ALBUFEIRA
Um espelho que reflecte a vida, que passa por nós num segundo (espelho)
Coisas com Consequências
[Porque somos Objetos, apesar de sermos Sujeitos.]
Sapo em Campo de Golfe
(GB)
Como de duas consequências da intervenção do Homem, uns aproveitam (os irracionais/inconscientes) ─ exemplo disso (1) os batráquios ─ outros não (os racionais/inexperientes) ─ exemplo disso (2) os humanos.
Os primeiros (1) adaptando-se às condições (artificiais) de um campo de golfe (terreno terraplanado e depois comercialmente adaptado) ─ com imensos pontos negativos agregados (alterando o ambiente natural e poluindo o ecossistema) ─
Os segundos (2) apanhados desprevenidos por delegação de competências (como as autoridades/responsáveis/políticos) ─ e acreditando fanaticamente nos seus líderes (depois de formatados/condicionados) ─ abandonados, colapsando.
Texas em Blackout
(EUA)
Num duelo terrestre (e adaptado) entre RACIONAIS & IRRACIONAIS (disputado numa faixa bem estreita, de uma bolha fechada) e sabendo-se em antecipação das condições de sobrevivência (básicas, às mesmas inerentes) de cada uma das espécies …
Partilhando este ínfimo e para nós (raça dita dominante) belo Ponto-Azul celeste, não contra todas as certezas ─ sendo o Homem a autointitulada Raça Superior (cientifico-tecnológica-espiritualmente) ─ mas confirmando todas as evidências (Alterações Climáticas/Aquecimento Global), afetando todas as outras espécies (não dominantes/inferioras),
Perdendo (mais uma vez) o HOMEM e triunfando (como é seu hábito prevenindo-se/evoluindo/adaptando-se) o IRRACIONAL: uns (1) vivendo um dos seus melhores momentos (nada melhor) os outros (2) um dos seus piores (ainda-por-cima podendo repetir-se).
(imagens: Erni/Shutterstock e Ricardo B. Brazziell/
American-Statesman/USA TODAY/Sipa em theconversation.com)
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O Triunvirato
Estes animais pensavam chegar ao Algarve e marcar um encontro com o animal Coelho na festa/comício do Pontal. Mas este lixou-os a todos, refugiando-se numa sala fechada, confundindo-se com os súbditos da sua espécie e alegando estar ainda de férias, como o comprovou com o seu bilhete previamente adquirido para o AQUASHOW de Quarteira.
O Triunvirato veio e viu – e então verificou que já tinha perdido há muito tempo atrás
Três representantes do Mundo Animal reuniram-se este fim-de-semana numa unidade hoteleira ecológica situada nas redondezas de Vilamoura, com o objetivo de analisar a atual situação dos seus amigos de espécie portugueses, após os terríveis incêndios que deflagraram recentemente na região Algarvia e particularmente nas zonas de Tavira e de São Brás de Alportel.
A preocupação destes três VIP aumentou exponencialmente durante a sua viagem até à unidade hoteleira onde ficaram hospedados, face a todas as estruturas artificiais completamente desenquadradas e desproporcionadas, que foram observando e registando em seu redor e que foram sendo construídas como cogumelos mágicos, sem qualquer tipo de preocupação de preservação ambiental do espaço disponibilizado e apenas com o objetivo de obtenção de lucros imediatos.
Mais chocados ficaram quando se deslocaram ao fim do dia ao centro turístico e comercial da localidade – após um delicioso jantar integrando apenas produtos regionais e artesanais – e verificaram atónitos a completa destruição de qualquer tipo de paisagem natural que aí pudesse ter anteriormente existido, ainda-por-cima equipado com uma estrutura central à qual chamavam marina e que não passava senão de um buraco mal cheiroso de águas fétidas e podres, que mais à frente ia criminosamente desaguar ao mar e que milhares de animais de outras espécies provavelmente incautos ou enganados – mas tidos em muita consideração, devido ao seu alto potencial de racionalidade – frequentavam com toda a alegria e prazer do mundo, apesar de todos os vírus e doenças terríveis que transportava.
E a multidão de elementos da mesma espécie com que se depararam e que ultrapassava todos os limites imaginários da máxima concentração populacional saudável admissível – aqui e ali entrecortada por uma ou outra espécie acompanhante, mas minoritária e apenas decorativa – levou-os a um grau tal de desespero emocional, que tiveram de abandonar imediatamente o local, antes de serem transformados em mais um dos figurantes deste circo doentio e suicida.
Ainda tentaram marcar uma reunião de sensibilização destinada a todas as espécies ainda vivas e presentes na região, tendo comparecido apenas alguns caracóis, umas osgas, uns quantos tordos, charnecos recém-chegados, melros e cegonhas adultas e vinda expressamente do mar de Quarteira, uma família consciente de sardinhas, acompanhada pelos seus filhos mais novos as petingas e alguns amigos destes – a quem os respetivos pais tinham pedido anteriormente para tomarem conta durante a sua ausência de férias – como o eram os seus amigos de diversão e refeição os jaquinzinhos, muitos deles falando já correta e fluentemente, a bonita língua espanhola. Os caracóis presentes na reunião e apesar de serem lentos na sua locomoção foram rápidos a verificar os pratos e as ementas que transportavam: estavam a ser vítimas de um autêntico genocídio de Verão que se repetia periodicamente todos os anos e mesmo os seus amigos os insetos, já andavam agora mais preocupados face à forte invasão chinesa que agora se registava a nível do comércio, receando estes futuramente a chegada desta espécie à gastronomia regional, oferecida nos imensos restaurantes distribuídos por toda a região Algarvia. “As baratas e outros mariscos semelhantes que se cuidem” era a frase mais ouvida no final desta reunião informal e sem repercussão na comunicação falada ou escrita regional.
No final desta reunião mal sucedida – por não ter dado frutos viáveis numa terra conspurcada por campos de golfe – as três individualidades retiraram-se em silêncio e cabisbaixas, recolhendo rapidamente aos seus mundos, antes de serem postos a descoberto e despidas, mortas, marinadas e cozinhadas – para tudo há sempre um começo!
(imagens retiradas da Web)