ALBUFEIRA
Um espelho que reflecte a vida, que passa por nós num segundo (espelho)
Políticos Julgando-se Bruxos
[Nem sendo uma coisa nem outra, apenas servindo-se da oportunidade.]
Eu não acredito em bruxas,
mas que elas existem, existem!
(2006/ciberduvidas.iscte-iul.pt)
Olhando para a composição da AR, à direita (86 no total) com o PPD/PSD (79 deputados), a IL (1 deputado), o CDS-PP (5 deputados) e o CHEGA (1 deputado) e à esquerda (142 no total) com o PS (108 deputados), o BE (19 deputados), o PCP (10 deputados), o PEV (2 deputados), o PAN (3 deputados) ─ e ainda contando com deputados Independentes (2 deputados, um ex-LIVRE e o outro ex-PAN) ─
Designando para a contabilidade “esquerda-direita” um resultado esclarecedor de 142-86 (num total de 230) ─ ou seja 61,7% contra 37,4% (0,9% para os Independentes) ─
Constatando-se uma interpretação errada destes números iniciais (vindos de 6 de outubro de 2019) ─ cerca de dois anos depois da eleição para um 2º mandato do Primeiro-Ministro António Costa (ainda sob os auspícios da Geringonça) ─ tendo em atenção o cansaço óbvio de seis anos de governação, os quase dois anos ininterruptos de Crise Covid-19 e a regressão nos votos locais no PS (de que Lisboa poderá ser a ponta de um icebergue ainda maior a nível nacional):
Deixando-se enganar pela sua sombra,
com Costa a travar a Geringonça.
(2021/PA)
E logo com essa interpretação a levar a uma conclusão pessoal e liderante (terminando no fim, num delírio), com o ainda Primeiro-Ministro a deixar-se ultrapassar pela sua própria sombra, convencendo-se da sua potencial vitória eleitoral (no início do próximo ano e em eleições antecipadas) e logo com Maioria Absoluta.
Não entendendo que para além do seu natural declínio em votos, devido a muito ineficiência nas ações por parte do Governo PS (não só devido à crise económica/protegendo sempre os maiores, como igualmente sanitária/desprotegendo os mais fracos), uma antecipação de eleições ainda desmotivará muitos mais os portugueses (os eleitores) diminuindo a votação na generalidade das formações (mais moderadas) e levando ainda muitos mais a votar nos extremos e dada a atual situação política e ideológica rem Portugal e na Europa, só podendo beneficiar a direita, particularmente a extrema-direita, traduzindo em palavras o CHEGA.
Uma Aventura patrocinada pelo BE e pelo PCP (a salvação política de António Costa, então derrotado por Passos Coelho), mas que só tendo tido início e continuação (garantida) dado todo o protagonismo na produção e direção (podendo ser considerada absoluta) ter sido sempre atribuída ao PS, os outros ajudando apenas (durante seis anos e colecionando derrotas, mesmo eleitorais) à encenação.
Portugal entre os países da EU,
que mais produzem abóbora.
(2020/publico.pt)
Metendo-se pelo meio alguém que afirmando-se “ser como é” (e não o nosso suposto Presidente) ainda mais complica a situação, baralhando ainda mais o problema (introduzindo até putativos candidatos, tendo ainda de derrubar o seu atual líder e pedindo para tal o adiamento das eleições) e tentando pelo meio lançar as suas ideias “atómicas”, mesmo podendo existir ainda diálogo (já houve casos em que Governos apresentaram um 2º orçamento), optando desde logo pela solução da dissolução do parlamento: abaixo a AR, abaixo o GOVERNO, seguindo-se ─ mais uma vez atrasando tudo e com Portugal numa crise profunda e já de mão estendida (mesmo sendo uma “bazuca”) ─ as eleições gerais de 2022.
No fundo com o chumbo do Orçamento e a convocação de eleições gerais antecipadas, com o PS a ajudar fortemente uma possível descida da esquerda (BE e PCP) e simultaneamente a dar um grande empurrão positivo ao CHEGA (à extrema-direita), daqui a uns meses estando tudo na mesma, com o Povo não entendendo (nem ninguém) o que até aí se passou (para quê ter havido eleições). Mas podendo aí surgir uma outra Geringonça, mas até lá nunca se podendo esquecer que o coronavírus (veja-se o que aconteceu a Donald Trump nos EUA) ainda poderá ter (impor-nos a sua) influência.
(imagens: publico.pt ─ Pedro Correia/Global Imagens/jn.pt ─ publico.pt)
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Em Tempo de Bruxas
Na véspera do Halloween (e dia dos Fiéis Defuntos) e antecedendo o Dia de Todos os Santos, com o panorama geral político a estar mais do lado “do doce e das travessuras” e dos primitivos (por comercial e popular, com o beneplácito do poder) “cabeças-de-abóbora” (certificados e/por sem conteúdo).
[Com a crise energética Global a ter origem segundo os EUA (logo, para os seus aliados ocidentais, entendendo-se como a Europa) ─ um dos lados da barricada ─ na China e na Rússia (o outro lado), a primeira proibindo as importações de carvão a partir da Austrália, virando-se para o gás natural (tal como o já faziam a Coreia do Sul e o Japão) e fazendo assim aumentar o seu consumo…]
A segunda servindo-se do aumento global da procura (acentuada) e alegadamente (por não manter o tipo de contratos, apesar de propostos pelos próprios compradores) subindo os preços: naturalmente e a nível global sabendo-se ser a China um dos maiores produtores e distribuidores de bens de consumo essenciais, com o preço da energia a refletir-se em todos os sectores económicos,
Desde a energia, aos semicondutores e metais, chegando até à alimentação. E aumentando os combustíveis, aumentando-se a inflação e agravando-se ainda mais a crise (geral) global. Certamente um acontecimento inserido na luta entre blocos ─ Bloco Ocidental e Bloco Oriental ─ pelo controle e supremacia global.
Enquanto os EUA com a sua visão macro continua de mãos-livres a fazer o que quer ─ com óbvio apoio interno e subserviência externa remunerada em dólares ─ afastando internamente do seu dicionário económico a palavra “déficit” (a caminho dos 2 biliões e 900 milhões) e simultaneamente apoiando-se nas rotativas das suas impressoras de moeda (funcionando noite e dia, sempre que necessário) e externamente, contribuindo para o agravar da crise energética global desrespeitando os objetivos Climáticos, por um lado aproveitando o subida dos preços da energia para aumentar as suas exportações de combustíveis fósseis e por outro lado aumentando as suas margens de lucro, culpando (para desviar as atenções e como já é há muito o hábito, de encontrar um bode expiatório fácil) tal escalada de preços pela interferência dos russos na produção e abastecimento,
─ Assistindo-se, entretanto ao Eixo do Mundo (Económico-Financeiro), na Terra como no Espaço, a deslocar-se de Ocidente para Oriente (de Washington para Pequim), com o Atlântico e a Europa (sem liderança no presente, aguardando pela Alemanha) a perderem o seu protagonismo, sendo substituídos pela região e pelas trocas comerciais, localizados agora nos mercados do Índico-Pacífico e do Continente Asiático ─
[…a segunda servindo-se do aumento global da procura (acentuada) e alegadamente (por não manter o tipo de contratos, apesar de propostos pelos próprios compradores) subindo os preços: naturalmente e a nível global sabendo-se ser a China um dos maiores produtores e distribuidores de bens de consumo essenciais, com o preço da energia a refletir-se em todos os sectores económicos…]
Em Portugal, continuando-se a pensar pequenino (antes com o apoio de uma arma, agora apoiados num canudo, quem manda sempre se adaptando) e como tal aguardando sempre o dinheiro que nos poderá ser ainda reservado (quem tem emprego reconhecido sendo sempre bem remunerado, ao contrário de quem passa a vida a trabalhar, sendo mal pago ou afastado), mergulhados numa crise económico-financeira sem fim, sem líderes (ou pensamentos/reflexões profundas) e insolúvel por ser sempre conduzida pelos mesmos (agarrados eles próprios ao poder, por sobrevivência pessoal) e vindos de uma outra crise igualmente ou ainda mais profunda (e grave) ─ sanitária, com a Pandemia de Covid-19 ─ paralisando-nos durante quase dois anos e agravando ainda mais as nossas capacidades de resistência física (à doença e à fome) e mental (estando ainda mais isolados, fechados dentro de casa),
─ Quando esperávamos pela chegada do auxílio financeiro para tentarmos relançar a nossa Economia e as nossas Finanças (de Estado e pessoais), numa ajuda tantas vezes badalada (publicitada/propagandeada) e pela sua potência e dinâmica interventiva no país (muitos milhões para distribuir) até sendo denominada “Bazuca” (arma portátil de grande impacto usada pela 1ª vez pelos EUA durante a 2ª Guerra Mundial) ─
[…desde a energia, aos semicondutores e metais, chegando até à alimentação. E aumentando os combustíveis, aumentando-se a inflação e agravando-se ainda mais a crise (geral) global. Certamente um acontecimento inserido na luta entre blocos ─ Bloco Ocidental e Bloco Oriental ─ pelo controle e supremacia global. Faltando-se apenas saber quem sucederá no futuro como líder do Novo Império.]
Eis que o Orçamento de 2022 é chumbado (apenas sendo apoiado na Assembleia da República pelo próprio PS), caindo logo sobre Portugal (e sobre a cabeça já meio perdida, de todos os portugueses) a pré-ameaça bombástica do seu Presidente da Republica (antes um Oráculo das Televisões), de (talvez se arrependendo) ─ havendo sempre alternativas, legais e institucionais ─ lançar a sua “Bomba Atómica” dissolvendo o Parlamento (logo não retrocedendo): e convocando de imediato (ou, não tão imediato como isso) eleições para janeiro (talvez para fevereiro). No meio desta balburdia e de toda esta indisfarçável (por eminentemente visível) hipocrisia política, com Marcelo em mais um dos seus “destraves mentais” a receber em primeiro lugar antes dos partidos e de outros grupos coletivos e sociais, um indivíduo pedindo uma audiência à figura nº 1 do Estado (o PR) e no meio de uma grave crise política (deixando o país sem Governo), só porque (Paulo Rangel) se decidira candidatar a um partido político já existente (PSD) mas com um outro líder (Rui Rio) que não ele: solicitando-lhe ainda ─ dado não ser ainda líder ─ que o Presidente da República para ele se preparar melhor (derrubado o líder anterior) adiasse as eleições. Parecendo o seu pedido ter já algum eco, da emergência para janeiro (uma insistência antes “irrevogável” de Marcelo) com o Presidente já a apontar para fevereiro.
E se outros, entretanto, solicitarem o mesmo (também em nome da Pátria, dos interesses do Povo) e o Presidente continuar a responder “eu sou mesmo assim” (como português comum ou como Presidente, não sendo o mesmo), será que se poderá marcar as eleições (também) para o dia que eu quiser e que me dê mais jeito? Se o que se passou entre Marcelo e Rangel for verdade, será uma vergonha, sustentado em manobras que já se pensavam extintas (compadrios) desde há mais de 47 anos.
(imagens: atlanticcouncil.org ─ marketwatch.com ─ jn.pt)
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No Dia das Bruxas
[Duas partes e uns parágrafos, sobre “Doçuras e Travessuras”.]
The word 'witch' comes to us from the Old English wicca,
which was a masculine word meaning 'wizard'.
The feminine version was wicce, pronounced 'witch'.
(Laura Knight-Jadczyk)
1ª
“While most Christians just think of Halloween as a secular holiday which allows kids (and big kids!) to dress up in silly costumes, eat candy, and generally make fun of everything that is normally scary in our world,
Some other - mostly fundamentalist - Christians ascribe a negative influence to the celebration because they feel it celebrates paganism, the occult, or trivializes it so that their members are not properly fearful of ghosts, demons and the devil.
Jehovah's Witnesses do not celebrate Halloween because they believe anything that originated from a pagan holiday should not be celebrated by true Christians.
A woodcut by Hans Glaser (1566)
showing a strange celestial event
in 1561 over Nuremberg
(sott.net)
2ª
A comet came and nearly destroyed humanity at the end of October 13,000 years ago, and impacting debris from the same comet brought Judaism, Christianity, Islam and, later, the imposition of Christianity on the Western world.
Later still, the same comet stream brought the Black Death and the persecution of witches, both male and female.
This scape-goating was utilized to get rid of a lot of individuals who threatened the status quo - the control over the masses - and that included a great many strong, independent women. And so, today, we associate witches with Halloween, the end of October, and the anniversary of the destruction of nearly all life on Earth.
It is just a variation on the 'Eve ate the apple and brought about the fall in Eden' story, created by psychopaths who hate women and all they stand for: Creation, Nurturing and Service to Others.”
[Artigo: Laura Knight-Jadczyk/Witches, Comets and Planetary Cataclysms − sott.net/article/217194-Witches-Comets-and-Planetary-Cataclysms]
(texto/extratos: Witches, Comets and Planetary Cataclysms/Laura Knight-Jadczyk/sott.net − imagens: cammeraydave/dreamstime e sott.net)
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O Amigo Americano (de KG)
Ao entrar na Caça às Bruxas a comediante norte-americana Kathy Griffin (ainda por cima sendo uma mulher num mundo dominado pelos Homens e sendo minoria facilmente descartável ‒ como sucede com os negros) deveria ter a obrigação de saber que ao fazer o que fez (ultrapassando a linha vermelha que o jogo e as regras impõe, previamente aceites como válidas) corria o sério risco de acabar a Arder na Fogueira do Poder: e no Calvário por si escolhido nem sequer distinguindo entre as camadas ondulantes de ar quente subindo pelo seu corpo queimado os seus carrascos, assistentes e traidores ‒ tão parecidos eles eram, inseridos num mesmo cenário e todos com o mesmo guião.
Kathy Griffin Slams Trump Family For ‘Trying To Ruin My Life’
(HuffPost)
(imagem: BenGarrison Cartoons/@GrrrGraphics)
“I’m not afraid of Donald Trump. He’s a bully. I’ve dealt with older white guys trying to keep me down my whole career.”
(Kathy Griffin)
In the emotional press conference, the nervous comic stated that the Trumps “are personally trying to ruin my life forever.”
(HuffPost)
“This is a woman thing. I’m sorry if you don’t agree with me, but I live it. I’m 56 years old. Everywhere I go, there’s a male promoter. The people who sign my checks are white guys, usually older white guys.”
(Kathy Griffin)
“You shouldn’t have to die for this. I went way too far. It wasn’t funny. I get it.”
(Kathy Griffin)
“I don’t think I’m going to have a career after this. He broke me.You know what, I’m going to make fun of him more now.”
(Kathy Griffin)
Provavelmente e no que diz respeito ao seu Futuro profissional (pelo menos a curto-prazo), com Kathy Griffin a ter que sumir rapidamente (o que não fez desculpando-se e pelo contrário, cortando de novo a sua cabeça ao ripostar como presa) e esperar como muitos outros dos seus meios já o fizeram (o que hoje é, amanhã já pode não o ser e vice-versa), o momento certo para o regresso e para a respetiva vingança ‒ pratica e efetiva. Um período que poderá ser curto mas que também poderá ser bem prolongado (podendo-se estender a no mínimo 4 e no máximo 8 anos ‒ ou sabe-se lá muito menos, se alguém levar à letra as pretensões de KG). Mas como o Espetáculo continua esperemos pelas próximas cenas.
(imagens: huffingtonpost.com)
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Hoje vamos à Bruxa
“Hoje dia 24 de Fevereiro de 2017 e aproveitando o início de mais um fim-de-semana (pelos vistos mais propícios à pratica de rituais), inicia-se mais uma campanha contra o 45ºPresidente dos EUA – Donald Trump: aqui podendo-se invocar bruxas, feiticeiros, mágicos, duendes e tudo o mais que nos lembrarmos dos nossos tempos de infância, mas agora não para contrapor (ao mundo dos adultos) mas apenas para informar que continuamos simplesmente a obedecer (a quem nos tem sempre negado a Esperança). É que o Mal existe e está onde eles nos indicam!”
Para se ver até onde pode chegar a histeria-animal instigada pelos (seus) predadores – com as próprias presas no altar oferecendo-se em sacrifício. Lembrando-nos de tempos ainda tão próximos e da psicologia de massas do fascismo (antes de aplicação direta agora subliminar).
A Spell to Bind Donald Trump and All Those Who Abet Him:
February 24th Mass Ritual
To be performed at midnight on every waning crescent moon until he is removed from office
The first ritual takes place Friday evening, February 24th, at the stroke of midnight
Com o promotor publicitário (com uma página própria no Facebook só destinada a Trump) divulgando esta ação, a colocar-nos logo a par de tudo o for necessário: desde adereços e artefactos que deveremos necessariamente levar (uma foto de Trump, uma carta de Tarot, velas e o que mais nos for permitido – aqui referido como opção), passando por conselhos (úteis) de modo a sabermos como nos preparar e apresentar (por exemplo rezando e invocando o nosso santo protetor) e até como cumprir o ritual ou as suas diversas variantes (permitindo a presença de mágicos de modo a esconjurar o Diabo). E tendo já algo para dizer (mundo psíquico) para acompanhar o Ritual (mundo físico) – uma letra e sendo de câmbio (trocando algo por outra coisa, mesmo que não se saiba o quê):
Hear me, oh spirits Of Water, Earth, Fire, and Air Heavenly hosts Demons of the infernal realms And spirits of the ancestors
I call upon you To bind Donald J. Trump So that he may fail utterly That he may do no harm To any human soul Nor any tree Animal
[Parte do Ritual (v.2.1)]
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Tower tarot card
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Pelo que se não puder hoje dar um saltinho até à América (pode conhecer alguém que o possa e que como que por magia o leve) e viver meio perdido num outro buraco do Mundo (sem acesso a estas coisas), o que terá de fazer sem receio do que (poderá) acontecer (inebriados como estaremos no Mundo do Imaginário), será sentar-se num cantinho, beber um copinho de vinho e deixar-nos aí a sonhar: também com Bruxas mas das Boas.
Enquanto isso nos EUA continua a Guerra Civil não declarada entre “os trampa e os contra-esta-trampa” mas com todos trabalhando para o mesmo tipo de trampa. Todos dentro da sanita e com alguém no autoclismo.
(textos/inglês e imagens: extranewsfeed.com)
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Sem Idade, Com Contactos e Cheias de Riquezas
(Contra-Ficheiros Secretos mas com Contornos Alienígenas) – 1/2
Esta história envolve velhinhas, porcos e seres não identificados, talvez anjos ou talvez demónios. Retrata a confusão que existe e persiste entre sonho e realidade e entre caos e ordem. Mas como os pares se complementam, estes fazem parte da mesma coisa e mesmo na maior confusão, se pode dar o início a algo ordenado.
As Três Senhoritas
Esta é uma história de província sobre três senhoritas bem formadas, sem marido e sem idade, que num dia dum mês solarengo de muito calor e divertido, se reuniram nas belas e frescas escadas, da sua rude casa de pedra.
Um caldo de legumes bem quentinho acompanhado por um bom naco de broa, abrira-lhes o apetite e confortara-lhes o estômago. O arroz de míscaros e os restos do guisado de vitela deram o toque final à refeição. Nunca desprezando um queijinho de cabra e um copo de tinto para limpar a garganta.
Ao meio-dia já estavam todas comidas e despachadas e antes que a sonolência invadisse o seu corpo distendido e satisfeito, ergueram-se rapidamente, levantaram a mesa e lavaram a louça, tomaram um cafezinho e foram logo até lá fora.
A porta da casa um pouco empenada pela forte humidade da noite anterior, quase que lhes ia negando os seus desejos, mas contrariada e com um forte pontapé bem dirigido, lá se abriu finalmente fazendo entrar o Sol com a luz a acompanhar.
Estava um dia lindo e muito claro, com uma aragem muito tímida fazendo ondular muito levemente pequenos ramos e algumas flores e com o Sol a bater fortemente no rosto das senhoritas e a aquecer as pedras dos degraus da sua escada.
Reconfortadas e acarinhadas pelos quentinhos raios de Sol as três senhoritas lá foram descendo os degraus, acabando por se sentarem no último desnível da escada e por usufruírem o calor da tarde perfeita, enquanto o granito lhes aquecia o rabiosque.
A história veio depois de cumprimentarem alguns dos vizinhos que não deixando de as olhar iam passando diante da casa e fora uma ideia repentina da mais velha das três, que recordando os inesquecíveis tempos passados da sua juventude, se lembrou da história rocambolesca do leitão da Mealhada (perdão Bairrada).
O Leitão
A história começou nas imediações da vila do Luso mais precisamente na serra do Buçaco, tendo como protagonistas um porco e a porca da sua mulher, fugitivos duma pocilga situada no concelho da Mealhada, que tinha como função pôr os porcos a fornicar e pôr a porca a parir leitões sem parar.
Cansado duma vida monótona de puro sexo e prazer, o porco acabara por entrar em depressão perdendo a sua erecção, o que acarretara grandes problemas de produção para a porca, pondo-a em risco de vida por tão pouca bacorada.
A ocasião surgiu mesmo em cima da hora, quando o camião que transportava os porcos improdutivos e excedentários para o matadouro municipal se despistou, saiu da estrada e espalhou toda a sua carga pelo chão: uns morreram logo ali, outros não paravam de grunhir e os mais capazes fugiram pelo campo.
O porco e a porca da história faziam parte desse último grupo. Ainda meio desorientados pelo acidente em que tinham estado envolvidos e aterrorizados com o cenário de morte que os envolvia – com bocados de porco espalhados por todo o lado desde o chispe ao cabaço passando pelo entrecosto – fugiram sem olhar para trás e com o rabo a enrolar.
Na sua fuga desenfreada percorreram campos e mato, atravessaram o Luso de passagem – onde ainda mataram a sede na Companhia das Águas do Luso – e sem parar se dirigiram para a mata do Buçaco. Foi nesse trajecto que encontraram o leitão e vendo-o meio perdido, o porco o convidara para acompanhá-los. De início o leitão ainda hesitara em segui-los, mas vendo o sinal de aprovação da porca aderira prontamente.
Apresentemos então e desde já esta terceira personagem, como que caída do céu no trajecto de fuga destes mamíferos não ruminantes e dizendo-se fugitivo duma vara das redondezas: era nem mais nem menos que o jovem Camarinha da terra e por onde ele andasse o sarilho andava por perto. Sobretudo se envolvia uma porca com uma rosca bonita e perfeita.
Chegaram à entrada da mata já era noite cerrada. Instalaram-se num pequeno refúgio que encontraram ao lado do caminho e que percorria toda a serra, prepararam com ramos, folhas e alguma caruma a cama onde se iriam deitar e lá foram tratar das suas coisas antes de irem dormir: a porca tratou do local, o porco foi em busca de comida e o leitão ficou a olhar.
Bairradinos
O leitão na realidade não era natural da Mealhada, sendo considerado entre os seus amigos leitões que com ele habitavam numa quinta perto da zona da Vacariça, como um verdadeiro penetra: no meio onde vivia era já há muito tempo conhecido como o Pilareco da Bairrada, pelo carinho e afecto com que tratava todas as porcas – que parecendo carentes não mais o largavam – e pelo gosto que tinha pelas suas tetas.
Mas a fama dos porcos da Bairrada já vinha de longe. Tal como o Pilareco eram porcos carinhosos e afectuosos e entre o porco e a porca o respeito era mútuo e correspondente: mesmo a nível sexual o porco convivia sempre cordialmente com a porca, sendo adepto fervoroso dos preliminares e dum romance verdadeiramente aporcalhado.
Assim nunca “o porco iria à porca” como muitos outros o faziam, nem esta se desculparia nunca com as inevitáveis dores de cabeça. Pelo contrário. Eram adeptos das fantasias do parceiro e o seu orgasmo durava meia hora. E tinham carne tenrinha.
Entretanto o porco ainda não regressara da batida. A porca e o leitão tinham descoberto umas bolotas por ali caídas e tinham-se deliciado com uns restos de comida que alguém deixara para trás, descansando agora à entrada do refúgio e esperando pelo regresso do ausente.
Quanto ao porco este perdera-se no meio do mato e acabara inadvertidamente por atravessar uma estrada que o colocara fora do perímetro do parque. Uma hora depois de ter deixado para trás a mulher, rondava ainda uma casa onde alguns porcos ainda comiam os últimos restos, antes de se recolherem à pocilga: mas o frio apertava e a primeira coisa a fazer era tentar regressar.
O frio apertava cada vez mais em torno do refúgio onde a porca e o leitão se encontravam instalados e nem mesmo a folhagem colocada à sua volta os protegia do vento frio que atravessava a serra do Buçaco. Não tiveram alternativa senão aproximarem-se um do outro e enredarem totalmente os seus corpos como se fossem um novelo.
A porca não resistiu às investidas pretensamente sem intenções do rosado leitão, certamente e inicialmente causadas pelos espasmos de frio que atravessavam o corpo da jovem e inadaptada criatura. Sensibilizada pela juventude do leitão e pelo sofrimento que este poderia estar a suportar, não foi de espantar que as investidas consecutivas e determinadas do leitão se tenham finalmente coroado de êxito, impulsionadas decisivamente pela atracção e excitação crescente da porca na presença deste jovem e pelas situações difíceis e de carência afectiva que tinha vivido nas últimas horas. O porco nunca mais regressou.
As Três Corujas
As três senhoritas eram consideradas pela centena de pessoas que residiam na aldeia como bruxas e feiticeiras, um sentimento talvez provocado por nunca terem casado, sempre terem vivido juntas e ainda a outras histórias envolvendo homens, dinheiro e traições. Nada que fosse algo de muito estranho numa aldeia perdida no interior secreto da província, cenário propício a mistérios, encantamentos mas também distúrbios.
Corria o boato entre o círculo de beatas que todos os dias acompanhavam o padre na abertura da Igreja, que todas teriam filhos bastardos todos eles já homens, resultado do pacto que teriam feito enquanto jovens moças com um nobre duma freguesia próxima da delas e que se suspeitava ter ligações com o Diabo: engravidara duas gémeas menores de idade que afirmavam nunca o ter visto – apesar de ter sido apanhado a fugir meio nu de madrugada de casa delas – e fizera um aborto a uma outra jovem sua amiga de infância e que muitas bocas afirmavam ter sido por ele causado.
Como se pode ver a voz do povo chega sempre a qualquer lado, especialmente se se basear em boatos e rumores que alguns “inocentemente e sem intenções” apenas transmitem: ora como não serve de nada matar o mensageiro, isso dá a certas pessoas a garantia da inimputabilidade. O que se passava é que toda aquela história era falsa, mas o caso de tal facto se ter enraizado na cabeça das pessoas e não mais ter sido desmentido, até que tinha sido muito útil e agradável para as três senhoritas: talvez por medo ou por algum receio nunca mais as tinham aborrecido com assuntos fúteis e dispensáveis, deixando-as fazer a sua vida simples descansadas e em sossego e até tendo para ali chamado com a divulgação destas histórias alguns curiosos susceptíveis à acção de adivinhos e de cartomantes, que ali lhes vinham pedir ajuda e solução para os seus problemas financeiros, de saúde ou passionais e que sempre de lá saíam pelo menos bem bebidos, bem comidos e satisfeitos com o carinho e compreensão (apesar de sem solução) por elas demonstrado.
A verdadeira história era muito típica desses tempos de juventude do século passado, com três jovens da província fechadas num mundo auto-suficiente mas sem grandes comunicações com o exterior, que um dia tiveram a oportunidade de sair do seu mundo fechado e percorrer um outro mundo que por vezes não compreendiam nem que fosse pela sua extensão indeterminada e sem fronteiras conhecidas. Partiram com a sua Tia Vitória no carrinho puxado pela sua velha mula a caminho do curandeiro local, transportando consigo a porca Matilde que nos últimos dias ia passando mal agora que estava cada vez mais próxima de parir: não poderiam perder nenhuma das crias da porca Matilde já que todos e tudo eram importantes para o orçamento e sobrevivência da família. Naquela época viviam-se tempos belos mas muito difíceis.
Mas tal como os mochos e as corujas as três jovens de então eram reflectidas, responsáveis e extremamente práticas e directas nos actos que praticavam. O que por vezes também trazia inconvenientes e muitos problemas adicionais, dada a sua juventude e gosto pela aventura e pelo risco, que as três jovens transportavam e exteriorizavam continuamente. Daí não ser de estranhar o que aconteceu e compreender o aparecimento de tantas inverdades e delírios.
Chegaram a casa do curandeiro já a tarde ia bastante adiantada. A culpa fora da mula que se recusara a puxar o carrinho numa das passagens da serra, o que obrigara a uma longa pausa até que a convencessem a pôr-se de novo ao caminho: talvez tivesse sido o uivar do lobo que incomodara a caminhada até ali normal da mula, mas tal facto e o atraso registado iria obrigá-las a refugiarem-se por ali, para passarem a noite que aí vinha. E foi já no período em que se iam deitar após uma pequena ceia para aquecer e confortar um pouco mais o estômago e se enfiarem no leito onde iriam pernoitar – iriam ficar no rés-do-chão da habitação juntamente com os animais – que as três jovens sem o saber iniciaram a sua aventura.
E tudo começara com o aparecimento de algo muito estranho e inesperado que surpreendera as três jovens, ainda elas brincavam com os animais – vacas, ovelhas, porcos, galinhas e patos – que compartilhavam alegremente com elas o dormitório desta noite.
Anjos dos Céus
A partir da porta do celeiro tinham avistado a algumas centenas de metros uma luz que parecia ter descido do céu e estabilizado atrás do arvoredo que rodeava um dos lados do lugar onde se encontravam a pernoitar. Ao princípio tinham ouvido um pequeno silvo e algumas luzes coloridas que posteriormente tinham estabilizado num único ponto iluminado. Curiosas saíram para o exterior para observar melhor o que seria, fechando de imediato a porta atrás de si, mas não conseguindo evitar que um dos bácoros saísse a correr. E foi nessa correria atrás do irrequieto animal que foram surpreendidas por dois seres aparentemente humanos, mas belos e magníficos como anjos: um homem e uma mulher olhavam-nas aparentemente à sua espera.
As duas personagens nunca lhes suscitaram qualquer tipo de sensação de medo, despertando-lhes pelo contrário um sentimento de confiança e de partilha que levou as três jovens a segui-los sem hesitar mal foi feito o convite. Ao fundo podia-se ver um veículo estranho e sem rodas que de certo os transportara até ali no qual os dois seres se introduziram convidando-as a acompanhá-los. Ainda pensaram uns segundos antes de entrarem, pois poderiam estar diante de mais uma das obras do Diabo, não fossem os dois um casal de uma extrema e estonteante beleza particularmente no caso do homem, ou não fossem elas mulheres, jovens e prontas a acasalar.
A vista que tinham a partir do veículo agora em movimento e atravessando como que suspenso os céus da região era fantástica, com as três jovens paralisadas por fortes emoções como que estivessem a viver um sonho indescritível e inacreditável, só possível de existir noutro mundo que não o delas, mais superficial e com horizontes mais limitados ao nível da observação horizontal.
Foram até à zona do convento de Nossa Senhora da Lapa, tendo sobrevoado toda aquela zona beirã e apreciado a região onde o rio Vouga nascia. De noite poucas luzes se viam e só uma ou outra casa uma ou outra rua se encontrava iluminada, mas a Igreja essa era bem visível mesmo no cimo do monte, com os poderosos penedos a rodearem-na e a fazerem parte dela.
Voaram ainda por outros céus mais profundos e distantes que o veículo alcançou, nunca se esquecendo no entanto daquele ponto particular sobre a superfície de Portugal onde os dois seres misteriosos tinham projectado um futuro, no qual uma enorme multidão debaixo de um Sol em eclipse e na presença de visitantes luminosos vindos do Além, deu voz à sua profunda fé e esperança num mundo melhor e ao qual todos tinham direito na Terra como no Céu. Para as três jovens foi emocionante verem em antecipação o milagre de Fátima, contando com a presença de uma linda Senhora recortando-se no Céu – sob um pedestal luminoso provavelmente de nuvens – e contrastando duma forma magnífica e penetrante com a evolução do eclipse como pano de fundo. Não esquecendo a presença bem visível e marcante dos Três Pastorinhos.
No regresso passaram de novo pela Senhora da Lapa onde os dois seres lhes entregaram um objecto que parecia um sardão: só o tiveram de colocar sob o suporte do telhado ainda a noite ia a meio e todo o mundo dormia, substituindo o anterior já muito degradado e afirmando desta forma e mais uma vez que é possível e desejado (por complementar) a convivência entre o sagrado e o profano, entre o pobre e o rico, entre o Homem e a Natureza.
Antes do nascimento do dia voltaram de novo ao celeiro e quando acordaram de manhã ainda ficaram na dúvida se tudo o que tinham vivido seria realidade ou ilusão. Uma certeza no entanto nunca pode ser desmentida, apesar das três jovens nunca terem percebido como tal poderia ter acontecido: fora a primeira vez que tinham sido impregnadas e tal como a Virgem-Maria estavam grávidas e iam dar à luz.
(1.ª parte de 2)
(imagens – retiradas da Web)
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Halloween
“Deixem-nos ter a cabeça na Lua, deixem-nos continuar a dormir em pé, deixem-nos sonhar a dormir e dormir acordado ou então, a vossa mentira e a vossa ficção, serão o futuro da nossa realidade e da nossa negação. Então, a ilusão será substituída pela alienação.”
Noite de 31 Outubro para 1 de Novembro
O Dia das Bruxas foi instituído na minha região há muitos e muitos anos.
Lembro-me de muitas histórias contadas pela minha bisavó nas noites frias de inverno, debaixo da lareira da cozinha, com a madeira a estalar e a chaleira do chá a borbulhar, com a água a transbordar e a fogueira a fumegar.
Lá fora a escuridão era enorme e a Lua e as estrelas não se viam em lado nenhum. O céu estava coberto de nuvens, o frio quebrava os nossos ossos e o barulho provocado pelas súbitas rajadas de vento, fazia-nos encolher de olhos fechados e com o terror à flor da pele, quietinhos, debaixo do cobertor.
Cheios de medo, todos aguardavam pela chegada das bruxas montadas em suas vassouras cabeludas e peçonhentas, sorrindo-nos com a sua monstruosa boca aberta e horrivelmente desdentada.
Não me lembro de ter visto nenhuma destas criaturas por altura do Dia das Bruxas. Talvez porque acabasse sempre por adormecer no meio desta noite de mistérios e de segredos, ou talvez por essas histórias não serem assim tão terríveis como isso, de tal modo que, nos levassem a sonhar com elas e a viajar nas suas vassouras, vivendo todas as suas aventuras.
Coca iluminada simbolizando o bicho-papão
As bruxas tal como as abóboras podem ser boas ou más: mas somos nós que as escolhemos. Gostosura ou travessura?