ALBUFEIRA
Um espelho que reflecte a vida, que passa por nós num segundo (espelho)
A Criança- Suicida
Enquanto vamos a banhos no Algarve e nos entretemos com as Olimpíadas do Rio:
Turquey wedding suicide bomber "was child aged 12-14"
(num casamento uma criança-bombista fez-se explodir matando mais de 50 pessoas)
Na manhã seguinte ao atentado mulheres choram à porta da morgue de Gaziantep
(este Domingo)
Com toda a sociedade civil da TURQUIA agora constantemente ameaçada, cercada e asfixiada pelas milícias armadas (legais ou ilegais) ao serviço da sobrevivência do ditador ERDOGAN – especialmente a partir do Golpe Militar para o derrubar supostamente levado a cabo por GULLEN e com apoio dos EUA – sucedem-se os atentados um pouco por todo o país. E assim após um aparente e delirante Golpe Militar levado a cabo por setores da oposição e pelos seus aliados norte-americanos (que deixou toda a sociedade turca paralisada com prisões e despedimentos em massa em setores fulcrais da sua sociedade não só pública como privada), no final expresso com uma derrota em toda a linha dos golpistas e dos seus poderosos aliados (internos e externos), eis que a violência persiste tanto externa como internamente: com mais um atentado bombista levado a cabo numa localidade perto da fronteira Síria (em GAZIANTEP – do outro lado da fronteira fica ALEPO a pouco mais de 120Km), provocando entre os participantes de um casamento curdo mais de 50 mortos e com o bombista-suicida a ser uma CRIANÇA (12/14 anos) ligada ao Estado Islâmico (ISIS).
As ruas de Gaziantep cheias de gente e ambulâncias após a ocorrência do atentado
(este Sábado)
Claramente considerando este atentado mais um aviso dirigido ao poder centralizado em torno do líder do AKP no Governo (o antigo Democrata progressivamente elevado na hierarquia do poder e pós-golpe metamorfoseando-se em seu Ícone e Ditador absoluto), agora que ERDOGAN se reaproxima da Rússia e de PUTIN (com a China, o Irão e até a Arábia Saudita à espreita, estrategicamente para ver o que dá mais), afastando-se dos EUA, dos seus paus-mandados europeus e até dos terroristas do Estado Islâmico (ou DAESH). Mais um reflexo do retrocesso da influência estratégica e da supremacia global dos EUA registado nos últimos tempos um pouco por todo o Mundo, não se querendo convencer que o Mundo não é mais Unipolar (como quis acreditar com a queda da URSS) e que para se vencer e conquistar no futuro (como no presente) a melhor maneira é conversar (e não ser bruto nem matar). E se pensarmos que a partir de 2017 os EUA estarão entregues nas mãos de um CLINTON ou de um TRUMP (infelizmente as duas faces da mesma moeda o DÓLAR), dá mesmo para pensar que o APOCALIPSE está a chegar.
(imagem: REUTERS e STR)
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Escolha o Culpado Agora que a Criança Está Morta
Os pais de uma criança resolveram ir dar uma rapidinha ao Casino de Lisboa (mais uma montra objetiva do poder do dinheiro) confiando nas condições de segurança do prédio de renome onde atualmente moravam (um produto em todos os aspetos de excelente qualidade) – deixando-a sozinha em casa. Só que a criança ainda não devidamente esclarecida sobre todas as virtudes e defeitos do sistema onde estava inserida (afinal de contas só tinha cinco anos, ainda não tinha ido à escola e os pais esqueceram-se desse ponto fulcral para a sua formação) não respeitou os preceitos de segurança – e sem se saber bem como, nem porquê, caiu do 21º andar e morreu.
Lisboa – Parque das Nações
O Problema da Humanidade não reside no que o Homem é no presente, mas no limitado e inaplicável sistema Económico-Financeiro em que foi criado e nos conceitos contraditórios em que foi cuidadosa e deliberadamente elaborado: privilegiando o objeto (visto como o maior e mais eficaz produtor de mais-valia) e desvalorizando o sujeito (visto como um produto de curta duração e de desgaste rápido – e só permitido no comércio de certos objetos) – enquanto nos vai prometendo indefinidamente um futuro de esperança num ambiente prometedor (para tal efeito servindo-se dos média), ao mesmo tempo que nos vai mantendo estrategicamente num mundo de ilusão e num estado de indiferença profundo (como se tivéssemos sido colocados em coma à espera do respetivo milagre).
Ou não será verdade que se pegarmos num nosso semelhante animal interagindo em liberdade (vivendo no nosso planeta, demonstrando algumas das nossas capacidades cognitivas, capaz de se organizar e de com os seus atos quotidianos assinalar a sua presença, no fundo interagindo com o resto da Natureza que o rodeia e de que faz parte) e o remetermos para um outro ambiente mesmo que pretensamente mais seguro mas para sua proteção sendo fechado (nenhuma jaula é aceitável sob o pretexto da nossa irresponsabilidade), o seu comportamento será inevitavelmente alterado transformando-os em meras réplicas (bonecos sem vontade própria e telecomandados) e destruindo os moldes originais (sempre com algum defeito inicial de fabrico necessário de correção)?
E para completar o ramalhete de acusações dirigidas ao Homem Imperfeito (a ele remetidas pelo Homem que Procurou e Encontrou a Perfeição, apenas pretendendo graciosamente com a sua emanação brilhante, mostrar o seu poder exclusivamente fornecido pelo poderoso objeto), só faltava mesmo demonstrar como este produto em declínio e necessitando de evidentes melhorias (de funcionamento), ao ser posto diante de melhores condições de vida como nunca tinha visto ou pensado alguma vez vir a usufruir, não as reconhece e valoriza (como um doente) acabando por se exceder (como um toxicodependente). Mas se alguém compra droga quem será que a vende (e sobretudo quem a fabrica e sob ordens de quem)? Se a culpa é dos drogados que se acabe com eles, se a culpa é da família que se acabe com ela, se a culpa é do Estado entreguem-no às Corporações. Mas conservem-se as escolas, as fábricas e os Velhos Senhores (neste último caso parentes do Homem Perfeito).
Entretanto encontrada a criança pelos pais no regresso do Casino (por volta das três da manhã), ouvida a Polícia Judiciária, constituídos os pais como arguidos e posteriormente detidos (para já), vejamos o que acontece e qual é o papel (pedagógico) do Estado.
(imagem: LUSA)
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Poderosos & Psicopatas
Será que ao olharem para a imagem não se revêem nela?
Uma criança mostra conscientemente ao nosso mundo (de adultos) o reconhecimento da sua colocação como potencial presa deliberadamente desprotegida (e como tal insignificante) na base da cadeia alimentar dos novos predadores globais.
Para aqueles que ainda acham que a generalidade dos humanos é atrasada mental. E que como tal não compreendem o que lhes pretendem fazer.
Criança síria de 4 anos ao ser fotografada pela câmara de um repórter
(rendendo-se instintivamente ao pensar estar perante um indivíduo perigoso apontando-lhe uma arma)
Como se pode concluir uma tomada de conhecimento extremamente rápida do meio que a rodeia, resultado de uma aprendizagem instintiva e quase que automática.
A única questão que nos resta colocar (e na realidade a única) é como ainda consentimos que alguém por mais poderoso que seja (ou pretenda fazer parecer) ainda tenha o nosso consentimento (tácito por indiferença face aos factos) de matar inimigos, amigos e até crianças.
(imagem: Nadia AbuShaban/@NadiaAbuShaban/fotojornalista da cidade de Gaza na Palestina)
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Salto – Body Jumping (1)
Ficheiros Secretos – Albufeira XXI
(Universalidade Alienígena e Rituais Terrestres – O Direito da Criança à Aventura)
“De acordo com um estudo secreto levado a cabo por uma organização de pais e educadores não governamentais e posteriormente divulgado por uma Associação de Pais não alinhada e em ruptura total com os poderes oficiais instituídos, um em cada três estudantes inseridos no sistema educativo acredita que o seu professor é um alienígena ou então está controlado por eles”.
Os sete
Quando o Pedro saiu a correr pela porta da cozinha ficou surpreendido ao avistar no fundo do quintal mesmo junto ao portão de entrada, um tipo um pouco esquisito e usando uma espécie de farda que parecia estar a mexer nalguma coisa caída no chão. Ao sentir a sua presença virou-se para ele e apontando para baixo como se quisesse mostrar algo pareceu sorrir. Então e vindo da parte de trás do arbusto que encobria o terreno vizinho – abandonado há já muitos de anos – surgiu mais um individuo em tudo muito parecido ao que já lá se encontrava, mas neste caso empunhando um objecto que parecia uma arma e com um aspecto muto pior do que o do anterior. Com muito medo dos estranhos e sem saber o que fazer naquela situação perigosa, a primeira coisa que lhe ocorreu foi gritar: em poucos segundos toda a família viera em sua ajuda, prontos a socorrê-lo e a expulsar quem se atrevera a ameaçá-lo. Viram a luz do Sol a incidir sobre os dois estranhos, parecendo esta relampejar ao atingi-los, fazendo-os flutuar no ar e tornando-os intensamente cintilantes. Depois a luz por eles emitida esmoreceu, voltando a luminosidade ao normal e sendo tudo em redor por um profundo silêncio. Aterrados e sem o conseguirem explicar todos pegaram nas pequenas pedras existentes no caminho e começaram-nas a atirar em direcção aos desconhecidos, que inicialmente apanhados de surpresa ainda recuaram, invertendo em menos de dois segundos a sua marcha e avançando agora decididos e mal encarados na direcção do grupo: os seis viraram-se de imediato e aos gritos, a chorar e a correr largaram tudo e desataram a correr para casa. Os gémeos siameses foram os primeiros a entrar, logo seguidos pelos pais e avós maternos: atrás deles a filha mais nova parecendo muito divertida com o que se passava – enquanto saltava e dizia que vinham aí as coisas – trancava a porta com o pequeno rafeiro a rosnar incessantemente para o que quer que fosse que estivesse do lado de lá.
O rafeiro
O rafeiro continuava atarefado a atirar-se repetidamente à porta enquanto se ia afastando e aproximando da mesma sem nunca deixar de ladrar e rosnar. Lá fora instalara-se por momentos um grande silêncio, aqui e ali perturbado por um curto som de algo a quebrar, talvez originado pelos passos menos cautelosos dos estranhos visitantes. O último som veio precisamente do lado de lá, com o cão novamente a atirar-se à porta mas agora duma forma muito mais agressiva e violenta, saltando e rosnando sem parar e correndo em intervalos como um louco à volta da mesa da sala. A primeira reacção do grupo foi fugir e esconder-se o melhor que pudessem. Mas tinham que parar um pouco para reflectirem no que fazer: resolveram desde logo juntar-se aos pares – os pais, o avô com o neto e a avó com a irmã gémea – e distribuir por cada um dos grupos algumas tarefas que consideravam urgentes. A mais nova encarregar-se-ia de entreter e acalmar o rafeiro, indo de imediato e como medida de precaução para o refúgio da cave. Com alguma dificuldade lá conseguiram convencer o cão a seguir a miúda e a descer as escadas até ao piso inferior. E nem tempo tiveram de dizer ou de fazer mais qualquer coisa, face ao susto repentino que sentiram ao verem de soslaio a porta de entrada a acabar por ceder – face a um impacto imprevisto – e lentamente começar a abrir-se. O mais velho correu então aos berros para a porta, fechou-a com grande estrondo e violência e aí continuou com todo o seu peso aplicado sobre a mesma, a gritar horrivelmente. O irmão gémeo correu a ajudá-lo, enquanto os pais se apressavam a ir verificar a porta das traseiras: e na porta que dava acesso à cave a avó e a neta mais velha – ambas aterrorizadas e paralisadas pelo medo – agarravam-se uma à outra. Ainda ouviram uns gritos e risos vindos do exterior e uns sons de passos rápidos e curtos percorrendo dum lado para o outro o alpendre de entrada. Então o som dos passos vindos de fora pareceu começar progressivamente a afastar-se e de novo o silêncio os invadiu e rodeou. Entretanto o rafeiro calara-se. Passados uns cinco minutos ainda ouviram o cão começar a uivar, mas um forte flash luminoso fê-los perder os sentidos.
Os dois seres estranhos
Os dois seres estranhos regressavam agora ao seu disco mais bem-humorados, como o demonstravam os sucessivos sorrisos que trocavam entre eles, enquanto iam dialogando com prazer e entusiasmo. Aqueles indígenas mereciam uma verdadeira lição, tal a forma mal-educada e agressiva como os tinham recebido. E na cabeça deles a melhor e mais divertida solução já estava em plena execução: só faltava mesmo chegar ao painel de comando da nave, programar antecipadamente a sua partida para melhor puderem usufruir do acontecimento que aí vinha e preparar o cenário e os actores (os indígenas) para uma pequena alteração no guião. Antes de partirem deixaram no terreno um trilátero de nano máquinas voadoras e um pequeno artefacto biomecânico de apoio, capaz de se transformar e readaptar (se necessário) a condições e ambientes bastante diferenciados, desde que tal acção não colidisse com períodos de afectação exclusiva ao trilátero. À distância e no conforto interior do seu disco ainda poderiam usufruir duns bons momentos de puro prazer e de diversão, ao assistirem em directo a partir das minúsculas e imperceptíveis nano máquinas às reacções certamente divertidas e hilariantes dos terrestres, postos subitamente e sem aviso prévio perante um cenário contando com a colaboração de outros actores que na realidade eram (parcialmente) os mesmos. Tinham forçosamente que gravar este episódio tão prometedor que ele era! O efeito da radiação aplicada aos terrestres era apenas temporário, findo o qual as nano máquinas se retirariam em direcção ao trilátero, onde seriam recolhidas e desactivadas. De imediato do interior do artefacto sairia então um pequeno braço mecânico que pegaria no mesmo trilátero e o acomodaria finalmente no seu interior. Terminado este procedimento preparatório iniciar-se-ia a contagem decrescente, finda a qual o artefacto implodiria em direcção ao seu centro de gravidade, desaparecendo sem deixar rasto.
Os dois seres estranhos conheciam a típica falta de aderência dos terrestres
A primeira a despertar do estado de inconsciência provocada foi a criança mais nova. Acordou deitada sobre o tapete que cobria o soalho do quarto situado na cave e a primeira coisa em que pensou foi em ligar a televisão: o último episódio da aditiva e viciosa série emitida pela southparkstudios.com já deveria ter começado! No entanto ao erguer-se notou logo algo de estranho – colocou-se horizontalmente sobre o tapete, sustentando-se em quatro membros – terminando essa percepção inicial mas talvez momentaneamente ilusória, num facto irrefutavelmente real e indesmentível: a criança viu-se diante do seu próprio corpo de pé e numa postura praticamente vertical, mas demonstrando algum desequilíbrio lateral, enquanto reactivamente parecia abanar as orelhas e querer comunicar emitindo alguns sons incompreensíveis, mais parecidos com grunhidos emitidos por um cão. Mas não havia nenhum espelho no quarto, estando o único presente no interior da porta do guarda-vestidos. Com os seus estranhos membros lá acabou por abrir o armário e o que viu a seguir só a fez exclamar: “mãe sou o Bobby” – enquanto abanava a sua nova cauda. Na habitação os restantes elementos espalhavam-se em grupos distintos, organizados em três pares cada um deles colocados no seu canto respectivo: à porta de casa o avô e o seu neto, na sala de jantar – onde se tinham acabado por refugiar – a avó e a outra neta e na cozinha onde tinham ido verificar a porta das traseiras, os pais das crianças. E enquanto a mais nova subia as escadas vinda da cave onde se tinha refugiado – atraindo atrás de si na subida das escadas o seu corpo, agora ocupado pelo cão de modo a que este chegasse ao puxador e abrisse a porta – lá em cima os pais despertavam do desmaio em que tinham caído anteriormente, ficando especados a olhar um para o outro; com os avós olhando atónitos para os seus netos e ficando admirados por se estarem a ver a eles próprios, mas agora e como se um milagre da regeneração tivesse acontecido sentindo-se muito mais flexíveis e fortes, no seu corpo agora transfigurado e retransformado em criança. O pai era mãe, os avós eram netos e até a mais nova virara cão. Lá em cima os dois seres estranhos não paravam de se contorcer a rir, ainda agora a comédia começara.
Para as crianças o momento era de puro usufruto: ela era ele e ele era ela – UAU!
Com tal transformação a primeira reacção fora de incredibilidade passiva: limitavam-se a olhar um para o outro não acreditando no que estavam a ver e certificando-se de que não estariam a olhar para o lado errado. Se para os mais novos este cenário tão estranho como imprevisto era progressivamente visto como um novo acontecimento que lhes poderia abrir a porta a novas brincadeiras e aventuras – a mais nova já corria pela casa toda, gritando ruidosamente e abanando freneticamente a cauda – já com os mais velhos a situação era outra deixando-os aflitos e cada vez mais preocupados: se a troca entre gerações (avós e netos) provocava entre outros sentimentos alguma curiosidade em ver como seria a vida do outro tentando-a e apesar de tudo experimentar e apreciar, já no caso dos pais dos três jovens a troca efectuada e a modificação drástica no corpo que ocupavam deixara-os perplexos e sem saberem muito bem o que fazer, agora que exteriormente os seus atributos não eram aqueles que desde sempre tinham apresentado e com quem tinham compartilhado toda a sua vida entre elas a sua importante componente sexual. E quando a sua companheira e mulher após alguns momentos de absorção e adaptação ao seu novo aspecto exterior (com esta ocupando agora o seu corpo) e talvez como resultado do momento psicológico que atravessava mostrou a sua sexualidade real com a erecção disfarçada mas evidente do seu pénis, o homem entrou de imediato em pânico recuando ostensivamente e refugiando-se inconscientemente e como defesa inapta, orgânica e psíquico-social num canto da cozinha: jamais consentiria em ser possuído. A mulher até que nem se apercebeu verdadeiramente do contexto, assimilando naturalmente a nova percepção e sem problemas estando pronta a sentir as novas sensações: como mulher não diferenciava nem compreendia numa relação pretensamente igualitária e equivalente – de prazer e reprodução – ser-se penetrada ou penetrar.
Mas o problema poder-se-ia agravar aquando da chegada do vizinho. Entretanto todos se acabaram por reunir finalmente na sala, enquanto a mais nova se tornava na sua principal preocupação: completamente desequilibrada e descompensada pela ocupação do seu novo inquilino canino, dificilmente o corpo da jovem se ia adaptando ao seu novo ocupante, oscilando constantemente sob os seus novos e estranhos apoios e culminando toda esta cena bizarra ainda até há pouco tempo impensável e impossível de se imaginar, com a mesma a arrastar-se sobre o soalho enquanto ia esfregando prazenteiramente o seu rabo sobre a superfície agressiva mas proporcionadora de felicidade.
Fim da 1.ª parte de 2
(imagens – Web)
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As Crianças – Como os Cavalos – Também Se Abatem
Para que servem as leis na nossa sociedade?
Na prática e para a generalidade da população para nada, senão para libertar os culpados deixando confusos os inocentes.
“Tribunal anula condenação de pedófilo, porque criança estava apaixonada"!
(Itália)
“Para legalizar o crime ilegal em nome de todos nós – distribuindo por nós a culpa já que o aceitamos, enquanto eles nem o queriam – mas com restrições face à quantidade (povo) e com receitas só para quem tem qualidade (elite)”
Para fazer compreender à maioria da sua população que não deve ultrapassar determinados limites de convivência social obrigatórios – a partir dos quais será diabolizada e marginalizada – que possam pôr em causa o exercício do poder de quem apenas pretendendo defender a força do seu grupo e o seu predomínio sobre outros grupos rivais, com o único e nobre objectivo de nos educar e proteger.
É claro que uma lei só é exequível se tiver excepções extraordinariamente inseridas na sua necessária aplicação: os seus mentores e executores não podem ser por ela abrangidos, já que o seu nível de intervenção e execução tem que ser visto sobre um ponto de vista experimental e o seu estatuto o impede de agir de outra forma que não seja o de manipulador institucional.
As consequências de um crime dependem assim de quem o pratica e das circunstâncias em que é praticado e nunca das queixas da sua vítima, ainda por cima se ela nada disser e posta diante do seu predador se calar.
O crime é assim legal para todo o tipo de animal racional ou irracional, que seja declarado e publicado como ser inferior e excedentário:
- “Cinco cavalos abatidos a tiro em Beja”!
Nesse sentido – e olhando para a Natureza e para a vida da sua Fauna e da sua Flora – prefiro um mundo sem regras nem leis:
- “Cadela salva de lixeira adopta cão resgatado”!
(imagem – CM)
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A Festa Pagã do dia 25
“Tal como Judas nós somos vítimas”
(No meio do Estado “Mau” mas Necessário, dominado por Privados “Bons” mas Supérfluos)
Judas era apenas um funcionário para cobranças difíceis
Ao contrário da história que nos contam desde pequeninos, especialmente nos tempos de ingenuidade em que frequentávamos a catequese e mais assiduamente por alturas festivas como a da época do Natal, Judas foi uma das vítimas mais conhecidas que viveu os anos da vida de Jesus sobre a superfície Terra, ao ver-se involuntariamente envolvido nos conflitos político-religiosos que se viviam por essa altura. Dum momento para o outro passou de Mensageiro a Bode Expiatório, acabando ostracizado pela História comum e transformado em traidor pelos seus anteriores companheiros: apenas porque como cobrador de impostos dos senhores que comandavam o Estado, foi fazer a colecta directamente à fonte de rendimentos, comprometendo-se em nome do poder em eliminar o principal adversário desses mesmos fornecedores e fontes. Os senhores ficaram ricos, as fontes eliminaram a concorrência, mas os tumultos continuaram: por esse motivo o Estado teve que tomar a única atitude credível, responsável e irrevogável, que dele se poderia alguma vez esperar – deu cabo do mensageiro e mandou matar o inimigo.
Merkel talvez seja o Pai Natal sugerido pela Coca-Cola para a Europa
Hoje vivemos dias difíceis. A Europa entregou-se completamente nos braços dos Estados Unidos da América – para adiar mais uma vez a bancarrota deste – oferecendo a evolução do euro e de toda a sua economia e finanças, com a entrega de mãos completamente abertas (ou vazias?) de todos os poderes de decisão à (tornada) poderosa Alemanha: com o apoio estratégico dos países do norte da Europa – e com a Rússia de fora a apostar fortemente na decomposição da união – a Alemanha ganhava finalmente a guerra, não necessitando desta vez de recorrer às armas e aos militares para sair vitoriosa, mas socorrendo-se apenas para o efeito dum Banco e duns quantos funcionários obedientes e diligentes – como muitos dos medíocres e oportunistas actuais dirigentes europeus. Também queria ter um negócio como este: muito simplificadamente não era tão bom termos direito a crédito ilimitado a juros de 0% ou menos – o dinheiro vem de muito lado e nas suas deslocações constantes muitas vezes suja-se – e emprestá-lo como nosso aos nossos próprios sócios a uma taxa superior, recolhendo de seguida os dividendos todos para nós, para aplicarmos nos nossos negócios pessoais?
Criança indiana vestida de Pai Natal pedindo doces e presentes
Quanto a nós portugueses a nossa imagem desta quadra natalícia aproxima-se cada vez mais da imagem que transporta consigo a criança indiana da imagem anterior: invertido o sentido original desta época festiva que deveria ser de amizade e de solidariedade e dispensado o excedentário e velhote Pai Natal com uma reforma de tostões e um pontapé no traseiro – já que a rena Rodolfo se recusara a fazer tal maldade, ao seu velho companheiro de brincadeiras – esta criança que poderia muito bem ser um de nós deixa assim de ser definitivamente uma certeza viva e com futuro, transformando-se em mero pedinte num mundo de sobreviventes. E com políticos como aqueles que se infiltraram no nosso país por todos os buracos obscuros da nossa miséria quotidiana, nada mais poderíamos esperar deles senão a prepotência, a escravidão e a nossa doce submissão: e no fim se for necessário pedir, fazê-lo com muito jeitinho – de preferência apresentável e sem muito incomodar.
(imagens: Apascentar os Pequeninos – Arpose – Economia & Negócios)
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O Coelho
A confiança de todos era total e as brincadeiras não tinham fim
O meu amigo coelho sempre foi um animal muito estimado por todos os outros habitantes da terra onde vivia desde o seu nascimento, tendo para além disso um grande espírito de ajuda e de solidariedade, para com todos os seres que o rodeavam e que ele achava serem todos muito importantes, não só para a sua felicidade como para a preservação da natureza que a todos protegia sem distinção. Gostava muito de passar horas a fio a passear pelos campos, observando o mundo irrequieto que o rodeava e a vida saltitando entre os vales, planícies e serras, que formavam num conjunto para ele inconfundível, o retrato do seu belo e apaixonante percurso de vida.
As recordações de infância são a luz que nos ilumina no nosso caminho
Em criança era um coelho muito atrevido, divertido e que gostava muito de viajar. Os seus pais não o largavam na sua educação, acompanhando-o em todos os seus episódios mais importantes da vida e participando nas suas aventuras como se de seus colegas se tratassem. Como qualquer outro animal, o gosto pela aventura e pelo desconhecido misterioso, levava-o muitas vezes a sonhar com terras fantásticas, onde tudo era belo e natural e onde todos os seres viviam em paz e harmonia, mantendo sempre e sem hesitar, um espírito forte e sem cortes e no entanto puro e juvenil, com amizade, amor e partilha. Ainda recordando em imagens profundas de memória e de cultura de grupo, o seu pai partindo para mais uma viagem, a sua mãe companheira de brincadeiras com as amigas preparando o almoço e ele feliz com a sua presença, nesta bela paisagem oferecida: os sentimentos são como que uma aragem que percorre levemente o nosso corpo, acariciando-nos sempre que acha importante assinalar a sua presença e voltando de novo, sempre que nós queremos e precisamos dela.
Os momentos de rutura fazem parte da consolidação da nossa personalidade
Na vida do coelho aconteceram coisas boas, más, outras nem tanto como isso, momentos dos quais já nem se lembrava e aqueles intervalos que mesmo sem noção de tempo e de espaço, o moldaram para a vida e para a compreensão do mundo que o rodeava. Qualquer episódio da sua vida poderia ser interpretado como uma fase da sua caminhada de aperfeiçoamento e adaptação ao meio ambiente que com os outros partilhava e deste modo compreender muito mais facilmente, que tudo isto não passava de uma sucessão de acontecimentos imprevisíveis, que ocorrem por acaso e por necessidade na vida de todos e que devemos aceitar por respeito aos outros, mas sempre com a certeza de que só uma atitude de diálogo e compreensão, nos pode oferecer tudo o que o mundo põe à nossa disposição: mesmo um espetáculo imprevisto e negativo – como a destruição do nosso refúgio permanente – pode transformar-se numa nova festa de iniciação e na criação de um novo mundo, como se de um renascimento se tratasse. E disso precisa a alma de todos, mesmo as do coelho.
As regras até poderão ser importantes mas não podem ser anteriores ao facto ocorrido
Um dia de brincadeira infantil e irresponsável, é um momento de felicidade para qualquer animal, que ficará registado para sempre na sua memória e que terá repercussões importantes na sua relação com as outras espécies, também partilhadas pela natureza. Mas porque será? A partilha de espaços postos à disposição de todos na reprodução de momentos de ócio e de prazer – sem a intervenção de regras exteriores a essa atividade – só pode proporcionar o aparecimento de polos de desenvolvimento e inovação comportamentais, que podem levar a um envolvimento societário progressivo e à criação de novos elos de convivência e compreensão, opondo-se deste modo a um mundo descaracterizado e crescentemente egocêntrico. Ora o coelho não era burro e imediatamente compreendeu na sua inconsciência juvenil – ainda desprovida de ética e de moral – que todos os momentos postos à nossa disposição devem ser sofregamente aproveitados, pois só das emoções fortes, é que resultam os sentimentos profundos. A convivência informal e sem objetivos predefinidos é fantástica e fundamental – como o movimento e o nomadismo são sintomas da presença de vida!
O comportamento num espaço depende da interpretação dos sonhos
Os coelhos também sonham, mesmo quando estão a dormir. Os sonhos são um alimento importante para a nossa alma e o nosso corpo é o primeiro a reclamar a sua presença. Sem eles, os sonhos da nossa vida acordada não teriam qualquer interesse, pois o nosso ego não teria a indicação necessária para uma correta escolha do caminho a percorrer, no nosso quotidiano coercivo e por vezes aviltante – pela negação da nossa infância – mas dito real – pela opção do mercado pelo cliente adolescente, pós-armário. Mas os coelhos também pertencem aos sonhos. E este é um dos fatores mais importantes na concretização dos anseios de todas as coisas existentes à face da Terra, face aos acasos da vida, que só o são, porque ninguém os pretende compreender, nem integrar na história verdadeira da sua evolução – o mundo é um Universo Vivo em constante transformação e de aplicação não definitiva.
A vida proporciona-nos emoções coletivas como complemento ao vazio solitário da morte
A vida dos coelhos passa por diversas etapas. Essas etapas indicam fases de adaptação da vida desse animal, ao meio ambiente que o irá alimentar e socializar. A mais variada graduação da oferta vivencial, é-lhes oferecida como um bem escasso e difícil de reconstruir. Por isso é que alguns afirmam que tal estado e dimensão económica se irá forçosamente sumindo como o nosso prazo de validade, à medida que o tempo vai passando e o nosso corpo se vai desvalorizando. A teoria de mercado poderá estar correta, mas a natureza não é um desses mercados em crise ou expansão, conforme os gostos e intenções, mas e somente o espaço onde tal transação decorrerá: se eu adquiro algo transformo imediatamente esse sujeito de desejo, num mero objeto decorativo e dispensável.
(Ilustrações – O Livro das Histórias do Coelho – Tom Seidmann-Freud – Berlim – 50 Watts)