ALBUFEIRA
Um espelho que reflecte a vida, que passa por nós num segundo (espelho)
Restos duma Geração
“O Mundo da Ovelha CHONÉ até que podia ser o Meu”
Posição demonstrativa de à vontade e de natural responsabilidade
A minha geração ainda foi educada por professores escolhidos não sei bem como pelo Ministério da Educação Nacional, tendo desde a minha infância escolar cumprida no Porto a minha instrução primária – ainda com turmas separadas de rapazes e raparigas – e o subsequente ciclo preparatório no liceu Alexandre Herculano (enquanto a minha irmã como rapariga o cumpria no liceu Rainha Santas Isabel). Com dezassete no exame nacional de matemática – perto de começar a ler o Tintim, alguns escritores portugueses e posteriormente a literatura cativante de ficção científica – emigrei para os subúrbios do Porto, indo frequentar o antigo sexto e sétimo ano da alínea f) do liceu no recentemente criado (e improvisado) liceu de Espinho: aí concluí o meu percurso no liceu e fui voluntário no então criado ano propedêutico. Dispensado do exame de aptidão à Universidade vi-me confrontado com a anulação do exame para os restantes alunos/candidatos (meus colegas) e face à verdadeira invasão registada no acesso ao curso de Medicina (médico = dinheiro) e à possibilidade da respectiva universidade não abrir nesse ano lectivo, fugi inconscientemente para Engenharia (engenharia = dinheiro). Mas nesse período relativamente jovem, ignorante e ingénuo da nossa história ainda recente, vacilamos de novo um pouco, comprometendo nesse instante tão abstracto como real a parte melhor da nossa geração: mas alguma coisa ficou no cenário e alguns mestres conseguiram decifrá-lo e ensiná-lo.
Isto tudo a propósito de quê?
Solidariedade cultural e com memória de grupo
A minha geração ainda teve a sorte e o engenho de apanhar certos eruditos da experimentação vindos das margens ignoradas mas férteis do antigo regime e de todos aqueles leigos ou eruditos que procuravam à sua maneira e com o sacrifício da sua própria vida a sua memória e a sua cultura por prazer e sem a tal serem obrigados, com o único objectivo conceptual e desígnio sagrado de vida de reforçar a sua esperança e o futuro da sociedade. No entanto a geração seguinte desperdiçou tudo o que lhe foi oferecido, talvez por facilitismo de acesso ou por incompreensão dos factos históricos verificados no passado. Tudo por culpa dum sistema que face à boa situação económica do sistema parou e estabilizou, em vez de evoluir para uma nova fase que pudesse sustentar no futuro todo o tipo de cenários possíveis até os mais imprevisíveis. A última geração é a Geração do Vazio e da Indiferença: ultrapassada a desculpa da Geração Rasca os jovens vêm-se hoje em dia na necessidade dramática e de sobrevivência de abandonarem o seu Grupo e de partirem para lá das suas fronteiras de dignidade, obrigados a esquecer por necessidade pessoal e salvaguarda financeira dos seus, as suas origens, os seus antepassados e as suas tradições.
Hoje em dia o sistema educativo já está completamente destruído, continuando apenas a cumprir o seu processo normal de decomposição e extinção definitivo, sendo entretanto e progressivamente substituído por um outro sistema de orientação psicológica de massas, menos selectivo e mais extensivo e necessariamente de menor qualidade e englobando democraticamente – por obrigatoriedade moral de cumprimento de serviços mínimos – a generalidade da população.
(imagens – Web)
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Evento ao Nível da Extinção – II
"Salvámos os bancos, mas podemos perder uma geração"
Martin Schulz
“Se há dinheiro para salvar os bancos, também tem de haver para salvar os jovens dos países em dificuldades”.
Martin Schulz, presidente do Parlamento Europeu, considera que a Europa está em risco de perder uma geração se nada for feito para proteger os jovens e diz que, se houve 700 mil milhões de euros para salvar os bancos, "devemos ter pelo menos tanto dinheiro para estabilizar a geração jovem" dos países em dificuldade.
"Salvámos os bancos, mas estamos a correr o risco de perder uma geração", afirmou Schulz em entrevista à Reuters.
"Uma das maiores ameaças é que as pessoas perdem inteiramente a confiança na capacidade da União Europeia para resolver seus problemas. E, se a geração mais jovem está a perder a esperança, então aos meus olhos a União Europeia está em perigo real", salientou o político alemão de 57 anos.
Recentemente, Schulz foi interpelado por uma espanhola durante uma debate sobre o facto de o jovens estarem a ser abandonados pelos governos para que os bancos pudessem ser salvos.
"Ela efectivamente levantou a questão: ‘Vocês deram 700 mil milhões de euros para o sistema bancário, quanto dinheiro têm para mim'? E qual é a minha resposta? Se temos 700 mil milhões de euros para estabilizar o sistema bancário, devemos ter pelo menos tanto dinheiro para estabilizar a geração jovem desses países", disse o responsável socialista que lidera desde Janeiro de 2012 o Parlamento Europeu.
"Somos campeões mundiais em cortes, mas temos menos ideias quando se trata de estimular o crescimento", referiu.
(Económico – Sapo)
“A Loucura alemã só favorece os EUA, a China e a Rússia. Acabando por destruir no final do processo a própria Alemanha, não com uma guerra militar mas com uma brutal guerra económica – que já começou há muito tempo”
Angela Merkel
Levando a Europa até à catástrofe qual será a ideia de futuro que ela terá para a Alemanha?
Comentário:
Depois de Junker – ex-chefe do Eurogrupo – é agora a vez de Schulz – presidente do Parlamento Europeu – mostrar alguma preocupação com aquilo de muito grave que se está a passar um pouco por toda a Europa: um tendo como tema de reflexão a guerra, o outro o futuro das novas gerações. De qualquer modo já muito atrasados na compreensão e resolução de todo este processo, mas pelo menos minimamente conscientes da situação e sentindo-se também responsáveis com o sucedido. Não como em Portugal em que os políticos além de serem maioritariamente incompetentes, por vezes acrescentam no seu curriculum instintos de covardia e de usurpação paternalista – vendendo um país e o seu povo por uma baixa na taxa de juros!
E vejam a poderosa Alemanha em ano eleitoral com a sua Chanceler verdadeiramente incomodada pela prorrogação do prazo do pagamento do empréstimo concedido a Portugal e à Irlanda e com a necessidade de explicar isso no seu próprio parlamento, num país modelo mas também com vistas para a recessão. Com a oposição – encabeçada pelo Partido Social-Democrata alemão (SPD) – a ser contra! Europa erudita de doutores e engenheiros bem comportados, mas velha, hipócrita e senil!
(imagem – Sapo)