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Agosto ‒ Em tons de Calor e de Incêndios

Segunda-feira, 28.08.17

Animal refugiado no interior de uma habitação em plena cidade do Porto

(um estranho ao eclipse),

Mal se apercebendo dos efeitos nefastos das temperaturas excessivas

(como resultado do Aquecimento Global)

E da forte poluição provocada pela ocorrência de sucessivos incêndios.

(pelo menos e pela incidência um record em Portugal)

 

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O Pôr-do-Sol numa localidade do litoral do concelho de Vila Nova de Gaia, registado no dia anterior ao Eclipse Total Solar (ocorrido no dia 21 de Agosto) num exclusivo mundial Norte-Americano:

 

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 Pôr-do-Sol

(Entre o Porto e Espinho)

 

Nesse Domingo anterior ao Eclipse (a 20 de Agosto), com o Céu ao fim do dia a apresentar-se em tons avermelhados, com um ar quente e asfixiante e bastante poluído ‒ certamente devido aos incêndios.

 

(imagens: PA)

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publicado por Produções Anormais - Albufeira às 17:45

Agosto no Norte

Segunda-feira, 28.08.17

“Enquanto nos EUA se aguardava o Eclipse Total do Sol (neste caso num exclusivo norte-americano), Portugal continuava a arder tendo o Sol como testemunha (na Europa sendo um caso de estudo).”

 

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 Praia de Espinho

(surfistas)

 

No dia 21 de Agosto de 2017 (um Domingo) já nos túneis de Vila Nova de Gaia (a caminho da avenida dando acesso ao tabuleiro superior da ponte de metro de D. Luís) e nas proximidades da Câmara (Municipal) ‒ por volta da hora do lanche (umas cinco da tarde): descendo a avenida e usando o elevador, chegando-se à margem do Douro (sul) com a Ribeira (na outra margem) já no olhar.

 

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 Vila Nova de Gaia

(túneis)

 

Com a viagem de carro a partir de Espinho a decorrer normalmente (sendo estranho para um fim-de-semana), sem grande trânsito a assinalar (viagem rápida), mas com um calor intenso de asfixiar (sentindo-se uma camada quente e compacta, como que presa no ar) nem nos deixando pensar: rapidamente estacionando, abandonando a viatura, procurando um lugar fresco e alguma degustação.

 

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 Praia da Granja

(pôr-do-Sol)

 

E no regresso a Espinho passando pela praia da Granja mesmo pelo pôr-do-Sol (um pouco antes das oito), vendo num céu meio fumado dum vermelho carregado e como se estivesse a sofrer (por uma extensa queimadura provocada por algo a arder), o Sol em carne viva por vezes da cor do sangue e por ação do calor parecendo estar a pulsar ‒ e com as águas calmas do mar a contrastar.

 

(imagens: PA)

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publicado por Produções Anormais - Albufeira às 14:30

Na Foz do Douro do Lado de Gaia

Terça-feira, 20.09.16

Diga o que disser o Porto foi a cidade onde nasci. Da janela do sótão da casa onde então habitava (a janelinha do Douro) podendo vislumbrar entre uma floresta de árvores vivas e verdejantes (quase que lhe sentindo o cheiro), o rio Douro serpenteando como um jovem réptil entre as suas duas margens certinhas e curvilíneas ainda antes do Palácio do Freixo (projetado no século XIX pelo arquiteto italiano Nicolau Nasoni).

 

Vindo do lado da Ribeira e após transpormos o rio Douro atravessando a plataforma inferior da ponte de D. Luís (na superior circula agora o metro ligando o Porto a Gaia) entramos na moderna área de restauração alternativa à outra margem. Para um turista acidental (mas conhecedor da cidade) dando um banho à Ribeira e elevando o cais de Gaia a novo postal publicitário (da região Gaia/Porto).

 

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Barcos rabelos no cais de Gaia

Barcos construídos na altura para navegarem no leito dum rio Douro então muito mais agitado e por vezes movimentando-se entre margens abrutas e estreitas (em partes do seu percurso); utilizado para o transporte dos barris de Vinho do Porto da região vinhateira às caves de Gaia (até cerca de 100 barris); numa altura em que a região não dispunha de comboios ou de estradas só disponíveis para o final do século IXX; data que inicia o fim da utilização destes barcos para esta função concluída por volta dos anos sessenta (1964) e reconvertidos atualmente ao turismo – lutando selvaticamente contra os novos predadores (os novos barcos turísticos); pelo menos não morreram e como tal serão sempre recordados.

 

Com uma verdadeira Feira Popular plantada numa das margens do Douro, mas a um ritmo mais calmo um pouco do tipo Gourmet: pretensamente com bom aspeto (talvez pela surpresa do cenário inicial) mas sabendo a muito pouco (como um mero ritual de passagem). Com transportes, peões, pontes, mergulhadores, barcos de recreio, comida, bebida, helicópteros, artesanato e todo um mundo sem fim, carregado de animais e de muitos dos seus artefactos.

 

 

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Reserva Natural do Estuário do Douro

Talvez uma das zonas menos visitadas e conhecidas do estuário do Douro (para os aí residentes não certamente) e que pela sua beleza e enquadramento rio/oceano (pequena fronteira de areia estática separando parcialmente os dois enormes volumes líquidos e dinâmicos) nos deixa ainda alguma nostalgia do passado (afinal de contas já se trata de um reserva), face a uma certa selvajaria do presente (encoberta pelo progresso); numa iniciativa conjunta Gaia/Porto com menos de dez anos, tendo como objetivo proteger as aves e conservar este seu belo refúgio; como guarda-rios, garças-reais, papa-ratos, maçaricos-das-rochas, rolas-do-mar, tarambolas, seixoeiras, piscos-de-peito-azul e gaivotas.

 

Um rio nascido em Espanha e desaguando entre o Porto e Gaia após um extenso trajeto de cerca de 850Km (desde a serra de Urbião). Integrando a Região Vinhateira do Douro Património da Humanidade: com as suas barragens, a sua fauna e flora caraterística (aves, outros animais e vegetação), a topografia particular do seu terreno (com os seus montes, encostas e fragas), a sua gastronomia e claro como a água o precioso Vinho do Porto.

 

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Costa Atlântica na zona da Afurada

Na zona de contacto entre o rio Douro e o oceano Atlântico; integrando do lado da cidade Invicta o Porto de Leixões (o maior da região norte) e desde o Verão do ano passado o novo terminal de cruzeiros (com a construção a ser iniciada no segundo mandato de José Sócrates); do lado que mais me diz respeito (da Afurada até Espinho) até porque vivi no Porto e na terra dos vareiros (costa de S. Jacinto até Espinho), vejo logo a diferença entre passado e presente – não reconheço a terra nem mesmo os seus habitantes (passada uma só geração); num litoral pejado de gente, antes apenas com casas (para dormir e trabalhar) agora com diversão (para descansar e pensar); certamente melhor e por simples transformação.

 

Terminando o seu trajeto (desde Espanha) no Estuário do Douro, ao confrontar-se na foz com o oceano Atlântico. Num passeio que a partir do tabuleiro inferior da ponte D. Luís nos transportará desde esta margem do Douro até às praias do litoral, situadas mais a sul e até com um passadiço (incompleto?): por uma extensa marginal das Caves até Espinho (onde se localiza a Feira mas também o Casino – agora com o comboio definitivamente afastado).

 

(imagens: Produções Anormais)

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publicado por Produções Anormais - Albufeira às 19:11

Porto – Em Triste Transformação

Quarta-feira, 14.09.16

Podendo ser Decomposição

 

Num país pretensamente inculto (previa e intencionalmente assim definido pelas suas elites) e completamente desorientado (com o povo contando o resultado do seu trabalho e comparando-o com o seu antigo estatuto de escravo) por onde passaram como se fosse um Flash os Ideais de três grandes Revoluções: a Agrária, a Industrial e a dos Serviços.

 

No entanto nunca interiorizando nenhuma delas mas sempre privilegiando a última (pela falsa novidade e na verdade pelo dinheiro fácil a receber).

 

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Porto – Cais de embarque da Ribeira

(como visto a partir do cais de Gaia)

 

O Porto do século XIX acabou: se no século seguinte algumas das suas estruturas e características básicas ainda refletiam as virtualidades da Revolucionária Sociedade Industrial – período durante o qual a mão-de-obra se deslocou maciçamente do campo para a sociedade abandonando definitivamente todas as esperanças depositadas na já ultrapassada Revolução Agrícola (desestruturada por uma nova centralização – a Globalização) – já no caso do século XXI com o abandono progressivo do desenvolvimento Industrial e a perda comercial (irreparável por contínua) no sector Agrícola, todo o cenário tem vindo a mudar (mantendo-se o aspeto arquitetónico numa base minimalista – aproveitando-se o que já antes existia – melhorando-se e decorando-se o mesmo como uma árvore de Natal – com pessoas, barquinhos e helicópteros – e tentando-se alterar radicalmente a sua base populacional e funcional – transformando tudo em Serviços dirigidos para uma única área; Hotelaria e Restauração).

 

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Gaia – A outra margem do Douro

(Caves do Vinho do Porto e Restauração)

 

Para quem se tenta escapar da loucura delirante de Agosto (dizem que provocada pelo calor) instalada neste período do ano no território sul de Portugal (mais precisamente nas praias cheias e bem quentinhas do Algarve), uma verdadeira surpresa (de nos deixar paralisados e até de boca aberta) uma assumida deceção (deixando-nos prostrados e de lágrimas nos olhos): num cenário desenquadrado e como se o Porto fosse um shopping.

 

Com boa comida e bebida e o português a Souvenir (as únicas três coisas de que o visitante se lembra), obediente e servil e de caracter bem doméstico – ontem matando o porco com uma facada no pescoço (e nem sequer se tendo no mínimo a 4ªclasse), agora colocando-o à mesa enfeitado e com laranja (mas sempre acompanhado pelo selo de garantia – e não só para o porco como para todos os outros Tôs).

 

Observando-se claramente duas ondas gigantes e bem distintas descendo compactas e a velocidades alucinantes em direção às duas margens do rio Douro (com uma horda de bárbaros vindos de norte e outra vinda do sul), esmagando-se violentamente e de frente sobre o leito aqui mais estreito do rio Douro e acabando por se desintegrar na sua superfície em múltiplos objetos sulcando o ar e a água com formas tão diferenciadas como barcos, helicópteros e até mergulhadores.

 

Fazendo-me recordar a minha infância, as noites de diversão no Palácio de Cristal (de onde também se podia observar mas mais à distância o rio Douro) e as barracas de frango e da sardinha assada. Na altura também no Verão mas ainda sem Gourmet de adição. E se há 40 anos atrás achava que aqueles que tinham destruído as grandes cidades portuguesas se tinham então deslocado para o Algarve (para continuarem aí a sua obra de rapina paisagística e ambiental), agora são de novo as grandes cidades já doentes e em decadência (não existe inovação apenas um falso investimento) a serem novamente atingidas e massacradas (e sempre com o mesmo modelo), mas agora (e espantemo-nos) pelos filhos do cada vez menor grupo dos poucos sobreviventes.

 

(imagens: Agosto de 2016/Produções Anormais)

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publicado por Produções Anormais - Albufeira às 22:05