos espera (mas aí) em Marte. Confuso? Depende de como nos interpretamos ao nos colocarmos no palco (“quem depende de quem se não existir mais ninguém?”). Talvez tudo se resume a uma repetição.
Marte
A sugestão leva-nos por vários caminhos sendo um deles o da realidade – como no caso deste sarcófago marciano
(Sol 992 – Rover Curiosity – Mast Cam)
Na segunda e última saída (para o exterior) resolvi levar comigo o guião (de viagem), de modo a otimizar o tempo que me restava (para as minhas pesquisas realizadas à superfície) e ter tempo para pensar e aí dizer algo mais: escolhi alguns dos pontos mais curiosos do itinerário percorrido pelo veículo motorizado da sonda Curiosity, apontando inconscientemente para dois deles como se sugeridos de casa (por simples transmissão de ondas). Regressando à infância vi um sarcófago (certamente com uma múmia lá dentro), uma concha e uma bolinha (como se perdidas na praia). E enquanto corria de uma forma verdadeiramente desenfreada no interior e ao comando do meu fato supersónico e ultradinâmico (em direção à sempre Imaginada Feira de Diversões Marcianas) quase que choquei com os cenários e tropecei no dito sarcófago. Confundindo-se no interior completamente pejado de destroços de um qualquer monumento há muito tempo extinto e obliterado, quase como se estivéssemos em presença de um milagre visual mas notoriamente material face à intrusão de artefactos estranhos à conceção do conjunto em presença, eis que a opção é proposta e a alternativa por mais incrível que seja aceite: não fosse a imaginação um produto da realidade (ou não será o contrário?). Se no interior do artefacto (sarcófago) estivesse algo tudo seria então diferente. “O meu pensamento é que ao passado (Vénus) se segue o presente (Terra) e a seguir vem o Futuro (Marte), com o processo a prosseguir até o primeiro espermatozoide conseguir fecundar o Sol e o organismo todo explodir – com um grande estrondo (Big Bang) e dando origem a outros (organismos, mundos e vidas).Que também seremos nós.”
Marte
Os vestígios estranhos ao proliferarem – como conchas e esferas em terras distantes – apontam-nos logo a resposta…talvez mesmo olhando-nos no espelho
(Sol 1185 – Rover Curiosity – Mast Cam Right)
O ar quente e sufocante que vinha do interior do território (transformando-nos num subtipo de claustrofóbicos) levou-nos finalmente a sair de casa (que heroicamente habitávamos no interior duma zona rural): correndo à procura da frescura das águas e à descoberta da leve brisa do mar. Já perto da praia e do mar corremos para lá como loucos, não paramos para olhar, não esperamos por nada e sem sequer querer pensar, atiramo-nos ao mundo a gritar: como crianças à procura da aventura por apenas quererem sonhar (descobrir, experimentar, conhecer – sobretudo sem limites). “Nos primeiros vislumbres de água não havia ondas do mar enquanto sobre ele o ar quente ondulava sem parar”. Vimos logo que o mar estava em maré baixa, com uma grande extensão de areia e de pedras (à vista) num cenário seco e escaldante. Queimava-nos os pés como se fosse um deserto – mas com uma miragem real bem defronte de nós. E antes de irmos á água iniciamos o nosso jogo. Era constituído por um tabuleiro assente numa estrutura sedimentar de limites bem definidos, onde os mais variados tipos de peças assentavam e proliferavam nos mais diferenciados níveis e densidades. Do pacote de ferramentas acessórias ainda faziam parte uma bola, uns óculos de sol e um chapéu. O objetivo do jogo era o de, fosse onde fosse colocado o tabuleiro, tentarmos provar que na nossa zona de influência seria sempre possível de descobrir algo de relevante e o seu contrário: com o relativo e o absoluto fazendo parte do conjunto e confundindo-se entre eles (formando um todo consciente pelo contorno dos movimentos).
Lancei a bola…talvez sem sentido… (num texto nunca acabado)
Nunca esquecendo:
O Passado nunca pode ser usado para prever o Futuro;
Os Eletrões ao colidirem nos limites do Universo afetam a Terra instantaneamente;
A Luz nem sempre viaja tão rapidamente;
A maior parte do Universo parece estar em falta;
Todas as pessoas da Terra cabem no interior de uma laranja.
(a partir de cosmosup.com)
Marte
Mais um artefacto visionado sobre a superfície marciana lembrando-nos logo o terminal de um aspirador…ou outra coisa qualquer deslocada do cenário
(Sol 821 – Rover Curiosity – Mast Cam Right)
No entanto e para quem até hoje já fez e viu tantos retratos, surgem por vezes casos que entre todos os outros sempre se destacam e curiosamente persistem (como muitas coisas na vida): o que tem acontecido várias vezes com muitas das imagens fornecidas pela NASA (abrindo livremente o seu conteúdo ao público), mas com muitas delas suscitando comentários e críticas constantes por ausência de explicação a quem foi disponibilizada a informação (quando entrego algo a alguém entrego-lhe sempre o manual de instrução, oferecendo até soluções para a resolução de problemas – como com a edição e os problemas de manipulação). Cidades, ossos, sarcófagos, conchas, tudo possível de encontrar mesmo num mundo distante e sem quaisquer vestígios de vida (passada ou presente). Incompatível com a nossa História (de única espécie inteligente conhecida), mas compatível com o Universo (o caos e a ordem) e com a intrusão Espaço/Tempo que nos baralha a mente, recusando espaços concorrentes e em pontos coincidentes (apenas aparentemente mas em diferentes contextos – não é o mesmo viver num buraco ou num buraco viver). Como ao olharmos para Marte: o que nos garante que ao olharmos para Marte estaremos a ver o futuro da Terra (um mau prognóstico para nós) e não que ao olharmos para Marte estaremos a ver o passado da Terra (um bom prognóstico para os marcianos e talvez para nós)? Mas sem sombra de dúvida entre todas as imagens a que até hoje tive acesso (oriunda das sondas marcianas) a que mais me impressionou (ficando mais tempo na memória) foi mesmo a do aspirador e da sua peça perdida; um objeto abandonado e completamente perdido na nossa memória do Espaço (e talvez pertencendo à cabeça de um monstro).
(imagens: NASA)
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Com os Açores a Tremer
Se em 2012 já contando com a chegada dos antigos países de leste os EUA já pensavam desactivar a sua base das Lajes, com os acontecimentos recentemente ocorridos na Ucrânia (nas proximidades da fronteira russa) todas as dúvidas se desfizeram: as novas bases da NATO a leste são agora prioritárias.
Açores – Base das Lajes
Depois da última tentativa efectuada pelos norte-americanos há dois anos atrás (2012) no sentido de reduzirem drasticamente a sua presença militar na base das Lajes nos Açores (na altura de 640 para 160 o que significaria uma queda de 10% no PIB do arquipélago), eis que os Estados Unidos da América voltam de novo a insistir no seu objectivo de redução do seu contingente militar, que poderá acabar mesmo no encerramento da base.
Apesar da iniciativa levada a cabo pelo Pentágono de encerramento de várias bases no continente europeu (de modo a poupar cerca de 500 milhões de dólares no seu orçamento anual), parecia que este plano poderia ser pelo menos retardado ou pontualmente reestruturado, face a algumas reservas levantadas pelo Presidente e outras entidades responsáveis, que levavam a crer (até no caso português) que certos casos seriam de novo repensados. Mas pelos vistos não foram.
E agora aí temos a ordem emitida pelo Pentágono para a retirada de 500 dos militares instalados na base das Lajes. A reestruturação de que os norte-americanos falam não passa duma transferência de efectivos instalados nesses países, para outros estratégica e geograficamente muito mais importantes na actualidade por se situarem mais perto da nova linha de frente: a fronteira com a Rússia. Nesse sentido sendo verdadeira a afirmação do Pentágono de que a presença militar dos EUA na Europa, iria mesmo aumentar de algumas centenas de elementos.
(imagem – Wikipedia)
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Vida em Marte?
O misterioso planeta vermelho
Nesta hipótese de trabalho dirigida para a descoberta de novos companheiros de viagem neste Universo infinito e para nós ainda bastante estranho e incompreensível mas em compensação e como comprovativo da nossa existência, vivido e partilhado, a base da vida está lá, com formas, estados e evoluções, muito parecidas e comuns às do nosso planeta, desde há milhões e milhões de anos em transformação criativa e connosco como tripulantes de um balão real, arrastado ao sabor dos ventos da nossa estrela e sob o comando deste universo que vivemos e pensamos.
(imagem – discovery.com)