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EN 125

Segunda-feira, 17.08.15

“Acidente entre a Patã e Boliqueime mata três jovens e causa um ferido”

 

Quando eu cheguei ao Algarve a estrada EN 125 já era conhecida pela sua alta taxa de sinistralidade automóvel e pelo elevado número de vítimas, chegando mesmo a atingir o topo na sinistralidade nacional. Hoje ela parece querer voltar ao antigo e trágico cenário, mas pelos vistos as autoridades (políticas) locais ainda não acham necessária esta urgente intervenção: talvez no dia em que alguém os responsabilize pelas mortes (por omissão) indiretamente causadas.

 

Acidente-Patã_1.jpg

Acidente na Patã
(imagem – Elisabete Rodrigues)

 

Com tanto marketing e publicidade a acompanhar-nos durante todo o nosso percurso de formação (com campanhas comerciais imorais, subliminares e violentamente intrusivas, impondo modelos não alicerçados e virtuais, especialmente destinados às camadas jovens ainda em construção) e inconscientemente a condicionar-nos os nossos comportamentos e atitudes sociais (que em princípio nos projetariam na nossa integração e ascensão na comunidade), tanto é hipócrita aquele que invoca um acontecimento negativo justificando-o com tendo origem numa causa lateral, como o outro que liminarmente rejeita essa justificação por a achar deslocada do contexto desse mesmo acontecimento negativo.

 

O que interessa é que morreram pessoas (três jovens) e outras ficaram feridas: circulando ao nascer do dia numa das estradas mais perigosas de Portugal (EN125), pelo que afirmam testemunhas no local a alta velocidade e violando regras da estrada, conduzido por um jovem acompanhado por outros três jovens (todos maiores de idade) e após uma noite de diversão passada numa discoteca. Muitas serão as explicações apresentadas para este trágico acidente que provocou mais três mortos nas estradas do Algarve (e em plena época alta de Verão), desde o excesso de velocidade, à presença de álcool, ao cansaço dos mesmos e à juventude e inexperiência do condutor e dos restantes passageiros.

 

No entanto convém mais uma vez recordar que a grande maioria dos acidentes têm a sua explicação e justificação no desrespeito do código da estrada (1), na condição técnica dos veículos utilizados (2) e nas condições de condução proporcionadas pela própria estrada ao utilizador desse veículo (3). E se este acidente mortal se enquadra mais no ponto 1 (e talvez de uma forma enviesada no ponto 2, pois um carro de alta cilindrada é colocado na mão de jovens encartados mas inexperientes), jamais poderemos esquecer aquela que era há anos conhecida como a estrada da morte no Algarve (a EN 125) e de como a Via do Infante foi criada e apresentada como solução fundamental para esse problema: obviamente gratuita. Assim se este acidente não se deve diretamente à existência de portagens, convém no entanto e mais uma vez recordar que as mesmas autoridades (políticas) locais que antes eram pela sua gratuitidade e depois aceitaram o seu pagamento, se comprometeram como contrapartida ao mesmo a requalificar essa mesma EN 125, estrada que até hoje e fora algumas reparações pontuais e sem significado ou interligação (em toda a sua extensão) continua como se vê (principalmente quando a região se enche) a matar pessoas (nos seus pontos mais perigosos).

 

(título e imagem – sulinformacao.pt)

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publicado por Produções Anormais - Albufeira às 18:29