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5 Imagens de 5 Continentes

Sexta-feira, 05.12.14

A partir da secção Ciência Espaço da time.com (PHOTOS: 20 Breathtaking Images of Earth From Space) cinco imagens de cinco continentes todas registadas no ano de 2013 a partir do Espaço: Síria (Ásia), USA (América), Angola (África), Austrália (Oceânia) e França (Europa).

 

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Cidadela de Allepo – Palácio Medieval Fortificado – Síria
Rio Colorado – Utah – USA

 

Bombardeamento (Ásia)

 

A violenta Guerra Civil travada desde há vários meses na Síria entre as forças governamentais do presidente Bashar al-Assad e os diferentes grupos armados da oposição (com as milícias islâmicas do EIIL a serem neles preponderantes), além de já terem provocado milhares de mortos, de feridos e de deslocados, também tem vindo a contribuir de uma forma deliberada e aparentemente irreversível, para a destruição total de todas as infra-estruturas do país. No meio deste intenso cenário de (violenta, destruidora e mortal) Guerra Civil, a foto da Cidadela de Allepo com a sua fortaleza medieval rodeada pelo seu povo, traz-nos logo à memória a imagem duma enorme cratera criada por uma brutal explosão – atingindo a população no seu coração e na sua alma e com firme intenção de matar.

 

Cobra (América)

 

Sendo um dos rios mais extensos da América do Norte, o Colorado é apenas um dos vários cursos de água nascidos nas Montanhas Rochosas – recebendo água de meia dúzia de afluentes diferentes: nesta imensa cordilheira que se estende do Canadá até ao estado norte-americano do Novo México, podemos encontrar catorze rios correndo em todas as direcções, acabando estes por desaguar em três oceanos diferentes: a leste no Atlântico, a oeste no Pacífico e a norte no Árctico. No caso do rio Colorado a sua grande extensão leva-o desde as Montanhas Rochosas até desaguar no Golfo da Califórnia, após mais de 2.300km de viagem e cinco estados percorridos, entre eles o estado do Arizona onde se situa parte do seu trajecto mais conhecido a nível mundial: o Grande Canyon um dos maiores e mais belos expositores do mundo, sobre a História Geológica da Terra. E é esta grandeza, esta forma (cultural e histórica) e este mistério (o rio representa a Vida desde o seu nascimento até à sua morte – ou seja todas as suas/nossas fases de transformação) que rodeiam a imagem deste rio: o seu curso serpenteando o Grande Canyon faz-nos logo lembrar uma Cobra/Serpente atravessando o mundo e procurando o seu/nosso destino. Tal e qual como a serpente Quetzalcoatl um dos primeiros deuses responsáveis pela Criação do Mundo e da Vida (da morte e da ressurreição).

 

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Rio Cuanza – Barragem de Cambambe – Angola
Oceano Pacífico – Grande Barreira de Coral – Austrália

 

Água Doce & Água Salgada (África e Oceânia)

 

A Terra vive na actualidade um ciclo aparentemente neutro da sua História, alicerçando os seus pilares de sustentação unicamente na Economia e na valorização do objecto, mas esquecendo deliberadamente (e de uma forma cada vez mais violenta para as maiorias) o Aspecto Social da questão, por desvalorização do sujeito. Deste modo será tão natural como previsível a tendência crescente de sobreposição do objecto relativamente ao sujeito, a qual só terá a sua conclusão quando se atingir o ponto de equilíbrio. Quem o decidirá será uma minoria de privilegiados, na qual o Homem e a Natureza não terão mais lugar. E com o Homo Sapiens em processo de extinção (essa fase já começou) será a vez do Super-Homem.

 

E quando se fala da Terra, do Homem e da Natureza (e porque não dos oceanos, dos rios, dos lagos e de outras massas de água cobrindo cerca de 70% da superfície do nosso planeta), nunca nos poderemos esquecer que antes do Homem aparecer já a Natureza existia, a Terra a recebia e ao Universo pertencia. Nós só aparecemos no fim para completar a Ideia. Pensando assim como pode Um só indivíduo assenhorear-se dela, fazer a sua interpretação pessoal e impô-la sem necessidade de discussão ou possibilidade de recurso? Segundo eles se o Homem resultou duma transformação Divina (idealizada ou materializada), nada nos impede pelo nosso lado de criar ou de morrer (no fundo vimos do nada e da concretização de uma ideia/desejo superior) e assim fazer também parte dessa Elite Divina. Mas como pode aquele que se define como A Criação alguma vez invocar para si o papel de O Criador?

 

A Água é um bem da Natureza cujo direito de utilização começa agora a ser brutalmente posto em causa: convivendo com ela durante toda a nossa vida, identificando-a como mais um sujeito fundamental para o fortalecimento e consolidação das nossas sociedades e colocando-a ao nível de um dos nossos mais adorados familiares (com respeito e merecidamente), vemo-la hoje a ser pressionada e entubada sob os pés do capitalismo mais extremo, selvagem e mortal (o ultra-liberalismo) e a desaparecer dos nossos horizontes visuais, cada vez com maior velocidade e deslocando-se para lugares senão longínquos então inexistentes (por inalcançáveis). E enquanto o Diabo esfrega o olho, a água transforma-se em Ouro.

 

Todas as concentrações e reservas de massas líquidas – responsáveis por mais de 70% da superfície terrestre estar coberta por água (seja ela doce ou seja ela salgada) – estão neste momento, doentes e em perigo de vida. O Aquecimento Global e o degelo acelerado registado nos pólos – parcialmente originados em fenómenos naturais provocadores de poluição, mas contando também com uma grande contribuição (artificial) da mão do Homem – tem vindo nas últimas décadas a alterar, muitas das vezes radicalmente, os padrões ambientais e as nossas condições de sobrevivência. E desde os imensos mares salgados até ao mais pequenino rio doce, a água tem sido a maior vítima: veja-se o caso da destruição rápida dos rios (para a qual tem contribuído a construção de inúmeras barragens, alterando a fauna e a flora e destruindo de uma forma irreversível o ambiente) e da agonia lenta dos mares (com os oceanos a transformarem-se em autênticos aterros a mar aberto e a sofrerem em toda a sua extensão dos terríveis efeitos da poluição – como o é o caso flagrante da explosão na central nuclear de Fukushima e da contaminação aérea, terrestre e marinha por ela provocada (e que ainda hoje continua).

 

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Versalhes – Palácio de Versalhes – França

 

Geometria Artificial & Manutenção (Europa)

 

E eis que finalmente chegamos ao velho Continente Europeu. O único que ainda mantém ténues ligações com as estruturas históricas e culturais que fundamentaram a criação das sociedades democráticas, construídas com o objectivo da concretização dos anseios básicos dos seus cidadãos – e como resposta à organização societária aos movimentos revolucionários – mas que ao longo destas últimas décadas se tem dissipado na “espuma dos dias”, ameaçando desaparecer e ser imediatamente substituída pela “teoria mercantil da preponderância do objecto sobre o sujeito”: ou não seja o Homem um objecto de desgaste rápido e com capacidade de produção de mais-valia reduzido (basta olhar para os seus custos de manutenção face à capacidade de trabalho das máquinas cada vez mais capazes e mais auto-suficientes), nunca podendo competir com um objecto sem alma, sempre pronto e adaptável e podendo ser indefinidamente reciclado ou sucessivamente transformado.

 

E se a geometria ao ser apoderada pelas elites se transformou numa imagem da sociedade de então – tudo direitinho e limpinho, demonstrando ordem e poder – essa beleza virtual e ornamental ao ver-se rodeada pelas áreas adjacentes que a envolviam em círculos cada vez mais afastados e desenquadrados (das características do seu foco), acabava sempre por demonstrar (ao expor-se na sua totalidade) que o Mundo é um Caos e a Organização apenas uma das suas transformações. E daí surgiam os conflitos, os debates mais ou menos acesos sobre factos e ideias, as grandes revoluções e as grandes invenções. Mas sobretudo com a queda do Muro de Berlim a Europa fossilizou de vez, ficou incapaz de se defender do exterior e aceitou as condições do invasor. Pondo de lado o maior estado europeu (e ao mesmo tempo a maior potencia do continente), submetendo-se aos novos e únicos senhores do mundo e pondo nas mãos da Alemanha e da Grã-Bretanha a tarefa de lhes controlar os dividendos (excessivos) e as despesas (desnecessárias)

 

O problema não reside aqui na Geometria Artificial mas nos custos da sua manutenção: passado o tempo dos escravos agora ultrapassado pelo tempo dos empregados (nunca o trabalho foi valorizado, mas aproveitado e adulterado), o povo sem nome nem existência já não tem tempo, nem paciência, nem por vezes sabedoria (que lhe foi sempre vedada por condicionamento educacional e religioso) para suportar mais cenários de futuros brilhantes: a nossa história nunca é contada por ninguém e aqueles que o fazem ou são profissionais de top do sistema ou então só escrevem para eles. Talvez um dia se reflicta um pouco mais sobre isto e se chegue à conclusão que as revoltas devem ser lançadas por UM e compartilhadas por NENHUM, até que todos os UNS se reúnam e (apenas) decidam pensar (com as suas cabecinhas, partilhando experiências e não invocando certezas).

 

Confesso que já estive em Versalhes, passeei um pouco por lá, mas quanto aos jardins só os vi pelo lado de fora: era jovem, andava a viajar, o dinheiro era pouco e em França já tudo se pagava. Mas as excursões eram constantes, num dos locais mais visitados de França. Antes de tudo pelo seu grandioso palácio e pelos seus extensos e belos jardins, ocupando estes últimos cerca de 700 hectares da área associada ao Palácio de Versalhes. Uma cidade situada nos arredores de Paris e fora da confusão, doença e conflitos da França do século XVII. Motivo pelo qual o Rei Sol Luís XIV a manda edificar de base, para nela assim poder instalar todo o poder político da altura – e assim poder fugir momentaneamente aos primeiros prenúncios da Revolução que já se adivinhava no horizonte. Construída a partir de 1664 (já Portugal se livrara do jugo de Espanha há 24 anos), sede do poder durante cento e sete anos (1682/1789) e abandonada como centro político de França com a chegada da Revolução. Pelo que se dizia na altura e voltando de novo ao tema da geometria artificial aqui tão bem aplicada ao Palácio de Versalhes (jardins e mesmo edifícios), não é de estranhar que a mulher de Luís XIV por vezes se passasse com tanta simetria.

 

(imagens – time.com)

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publicado por Produções Anormais - Albufeira às 18:52