ALBUFEIRA
Um espelho que reflecte a vida, que passa por nós num segundo (espelho)
Todos Somos Objetos
Porque não gostamos do que somos
Será que nos queremos mesmo distinguir dos objetos?
É que de facto vivemos numa sociedade materialista (por nós escolhida) e que só (cada vez mais) despreza o sujeito – desvalorizando-o face ao objeto e elevando este último aos Céus:
De simples objeto (matéria-prima) a referência (moeda).
O sujeito é um subproduto imaginado por um objeto que abandonou definitiva e integralmente a teoria do caos (em todas as suas componentes) – julgando-se diferente por optar exclusivamente pela ordem (no caos) desprezando completamente o caos (na ordem). Como se não fossem uma entidade única (real) e absoluta (complementar). O Imaginário é como a antimatéria nunca um resultado de uma ideia qualquer (uma construção mental adotada por estratégica).
Se simplificarmos as coisas e olharmos com olhos de ver, a vida nunca surgiu porque esteve sempre presente: só que nem sempre com a forma que nós hoje apresentamos, juntamente com o resto da criação. No resto tudo é igual: ordenado (quando o compreendemos) ou no caos (quando procuramos desesperadamente regras, que definindo-as entre limites, as possamos controlar). O problema surge quando esta espécie única e extraordinária (que nós somos) e num momento imprevisto e experimental do seu processo de evolução, utiliza pela primeira vez um artefacto de alcance nunca visto (no resto da criação) mas sempre presente e à disposição: o artefacto era o cérebro e o nunca visto era a sua capacidade.
O Homem. Uma espécie que cria o mundo à sua imagem, se isola na sua ilusão e constrói o que considera a perfeição: um espaço de vida onde a Natureza respeita as regras por ele estabelecidas e onde tudo o que possa contestar essa união perfeita e interior (estabelecendo e interiorizando o Homem como um dos pontos centrais do nosso Universo) é inaceitável por o convidar à extinção. Aceitando à discussão a procura da verdade sobre qual o nosso papel em toda esta engrenagem na qual nos inserimos e sobre a qual até pensamos (mais uma prova da nossa diferença positiva sobre a generalidade que nos rodeia) poderemos estar a negar a nossa posição no mundo e a impedir definitivamente a nossa capacidade futura de o conquistarmos – tornando-nos meramente em mais uma espécie deste viveiro terrestre.
Depicted vs Dissected Heart
(iflscience.com)
Achamos que o que nos distingue do resto que existe (aqui na Terra), também será aplicado indefinidamente no seu exterior replicando-se num tempo eterno (parâmetro imaginário utilizado para controlo) e até ao infinito (como seriam os deuses por nós inventados): aceitando que a Terra possa não ser o centro (com o Sol a girar à sua volta) mas com a mesma contendo algo de belo, prometedor, concentrador, evolutivo e fulcral – nós! Substituindo o Sol pelo Homem e com as ideias deste revolucionando as ideias sobre o Universo. Uma manifestação da maior característica demonstrada pelo Homem (autoinfligido por medo) ao longo dos milhares de anos da sua ainda curta existência: sendo o centro de tudo mas temendo ficar só (tal como nos nossos átomos, aprisionando todos ao centro – positivos e neutros – à exceção dos negativos).
O que se passa é que na realidade o Universo é todo constituído por Coisas. Uma dessas coisas que nós distinguimos das outras coisas até pelo interesse que nos desperta e por sermos a parte mais interessada nisso é naturalmente a coisa designada como Homem. O que não impede que essa coisa (maior) usufruindo de todas as possibilidades postas por si própria e como por artes de magia (o Divino) à sua disposição (e como é evidente sem qualquer tipo de utilidade para as outras coisas menores), não possa tomar a iniciativa, intrometer-se e até ter um papel extremamente importante na evolução de todas as coisas: como assim ensinaram-me na escola que se deslocasse um pequeno grão de areia numa praia (a minha parte como sujeito), poderia estar inconscientemente a alterar (a minha parte como objeto) o equilíbrio geral do meu planeta.
Todos somos Objetos porque não gostamos do que somos.
Ou então talvez gostemos, mas sem sabermos bem como.
"Facial Dissection'' and "Laminectomy"
(iflscience.com)
No início eram as coisas. Distribuídas num espaço indefinível e sem limites e que as próprias coisas constituíam (como um) e formavam (como um todo). Entre várias e extensas planícies, entre vales e montanhas, entre buracos e coincidências, as coisas foram-se espalhando construindo estruturas e espaços vazios. E tal qual um caleidoscópio do caos surgiu ordem (das coisas) e da ordem surgiu caos (porque nada se mantem – nada se cria, nada se perde, tudo se transforma). E assim sucessivamente e sem começo nem fim (tal como na nossa vida sem bem e sem mal – mas sendo erradamente interpretada no nosso percurso individual, como um período de espaço de pura abstração temporal). Coisas das mais diversas e com organizações diferentes, no interior do caos ou da ordem das coisas. E talvez com momentos de Inspiração Superior e da mais pobre deformação inferior (onde a coisa que observa pensa estar num milagre, refletindo nesse evento algo mais que a sua imagem – uma espécie de super-coisa): mostrando-se aí o Homem como coisa destacada.
Com esta Super-Coisa a dividir-se literalmente em duas e a impor-se espetacularmente no mercado Universal: de um lado o sujeito-super e do outro a coisa-inferior. E no hífen insuspeito estando a bela mercadoria. E assim como sujeitos-super tendo a obrigação de tratar das coisas-inferiores (deste universo Mercantil), assim como de zelar pela mercadoria (restante) e dispondo dela como seu usufruto. Por isso hoje esta coisa aqui aparecida num canto perdido (ou achado) do Espaço proveu-se na sua Essência (a que pomposamente chama Alma) e subiu a outro nível – mais elevado e separado (alienado): de objeto passando a sujeito mas (irreversivelmente) fossilizando na origem. Desintegrando-se. E passando despercebido (mas existente) como tudo num Todo.
(imagem inicial: chadecerebro.com.br)
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Mosaico Solar
O mosaico procura harmonizar a estética e o conforto
O MOSAICO
Os primeiros registos desta arte – onde muitas vezes se sentia a presença do divino e do sobrenatural – remontam a 3.500 A.C. na cidade de Ur (Mesopotâmia)
A imagem é a nossa representação (versão) condicionada, dos reflexos infinitamente repetidos da realidade.
Uma imagem é um conjunto de vários pontos agregados entre si e dando uma forma percetível a quem idealizou o modelo e posteriormente o construi, de modo a podê-lo integrar nas suas capacidades sensoriais e assimilá-lo sem perigos de rejeição a outras imagens anteriormente definidas e racionalmente arquivadas (a razão é mais uma das imagens criadas por nós, para assim podermos continuar a projetar com alguma coerência criativa, o nosso quotidiano pré-fabricado por segurança e irreal por limitação de liberdade).
O mosaico é uma construção geométrica criada pelo Homem.
A MATRIX
O Universo visto como uma simulação de computadores e controlado por entidades inteligentes, exteriores à nossa dimensão e realidade
O Universo poderá ser uma simulação experimental da realidade, colocada em cena por Entidades com um nível superior de conhecimento (comparativamente com o nosso) e dispondo de tecnologia extremamente avançada – e ainda incompreensível e perigosa, para já dispormos dela sem condicionalismos impeditivos de segurança – atuando na modelação da ocupação do espaço disponibilizado para esta simulação (pré-programada), com o objetivo de completar o esquema global de distribuição dos seres vivos, criando-lhes condições de fixação em zonas determinadas de certas galáxias e proporcionando-lhes um ambiente propício para o seu posterior desenvolvimento e expansão territorial. Essa simulação fará parte de uma experiência laboratorial a decorrer, com conteúdos e objetivos gerais não limitados a um único mosaico de realidade, mas estendendo-se também a realidades paralelas (e alternativas), formando um quadro geral agregado de mosaicos – distribuídos até ao infinito – e dispondo de um fio condutor comum, apresentado num quadro geral de repovoamento do Espaço.