ALBUFEIRA
Um espelho que reflecte a vida, que passa por nós num segundo (espelho)
Ossos
“Nós Ossos Que Aqui Estamos, Pelos Vossos Esperamos.”
(à entrada da Capela dos Ossos/Évora)
Convento de São Francisco de Évora ─ Capela dos Ossos
(século XVII)
Um dos melhores exemplares preservados de cerca de meia dúzia de “Capela de Ossos” existentes pelo Alentejo e Algarve (como em Faro e Lagos), uma delas localizada aqui próxima na freguesia de Alcantarilha (concelho de Silves): esta última revestida por mais de 1500 ossadas/caveiras humanas segundo dizem de jesuítas tendo morrido na região.
Confrontando-nos com a morte tal como ela é ─ uma transição, um período de espera ─ tendo a sua cronologia no Tempo (influenciando a história), no entanto não se sabendo em que Espaço nem em que circunstâncias: sabendo-se o Universo Infinito, circulando em espiral e tendo de contactar coordenadas (nalgum ponto) ─ podendo ser concretizadas em planos paralelos ou concorrentes, e aí tocando-se, integrando a mesma projeção (um dos pontos do percurso original) ─ tendo o Elemento que nos une e diferencia de se basear numa sequência evolutiva nunca se perdendo (mas transformando-se por Saltos e episódios exteriores de indução), como tal e inserindo-se num Sistema de equações muito mais vasto (para já para nós incompreensível por inacessível), por óbvio, natural e sequencial jamais podendo ser interrompido.
Num Sistema como aquele onde vivemos tendo início e fim como num filme, onde tudo começa num ponto e acaba no outro e em que nem entendendo o nosso decretado início nem percebemos o fim e a sua continuação, prosseguimos por cá por sucessivas e sucessivas gerações caindo como moscas ou gafanhotos e tal como eles os insetos, sem nos questionarmos (porque será esse traço comum?) do como e do porquê, tal como no dia em que tomamos conhecimento e nos deparamos com a nossa primeira morte (presencial, direta) ficando a olhar sem saber bem o que fazer: significando que chegando-se a uma encruzilhada e mesmo a um precipício, tendo-se conhecimento e equipamento tudo é possível ─ mesmo algo para já fora do nosso entendimento ou explicação, tal como tem sido quase tudo (no seu início) durante toda a nossa (por vezes acelerada) Evolução. A morte devendo ser apenas mais uma fronteira da nossa Imaginação, mas para já não o sendo, sendo pelo contrário bem real (física e psiquicamente) e a consequência natural do modelo pretensamente e desde sempre por nós adotado (como se para nós, réplicas sem vontade, fosse o adequado).
O Dia do Julgamento Final
Indo a carne, ficando tudo reduzido a ossos, transformando-se de seguida em pó e poeiras, distribuindo-se sucessivamente de novo (as cartas) e num dos naipes entre milhões e milhões de saídas saindo a nossa carta de novo, não por sorteio ocasional ou aleatório e mesmo que o sendo (e pela estrutura do nosso Universo, curiosamente sempre à procura de um centro), replicativo. Havendo um Deus e mesmo que não sendo de entre nós, tendo de uma forma ou de outra a obrigação (até no seu próprio interesse) de preservar a sua espécie e estando numa fase muito mais avançada do que a nossa já podendo ter alcançado esse desígnio andando já aí Deuses passeando pelo Cosmos não à nossa procura, mas de outros Deuses, os seguintes. Daí uma conclusão (do desinteresse dos exteriores) de estarmos ainda numa fase muito atrasada da nossa Evolução, ainda tendo muito com que lidar com esse nosso problema existencial (que é a morte, nem tendo sentido o nascimento e por pouco tempo a vida) sempre adiado até não o poder ser mais: o melhor para nos confrontarmos mais fresquinhos, ingénuos e abertos, caindo-se no buraco iniciando-se outra aventura.
(imagens: andarilho.pt ─ wisefamousquotes.com ─ wikipedia.org)
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O Futuro da Dona Marina
Grande Prémio de Portugal de Fórmula Um
Autódromo de Albufeira
Na Orada e após a obrigatória ida à missa na capela aí situada e rezada pelo descendente direto do padre da terra – e ainda com a presença garantida de todas as beatas importantes ainda vivas – o povo deixou-se levar pelo ruído dos motores e pelo movimento e alegria na barraca das bifanas e das bejecas, de Ti Desidério.
Até podia ser na Lituânia
Realizou-se no último domingo deste mês nos terrenos da Orada – e após a conclusão dos trabalhos de esvaziamento, enchimento e terraplanagem da marina aí anteriormente existente e entretanto há muito desativada – a edição portuguesa do grandioso e tecnológico GP de F1.
Como se pode ver pela imagem anterior, foi grande a afluência de público interessado em assistir a este raro e belo espetáculo, agora que as bancadas foram abertas de uma forma livre e gratuita, a todo o público presente – no seguimento do abandono imobiliário de toda a zona envolvente à marina.
Entre os presentes esteve o fantasma do ex-presidente desta república de bananas, Prof. Animal Cavalo, montado no seu burro de estimação herdado de seu pai e agora valioso património em vias de extinção, pobre besta de carga vinda diretamente da agora mal frequentada e infeliz praia da Coelha, anteriormente bela e meia selvagem e agora convertida em aviário de luxo dos milionários vendedores sem procuração de bens alheios e outros negócios e lavagens profundas, ainda-por-cima protegidos com uma constante vigilância policial, de modo a proteger o seu novo dono (agora dado a polícia) de ações do dono anterior (agora dado a ladrão).
Relembre-se que após a extinção de centenas freguesias deste país, seguiu-se a extinção de muitos concelhos, sendo o de Albufeira integrado na Andaluzia Alemã, por proposta surgida numa reunião informal realizada no restaurante do ex-Zoomarine – entre herdeiros bastardos de individualidades VIP que nunca tiveram nada a ver com a região de modo a serem totalmente imparciais – agora transformado num viveiro de cavalas, carapaus e sardinhas vivinhas, vindas diretamente das reservas piscícolas da barragem do Alqueva.