ALBUFEIRA
Um espelho que reflecte a vida, que passa por nós num segundo (espelho)
Dunas (1)
Ficheiros Secretos – Albufeira XXI
(Os Desertos Não Existem, Fomos Nós Que Os Criamos)
“Uma investigação internacional liderada pelo instituto norte-americano SETI concluiu que as dunas da cratera de Gale, no planeta Marte, "movem-se" e que "estão activas", anunciou hoje a Universidade de Coimbra (UC)”. (DN Ciência)
Dunas
Nos túneis situados sob a superfície de Marte, os jovens iam-se organizando em equipas de vinte elementos, cada um deles com a sua respectiva mochila de viagem e com todos os acessórios básicos de segurança e de orientação, além do tradicional fato protector de uso exterior obrigatório.
Os guias das equipas ainda não tinham chegado, o que deixava a cada um dos jovens algum tempo para confirmarem se já estavam preparados para a sua saída e para darem uma olhadela extra e mais atenta às instalações e aos elevadores que davam acesso à superfície.
Ás oito horas em ponto os guias chegaram, confirmaram todo o equipamento e deram as suas últimas instruções e avisos. Dirigiram-se para os elevadores e disseram aos jovens para aguardarem no local: três elevadores com capacidade para 50 passageiros cada levaram então os 120 jovens e seis instrutores para cima, ao encontro dos VD (veículo dunar) e duma grande e fantástica aventura.
Verificaram mais uma vez o equipamento e a estanquidade do fato protector. Chegados à superfície saíram para o exterior através dum acesso existente numa das muitas crateras que polvilhavam a superfície de Marte, dividindo-se em seis grupos de vinte elementos mais o guia, cada um deles dirigindo-se em fila indiana para o seu respectivo VD.
Por essa altura viram passar no céu um satélite artificial oriundo do planeta Terra que periodicamente por ali passava num missão de estudo e de observação: no entanto esses alienígenas nunca detectariam a presença destes jovens movimentando-se sobre a superfície do planeta, primeiro porque todos já sabiam antecipadamente os planos de observação do satélite alienígena – todas as comunicações alienígenas estavam sob escuta – e depois porque os próprios factos tornavam imperceptíveis por invisíveis quem os usasse.
Os VD eram enormes e duma grande beleza geométrica, com a sua forma em V escura contrastando com a superfície mais clara de Marte; parecendo deslocados da paisagem que os rodeava, quem os olhasse com mais atenção neste cenário, poderia concluir que estes artefactos pareciam pela sua forma querer significar movimento, o que até não era errado. Estas estruturas naturais do planeta Marte eram usadas em certas alturas das suas estações como meio de transporte comum dos aí residentes, dado ser indetectável, inócua e sem grandes gastos energéticos e por – sem interferir ou se notar – integrar sem problemas a paisagem e o relevo envolvente.
O VD utilizava a duna como cobertura e protecção para os objectos e seres que transportava, aproveitando os fenómenos que por vezes atravessavam a superfície do planeta e que alteravam frequentemente as suas condições climatéricas particulares, deslocando grandes massas de areias e outros detritos de menores dimensões ao longo dos terrenos aparentemente áridos e desérticos: como os jovens iriam constatar durante toda a sua vida de experiência e de aprendizagem, a realidade na maior parte das vezes era ficcionada e ilusória e aquilo que se julgava utópico ou impossível era mesmo o único sujeito existente e o objectivo mais praticável.
Poeiras do Diabo
Os VD deslocavam-se sobre a superfície de Marte, apoiados sobre uma estrutura electromagnética cónica que sustentava o aglomerado de areias, conferindo-lhes propriedades aglutinadoras e que lhes davam uma forte consistência e dureza: vista do exterior toda a estrutura se mostrava sólida e homogénea, apenas apresentando na sua base uma certa diluição dos materiais em contacto com o solo – como se estivesse em suspensão e no entanto em constante processo de renovação de materiais.
Partiram em direcção ao ponto assinalado na carta como ZIA.5, uma região marciana situada a algumas dezenas de quilómetros do ponto onde se encontravam e que segundo actualizações recentes estaria a registar um período de grande actividade: novos alienígenas provenientes do planeta Terra tinham chegado ao local, reforçando a sua presença e parecendo demonstrar crescentes intenções expansionistas. O alargamento da área ocupada, a montagem dum novo módulo, o aparecimento de veículos de transporte mais pesados e a suspeita da presença de terrestres além das máquinas já há muito aí presentes, levara-os a essa conclusão – além do logótipo desconhecido que a grande nave apresentava: inscrito lateralmente era bem visível o nome da missão – Virgin Colony 4.6H – sobrepondo-se a uma imagem em que um arqueiro alienígena observava a seta por si lançada para o espaço, a atravessar pelo centro o Sol e os quatro primeiros planetas. Mercúrio, Vénus, Terra e Marte os quatro planetas interiores (à cintura de asteróides).
Chegaram à vizinhança do local três horas depois. Naquela zona que acabavam de atravessar o planeta era bastante árido e relativamente plano, com uma ou outra cadeia montanhosa mas pouco elevada erguendo-se mais a norte. De resto só em certos pontos é que tinham visto o que os terrestres chamariam de “algumas inconsistências visuais por erro introduzido no processo de observação humano”, com o aparecimento dalguns aforamentos de cores diferenciadas e não muito comuns à superfície marciana – o que só poderia significar que um grupo de intervenção aí estaria em actividade e movimento – além de uma ou outra entrada para elevadores mais a descoberto, por aí decorrerem muito provavelmente no momento, trabalhos de reparação ou de manutenção. Ah! E um pequeno grupo de objectos não identificados, que pela sua movimentação e velocidade só poderiam ser os seres vivos que tinham encontrado já num passado muito distante em certas zonas profundas de Marte e que aproveitando o trabalho dos outros e o conhecimento da possibilidade de existência de vida à superfície do planeta, tinham arriscado e verificado a sua total compatibilidade com o meio ambiente exterior – como se fosse o seu. Os Percival eram muito curiosos e extremamente inteligentes, deslocando-se sempre em grupos reduzidos mas extremamente organizados e apresentando uma velocidade de deslocação espantosa, formando uma fila de elementos ordenados e flexíveis, que como se acoplando uns nos outros utilizasse a força de todos, para movimentar um único elemento.
Os jovens tinham concluído a sua refeição da manhã usufruindo agora de uma hora de repouso – que poderiam aproveitar para trocarem algumas ideias sobre a viagem – antes de serem de novo convocados para uma segunda reunião preparatória: um dos temas favoritos de conversa entre os vários grupos a bordo dos seis VD fora o da visão dos Percival e dos vestígios característicos que estes iam deixando no terreno, quando se movimentavam rapidamente sobre o solo seco e poeirento das vastas planícies marcianas – fazendo lembrar uma serpente em movimento consistente e ziguezagueante e levantando à sua volta com os movimentos cadenciados do seu corpo, uma nuvem de poeira envolvente e fantasmagórica. Alguém falava ainda das “Poeiras do Diabo” e da sua associação aos Percival, quando os guias chegaram e solicitaram a presença imediata dos jovens na sala de reuniões: e com todas os VD interligadas, os jovens e os seus guias deram então início à segunda sessão preparatória conjunta.
Sonda Virgin Colony DH1.1
Abandonaram as VD seguindo em fila indiana os seus respectivos guias. Eram quase quinze horas. Pelos seus cálculos estariam nos pontos pré-definidos na sessão de preparação daqui a duas horas: teriam que ultrapassar sem se fazerem notar o pequeno relevo que os separava da zona a observar e colocar-se de forma a terem o mais largo e perfeito horizonte de observação. No seu caminho os seis grupos de jovens não tiveram nenhum encontro que merecesse ser registado, tal a sua ânsia em chegarem o mais rapidamente possível ao seu destino e poderem observar os seres alienígenas que aí se encontravam instalados: não era todos os dias que observavam uma raça exterior a introduzir-se no seu planeta de residência, mexendo em tudo como se já tudo fosse deles e nem se preocupando se outros já não a teriam anteriormente reclamado como seu património pessoal. Só mesmo uma raça ainda nos seus primórdios de desenvolvimento mental e tecnológico – antes da grande explosão filosófica e científica – poderia pensar que apenas ela poderia ocupar um determinado espaço num determinado momento, como se fosse único e dominante nessa intersecção de parâmetros e não apenas um dos milhões de pontos de duas rectas sem principio nem fim ou seja infinitas.
Distribuíram-se por seis postos de observação estratégicos e iniciaram logo o visionamento da zona em causa: tinham o pressentimento que os Percival também andariam por ali, dado o aparecimento dalgumas nuvens de poeiras que por vezes observavam a levantar-se do solo. Mas os alienígenas ainda não se tinham apercebido de nada, parecendo que o trabalho intenso que agora os absorvia era no momento o mais importante: estavam aplicados na preparação de certos pontos em redor da nave central e dos restantes módulos aí instalados, como se estivessem a preparar o local para a chegada, de algo ou de mais alguém. Os jovens tinham que estar extremamente atentos não só ao que se passava à superfície mas também ao que pudesse surgir vindo de fora, com os guias sempre a motivar o grupo mantendo-o sempre alerta e em permanente expectativa. Contavam agora na ampla planície onde os alienígenas se tinham instalado, com uma grande nave colocada perto do centro, com quatro módulos espalhados à sua volta, com uns quantos veículos de transporte estacionados ou em movimento e com um quinto módulo de referência e de maior envergadura, onde parecia estar o centro de comando e de telecomunicações. O movimento era mais acentuado à volta desse quinto módulo central, sendo agora bem visível que além de ser servido por autómatos ou outro tipo de humanóides ou seres cibernéticos, também se registava aí a presença de seres biológicos os terrestres: mas talvez não fossem mesmo só terrestres, o que os surpreendeu em absoluto e pôs logo em alerta os guias, comunicando de imediato a sua descoberta à base de onde tinham partido.
Eram dezanove horas quando os detectores registaram os primeiros movimentos por cima do local onde se encontravam. Mas o que era mais estranho é que estes não tinham detectado a aproximação de nenhum objecto vindo do espaço, quando a sua capacidade de alcance abrangia um raio a partir deles de 500 quilómetros: que soubessem os terrestres ainda não tinham conhecimento da “tecnologia de salto”, para a realização das viagens interplanetárias ou mesmo intergalácticas de longa duração. No entanto a realidade aí estava, sendo bem visível e duma forma indesmentível para os cento e vinte jovens e seus seis guias presentes no local – testemunhas directas e pioneiras deste acontecimento preocupante por imprevisto – que algo nunca por eles presenciado se iria passar, situação essa que de imediato os punha de sobreaviso em alerta preventivo e de defesa e que futuramente lhes poderia mudar um pouco as suas percepções, sensações e conhecimentos assimilados sobre o Universo onde sempre tinham vivido. As seis sondas foram orientadas através de feixes verticais para seis pontos específicos do terreno, indo ocupar os seis vértices dum hexágono perfeito. Completada a aterragem no solo marciano as portas das sondas abriram-se e o movimento em seu redor tornou-se intenso: de uma das seis sondas Virgin Colony puderam ver a primeira comitiva de terrestres a sair e a dirigir-se em conversa cordial em direcção ao módulo central de comando.
Os Percival
No interior do hexágono virtual desenhado a partir da união dos pontos onde as sondas tinham aterrado a azáfama era muito intensa. E num dos lados desse hexágono alguns veículos pareciam preparar algo ainda não identificado na ampla planície ainda disponível e que se estendia por umas largas centenas de metros mais para oeste.
No módulo central da estação a comitiva de individualidades acabada de chegar do planeta Terra instalava-se calmamente nos lugares reservados para a realização da conferência intergaláctica – que dentro em breve ali iria decorrer – enquanto ia saudando os responsáveis terrestres aí colocados e ao mesmo tempo os indagava sobre o decorrer da sua missão e sobre o desenvolvimento próximo desta futura colónia.
A viagem a partir da plataforma terrestre durara uns míseros e imperceptíveis segundos, com as sondas Virgin Colony a serem colocadas quase que instantaneamente na órbita de Marte. A partir daí tinham iniciado o seu procedimento normal de aterragem, utilizando para o efeito os parâmetros oriundos da superfície de Marte e emitidos a partir de feixes de raios sinalizadores. Mas o que tornava aquelas sondas únicas e extraordinárias era a tecnologia inovadora e extraordinária que as apetrechava, tornando reais a partir de agora as viagens de longo curso entre planetas ou mesmo entre distantes galáxias, utilizando a até há pouco impensável e apenas sonhada “técnica de salto”. Nesse aspecto os ES (Extra Solares) tinham cumprido sem restrições o acordo estabelecido entre as duas partes – terrestres e extraterrestres: permitindo-lhes o acesso à tecnologia alienígena (condicionada de início a determinados parâmetros, mas incluindo sempre a totalidade do Sistema Solar e algumas regiões adjacentes), os terrestres abriam-lhes como contrapartida e sinal de amizade todas as portas de sua casa a Terra, transformando-se desde aí em seus fiéis aliados e defensores. O acordo tinha sido rápido e pleno, com o planeta Terra já em completa reconversão à iniciativa privada e à concentração de interesses, criando conglomerados cada vez menos numerosos mas cada vez mais todo-poderosos, representando-se a si próprios através da Entidade/Indivíduo que incorporava e que lhes dera origem como o Supremo Criador. O que faltava apenas era a consolidação do acordo entre as partes, que seria firmado e confirmado numa reunião histórica a realizar no último dos Planetas Interiores dentro de poucas horas: todos aguardavam ansiosamente a chegada da nave alienígena proveniente do espaço exterior, para assim assinarem o contrato definitivo e presencial com os Extra Solares.
Fim da 1.ª parte de 2
(imagens – NASA/Web)
Autoria e outros dados (tags, etc)
Construção de uma cidade em Marte
Lê com atenção antes que seja tarde de mais:
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Colónia lançada sob a presidência de ELON MUSK e planeada para 80.000 pessoas.
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(baseado em notícia – disinfo.com/imagens – google.com)