ALBUFEIRA
Um espelho que reflecte a vida, que passa por nós num segundo (espelho)
Monstro Estrangeiro Invade Albufeira
Durante a Noite de Halloween só podem ser mesmo Fantasmas:
Gostosuras ou Travessuras?
O Monstro alcançou rapidamente a praia, escondendo-se entre as ruínas do paredão. Observou atentamente o cenário que se encontrava à sua esquerda e de imediato virou-se para a direita: desse lado a concentração de criaturas era maior e a sua movimentação indicava estar perto de um ponto central. Era demasiado forte o odor a carne fresca e o cheiro adicional a flora silvestre, só aumentava mais a sua fome. Concentrou-se no objectivo que o tinha trazido até aqui, relaxou o seu corpo um pouco tenso preparando-o para a investida e quando finalmente se sentiu na plena posse das suas capacidades psíquico-motoras, saltou.
Com o seu corpo atlético mas no entanto esguio e elegante, o Monstro invadiu a praia e o respectivo areal, dirigindo-se de imediato para as escadarias e subindo até à esplanada vizinha. Viu-se perante mais de uma centena de criaturas distribuídas de uma forma relativamente uniforme, que o olhavam completamente estáticos e parecendo meio imbecilizados, enquanto suavam como porcos e tremiam como as mulheres: em menos de cinco segundos completou a rotação em espiral (em torno do seu corpo de quase três metros), deixando logo ali estendidas e com as cabeças ao lado perfeitamente decapitadas, todas as criaturas presentes.
Seleccionou apenas meia dúzia delas. As restantes criaturas seriam rapidamente transformadas através de um processo de ultra compressão (utilizando nano tecnologia e tecnologias de inversão) e arrumadas criteriosamente no seu micro armazém de vácuo, que sempre transportava à sua cintura. Renovado o stock de Nível Um (o mais baixo na escala nutricional), o Monstro dirigiu-se então para as seis criaturas escolhidas: socorrendo-se de um bisturi a laser fez-lhes um orifício bem no cimo das suas cabeças decapitadas (mesmo na moleirinha), introduzindo de seguida um tubo em cada um desses seis orifícios entretanto criados (muito parecidos a umas palhinhas de refrescos).
Durante cerca de quinze segundos o Monstro deixou-se ficar (pensativo e ansioso) a olhar para os seis excelentes cocktails que certamente o esperavam – e dos quais pretendia usufruir em toda a sua plenitude – já que como anteriormente o tinham informado, o cérebro destas criaturas era considerado dos melhores entre muitas galáxias: delicioso (no gosto), suave (no tacto), persistente (no olfacto), intrusivo (na visão) e harmonioso (na audição), esta era uma das melhores pastas que muitos jamais tinham provado. Aproximou-se das “palhinhas” para dar início à degustação, sendo no entanto interrompido.
Em estado de fúria caótica e ilimitada rodou instantaneamente 360º, varrendo com o seu mini sequenciador de napalm toda a zona em seu redor. De seguida e sem parar enfiou boca abaixo os seis cocktails ali presentes e aí o seu corpo quase que explodiu de prazer: a mistura de sabores daqueles seis cérebros era deveras fantástica, apresentando aqui e ali verdadeiros relances de Sagrado e sendo mesmo capaz de provocar no Monstro uma grande ejaculação. Sentou-se então nas cadeiras de pedra a olhar para o mar: a noite estava linda e amena, com o mar a comportar-se como um lago sem ondulação e com a Lua Cheia lá em cima a olhar-nos toda contente como uma presa antes de ser comida.
O Monstro estava um pouco embriagado: tinha acabado por dispensar do seu menu pré-estabelecido o resto do corpo das seis criaturas (os corpos estavam suados, sujos e cobertos de fezes) e como consequência os efeitos alucinogénicos induzidos pela mistura dos cocktails ainda perduravam: era Bom mas muito perigoso. Essa foi a ocasião escolhida por um grupo ainda numeroso de criaturas para ensaiar um ataque de surpresa, tentando matá-lo e destrui-lo: lançaram o ataque em simultâneo pelos dois lados, enquanto um grupo fortemente armado cobria a ruela intermédia, deixando um caminho por onde o Monstro pudesse fugir se por acaso se sentisse encurralado.
Na baixa da cidade a situação era completamente caótica e quase que apocalíptica, com muitas criaturas aos gritos, em pânico e em corrida louca e desenfreada no meio de outras criaturas fortemente armadas e parecendo policiais, enquanto que noutros ajuntamentos e no meio de uma enorme confusão e de música em alto volume, muitas delas completamente embriagadas chocavam e caíam – enquanto vomitavam, se atropelavam e se esmagavam, no entanto sempre felizes e sorridentes. Enquanto isso na zona da esplanada junto à praia o ataque das criaturas em revolta iniciara-se e pelo desenrolar dos poucos segundos de desenvolvimento do mesmo, a batalha seria extremamente curta.
Na parte alta da cidade a terrível novidade ainda não tinha lá chegado. Nem nunca chegaria: por essa altura celebrava-se com grande estrondo e entusiasmo a noite de Halloween, pelo que qualquer tipo de notícia referindo-se a factos terríveis mas dignos e próprios para serem utilizados na comemoração desta data, não incomodavam ninguém, servindo apenas para embelezar um pouco mais todo o cenário montado para a ocasião. Assim ninguém à volta deu por nada e até que era impossível: no total o Evento iria durar dez minutos (se tanto). Na realidade a cidade estava dividida em três centros e o Monstro atacara a mais vulnerável: sempre assim procedera em nome da segurança.
Mal as criaturas passaram as barreiras electromagnéticas de segurança o alarme biológico e ambiental do Monstro disparou, induzindo no seu sistema nervoso uma reacção química automática que logo o activou e introduziu no cenário, processando-o de imediato em seu benefício: relativizando os movimentos das criaturas no espaço, o Monstro pode observá-las e estudá-las cuidadosa e profundamente durante as suas trajectórias pré-determinadas (em anteriores simulações), enquanto as ia vendo em câmara lenta e como se estivessem suspensas no ar, a deslocarem-se inconscientemente para as suas próprias mortes.
Os Monstros oriundos da Galáxia YAIH-666 tinham sido imensas vezes rejeitados por muitas das raças mais importantes e influentes do Universo, não pelas suas atitudes por vezes extremamente irracionais e violentas que sempre criavam atritos e conflitos extremamente difíceis de resolver, mas e de uma forma assertiva e comprovada, por uma particularidade orgânica ligado ao seu sistema biológico (mais precisamente ao seu aparelho digestivo) que resultava numa aparentemente simples e sem consequências nefastas excreção gasosa: que no entanto era extremamente tóxica e mortal e muito conhecida pelo nome ODIEP (cheirava a metano).
E foi com um grande estrondo digestivo que a parte da baixa se tornou numa cidade fantasma, como se tivesse sido atingida por uma bomba de neutrões.
(imagens – Web)
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As Três Pequenas Criaturas
Ficheiros Secretos – Albufeira
(O Livro Perdido da Selva – Resistência Inapta a Novas Intrusões Exteriores)
Indígenas
À sua volta as três pequenas criaturas só viam terra seca e solitária, aqui e ali com pequenos tufos muito dispersos de vegetação rasteira meio queimada e um pouco retorcida, espreitando timidamente entre os escombros duma terra totalmente devastada.
Tinham estado em estado de hibernação durante um período de tempo ainda bastante prolongado, consequência da antecipação da última estação fria e das condições climatéricas extremas que desde logo a mesma apresentou.
Anteriormente o tempo tinha estado excessivamente quente e seco, provocando uma onda de incêndios florestais que tinham dizimado muita da flora e da vegetação indígena e como tal dificultado o trabalho de recolha de alimentos para a dispensa dos referidos animais.
Experientes e previdentes as três criaturas tinham-se no entanto antecipado ao acontecimento, preocupadas como estavam com os sinais que entretanto a natureza lhes transmitira e que eles iam duma forma inata retendo e analisando.
Desse modo tinham atingido um nível satisfatório de reservas alimentares antes de se dar o início do seu processo de hibernação, o que lhes permitiu ter a certeza de poderem resistir confortavelmente á estação fria desde que não cometessem excessos.
Quando o momento chegou antecipando a data prevista não hesitaram, abandonando de imediato a superfície e refugiando-se a grande profundidade na toca onde tinham nascido: tudo estava já preparado para os receber e o que eles viam lá fora tornava-se assustador.
A decisão de procurarem refúgio no subsolo foi tomada instantaneamente, com os três animais a recuarem precipitadamente para o interior do túnel de acesso, após serem postos perante um fenómeno aterrador e para eles de contornos potencialmente apocalípticos.
À distância de um olhar subitamente atento e sob a acção de um calor asfixiante como aqueles que costumam anteceder as grandes tempestades, a paisagem parecia ondular de uma forma sofrida e em câmara lenta.
Apresentava como pano de fundo uma linha do horizonte que parecia avançar vertiginosamente sobre o terreno e que contrastava violentamente com o céu claro e transparente que a aguardava e com o manto escuro e impenetrável que a perseguia.
Tudo se passou em menos de trinta segundos, intervalo de tempo suficiente para uma primeira onda de choque pôr em fuga os animais menos cautelosos e previdentes, preparando-os com a violência do seu sopro térmico e penetrante para o mal que aí vinha.
A segunda onda teve consequências catastróficas chegando mesmo a atingir um nível muito próximo da extinção irreversível, não só por ter provocado uma verdadeira terraplanagem de toda a superfície visível como por a ter mergulhado na mais profunda escuridão.
O que se seguiu foi indescritível para qualquer ser vivo que estivesse a viver este acontecimento negro e violento, com um manto escuro e pesado a cobrir toda a terra, enquanto era atravessado por centenas de raios que pareciam digladiar-se entre si.
A atmosfera explodiu segundos após a chegada da 2.ª onda, difundindo a partir daí inúmeras partículas em vagas sucessivas e em todas as direcções e parecendo agora querer deslocar-se também em força e em profundidade – com as criaturas em pânico a fazendo pela vida.
Com a terra a tremer duma forma brutal e aterradora, acompanhada por um som ensurdecedor que parecia ir fazer estalar todos os ossos do crânio, as três criaturas fugiram sem parar entre túneis e galerias cada vez mais profundas e estritas, até atingirem o fundo.
Chegadas à última e mais profunda galeria subterrânea rapidamente os três animais provocaram uma derrocada artificial, fazendo aluir completamente o acesso para o que seria o seu futuro abrigo e salvando-os decisivamente da corrente mortífera que tudo invadira.
No exterior a atmosfera asfixiava sob toneladas de detritos poluentes e radioactivos que tudo esmagavam e destruíam, introduzindo-se por todas as fracturas e matando tudo no seu caminho: selados no seu casulo protector as três pequenas criaturas olhavam-se no escuro.
A noite tinha invadido grande parte deste mundo submerso e por arrastamento o Sol passara a ser uma memória cada vez mais esquecida. Focos de sobreviventes lutavam diariamente unicamente para se manterem vivos, não se atrevendo sequer a exporem-se ao exterior.
Terraplanagem
O inesperado Fenómeno tivera a sua origem no espaço exterior envolvendo o planeta Terra, com os efeitos da sua concretização a terem um grande impacto sobretudo sobre o hemisfério norte, manifestando-se geologicamente pela total obliteração de extensas áreas elevadas.
Como se o planeta tivesse sofrido em vastíssimas áreas um processo de autêntica terraplanagem, nivelando o solo e preparando-o para outro tipo revolucionário de implementação de estruturas locais, neste caso dizimando a espécie dominante anterior.
O Fenómeno atingira directamente a Terra provocando na zona de impacto uma violenta explosão: começara com o aparecimento de uma enorme bolha esférica e transparente que se materializara repentinamente na atmosfera.
Fora ao descer sobre a terra que a esfera implodira, parecendo esta reacção ter sido despoletada por uma sucessão de raios a ela claramente dirigidos: a expansão fora imediata, com uma muralha demolidora negra e bordada a fogo, a avançar por todo o continente.
Tudo o resto que se passara ainda carecia de todas as explicações, escondida como estava ainda a razão para a ocorrência de tamanha tragédia e as consequências provavelmente sinistras que ainda não se conseguiam compreender e atingir.
As três criaturas tinham estado isoladas na profundidade da sua galeria durante um período anormalmente extenso de perto de seis meses: só mesmo a falta de alimentos os obrigara a deixar para trás o receio de ver o mundo que os esperava, impulsionando-os para a superfície.
A Terra entrara num período de descontrolo económico e financeiro, com os grandes conglomerados a usurparem o poder do Estado e a chamarem a si as rédeas dos mercados mundiais, dominando-os e manipulando-os duma forma global e em seu interesse exclusivo.
A concentração do poder em torno de três grandes Companhias/Estados levara à constituição duma organização protectora dos brutais investimentos realizados, que evitasse o aparecimento de conflitos entre as partes intervenientes na gestão dos mercados e da matéria-prima.
O espaço físico da Terra era limitado e com os seus recursos a escassearem cada vez mais à sua superfície – devido à voracidade da globalização, com o lucro no horizonte (o objecto) ignorando o resto da paisagem viva (o sujeito) – o início duma agressão era sempre possível.
E se os três blocos face aos seus crescentes compromissos e necessidades de expansão se viraram para o espaço exterior – voltando a olhar a Lua como um recurso irrecusável, pela experiência acumulada e pela proximidade da mesma – tal opção não evitou a confrontação.
O projecto Apollo fora abandonado sem explicações no século passado, pretensamente devido a problemas ocorridos nas missões realizadas ao nosso satélite, mais tarde reconhecidos como originados na existência na Lua de outros seres vivos, mais antigos, solitários e agressivos.
No entanto uma das companhias não tinha desistido e secretamente estabelecera um pacto – mesmo que secundarizando-se – com um sector rebelde alienígena: esperava com isso ganhar tempo, ter acesso a tecnologia e esmagar a concorrência transformando-se no Estado Único.
Na Trilateral os blocos Americano e Chinês digladiavam-se através do uso das palavras tentando assumir o protagonismo ideológico, enquanto o bloco Intermédio apostava numa postura ideologicamente mais passiva, procurando desligar-se das suas limitações orgânicas.
Mas o erro já estava feito e com a estratégia implementada pelo bloco Chinês o recuo era agora impossível: aproveitando as restrições financeiras impostas ao projecto espacial norte-americano – e com a Europa como sempre especada a olhar – a China tomara a dianteira.
E com a força e vontade de todo o continente asiático em se associar a este bloco poderoso comandado pela maior potência mundial agora imperialmente virada para o exterior, foi fácil aos chineses interporem-se e substituírem-se aos americanos na sua manobra intrusiva na Lua.
A Rússia inicialmente iludida pelo falso poder financeiro da Alemanha e pela ficção vendida pela GB ainda se tentou desligar do bloco intermédio (mas já era tarde): perdidos na sua reflexão de observador atento e prudente, já se tinham-se deixado levar e perdido a sua vez.
Por outro lado a acção imprevidente e unilateral da China para com os intrusos vindos do exterior, destruíra por completo os poucos elos de solidariedade humana que ainda subsistiam na Trilateral, desagregando a já frágil união e escancarando as portas à invasão estrangeira.
Terra Nova
A Lua juntara-se à Terra há muitos milhões de anos. Inicialmente orbitada por um pequeno satélite natural localizado nas suas proximidades – com uma trajectória logicamente elíptica – esta lua teria misteriosamente desaparecido dos céus e sido imediatamente esquecida.
Este estranho processo de eliminação de realidades anteriormente verificadas e vividas, só poderia ter uma única hipótese credível de interpretação, comprovada posteriormente pelas características estranhas deste novo satélite, claramente atípico e de origem artificial.
Aquela nova Lua de maiores dimensões e agora situada num local do espaço mais afastado do seu planeta – tão perto do olhar pela sua grandeza e tão afastada dos mecanismos que tinham criado a Terra – era caracterizada por uma órbita circular e por não ter movimento de rotação.
Colocada a uma distância a partir da qual se pudesse controlar os acontecimentos que se verificassem na Terra, sem por um lado se fazer notar a intervenção feita a partir do seu exterior, mas podendo actuar rapidamente em caso de alarme, a Lua era o observatório ideal.
E com a ausência de rotação, a Lua criava uma ampla região impossível de ser visualizada a partir da Terra, o que impossibilitava que os seres extra-terrestres pudessem ser observados, criando ao mesmo tempo uma áurea de mistério e de terror propositadamente induzido.
Satélite artificial colocado no Sistema por Entidades desconhecidas – certamente pertencentes a civilizações muito mais antigas e tecnologicamente superiores – a Lua transformara-se agora numa base operacional activa, intervindo decisivamente e por pré-solicitação interior.
Só que a projecção holográfica que tinha sido programada pelos operadores de simulação, experimentação e aplicação de cenários evolutivos não estava a corresponder às expectativas, com alguns utilizadores poderosos a excederem perigosamente as suas prorrogativas.
Expulsos os representantes da civilização que dominava a Terra e que os alienígenas tinham com condescendência suportado por simples interesse estratégico, chegara a hora de pôr a raça dominante à prova, sujeitando-a a um acontecimento radical a nível de extinção.
O novo programa tinha sofrido uma pequena correcção no seu desenvolvimento sequencial, introduzida aleatoriamente no interior do sistema que o iria processar e desenvolver – de modo a ser impossível de detectar e referenciar.
Correcção que alteraria duma forma imperceptível mas decisiva a matriz da aplicação. A 1.ª fase desta operação não existente porque não subordinada a nenhum dos interesses em disputa, fora previamente concretizada através da introdução dum factor extra de segurança.
Continuidade matricial que essa intrusão foi capaz de assegurar porque o sistema não tinha reconhecido esse factor como novo ou actualizado, já que o incorporara desde o início do processo apresentando variações híbridas mas autorizadas pelos códigos de replicação.
Desse modo a introdução do factor de dúvida na execução do processo de extinção – dado ser impraticável a pretensão duma eliminação total duma espécie – possibilitara aos operadores deixarem-se levar pelo arbítrio na execução da projecção.
O que permitira a readaptação a estas novas circunstâncias por parte de muitas das espécies incluindo as dominantes. Aberta assim uma nova porta de comunicação, as perspectivas de sobrevivência evoluiriam exponencialmente.
Libertários
As três criaturas fartaram-se de olhar mas o cenário que viam era sempre o mesmo, queimado, sem contraste e estendendo-se sem grandes variações e bem nivelado, até ao fim do horizonte: num dos cantos, uma nuvem cinzenta parecia erguer-se em direcção ao céu.
Num intervalo deste mundo em formação, um paraíso preservado sobre a superfície da Terra albergava a espécie que agora se iria tornar predominante: praticamente extintos os humanos, os primatas considerados hierarquicamente abaixo tomavam agora o controlo do planeta.
Absorvidos na realização das suas tarefas diárias, os primatas descansavam de mais uma nutritiva refeição, preparando-se para mais uma sesta retemperadora que os fortalecesse e empolgasse para uma nova distracção: outros optavam pelo prazer puramente físico orgástico.
Na presença dum intermediário operacional Adão e Eva eram agora o motivo dum novo jogo online, em que participavam a serpente e a maçã: e enquanto os outros primatas usufruíam desta Terra Nova, o resto do Universo punha-se online – tinha começado o campeonato!
(imagem – Web)
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Missão a Titã da sonda TQ-2012-Magalhães
“Depois de sermos pioneiros na descoberta do novo mundo, eis chegada a hora de nos lançarmos na conquista de outros mundos”
I
A Missão
Na FOX NEWS a NASA chamou a si o protagonismo do anúncio da descoberta efetuada pela sonda TQ-2012
Na sua primeira missão exploratória no interior do Sistema Solar, a revolucionária nave espacial portuguesa TQ-2012-Magalhães – tripulada por cinco especialistas aéreo-espaciais qualificados nos Centros de Formação Avançada da AMAL – detetou recentemente na lua de Saturno Titã e utilizando os radares e sensores nela instalados, um sistema sequencial e interligado de vales sugerindo a formação e a existência de um rio nesse local.
Rio no polo norte de Titã
Após a realização de algumas órbitas de maior aproximação ao satélite Titã, o técnico responsável pelo estudo geológico de todos os corpos celestes visitados ao longo desta viagem de investigação e de conhecimento espacial, realizou algumas medições básicas iniciais, tendo chegado à conclusão de que o rio se estenderia ao longo de cerca de 400Km desde a sua nascente até à sua foz, desaguando num grande oceano.
E a sua semelhança com o rio Nilo
Por outro lado – e em sentido contrário ao que pensavam até hoje os cientistas norte-americanos – a cor negra do líquido presente em Titã não se deveria à presença de hidrocarbonetos, mas à inexplicável capacidade de absorção da luz por parte desse mesmo líquido de propriedades visuais misteriosas. Recorde-se que este rio foi detetado no polo norte desta lua de Saturno e que este é o único mundo do Sistema Solar em que um líquido se movimenta à sua superfície.
Habitantes de Titã festejando a passagem da sonda portuguesa TQ-2012
Segundo o especialista em hidrologia planetária pertencente à missão – numa exposição que provocou grande impacto entre a comunidade científica portuguesa – o líquido presente em Titã seria água e não como se pensava erradamente o metano, sendo o seu ciclo muito parecido ao Ciclo da Água existente no nosso planeta. Seria um mundo habitado maioritariamente no polo norte e os seus habitantes estariam concentrados em urbes construídas à volta desses luxuriantes cursos de água.
II
Na Espuma da Missão
À chegada da sonda Huygens Titã apresentou-se erradamente como um planeta morto e parado no tempo
Há cerca de quinze anos atrás – a 15 de Outubro de 1997 – uma sonda automática oriunda do planeta Terra – pretensamente não tripulada – estabeleceu contato com a superfície de Titã, com o objetivo prioritário de registar durante a sua aterragem o maior número possível de dados relevantes sobre a sua atmosfera e outras indicações importantes sobre as suas principais caraterísticas geológicas. As únicas imagens disponibilizadas ao público por essa altura mostram uma superfície gelada, seca e desértica, pejada de pedras de média dimensão dispostas ao longo de toda essa área visível e estendendo-se sem fim até aos limites do horizonte.
A cientista britânica Alderin-Polock imaginou a vida em Titã com criaturas – parecendo águas-vivas – flutuando em nuvens e rios de metano. Mas porque não flutuando em água ambientalmente adaptada?
Sabe-se agora – após as espetaculares descobertas realizadas pela sonda TQ-2012 – que essa zona de Titã conhecida como Xanadu, se encontrava um pouco distante da orla costeira onde iria desaguar o rio recentemente descoberto, numa zona com vastos locais desérticos de areia e outos sedimentos resultantes da erosão provocada pela água. Mas a maior descoberta foi a de que em Titã a água teria uma temperatura de congelação diferente daquela registada na Terra, devido à particularidade da existência na sua composição de uma substância com efeitos retardantes e que operaria como um termóstato natural, criando uma película de proteção em volta de todos os elementos e mantendo assim a temperatura dos materiais a níveis aceitáveis para a sua sobrevivência. O que se passaria também com os seus seres vivos indígenas, cujo corpo estaria protegido das condições extremas ambientais que lhe poderiam ser proporcionadas pelo planeta, por introdução no seu sistema biológico dessa mesma substância misteriosa.
(dados retirados: NASA – imagens: NASA e Google)