ALBUFEIRA
Um espelho que reflecte a vida, que passa por nós num segundo (espelho)
Saggy Pants
Nos Estados Unidos da América algumas autoridades responsáveis pela manutenção da lei e da ordem nalguns dos seus cinquenta estados, decidiram inopinadamente e sem qualquer tipo de critério de seleção e de intervenção, escolher como seu objetivo prioritário de combate à violação da lei e à instalação da desordem social, todos os jovens usando SAGGY PANTS (em português calças flácidas).
Saggy pants
Pelos vistos problemas como o da livre porte de armas, tráfico de droga, prostituição e até terrorismo, despertam muito menos atenção às autoridades responsáveis pela manutenção do respeito pela lei e pela paz social, se comparados com esse verdadeiro e indescritível flagelo visual que é o de ver jovens usando calças com as cuecas e o rabo à mostra! É que se hoje consentissem nisso, amanhã andariam todos em cuecas (colocadas acima do joelho).
Não é que eu seja um apreciador desta moda ocidental – em que as calças deixaram de ser um elemento (da indumentária) e passaram a um pormenor (da mesma) – mas se alguns a puderam usar (como Justin Bieber) todos os outros também podem (como os jovens de raça branca e negra): e se as consequências forem organoleticamente tóxicas (como o poderá ser a poluição visual), a culpa é exclusiva de quem as vai promovendo.
Finalmente segundo os especialistas (na cronologia histórica das SAGGY PANTS) esta moda no mínimo estranha ter-se-á iniciado no interior das prisões norte-americanas (instituições privadas atuando do outro lado do espelho e refletindo em si mesmas a imagem do sujeito tornado objeto), extravasando rapidamente os seus muros e conquistando de imediato os mais jovens.
Para uns (os bonzinhos), uma mera consequência da proibição do uso de cintos nas prisões, para outros (os mauzinhos) um sinal de que alguns presidiários estariam disponíveis para outras funções extraordinárias (comercializando serviços e disponibilizando o seu corpo). Pelos vistos mais uma virtude da iniciativa privada.
(imagem: WEB)
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O Nosso Problema Com Os Espelhos
Espelho (dito) Natural
Só pode ser um problema de visão, porque não compreendo o problema que estes objetos nos podem provocar no nosso quotidiano normalizado.
Usamos espelhos em dezenas de situações, até para nos aperaltarmos em alturas solenes.
É que toda a gente sabe que as aparências iludem e se não formos nós a construir a nossa imagem, não será o espelho que nos salvará!
Ele é um instrumento capaz de nos proporcionar uma boa ferramenta à construção da máscara que queremos optar para nós como símbolo de beleza, entrando no entanto em fase de desgaste rápido e esquecimento, a partir da altura que o refletido repara que por mais que tente, deixou de haver solução para uma restauração capaz da imagem original.
O Espelho Meu é uma boa coisa e ao mesmo tempo uma boa treta, tal como o constatou a Bruxa Má, na sua luta inglória contra o monopólio da sua rival Branca de Neve e dos seus Sete Maridos Anões – não esquecendo aqui o Príncipe da história, que ficou associado à parte da fruta e fugiu a cavalo com a mulher, dos queridos e agora desprezados sete maridões.