ALBUFEIRA
Um espelho que reflecte a vida, que passa por nós num segundo (espelho)
Sobreviventes de Trombas
[Com o Homem.]
À boleia de um registo fotográfico de Aaron Gekoski (apenas a parte central do mesmo e focando preferencialmente os mamíferos) um reconhecido fotojornalista ambiental: entre outros prémios tendo sido vencedor do Wildlife Photographer of the Year, Nature Photographer of the Year and Africa Geographic Photographer of the Year.
[E até com um trabalho sobre Timor-Leste, “Timor-Leste from Below”: “With blue whales, sperm whales, super pods of dolphins, dugongs, and the world’s most biodiverse coral reefs, Timor-Leste might just be the best dive destination you’ve never heard of.” (aarongekoski.com)]
Elefantes
(recordando o seu uso abusivo na Indonésia,
tratado e utilizado como mera atração turística)
Uma espécie surgindo por altura do cataclismo que terá extinto os dinossauros − há uns 60 milhões de anos, muito antes do aparecimento do Homem – cronologicamente falando iniciada pelos Condrilartros (animais vegetarianos) que evoluindo e adaptando-se deram origem a espécies diferenciadas, como por exemplo os Ungulados (ex. os rinocerontes), os Tubolidentados (ex. os papa-formigas), os Cetáceos (ex. as baleias), os Sirénios (ex. o peixe-boi), os Heracoideos (ex. os dassies) e ainda os proboscídeos (ex. antepassados do elefante). E com os antepassados dos Elefantes (ainda não extintos, atuais) mais tarde a originarem o aparecimento (em cena) do igualmente já extinto Mamute (recuando um pouco mais o Mastodonte), deixando-nos hoje-em-dia com os seus descendentes modernos, espalhados por vários continentes.
E sendo ainda um animal (terrestre e mamífero como nós) seguindo uma organização social matriarcal, podendo viver até aos 70 anos e tendo uma dieta herbívora (arbustos, folhas, frutos) e sendo conhecidos por dotados de uma boa memória, sinal muito provável de dotados de inteligência. Procurando proteger e protegendo-se, cooperando sendo amigo e companheiro e interagindo constantemente formando uma família e andando em manadas.
Recordando-nos em cada uma das suas ações o que poderíamos ser e que, no entanto, nem aos mesmos permitimos alcançar, surpreendendo-os e matando-os nem que seja pelos “dentes”. Estando no presente e certamente em vias de extinção.
(imagem: a partir de registo de AARON GEKOSKI/aarongekoski.com)
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Memória de Elefante
Elefantes – Quénia
Ainda há quem leia um retrato, como se de um livro se tratasse.
Na beleza perdida deste retrato, vem-nos à memória as paisagens da nossa infância, o poder e a força dos nossos antepassados, a amizade ainda sentida e partilhada, entre nós e a natureza, as promessas não cumpridas de um novo mundo, apenas destinado a tornar-nos todos felizes.
Gosto de olhar e mesmo sem chorar, desentupir os canais lacrimais e senti-los um pouco mais. Ainda temos alguns órgãos dos sentidos!
Hoje o betão, o asfalto, as armas, a droga, o dinheiro, a corrupção, os políticos, a moral, os eruditos e toda a outra podridão que invade todos os nossos sentidos, espalha-se por todos os pontos cardeais que formam este mundo, cobrindo-o com um manto negro de esperança, não nos deixando sequer sonhar com o dia de amanhã, porque já ontem, nos entregaram com responsabilidade, a nossa certidão de óbito.
À medida que morremos e trocamos a nossa postura natural – vendendo pelo melhor preço a nossa memória e a nossa cultura – por um manual, um diploma, um maço de notas e alguma segurança, negamos a nossa existência, repudiamos as novas gerações e caminhamos para o nosso extermínio definitivo.
Comecemos por nos olharmos ao espelho, sem recurso a novas máscaras de vida.