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Trappist-1

Segunda-feira, 13.03.17

Mãe compra-me um Lego mas que seja da NASA.

E já que lá vais um rolo de papel de parede.

(sem gozo e dito por um jovem cientista)

 

Quando o negócio está parado uma das soluções para o manter vivo – tentando que amanhã alguém, ainda o possa ressuscitar – é fazer referência e constante publicidade ao produto. Não sendo pois de admirar que à falta de melhor (e para nos ir entretendo), a NASA por um lado proponha a ideia do cidadão-cientista e o proponha para papel de parede (PIA 21385 – Jupiter Wallpaper – photojournal.jpl.nasa.gov), enquanto por outro lado e sempre com a mesma ideia nos ponha a ver quadrados cintilando num ecrã como num jogo de computador – podendo-se passar à prática com simples peças de Lego.

 

primeiras-imagens-trappist-768x512.jpeg

O Sistema Trappist-1 como visto pela NASA

Numa viagem de cerca de 370.000.000.000.000Km

Uma imagem é o reflexo de um objeto (uma estrutura)

E não um compromisso (de construção) com alguns dos (seus) dados recebidos

 

Com a Humanidade presa à possibilidade de existir no Universo Infinito que nos envolve algo de vivo e no mínimo de semelhante ao Homem (nem que seja em último caso algum tipo de organismo demonstrando alguma iniciativa ou movimento), é natural que perante as notícias sucessivas que nos vão chegando sobre a descoberta de outros planetas localizadas em regiões habitáveis rodeando uma determinada estrela, nos acabemos por convencer que tal facto ocorreu mesmo (a descoberta de outros planetas como a Terra) e desse modo que qualquer imagem que nos seja proporcionada e dado ao nosso prazer e usufruto (mesmo que nos faça lembrar uma simples construção infantil) só possa ser mesmo realidade.

 

E assim juntando-nos ao coro daqueles indiferentes que apesar de não verem acreditam no que os outros dizem ver (uns 7 biliões), somos agora esmagados com as primeiras imagens (reais) vindas de um desses mundos potencialmente semelhantes ao nosso (ainda-por-cima certificados pela NASA), numa montagem animada baseada em dados reais recolhidos a partir do sistema planetário Trappist-1 (utilizando o telescópio Kepler) tendo como objetivo mostrar-nos a região ocupada pela estre-anã centro desse Sistema: não nos mostrando especificamente nenhum desses planetas (tal é impossível de se concretizar pelo menos para já e unicamente com o instrumento ótico utilizado), mas por outro lado deixando a nossa imaginação funcionar face às manchas apresentadas (com a sua óbvia mensagem subliminar – existem mais como nós), construindo-se a partir daí uma realidade (organizada e até geométrica) mesmo que parecendo um Lego.

 

(imagem: NASA)

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publicado por Produções Anormais - Albufeira às 18:53

Mil e Uma Noites

Sábado, 05.03.11

Torre de Belém

 

Portugal é um dos países europeus pertencentes à CEE, que atravessa uma crise transversal a todas as instituições e estratos sociais, que o compõem e sustentam. Em termos gerais a produção é inferior aos pedidos dos consumidores e isso reflecte-se na relação entre as exportações (mínimas) e as importações (máximas); problema ainda mais agravado por sermos infantilmente um país Lego, em que montamos as peças que nos dão e muito contentes as vamos mostrar ao nosso dono. A crise sente-se no nosso bolso porque o dinheiro não estica e se o estado continuar a penalizar os que já nada têm e verificar que daí já nada vem, só lhe restará virar-se para a nossa chamada classe média e exigir-lhe o que os outros já não podem pagar, esgotando deste modo os recursos, da dita classe média. Ora isso já está a acontecer e as respostas da sociedade civil, não se vêm no horizonte mais próximo. Até mesmo as miseráveis manifestações dos chamados políticos e fazedores de opinião, gritando ao contrário que o momento ainda não chegou, têm mais força e impacto nas pessoas, torcendo-nos cada vez mais o cérebro, de modo a secar mais depressa e sem grande despesa: é só cobrar sem parar, para assim baixar o défice e continuar a pedir dinheiro emprestado, para sustentar a máquina que nos sustenta a vida, através deles. Aquela Máquina!

Sem Memória e Cultura nunca poderá existir Educação. E sem esta última, todo o processo evolutivo a nível Científico e Tecnológico, não terá espaço para se desenvolver e expandir – sem livros e pensadores livres presentes, não existe um fim a atingir, porque não encontramos o seu centro, a sua origem. E a partir daí qual será o interesse em nos debruçarmos sobre áreas como os da organização social e económica, se já ninguém se preocupa com nada de nada e o medo nos leva a esconder no interior mais remoto da nossa toca.

A Torre de Belém é um símbolo actual do nosso país – um lugar belo, circundado por uma ausência que parece parada no tempo, todo iluminado no seu interior, que se pressente grandioso e glorioso, mas onde ninguém se avista, nem se detectam movimentos ou sombras. Parece um mundo após o Apocalipse, onde apenas a chuva no piso húmido, nos diz que ainda pode ter restado alguma coisa.

 

Foto do “National Geographic”

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publicado por Produções Anormais - Albufeira às 17:51