ALBUFEIRA
Um espelho que reflecte a vida, que passa por nós num segundo (espelho)
Analfabetos Certificados
Arguidos do caso Tecnoforma?
(Os Deuses devem estar Loucos!)
Nunca me passou pela cabeça que estes arguidos TECNO tivessem algo a ver com a FORMA do crime. Afinal de contas o problema estava no português erudito e maltratado dos novos doutores da comunicação social (os mesmos que eliminaram os escritores e os jornalistas não certificados) ocupando agora o estrelato dos tops FNAC, PINGO DOCE e MODELO.
“Arguidos do caso Tecnoforma não vão a julgamento.”
Quando li na SIC Notícias a última informação sobre o caso TECNOFORMA, fiquei por momentos extremamente espantado e deveras indignado com aquilo que de mais importante ela aparentemente nos transmitia: como é que era possível investigarem até à exaustão e para além do que era lógico e previsível o caso do Primeiro-Ministro JOSÉ SÓCRATES (iniciado mediaticamente com o caso FREEPORT), enquanto no caso TECNOFORMA o Primeiro-Ministro agora envolvido (num caso semelhante de utilização indevida de cargos públicos para benefício pessoal) não ia sequer a julgamento.
“A juíza de Instrução Criminal decidiu não levar a julgamento os arguidos do caso Tecnoforma. Poiares Maduro, Pacheco Pereira e a jornalista Clara Ferreira Alves não vão ser julgados por crime de ofensa contra a empresa onde trabalhou Pedro Passos Coelho.”
No entanto estava completamente deslocado e deliberadamente ludibriado no verdadeiro tema aqui em questão. O que até era um tanto estranho e contraditório com a ocorrência, dado que se os jornalistas leigos do antigamente não eram capazes (talvez devido à sua curta escolaridade oficial) de atingirem tão elevados entendimentos e compreensões da realidade, com o sector agora e prudentemente dirigido e reservado exclusivamente aos novos eruditos das novas escolas/empresas produtoras de empregados (e não trabalhadores) especializados, (certificados e ordenados religiosamente em todas as área) tal situação por definição nunca deveria ocorrer: só se os eruditos não soubessem ler e escrever e nunca os tivessem ensinado a pensar.
“Poiares Maduro, Pacheco Pereira e a jornalista Clara Ferreira Alves não vão ser julgados por crime de ofensa contra a empresa onde trabalhou Pedro Passos Coelho.”
Afinal de contas os arguidos eram outros: não os potenciais implicados no caso TECNOFORMA (ou no caso FREEPORT) mas apenas aqueles que fartos de ouvirem falar de tudo mas nunca acontecendo ou sabendo de nada, suscitaram interrogações, hipóteses e teorias.
Absurdo. Quem diria. E provando-se mais uma vez que acima do desejo do HOMEM está o OBJETO do desejo.
(texto/negrito: sicnoticias.sapo.pt – imagem: WEB)
Autoria e outros dados (tags, etc)
A Audição
“Cada Estado e Cada Tempo, Tem o Seu Bicho-Papão”!
O Julgamento da Fonte WIKILEAKS
Bradley Manning
Começou há poucos dias o julgamento do cidadão e militar norte-americano Bradley Manning, acusado da prática de atos de alta-traição contra a segurança nacional e a defesa dos interesses do seu próprio país, na sequência da divulgação de informações confidenciais à organização Wikileaks.
Para lá das razões invocadas pelos responsáveis norte-americanos para a abertura de um processo contra um seu militar ainda no ativo; para lá da análise da postura do próprio militar, conscientemente enquadrado numa estrutura hierarquizada da qual conhecia todos os seus direitos e todos os seus deveres; para lá do total esclarecimento do papel aqui desempenhado pela organização que aceitou receber estas informações confidenciais, a Wikileaks; para lá de todos os embaraços provocados – muitas das vezes podendo despoletar acontecimentos de consequências imprevisíveis – nos mais diversificados meios políticos, empresariais e financeiros de todo o mundo, pela divulgação destas informações confidenciais; não poderemos nunca esquecer-nos de como todo este processo começou – e quais as suas verdadeiras e prioritárias intenções – de como tem decorrido e de como irá certamente acabar.
É certo que um estado tem muitas vezes a necessidade (devido à ocorrência de crises cíclicas) de arranjar rapidamente bodes expiatórios fortes e duradouros para solucionar sem grandes sobressaltos casos muitas vezes perturbadores para o próprio Estado (mesmo que colaterais). E até pode ser um motivo que a maioria do povo ache compreensível de aceitar (para garantir a sua liberdade e segurança) desde que preservando a sua memória (e a sua cultura), nunca se esqueça de que quem as praticou, pratica e irá continuar a fazê-lo em nome desse povo – mas que ao mesmo tempo e com o mesmo estatuto moral também continua a deter o exclusivo de casos como o de Guantánamo e de Abu Ghraib, entre muitíssimos outros.
(imagem – boingboing.net)