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Terras para além da Terra

Sexta-feira, 02.12.16

K2-3d

 

Na procura incessante de outros corpos celestes (distantes) onde seja possível encontrar vestígios ou até sinais da existência de Vida (semelhante à existente na Terra), cada dia que passa são cada vez mais os candidatos que se apresentam como pretensos protagonistas deste filme em que o ator principal será sempre (e inevitavelmente como seu produtor e realizador) o Homem.

 

image_4403_1e-K2-3d.jpg

Ilustração de uma Terra II como K2-3d

Orbitando uma estrela-anã vermelha como K2

 

Compreendendo-se (por parte do Homem) esse afastamento deliberado e consciente em relação à sua referência central (o Sol,) não só como uma forma de declarar a sua independência face aos seus formadores e ascendentes, como também e afirmando-se como os portadores da alternativa desejada por todos os formandos e descendentes, impondo o seu desejo e a sua ânsia de (novas) descobertas.

 

Ou não fosse o Espaço mais próximo o mais conhecido (pretensamente envolvendo menos mistério e aventura) e o situado para além do horizonte (escondido atrás dele de propósito para não se ver) o mais apetecido. Além de conhecidas todas as limitações do nosso vizinho (com o decorrer do tempo e dada a sua proximidade e facilidade de escolha, tornando-se no alvo preferencial a abater tendo mais defeitos do que virtudes), só nos conseguindo safar mesmo (deste ciclo de morte e de esquecimento) recorrendo a algo de exterior.

 

E cansados dos Santos da Casa, políticos ou religiosos ou de outra espécie qualquer (como os Mistos que atualmente e em todos os cantos do mundo proliferam – bem pior do que as baratas tendo estas um objetivo – tudo infetando e tudo arrasando), nos viremos para o lado de lá (do interior do ecossistema onde aparentemente sempre vivemos – a nossa casa) e nos lancemos sem pensar (sem limites) no nosso precipício existencial – transpondo a Porta em direção à Descoberta.

 

Uma pequena espécie vivendo num pequeno planeta de um insignificante sistema planetário integrando uma das infinitas galáxias que preenchem o nosso Universo, num espaço integrando espaços em constante transformação e evolução, cada um deles perdido talvez no tempo mas definidos no seu espaço particular (em constante movimento) como uma perfeita e simples esfera presente e interativa com outras companheiras suas, num conjunto ideal de replicas formando um molde perfeito (esférico como o molde original) e da forma integrada (pensem nelas como tendo uma outra função para além da sua constituição – aquilo que elas são, contêm e provocam – como as esferas dos rolamentos).

 

Pelo que em pleno século XXI tendo já pisado a Lua (projeto Apollo), passado milhares de dias no Espaço (na Estação Espacial Internacional) e enviado dezenas de sondas automáticas (não tripuladas) em direção aos pontos mais distantes do nosso Sistema Solar (norte-americanas, russas, chinesas, indianas, europeias), seja de pensar que para além da prioridade de encontrar Água nas proximidades do nosso planeta (de preferência no interior do nosso Sistema como parece ser o caso entre outros da lua de Júpiter Europa) sendo ela a base da constituição esmagadora do nosso próprio corpo, pretendamos para além de isso (a água uma molécula constituída por hidrogénio e oxigénio) descobrir algo mais e de mais belo como um nosso irmão mais velho, bem-sucedido e feliz: nem que para tal tenhamos que ultrapassar como os nossos antepassados as enormes vagas contrárias e muitas das vezes mortais de oceanos sem fim mas comportando ilhas (inexistentes na Terra) talvez melhor que continentes (conhecidos na Terra). Localizado a muitos milhões e milhões de quilómetros para além dos limites da já longínqua Nuvem de Oort (para o Homem habituado ao Km) na fronteira do Sistema Solar. E com a fronteira a distar umas 100.000 UA do seu centro tendo como foco principal a nossa estrela o Sol (e com a Terra a apenas 150.000.000Km da sua estrela).

 

1 UA = 150.000.000km

(distância da Terra ao Sol)

1 Ano-Luz = 63.241 UA

(distância percorrida pela luz – V = 300.00Km/s – durante um ano)

 

Tudo isto porque uns cientistas terão descoberto um outro planeta distante, nos seus critérios (por vezes incompreensíveis por claramente limitados) podendo estar localizado numa área habitável do Sistema (ao qual pertencerá): um planeta extrassolar denominado K2-3d, sensivelmente com o mesmo tamanho (1.5 X) e as mesmas temperaturas da Terra e orbitando (com um período de 45 dias) a sua própria estrela (de dimensão 1/2 X Sol e localizada relativamente a K2-ed a uma distância 1/5 da do Sol/Terra). Uma estrela que apesar da sua proximidade ao planeta K2-3d, devido à sua menor dimensão e temperatura (comparando-as com as do Sol) poderá comportar um clima ameno e suportável (por ex. para nós) muito semelhante ao terrestre, criando desde logo fortes expetativas da existência de Água e porque não de Vida. Um planeta extrassolar localizado a 150 UA de distância de nós e descoberto pela NASA (dada a particularidade deste planeta na sua órbita em redor da sua estrela), através da utilização duma segunda geração dos seus poderosos telescópios Kepler.

 

Aproveitando a oportunidade (excecional nestes casos) da passagem de K2-3d entre o seu sol e o nosso longínquo planeta para através do decrescimento momentâneo da luz emitida pela sua estrela (que nos chega em menor quantidade devido à interposição) estudar diversas características de K2-3d incluindo a sua atmosfera. E com a nova geração de telescópios Kepler desenvolvendo certamente outras e mais poderosas competências, alargando ainda mais o estudo da sua atmosfera e podendo no decorrer do processo detetar certas moléculas como por exemplo as de oxigénio. Numa altura em que entre uma multidão de planetas candidatos a serem a Terra II (por volta de 30) a esmagadora maioria (senão mesmo 100%) não nos convence (leigos) nem mesmo persiste (entre eruditos): a não ser talvez K2-3d.

 

(imagem: nasa.gov)

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publicado por Produções Anormais - Albufeira às 16:35