ALBUFEIRA
Um espelho que reflecte a vida, que passa por nós num segundo (espelho)
Fugindo de Casa
“Nós até podemos fugir de casa, mas acabamos por voltar sempre ao mesmo local de partida. Porquê? Porque numa Sociedade Limitada, Integrada num Mundo Infinito, não existem portas nem janelas – o Mundo é tudo o que a nossa vista alcança, não existindo muros, nem lamentações, que nos possam salvar dele. Só se a intenção de alguém for, separar-nos da própria Vida.”
O Mau Tempo terá vindo – definitivamente – para ficar
(USA)
O Mundo já não gosta de nós. Cresceu muito entretanto e já não tem tempo a perder com a senilidade crescente dos mais velhos. A confusão já não se compadece com o uso degenerativo do nosso corpo e a própria velocidade imprimida à vida, não nos dá sequer tempo de nos vermos demoradamente ao espelho e verificarmos a nossa acelerada e esperada decomposição. Aceitamos isso passivamente porque fechamos os olhos e adormecemos, ficando à espera que o príncipe dos nossos sonhos, nos venha salvar heroicamente. Mas inesperadamente damo-nos como acordados, sem sentirmos que mais um dia se passou e nada de novo nos viu.
O Caminho para o Céu é como uma Escalada – dura e perpendicular
(TIBET)
Temos que escalar todas as montanhas do mundo. Mas para isso teremos previamente de conhecer a história dos nossos antepassados através da preservação da sua cultura e memória no presente, projetando na ficção do futuro, toda a sabedoria de todos os que connosco vivem ou nos antecederam no tempo, pois só assim preservaremos e desenvolveremos os seus fantásticos conhecimentos neste novo Espaço, idealizado há milhões de anos pelos Ancestrais. E posteriormente saber-mos como proceder ao atingir o cume da Montanha, sem nos deixarmos levar pelas vertigens comuns aos humanos, quando situados a altitudes elevadas.
A Terra é muito Bela mesmo vista de longe e disposta às camadas
(TERRA)
Quando era pequeno ensinaram-me que vivia num planeta que girava à volta do Sol – uma pequena estrela da Via Látea – e que tudo o que me rodeava – a matéria – se encontrava ou no estado sólido, ou no líquido ou então no gasoso. Como exemplo demonstrativo deram-me o da terra que pisávamos, o da água que bebíamos e o do ar que respirávamos. Ainda me falaram dos movimentos da Terra, um em volta do seu eixo imaginário e que daria origem aos dias e às noites – o que não aconteceria com a Lua misteriosa, com um lado sempre oculto de nós – e o outro em volta do Sol, que daria origem ao aparecimento das quatro estações do ano. O primeiro durando um dia, o outro 365 ou 366 dias, conforme o ano não era ou era bissexto. Para lá do nosso planeta e para lá da nossa atmosfera – e protegidos do exterior pelo campo magnético terrestre – avistávamos o espaço infinito onde estávamos integrados e que partilhávamos com os Outros, não sabendo sequer se existiam ou por onde andariam. É claro que os planetas mais próximos foram os primeiros a serem invocados por quem os via ou deles tinha conhecimento, surgindo então os medos, os deuses e os extraterrestres, que todos começamos a associar a elementos estranhos que, afastados e desconhecidos, eram a fonte de todas as novidades, curiosidades e também de todos os perigos. Nesse aspeto o nosso satélite natural – a Lua – e o quarto planeta do nosso Sistema Solar – Marte – foram fonte de muitas teorias e suposições, desde poderem ter vida à sua superfície, passando pela existência dos canais marcianos ou até de já poderem ter sido habitados por outras civilizações antigas incluindo de passada origem terrestre. Tudo era possível. No entanto vivemos hoje em dia uma crise profunda e (parecendo) irreversível de ideias, tendo a nossa capacidade de pensar e recriar regredido a níveis baixíssimos de imaginação e de produtividade, face à sedentarização brutal da nossa vida num mundo que não admite paragens e se desloca a velocidades – para o nosso corpo – cada vez mais aceleradas e tornadas insuportáveis, por falta de reação e de movimento – caraterísticas de qualquer animal morto ou moribundo.
Isto tudo serve para demonstrar de um modo um pouco diferente do que é habitual, que a interpretação de tudo o que se passa connosco e à nossa volta é muito mais simples de entender e de compreender do que se pensa, bastando para tal observar todos os sinais que a Natureza nos dá e seguirmos sem hesitação o caminho escolhido por esta, por partilha e uso do espaço ilimitado posto indefinidamente à nossa disposição: a própria Terra apresenta na formação da sua atmosfera quatro camadas constitutivas, quatro camadas (de consciência) protetoras – como se tudo estivesse previsto mesmo no meio do caos.
Os Mundos que nos visitam acompanham-nos desde o Início
(VESTA)
Todos os Mundos são o nosso Mundo. A história da nossa viagem no Cosmos depende apenas de quem nos vê e compreende. Para uma partícula infinitamente pequena, seremos uns monstros passando subitamente diante dela, mal vistos e descritos, ou mesmo imaginados, dada a sua velocidade acelerada exponencialmente e a sua evolução para outros estados espirituais da matéria; sendo gigantes – infinitamente grandes – a nossa perceção do espaço será diferente, não só pelo volume ocupado por um só objeto incapaz de diferenciação dos variadíssimos níveis de protagonismo – só se vê a ele próprio – como pela sua incapacidade de apreciar corretamente locais próximos ou mesmo no interior do seu raio de ação, por maior incapacidade de rápida movimentação e introspeção (custa mais olhar para os outros quando a nossa grande dimensão os submerge a todos).
Na conjugação dos opostos que se penetram, que se completam e que muitas vezes se anulam – no vazio existe matéria e antimatéria que se vão anulando, não deixando no entanto de estar presente e podendo dar origem de um momento para o outro a uma emissão de energia e à origem de qualquer coisa como a Vida – surge constantemente a renovação perpetua do movimento e do espaço, recriando sucessivamente Universos Intemporais e Paralelos.
O que nos falta é livrarmo-nos de vez da presença terrível da Morte como Fim, apenas para alguns Mercadores Egocêntricos atingirem o seu sucesso nesta sociedade e poderem usufruir em Vida – por Vampirismo – também da Vida dos outros, acabando no entanto todos por morrer por decomposição, abandonados como cães à sua sorte, religiosa por maldita.
(imagens – GOOGLE)