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Consequência do Ozono e dos Ultravioleta

Domingo, 12.08.18

[Em excesso e na cabeça]

 

Chegará o dia em que ultrapassados todos os limites (na nossa cabecinha implantados), bateremos com a cabeça na casca do nosso ovo (daí surgindo a clareza ou de novo a escuridão).

 

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A última matrioska solar será feita de hidrogénio

 

Para todos aqueles seres Humanos ainda obcecados pela contínua e infinita descoberta da Origem e do Fim de tudo – por exemplo do Sistema Solar o seu Centro e os seus Limites – um dos objetos dessa mesma obsessão será sempre o de definir o Modelo como um Conjunto Fechado, de modo a desse modo tentar impor-lhe (o mais cientificamente possível) propriedades e leis adaptáveis (refletindo como num Espelho o Conjunto por nós Idealizado) que permitam compreender minimamente o funcionamento e o desenvolvimento (ao longo do Tempo e do Espaço disponibilizado) do Organismo Cósmico onde vivemos. Desde sempre com o Homem à procura do Centro como explicação para o aparecimento da Vida, da sua existência e da sua expansão (a caminho da Perfeição/na componente física e de Deus/na componente espiritual) – na altura certamente (a existir) uma Barriga de Aluguer ou ainda hoje não persistisse a dúvida, entre “a primazia do Ovo ou do seu criador a Galinha” – ou não fosse ele Único e o expoente Máximo da Vida Orgânica Conhecida. À falta de Espelhos (para se ver e adorar) procurando proteção nos Deuses, falhados estes (entregue à autogestão os centros de reprodução) procurando-a na Natureza (sempre em movimentação e rebelde) – algo impossível de encontrar (ou não estivesse a mesma sempre em Transformação) – desistindo sem sequer pensar (nas consequências) violando-a de imediato (na ânsia de obter mais-valia), face à sobrelotação e ao situacionismo (com os 7,5 biliões a assistirem à guerra representativa Milionários/Súbditos) reestabelecendo a Lei da Selva, para final e irremediavelmente (colocado perante o abismo) e mesmo assim sendo incapaz de olhar (mesmo sendo a Terra redonda e indo-se ter sempre ao mesmo lugar – daí a nossa necessidade incessante – como nómadas – de viajar e sobreviver), não querer espreitar nem ver talvez pela simplicidade de compreender. Um ser Humano podendo ser definido como a única Máquina até ao momento conhecida como sendo capaz de se identificar como algo diferenciado das outras espécies com ela convivendo e partilhando as mesmas coordenadas (de Espaço/Tempo), num Evento pela mesma Máquina considerado único e só sendo possível de ocorrer por intervenção exterior (ou Divina, de comando/superior) do Molde Original (esse sim) 100% Biológico. Recentemente com os nossos cientistas a descobrirem eventualmente mais uma nova e virtual fronteira para todo este subconjunto (o Sistema Solar) – como o poderia ser o Cinturão de Kuiper ou até a Nuvem de Oort – agora podendo ser delimitado por uma grande Muralha de Hidrogénio (talvez um depósito de combustível para viagens interestelares). E por onde anda o oxigénio?

 

(imagem: WEB)

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publicado por Produções Anormais - Albufeira às 00:17

Arábia Saudita ‒ Direitos Adquiridos e Administrados

Quarta-feira, 17.05.17

Uma decisão já com mais de um mês mas que não cala toda a gente

(como em Espanha):

 

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“El pasado 19 de abril, el Consejo Económico y Social de la ONU otorgó a Arabia Saudita, dictadura con datos terribles sobre Derechos Humanos y en especial en leyes que maltratan a las mujeres y restringen su libertad, la condición de miembro de la Comisión de la Condición Jurídica y Social de la Mujer. Durante cuatro, desde 2018, Arabia Saudita, donde se lapida a mujeres, se crucifica a ciudadanos y tiene claros lazos con la financiación y entrenamiento de terroristas del Isis que golpean Europa y todo el mundo, ocupará este lugar de importancia en la ONU. Arabia Saudita, a pesar de este terrible historial, es un aliado muy importante para EEUU, Gran Bretaña, y otros países de la OTAN, además de Israel y Qatar.” (digitalsevilla.com)

 

No decorrer de um quadriénio (2018/2022) em que a comissão CSW (Commission of the Status of Women) em colaboração com a organização UN (United Nations) têm como temas prioritários a igualdade de género e a atribuição de mais poder às mulheres (acedendo da mesma forma que os homens aos Media e às Novas Tecnologias) ‒ assim como a criação das infraestruturas e condições para que tal se concretize o mais rapidamente possível ‒ eis que a organização com maior responsabilidade, representando a Comunidade Global e agora dirigida pelo nosso conhecido e último Alto-Comissário da UN para os Refugiados (o português António Guterres) vem agora eleger a Arábia Saudita para a Comissão de Direitos da Mulher da UN. Naturalmente não deixando todos indiferentes ‒ apesar de todas as pressões exercidas pelos EUA para os Sauditas integrarem a Comissão, estranhamente obtida mesmo sabendo-se da posição russa e chinesa) ‒ como o demonstrou a indignação do diretor da UN Watch Hillel Neuer.

 

No Joke:

U.N. Elects Saudi Arabia to Women’s Rights Commission, For 2018-2022 Term

(unwatch.org)

 

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The Geneva-based human rights group UN Watch condemned the U.N.’s election of Saudi Arabia, “the world’s most misogynistic regime,” to a 2018-2022 term on its Commission on the Status of Women, the U.N. agency “exclusively dedicated to the promotion of gender equality and the empowerment of women.” (unwatch.org)

 

Hillel Neuer

(Executive Director of UN Watch)

 

“Electing Saudi Arabia to protect women’s rights is like making an arsonist into the town fire chief.”

 

“It’s absurd — and morally reprehensible.”

 

“This is a black day for women’s rights, and for all human rights.”

 

“Saudi discrimination against women is gross and systematic in law and in practice. Every Saudi woman, must have a male guardian who makes all critical decisions on her behalf, controlling a woman’s life from her birth until death. Saudi Arabia bans women from driving cars. Why did the U.N. choose the world’s leading oppressor of women to promote gender equality and the empowerment of women?”

 

“Today the UN sent a message that women’s rights can be sold out for petro-dollars and politics, and it let down millions of female victims worldwide who look to the world body for protection.”

 

Já com António Guterres como secretário-geral das Nações Unidas, aproveitando o vazio político provocado pelas presidenciais norte-americanas para com o apoio da Rússia e da China se tornar num potencial candidato (graças à neutralidade/ativa dos EUA esperando pelo novo Presidente) e mais tarde, depois de muitas negociações (com alguns perdendo mas exigindo algo em troca) e de sucessivas votações, se transformar inevitavelmente no candidato eleito: tendo tomado posse e surgindo como primeiros sinais, depois de já ter pactuado com a Guerra no Iémen liderada militarmente pela Arábia Saudita e levando à destruição de uma nação soberana e ao genocídio da sua população, desta vez aceitando para integrar uma Comissão para a Defesa e Equidade de Género (obviamente da Mulher) um representante desse país mundialmente conhecido por inferiorizar, marginalizar, castigar e até mesmo matar mulheres ‒ apenas porque não são homens e não o sendo jamais tendo os mesmos direitos. Como se já não bastasse com a mesma Arábia Saudita a ter sido recentemente reeleita para o Conselho da UN para a Defesa dos Direitos Humanos (com toda a influência que esse cargo transporta) sempre com a conivência de alguém mesmo na EU).

 

(texto/inglês: unwatch.org/22Abr2017 ‒ imagens: unwatch.org e web)

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publicado por Produções Anormais - Albufeira às 18:18

Crónica Sobre Mortos-Vivos

Quinta-feira, 31.07.14

E se eu um dia fosse à escola buscar o meu filho e saísse de lá com o seu cadáver: seria parvo ou terrorista?

 

“Estados Unidos atribuem disparos sobre escola da ONU ao exército israelita”

(mais de 1.400 mortos, 8.000 feridos, 250 crianças mortas e milhares de desalojados)

 

Tenham vergonha antes de se venderem (infelizmente nem sabendo bem a quem):

Todas As Crianças São Uma Parte De Nós!

 

Por vezes confesso que escrevo por revolta com o que fazem (aos outros minoritários como eu), especialmente quando se trata de jovens ou de crianças: não sou de esquerda nem de direita, nem percebo muito bem o que isso é.

 

O que eu sei é que nunca existirá justificação para mandar calar ninguém, apenas pelo facto de exercermos o nosso direito de opinião – até porque é só isso que faço, nunca insultando ou calando ninguém: nem mesmo com uma arma apontada à cabeça, quanto mais por filiação partidária (só sou filiado na minha família, grupo, conjunto e país).

 

Poderia ser como muitos outros ideólogos e oportunistas mais um fiel ao regime (anterior), mas apesar das vantagens que daí poderia tirar, nunca o apoiei e perdi (talvez como o dizem por parvoíce) – o que nunca lamentarei e renegarei, pelo bem e benefício dos outros.

 

Mas jamais me deixarei levar pelos novos iluminados do regime, só porque são ricos e porque controlam o sistema: se o quisesse seria alguém neste jardim, mas viveria à custa de quem diz mal de mim (o que não consigo suportar).

 

Só escrevo porque este é ainda um espelho de Pensamento e de Liberdade e lamento que quem não tendo mais nada que fazer, só sabe dizer mal de mim: eu que certamente poderia ser mais um amigo (mesmo que deficiente) do meu inimigo e certamente de mais alguém.

 

Lembro-me das promessas divulgadas durante a minha juventude e como portador (por respeito) da nossa memória e cultura, só posso chorar os meus antepassados: morreram e (como velhos) foram esquecidos.

 

Se não pensam como humanos pelo menos tenham vergonha de todo o mal que dizem.

 

(declaração de interesse: fui declarado parvo por delito de opinião, apenas porque não apoio ninguém – pelo facto sendo considerado esquerdista ou mesmo comunista – nem sou apologista de alguém – não apoiando nenhuma ideologia mediaticamente maioritária)

 

(imagem – Web)

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publicado por Produções Anormais - Albufeira às 23:28

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Segunda-feira, 10.02.14

Ficheiros Secretos – Albufeira XXI

(Paraísos Artificiais)

 

“O gosto frenético do homem por todas as substâncias, sãs ou perigosas, que exaltem a sua personalidade, testemunha a sua grandeza. Ela aspira sempre a reavivar a sua esperança e a elevar-se ao infinito”. (Charles Baudelaire)

 

 

Esta curta história passou-se no ano 3.460 da Era dos Déspotas, após o tremendo evento apocalíptico que foi o Grande Estouro: o mundo fora então completamente arrasado pela super poderosa e omnipotente Máquina Preservativa, que invertendo a cadeia hierárquica de comando a que estava sujeita e o objectivo supremo para que tinha sido construída, tomou o poder (chamando a si o comando das restantes máquinas) e destruiu os humanos (como personificação do seu criador). Mais de três milénios passados sob o Evento que dizimara toda uma espécie capaz de pensar e de dominar, os humanos que agora habitavam o planeta Terra eram réplicas preservadas pelas Máquinas para posterior reintrodução e repovoamento: eliminados todos os vestígios visíveis da raça anterior – com todos seus nefastos e contraproducentes defeitos físicos e psíquicos, que tanto prejudicavam o são e equilibrado desenvolvimento do planeta – e todos os outros factores negativos a ela associado e que tanta destruição tinham provocado no habitat deste planeta quase que liquidando a Mãe-Natureza, o Novo Mundo tornara-se perfeito, enorme e acolhendo todos de braços abertos. Fora oferecido a este planeta uma nova hipótese de concretização absoluta, destacando-se esta oferta como graciosa, sem limites e oferecendo desde logo o Paraíso. O que poderia exigir mais uma simples e ingénua criatura, de um Ser tão Divino e Magnânimo como este? Aqui a Máquina Preservativa provava mais uma vez a sua superioridade em relação aos seus extintos criadores os humanos e simultaneamente demonstrava a todos os outros seus interlocutores – para ela subhomens e submáquinas – como sem a utilização de outros interesses colaterais de crueldade e de vingança tão típicos do ADN da raça anterior, ainda oferecia condições de vida superiores e dispondo de perspectivas infinitas e seguras a estas novas e felizes criações. A liberdade era condicionada mas em contraponto a segurança era absoluta: vivendo em verdadeiras fortalezas tornadas em paraísos maravilhosos de Natureza, puro prazer e partilha integrada, o aspecto do mundo lá fora desta muralha pouco importava. Era tudo opaco não se via, apenas o reflexo infinito dum mundo exposto e pronto a ser utilizado.

 

Acontece no entanto e como em muitas histórias perfeitas que o processo de terraplanagem e remontagem do planeta também apresentara defeitos. Como assim os estrangeiros não eram Deuses mesmo que erradamente o pensassem ou se quisessem convencer disso: lá pelas outras espécies como os terrestres serem por eles considerados dum nível intelectual e tecnológico muito inferior, isso não impedia os primitivos de pensarem e de agirem e de num relâmpago de génio e imaginação os poderem suplantar. E se não foi isso o que de início aconteceu face à avalanche destruidora que varria toda a superfície do planeta, estabelecida agora e de novo a calma e o equilíbrio entre áreas – livres no exterior e ocupadas no interior – e reorganizadas as forças escondidas nas profundezas protectoras do ventre da Terra, algo se começava a alterar, renascendo no Homem a esperança do novo retorno às origens. A resistência começava assim a tornar-se num fenómeno pioneiro de luta e de contestação, mas ainda muito limitada às pobres e abandonadas zonas exteriores ainda não industrializadas ou massificadas: no entanto era possível que as máquinas e as réplicas dessem mais cedo ou mais tarde pela sua presença e aí estariam definitivamente em perigo. A iniciativa tinha que partir do lado deles, sem espera e sem preparação e o mais repentina e intrusiva possível: teriam que fazer implodir o Sistema já que um ataque directo do exterior era impossível. Faziam agora 3.500 anos sobre a chegada dos Déspotas.

 

 

O artefacto já se encontrava no esconderijo subterrâneo, quando o grupo de três elementos se introduziu no interior da pequena gruta de acesso: escondida entre duas pedras mais salientes a entrada era imperceptível mesmo estando perto dela, disfarçada como estava por uma outra pedra alongada que cobria como uma porta e quase na totalidade, a desconhecida abertura. Numa grande mesa quadrada estava a Bomba Negra. O grupo teria de arranjar maneira de entrar na zona interior e alcançado esse objectivo a única coisa a fazer seria despoletar o mecanismo da bomba: simples e efectivo. O mecanismo associado faria o resto. Seria como se fizéssemos propositadamente um risco num delicado e sensível disco de vinil com a única intenção de suspendermos temporariamente o normal decurso do tempo; e fazendo saltar a agulha que acompanhava a máquina giratória que a suportava e lhe dava vida, acedêssemos a um trajecto já percorrido antes apenas para o retomar e alterar, mas sem modificar o trajecto até chegarmos ao destino – o ponto de suspensão. Reorganizado o conteúdo anterior da imagem da realidade original, poderia ser de novo retomada a projecção, introduzindo agora movimento no cenário e troca de matéria e de energia entre os personagens.

 

Deu-se a explosão e o mundo desapareceu: e como que vindos do nada, viram-se de novo no mesmo local. Estavam agora em pleno período avançado da Era dos Primitivos, 40 anos antes do Grande Estouro: os humanos viviam um período áureo da sua história com um novo boom de desenvolvimento científico e tecnológico, preparando-se mesmo para instalar as primeiras bases modulares na Lua, em Marte e no satélite de Júpiter Europa. Por essa altura a Máquina Preservativa ainda era um protótipo inacabado e sem o seu primeiro ensaio ainda sequer marcado. No entanto a implantação do software na nova organização central de arquivo e processamento do organigrama de pensamento adaptado da máquina corria duma forma tão acelerada e auspiciosa, que os técnicos andavam ansiosos pela sua conclusão e ensaio, acelerando todo o processo. Este facto poderia levar por contágio à continuação da construção do protótipo e ao seu ensaio mais cedo do que previsto. Na curva do tempo onde se encontravam já deviam ter entrado em cena aqueles que mais tarde seriam conhecidos com Os Déspotas, um povo vindo de uma galáxia nunca identificada mas situada nos confins mais distantes de uma das galáxias mais velhas do Universo e que introduzindo-se abusivamente num sistema de vida organizada e desenvolvida a desprezara, primeiro aliando-se secretamente a sectores restritos e oposicionistas do sistema, introduzindo-se de seguida em sectores chaves da sua estrutura e controlando a partir daí directa e indirectamente todo o sistema de suporte e apoio baseado nas máquinas. Escondendo-se então atrás da Máquina Preservativa, passariam impunes, ninguém os associaria com ela e no final ainda apresentariam o seu Paraíso. Tinham que encontrá-los o mais rapidamente possível e decapitar a sua cabeça.

 

 

Os alienígenas tinham cegado no início da década de setenta – os primeiros relatos de contactos reportavam-se ao ano de 1974 terrestre – dispondo dum período máximo de adaptação, introdução e aplicação do seu processo de transformação de um clico – um parâmetro de tempo equivalente a quatro décadas. Numa primeira fase mais demorada e cautelosa da sua intervenção, os seus enviados e aliados locais tentariam adaptar-se e progressivamente introduzir-se na estrutura representativa da sociedade e a partir daí espalhar-se e infiltrar-se profundamente nos principais níveis dirigentes de todas as outras organizações subsidiárias, públicas ou privadas: contariam como seu trunfo principal com o apoio de estruturas políticas e militares poderosas mas trabalhando na sombra dos seus próprios líderes contra o poder por eles exercido e que os grandes conglomerados consideravam de utilidade nula e contraproducente, pois poderes vindos do exterior do circuito comercial só prejudicavam as trocas e os respectivos níveis de lucro. Na segunda fase introduziriam desde logo e à experiência um número indeterminado de protótipos humanóides, muito semelhantes aos que seriam introduzidos após o Grande Estouro, mas ainda com uma consciência e capacidade de actuação deliberadamente limitada – mais como uma biomáquina comandada à distância do que como um humano com iniciativas próprias e independentes. Ocupados todos os postos de comando desta civilização, entrava-se no período final de aplicação, em que seria necessário proceder-se à selecção dum grupo de cérebros locais com vastos conhecimentos técnico-científicos e credibilidade moral, dispostos a apoiá-los – sem terem acesso às suas reais intenções – no aperfeiçoamento dum novo ser vivo idêntico ao humano, mas sem nenhum dos seus defeitos ou imprevistas ocorrências de outras anomalias significativas: teriam que ser verdadeiros especialistas em tecnologia computacional, tanto ao nível soft como hard de aplicação. E nesse aspecto os alienígenas tinham chegado num bom momento de inovação e de desenvolvimento da espécie humana – o último Grande Salto pré-evento apocalíptico – com os primeiros sinais da presença de dois jovens brilhantes que mais tarde adeririam sem o saberem ao projecto: Sboj no campo do hardware e Setag na parte do software seriam os dois génios responsáveis pelo acabamento da Super Máquina que dominaria o planeta e que posteriormente daria origem ao homem perfeito. Seriam devidamente recompensados e protegidos: Sboj morreria ainda antes do Dia de Aplicação ou Ano Zero, enquanto Setag reformar-se-ia estrategicamente desaparecendo de seguida do olhar público.

 

O plano resumia-se a uma acção concertada de antecipação e de substituição da dupla de jovens brilhantes Sboj/Setag, a qual teria um papel decisivo na intervenção bem sucedida dos estrangeiros e que levaria no final e se nada fosse feito em contrário, à obliteração da sociedade tal como sempre a conhecêramos: e que o futuro de onde vinham confirmava sem qualquer tipo de dúvida. Às nove horas da manhã dirigiram-se à recepção da OWN (Other World's News) com sede no 70.ºandar da Torre 2 do WTC e localizado na Ilha de Manhattan: das suas janelas avistavam o rio Hudson, que tranquilamente atravessava toda a imensa e colorida zona de Nova Iorque edificada sobre a sua foz, enquanto que comparando-se a um dos seus progenitores, protegia como se fosse um filho único, a ilha-berço da comunidade. As audiências estariam atrasadas porque decorreria uma importante reunião de chefias e seus coordenadores de direcção, num sítio reservado e exclusivo no andar superior, onde constava que poderiam estar também os representantes máximos da Trilateral. Como eles sabiam a mera menção da presença destes representantes numa determinada reunião de nível máximo, só poderia significar a efectividade da sua presença, o que equivalia a dizer que aí estariam (ao vivo) os três representantes máximos alienígenas. Abandonaram o local e dirigiram-se de novo até à zona do elevador: dois seguiram pelas escadas de serviço e o terceiro elemento entrou no elevador.

 

 

Ainda a porta do elevador não se tinha aberto completamente e já uma bomba deflectora era lançada para o largo hall de entrada que antecedia a sala onde decorria a reunião, projectando todas as pessoas aí presentes contra a parede que as separava da sala e deixando-as prostradas e inconscientes um pouco por todo o lado. Enquanto isso os outros dois elementos vindos da escada dirigiram-se rapidamente para a porta da sala onde decorria a reunião, abrindo-a completamente: uma rajada de metralhadora dirigida para a esquerda abateu logo os três alienígenas aí presentes, enquanto outra dirigida para a direita fez o mesmo com as poderosas chefias indígenas aí delegadas e representando os interesses das Corporações Oposicionistas. Pegaram então nos ainda jovens Sboj e Setag e iniciaram a sua fuga. Atrás de si deixaram o sinal de alarme a tocar duma forma estridente, enquanto os sistemas de segurança começavam a acelerar o seu procedimento de actuação: foi só o tempo de entrarem os cinco num dos elevadores de serviço, accionarem o botão para baixo e decorridos nem vinte andares desaparecerem no ar, enquanto a luz era desligada e as máquinas dos elevadores paravam. Mais tarde apareceriam de novo como Jobs e Gates, já que dois génios deste calibre e dotados de capacidades extras devido a estas experiências profundas e marcantes (mesmo que inconscientes), nunca poderiam ser ignorados ou dispensados sem graves consequências futuras.

 

Reverteram a explosão e viram-se de novo no local da zona interior onde tinham feito despoletar anteriormente o mecanismo da bomba Negra. À sua chega a imagem que obtinham do cenário envolvente pareceu mais uma vez estar paralisada, entrando em movimento logo de imediato e quase não lhes deixando ficar memória do sucedido: mas algo estava errado. O mundo perdera a sua separação artificial entre a zona interna e a zona externa, apresentando no entanto a mesma aparência que nos poderia transmitir qualquer natureza morta, árida e desértica: uma visão que se estendia até à linha do horizonte, não tão horizontal como aquela donde tinham partido, mas aparentando mais queimada e sem vida. Ao fundo uma única concentração destoava da generalidade da paisagem: a Cidade das Três Coroas erguia-se lá ao longe sobre a planície, contrastando fortemente as luzes que esta emitia, com as escuras vertentes que atrás dela se erguiam. Para lá delas estariam as outras duas cidades sobreviventes Sboj City e Setag City. Segundo a história destas cidades já com 3.500 anos de idade, o nome delas basear-se-iam em factos históricos relacionados com o início da III Guerra Mundial, a qual teria devastado quase por completo o planeta Terra e posto a espécie humana muito perto da extinção: Sboj e Setag seriam o nome de código de dois jovens cientistas hoje considerados neste mundo em refundação como lendas e heróis de todos os tempos, os quais teriam contribuído no ultimo momento e graças aos seus esforços e sacrifícios pessoais, para o salvamento dos humanos da extinção final. Afirmavam terem-se inspirado naquilo a que eles se referiam a uma visão, proporcionada pela visita de três entidades superiores que lhes teriam ajudado sem sentirem e sem se mexerem, a espreitar o futuro. E agora o que fazer?

 

(imagens – Web)

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publicado por Produções Anormais - Albufeira às 20:56

Londres

Quinta-feira, 10.11.11

 

O saneamento básico já não é o que foi, ou o que parecia que era. A imagem que este mundo e as suas cidades nos oferecem hoje em dia, ao atingir-se a cifra brutal de sete biliões de seres humanos, é a de um aglomerado calcinado por uma ultra-intensiva ocupação do espaço, asfixiado por um ar contaminado por uma utilização compressiva aplicada até à exaustão e infiltrado por canais de esgoto expostos e a céu aberto, como lava saindo do interior de um vulcão já morto mas ainda activo.

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publicado por Produções Anormais - Albufeira às 00:17