ALBUFEIRA
Um espelho que reflecte a vida, que passa por nós num segundo (espelho)
Desaparecido em Combate (e abatido tal como nós)
SIMBA – Abatido a tiro por um homem apenas por ser cão
(em memória emocionada e em lágrimas do CHICO, da TITA e de muitos outros meus AMIGOS de 4 patas – também estupidamente assassinados mas como família jamais esquecidos)
Se hoje já se matam pessoas todos os dias (em princípio protegidas), tentem adivinhar o que se passará a toda a hora com os outros animais (simplesmente esquecidos).
Simba
(mais um símbolo morto do estado miserável em que se encontra a nossa sociedade)
Este cão teve o azar de nada ter feito contra nada nem ninguém e mesmo assim ter sido posto sobre a mira da arma de um homem, sendo imediatamente abatido a tiro. Apesar de se encontrar tranquilamente em casa na companhia da sua dona, na quinta onde vivia e que pertencia a ambos.
O que ainda muito me choca mas que já não acho mais estranho, pois já tive a experiência de ter cães e de todos terem desaparecido: roubados, envenenados ou abatidos. Mortos os cães vieram os assaltos e agora só resta a casa (muito danificada por vandalizada): só porque estando presa ao solo, não a conseguem levar.
Só se for o Estado.
Só espero que aqueles (os redutores oficiais de cabeças) que desvalorizam estes acontecimentos violentos e cruéis apenas por se tratarem de animais (ditos irracionais), não venham de novo com a história dos bifes de touro e demonstrando toda a sua cultura e capacidade associativa, invoquem o continente asiático e o saboroso bife de cão. Não se esqueçam que já não é só o animal (dito irracional) que hoje em dia é abatido. E ao esquecerem esse factor nuclear pactuando conscientemente com estes criminosos, colocam-nos como as novas bestas (de carga e que já somos) prontinhas a ser abatidas.
Os cães sempre foram um dos mais fiéis amigos e companheiros do Homem. Ou entretanto já se esqueceram?
Post Scriptum
(de revolta incontida por parte de um animal dito racional e sentindo-se violado na sua privacidade e simultaneamente pedindo desculpa aos animais ditos irracionais pelo pretexto utilizado; mas por mais que tentemos já não há animal que aguente – só se forem aquelas bestas que todos conhecemos)
Hoje fui visitar a casa onde eu e os meus cães em tempos fôramos felizes (entretanto já os mataram a todos) e apesar da participação efectuada anteriormente à GNR (aquando do primeiro assalto) constatei com desânimo (final?) que já tinham levado o restante – portas e janelas, provavelmente vizinhos; acrescento que a culpa não é da GNR, completamente cercada por legislação deliberadamente impeditiva e que propositadamente nada os deixa fazer – mesmo com toda a gente a apontar os criminosos (muitos por também terem sido roubados), sabendo onde moravam (na altura perto, agora foragidos), mas nada podendo fazer (só em flagrante ou com ordem judicial). Num país onde uma velhinha (para eles inexistente por não lucrativa) é levada à justiça por um pequeno delito (por um creme ou outro tipo de ninharia qualquer) e um Primeiro-Ministro implacável (com os outros e não com ele) ainda nos goza com as suas dívidas.
(imagem – GREEN SAVERS)
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Lobotomia Sem Cirurgia e Com Lágrimas Escondidas
“É possível destruir um povo – e a sua cultura e memória – sem se recorrer à lobotomia”
Será esta a nossa sina?
Cirurgicamente Portugal é:
- Um território dirigido por uma minoria hipócrita e mesquinha de indivíduos, cuja única realidade – já não sonham nem usam o espelho – é viver à custa de todos os outros;
- Um espaço maioritariamente esquecido e desprezado, povoado por inúmeros rebanhos de ovelhas, de carneiros, de cabras e de bodes, todos muito ordeiros e pobres, alegres e generosos, mas sempre e por precaução, sem opinião. Andando sem pensar ou hesitar, em direcção ao precipício sagrado, como se fosse esse o seu destino fatal;
- Um território que de tanto doer, até as lágrimas sabe esconder.
(imagem retirada de – Web/blogue de Beatriz Saraiva)