ALBUFEIRA
Um espelho que reflecte a vida, que passa por nós num segundo (espelho)
1º de Maio
No primeiro dia do mês de maio do ano de 1974, ocorrendo o primeiro (e talvez único) 1º de maio livre em Portugal: com a presença dos dois grandes líderes de então (do Novo Regime) Mário Soares (1924/2017) do PS e de Álvaro Cunhal (1913/2005) do PCP.
Álvaro Cunhal (líder do Partido Comunista) e Mário Soares (líder do Partido Socialista)
lado-a-lado no 1º de maio de 1974
Dirigindo-se nesse dia para o estádio da FNAT (Federação Nacional da Alegria no Trabalho) num cortejo de cerca de 1 milhão de pessoas, que encheu completamente o recinto com uma imensa multidão de gente em festa.
Um cortejo de cerca de 1 milhão de pessoas dirigindo-se no 1º de maio de 1974
para o estádio da FNAT
Gritando-se palavras de ordem (passados apenas 47 anos, já parecendo lendárias) como “O Povo Unido, Jamais será Vencido”, com o povo fazendo o “V” de vitória e com Soares e Cunhal a seguirem os trabalhadores (até ao estádio), protegidos por um cordão de marinheiros.
Nesse dia 1 de maio de 1974 e no seu discurso (na presença de Álvaro Cunhal), com Mário Soares a prestar homenagem “aos militantes comunistas que viveram na clandestinidade durante o período da ditadura”. (rtp.pt)
(consulta e imagens: rtp.pt e 30-04-2015 AML com Euronews/am-lisboa.pt)
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Covid-19 PT/23.04
Provavelmente no início do próximo mês de maio ─ dado todos os concelhos quererem abrir e o Governo querer agradar a todos ─ com o interesse na “incidência cumulativa” a ser “mandado às urtigas” (a passar à História, a ser colocado num Museu, o nosso desejo), terminando o Estado de Emergência e com ele o Desconfinamento (quase todo): atirando-se para trás das costas o tempo frio e a Pandemia e pensando-se já no bom tempo e no Verão ─ e esperando-se igual e obviamente que o coronavírus (e os seus descendentes) esteja de acordo, juntando-se pelo menos ao seu amigo “crónico” o vírus Influenza. Todos os anos marcando-lhes encontro ─ no “Clube dos Crónicos” ─ com os seus tutores o Teste e a Vacina.
E assim passando à História os 120 casos/100.000 habitantes
Aqui com 5 concelhos do Algarve, Portimão (laranja),
Albufeira e Olhão (amarelo), Lagoa e Faro (verde)
Ficando-se assim a aguardar pelas cenas do próximo capítulo, se não for este ocorrer antes do que se pensa, podendo-se de novo estrear (tal como no ano passado) no fim do Verão. Dependendo da evolução do vírus, das novas estirpes/variantes, da sua periodicidade, das próprias condições do tempo, da testagem/vacinação maciça, mas sobretudo e tendo em atenção quem são as vítimas (nós, o Homem), do nosso comportamentos/atitudes agora que estamos de novo aparentemente em “Liberdade”: uma liberdade para já provisória, dado os dados insuficientes ainda conhecidos sobre este vírus e pela arma principal utilizada neste combate ainda podendo estar não muito bem calibrada ─ além do mais sabendo-se do limite temporário da vacina, podendo já se estar a tomar a do ano passado e brevemente deixando de fazer efeito (tal como no caso da Gripe tendo todos os anos de ser atualizada).
(dados: dgs.pt ─ imagem: Produções Anormais)
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O Grupo dos Espreitas
Uma história envolvendo 5 cães da raça Huskies Siberianos residindo numa localidade do Reino Unido,
Que impedidos de sair de casa (do seu quintal) e só tendo visibilidade para o exterior através de um espaço existente entre a parte inferiora do portão (material opaco) e o solo, fazendo e repetindo sucessivamente o mesmo procedimento (forçando a situação), arriscando e correndo o risco de se magoarem (a nível físico) no pescoço.
Obrigando o seu dono a tomar uma atitude imediata de modo a proteger os seus cães e ao mesmo tempo satisfazer a sua curiosidade (dando-lhes a possibilidade de ver/espreitar para o lado de lá, do portão):
Fazendo ao nível dos olhos e do nariz dos seus cães 12 buracos circulares, ou seja, lugar para 4 deles o poderem fazer simultaneamente ─ o 5º cão tendo que ter paciência e esperar (pela sua vez), dado que fazer 15 buracos no portão (6 de um lado/9 do outro) não seria tão bonito que 12 colocados em simetria (6 à esquerda e 6 à direita).
Resolvendo logo ali o problema e deixando todos descansados ─ e certamente com os cães a concordarem com a justificação decorativa dos seus donos (que remédio):
Melhor só estando em liberdade, algo que os seus donos (mesmo que saindo e noutra perspetiva) também não têm.
(imagens: SWNS/youtube.com)
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Mário Soares
“Nascido na extinta freguesia do Coração de Jesus na cidade de Lisboa, foi o segundo filho do antigo sacerdote, professor e pedagogo, que foi Ministro das Colónias na Primeira República, João Lopes Soares, natural de Leiria; e de Elisa Nobre Baptista, professora da instrução primária, natural de Santarém.” (wikipedia.org)
Mário Soares à chegada a Lisboa a 28 de Abril de 1974
(aí nascido em 7 de Dezembro de 1924)
À janela rodeado por Maria Barroso e por Tito de Morais
Com a morte de Mário Soares (e de muitos outros até a ele superiores) o maior perigo que Portugal e todos os portugueses correm, será o de esquecerem rapidamente o passado (perda cirúrgica de Memória), colocarem de lado toda a experiência dos seus pais (decréscimo da importância da cultura) e desse modo esquecerem datas e mudanças verdadeiramente históricas – por serem manifestações coletivas e irreversíveis de exercício e de mudança (como as de 25).
Recuando uns 42 anos e reportando-nos ao início do regime Democrático em Portugal (assinalado todos os anos no dia 25 de Abril por acaso e por necessidade o nosso Dia da Liberdade) são algumas as figuras que inevitavelmente ficarão nos registos (mais duradouros) da História de Portugal (oficial) – mas muito menos serão aqueles que ficarão na Memória e na Cultura do seu Povo por muitas e muitas gerações (transformando-se por vezes em heróis ou até em personagens lendárias).
Um fenómeno natural entre a nossa espécie (nas condições ambientais e económicas atuais lutando já contra a sua possível extinção), por um lado oscilando constantemente entre uma obediência cega aos seus Mestres do momento (que lhe permitem sobreviver mesmo em condições mínimas e miseráveis), mas por outro lado explodindo em momentos espontâneos mas temporários de rebeldia e de pura revolta (e também de prazer – pela aventura proposta através de cenários desconhecidos ali colocados, há muito e inexplicavelmente ainda por abrir).
E desses são poucos os políticos que o Povo recorda (ficando-nos pelo período iniciado em 25 de Abril de 1974) – escolhendo apenas 5 (dos mais conhecidos) de um baralho muito mais vasto (e infelizmente esquecido): Mário Soares/PS, Álvaro Cunhal/PCP, Sá Carneiro/PPD, Amaro da Costa/CDS (por antes, durante e/ou depois serem seus cofundadores e de diferentes quadrantes) e talvez Ramalho Eanes (pela sua honestidade). Mas nunca esquecendo individualidades consideradas menores (talvez mesmo por serem as maiores) espalhadas por todas as áreas da sociedade portuguesa (desde os nomes oficiais aos mais marginalizados) e que apesar de todas as dificuldades e sacrifícios passados, sem quererem ser conhecidos ou sequer reconhecidos, tanto contribuíram (mesmo com a sua morte na Guerra Colonial) para o que Portugal ainda é (existimos), um dia foi (descobrimos) e ainda será (sonhamos).
E Mário Soares poderá ter sido um deles – e tal como Álvaro Cunhal um dos maiores: sem dúvida as 2 maiores figuras da política portuguesa, antes e depois do 25 de Abril. E felizmente ainda existindo elementos ativos e bem vivos que por todo o seu percurso político (não apenas partidário) merecem o nosso respeito mesmo vindos da ditadura: sendo esse o caso de Adriano Moreira (inegavelmente um Democrata pela sua idade mais valoroso).
(imagem: casacomum.org)
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Assassinados por Omissão no Mar Mediterrâneo
“E agora encaminhados para a Turquia para verdadeiros campos de concentração”
O caminho seguido por milhares
(e que no conjunto representam milhões)
Fugindo da morte e do nada
(do centro de África e da Líbia, da Síria ou da Turquia e agora até do Iémen)
Se a EUROPA da POLÍTICA com todas as suas virtudes e defeitos fosse hoje julgada pelos VELHOS que ainda ontem JOVENS religiosamente acreditaram neles, certamente que a esmagadora maioria desses indivíduos chegaria rapidamente à barra dos Tribunais (Criminais e Morais), sendo pela profusão impressionante de indícios com desprezo deixados atrás de si, evidentemente condenados.
Um Mundo onde a tão falada consciência democrática ocidental já aceita com indiferença a morte de milhares de pessoas à mão de bons ou maus mercenários – sejam as suas vítimas, velhos, mulheres ou crianças. Todos desprezados como se fossem meros objetos (afinal de contas a mera consagração da pratica esclavagista atual)
Só que devido aos seus métodos invencíveis de persuasão e coação e para o efeito utilizando exemplarmente e na perfeição todos os órgãos de comunicação social na realidade à sua total disposição (não sendo por acaso que nos dias que hoje correm todos os média nacionais e internacionais dependem e são controlados nas suas ideias e objetivos em 99.9% pelo poder económico e financeiro privado), esta mesma EUROPA da POLÍTICA optou por nos castrar mais uma vez e por ser o caminho mais fácil no pensamento (desvalorizando mais um dos nossos órgãos dos sentidos – neste caso a Visão – implantando-nos umas palas), fixando desde logo como uma das suas prioridades seguintes o controlo e possível paralisação de movimentos: para já dos refugiados (como assim no interior deste contingente de fugitivos poderão estar incluídos os seus perseguidores – sendo como tal necessário instalar urgentemente todos estes indivíduos em campos fechados e o mais distante possível dos cidadãos europeus, proporcionando-lhes uma certa noção de segurança) e mais tarde da sua própria população (como assim no interior das comunidades europeias poderão existir fanáticos infiltrados, sendo por vezes necessário relembrar e repor algumas leis mais antigas e restritivas, proporcionando assim aos seus cidadãos uma certa sensação de proteção).
E dando protagonismo à nossa pretensa SEGURANÇA e PROTEÇÃO todos nós sabemos o que irá acontecer de seguida e para quem esse serviço será na realidade prestado: o que acontecerá de seguida é que a LIBERDADE de todos os cidadãos será imediatamente limitada, impondo-lhes em nome da preservação desse DIREITO FUNDAMENTAL todo o tipo de restrições, coações e prepotências, podendo chegar mesmo até à própria declaração de Estado de Sítio ou de Emergência. E aí seremos para eles (a Europa dos Políticos na sua função básica de Predadores) todos iguais – sejamos meras presas ou pequenos subcontratados pelos mesmos predadores. Nem sequer nos preocupando com as ações levadas a cabo por estes políticos da Europa, quando estarrecidos com as imagens violentas e sanguinárias das guerras que proliferam um pouco por todo o mundo, vemos tão perto de nós uma Guerra, as consequências brutais da mesma, os contingentes de fugitivos fugindo por mar e por terra e morrendo aos milhares (à procura na Europa da sua salvação, pela mesma sempre prometida como fez a MAMÃ MERKEL) e mesmo assim consentimos que um outro DITADOR (desejando-se equiparar mas sem petróleo ao Rei da Arábia Saudita) como o é o presidente turco ERDOGAN (que assassina uma parte da população turca apenas por ter sangue curdo – como se decidíssemos matar alentejanos justificando a ação por serem preguiçosos e dormirem debaixo dos chaparros ou então matar algarvios por só pensarem em diversão, praia, bronze, bebidas e engates) negoceie com a EUROPA as condições da troca comercial bilateral envolvendo PESSOAS e DINHEIRO (até parece estarmos a falar de um negócio entre Mercenários), impondo-lhe ainda-por-cima regras não democratas e externas (veja-se o caso do comediante, da exigência de Erdogan e do sim imediato de Merkel – socorrendo-se de uma lei no mínimo com século e meio).
Por terra, por mar e talvez mesmo pelo ar, o que estas pessoas desejavam era a TERRA onde NASCERAM e a VIDA que esta lhes DAVA – e que um dia lhes roubaram com promessas ou miragens (como as ruas douradas de Londres ou a imagem da acolhedora Mamã Merkel)
Pelo que não é de admirar que estas situações se eternizem, por uma simples replicação de processos. E que as vítimas (a parte ignorada) não parem de crescer. Oriundas de todos os lados (e com uns dos próximos a sermos nós).
Entretanto e como o Mundo nunca para e nós nunca o interrompemos (pois tempo é dinheiro):
More than 400 refugees 'drown in Mediterranean'
(nation.com.pk)
More than 400 refugees are thought to have drowned, the Somali ambassador to Egypt told BBC Arabic.
Reports say the refugees were fleeing to Italy from Somalia, Ethiopia and Eritrea in four boats which were ill-equipped for the journey.
"2016, the Mediterranean is a mass grave," Médecins Sans Frontières (MSF) tweeted in response to the news.
Num momento deveras importante da evolução da Humanidade, onde mais uma vez se prova que a Guerra não é (nem nunca) será A Solução – e onde nos vemos de novo na necessidade urgente de nos socorremos da sabedoria dos nossos antepassados para não desesperarmos, nos recuperarmos e não cometermos ainda mais loucuras – torna-se reconfortante e porventura ainda despertador de vontades recordar homens como Bertrand Russell: “War does not determine who is right – only who is left”. Isso se ainda desejarmos ser a espécie predominante e em princípio mais inteligente vivendo neste planeta (com um maior nível de organização e garantias de sobrevivência pelo menos segundo os nossos padrões) e como tal com todos os seus integrantes desempenhando um papel fundamental na composição de todo este cenário e assim montando esse grande puzzle coletivo que é a nossa Vida.
(imagens: washingtonpost.com/egyptianstreets.com/wordpress.com/cbc.ca)
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E o Juiz...que se Cuide...
Liberdade?
A Paz, o Pão, Habitação, Saúde, Educação!
(Liberdade – Sérgio Godinho)
É no respeito do exercício e do funcionamento das instituições que "está o limite entre o Estado de Direito e o totalitarismo"
Aleluia!
Só é pena que apesar de todas estas lamentáveis declarações (e o juiz...que se cuide...), não se faça um esforço (por mínimo que seja), no sentido de se verificar se na realidade aqueles que neste momento e temporariamente detêm o poder governativo (sobre essas mesmas instituições), o servem e respeitam (o cidadão/o estado: integralmente e sem sombra de dúvidas) no exercício das suas funções.
Pela generalidade das respostas dos cidadãos deste estado, aparentemente a resposta é...não acreditam! (o que não quer dizer que não seja verdade).
E também é mais fácil, arranjar um bode expiatório.
(Se um cidadão já foi detido por 12 vezes e mesmo assim continua em liberdade, talvez à 13.ª seja de vez. E depois de um final espectacular como o de 2014, só mesmo com uma repetição reciclada para o ano de 2015. O actor principal é que já não é o mesmo. Estratégias.)
(imagem – fmsoares.pt)
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E no Fim ficou a Corporação
Trilogia Evolucionária do Poder
Estado→ Privado→ Corporação
(ou de como sobrepor a segurança de alguns à liberdade de todos)
Se recuarmos quase um século na nossa História atingimos o ano de 1917 e o início da Revolução Russa: nesse ano o seu regime monárquico seria forçado a renunciar ao poder, com o czar Nicolau II e toda a sua família a serem posteriormente executados. Entre muitos outros factores em jogo neste complexo cenário, o início da deposição do regime (nesse preciso momento da história da Rússia) tinha como causa principal e imediata a revolta popular de São Petersburgo, assumida pela sua população como resposta solidária contra a violência imposta nas ruas pelo seu czar e os mais de 1.500 mortos e muitos mais feridos provocados: aí a bolha rebentou.
Três bilionários – Bill Gates, Carlos Slim e Amancio Ortega
Por essa altura já o Estado assumia um papel fundamental no desenvolvimento económico das sociedades modernas, chamando a si as rédeas do poder e legislando sempre que possível de modo a salvaguardar a sua soberania e o bem-estar geral dos seus cidadãos. A única diferença que iria distinguir a organização das duas sociedades que iriam servir de referência para o resto do mundo (dividindo-o em duas fortes esferas de influência a soviética e a norte-americana) e dar origem à infindável e quase familiar Guerra-Fria, residia no facto de no caso da União Soviética estarmos (já) perante um caso típico de monopólio (de uma única entidade neste caso o Estado (e que impedia o acesso de outros ao poder), enquanto que no caso dos Estados Unidos (talvez provocado pela profusão de estados com interesses diferenciados e por vezes contraditórios) os centros de poder eram múltiplos – apesar de (e como hoje se pode facilmente constatar) também caminharem para o mesmo destino dos chamados capitalistas de estado: o mesmo exercício mas aqui aplicado em nome do capitalismo privado.
Mas o que mais me aflige e que cada vez mais se apresenta como uma certeza, é a evolução que a nossa sociedade parece estar a tomar, relativamente à estrutura futura de poder. Depois de nos termos entretido durante anos e anos a analisar a estrutura da Pirâmide Social tentando compreender melhor a nossa organização, como ela ali chegou e como é que dali se poderia evoluir (em vez de tentarmos definitivamente sair desses enredos de lobotomia mental), parece que face à nossa indiferença factual e à aceitação tácita da nossa insignificância, o trajecto já está definido e como tal, a transformação será inevitável:
- Primeiro veio o Estado;
- Depois veio o Privado;
- E no fim restará a Corporação.
Actualmente 80 bilionários possuem o mesmo que 3,5 triliões de pessoas
Uma consequência esperada e natural de todo este processo (já confirmada em etapas anteriores), será mais uma vez o reforço da Segurança e a secundarização da Liberdade – e a prevalência da exigência de qualidade face à ultrapassada obsessão moral pela quantidade. E a partir daí é só tirar conclusões.
(imagens – georgianewsday.com)
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O Ilusionismo contra o Fanatismo
“Bem-aventurados os pobres de espírito, porque é deles o Reino dos Céus”
(Mateus 5:3)
A esmagadora maioria dos mais de sete biliões de pessoas que povoam este mundo (o POVO), nunca aceitará por vontade própria e renegando os seus direitos de viver em PAZ e LIBERDADE, a alternativa final a eles desde sempre proposta (pelo PODER) como a melhor via para a resolução de todos os seus problemas: a GUERRA.
O problema é que em casos extremos (como o ocorrido recentemente em França) os ELEITOS se misturam estrategicamente com a MULTIDÃO, deixando-a confusa e pronta a ser de novo manipulada e instrumentalizada.
Como o fez descaradamente uma publicação extremista israelita (tentando de qualquer forma e sobre qualquer pretexto separar as pessoas, agora que estão temporariamente unidas em torno de uma causa) ao eliminar da manifestação todas as MULHERES – uma tradição pelos vistos a manter no oriente, entre todas as tribos árabes existentes (incluindo os judeus).
Por outro lado lá foi o povo francês a correr logo de manhãzinha, esgotar a última edição do jornal CHARLIE HEBDO: inconscientemente eles sabem que o que restará de mais este crime e selvajaria, será apenas uma recordação virtual e sob a forma de um mero objecto (que até se valorizará ao longo dos anos).
(imagem – sott.net)
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País em Liquidação Total
“A menos de quatro dias da data em que os portugueses há quarenta anos tiveram talvez o último vislumbre de respeito e de esperança: hoje os mesmos que venderam em 1580 Portugal a Espanha repetem a sua traição mas agora com a Alemanha. Será que ainda existem portugueses”?
Loja Portugal
Com um PM sem um pingo de cultura e vergonha e um PR inexistente por puro oportunismo pessoal, reconheçamos finalmente que o nosso país já não existe encontrando-se à venda em Berlim.
Se ainda tinham dúvidas do afirmado anteriormente vejam os títulos do último relatório do FMI, estrategicamente conhecido na semana da Comemoração em Portugal do 25 de Abril “ O Dia da Liberdade”.
Será mesmo necessário ler o relatório? E conhecer a Verdade?
(imagem – Web)
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Normalidade
“Mesmo que o caminho seja único, existe sempre alternativa – e a morte não é impedimento ou desculpa, apenas uma porta de entrada”
Normalmente estariam numa situação anormal
O João despertou do seu coma profundo quando se encontrava no último andar dum arranha-céus em construção situado bem no centro da capital. Ao seu lado encontrava-se um cão que na altura ele não reconheceu, suportado como se fosse um humano em dois dos seus membros, enquanto atentamente observava o cenário que se abria diante de si. Usavam ambos óculos – o João e o cão – e ambos olhavam espantados: debaixo do céu avermelhado ninguém se mexia.
Estavam no centésimo andar. Enquanto o cão perscrutava por simples instinto e por necessidade de perda de tempo o horizonte, o João deixara-se ficar estrategicamente paralisado, não mexendo nem piando. À volta deles não viam ninguém. Enquanto isso o silêncio era asfixiante, aqui e ali apenas perturbado por uma mais intensa e ruidosa rabanada de vento ou por um súbito mas curto som indefinido e não localizável.
O João ainda deu uma dezena de passos em frente, mas a força do vento e a falta de barreiras de protecção na elevada construção, levou-o rapidamente até ao mundo das vertigens e à sensação de queda eminente no abismo. Interessado o cão continuava a analisar a situação em que se encontrava, olhando para todos os lados, espreitando sem desequilíbrio para baixo e até cheirando a união duma das vigas laterais: pelo seu odor a novo – típico de todo o material produzido recentemente – e pela perfeição de todos os seus acabamentos o edifício não representava qualquer tipo de perigo.
O piso não tinha qualquer tipo de acesso: nem escadas, nem elevador nem outro tipo qualquer de transporte vertical. Não se percebia como era possível ter-lhe acesso, nem sequer como é que os dois lá tinham ido parar. O cão parecia rir-se de contente, olhando por vezes de soslaio para o João e parecendo estar a divertir-se com a situação: talvez num momento de aflição o João ainda o viu a levantar uma das suas patas traseiras, urinando com um esgar de prazer e de satisfação em direcção ao abismo. Alguém gritou lá em baixo mas certamente não seria por estar a chover e se sentir molhado.
Passada uma hora ainda se encontravam sensivelmente no mesmo sítio, cem andares acima do solo. Ninguém dera pela sua falta nem gritara fosse pelo que fosse. E o frio apertava à medida que ia anoitecendo, com a fome e a sede a serem cada vez mais difíceis de suportar. Para piorar o cenário e abatê-los aos dois um pouco mais, lá em baixo e bem iluminada no interior da praceta anexa ao centro comercial, a casa de hambúrgueres explodia de gente com o próprio drive-in esgotado e um cheiro profundo e brutal a elevar-se nos ares.
Em conjunto e após um curto período de reflexão chegaram finalmente à conclusão de que aquela situação era verdadeiramente insuportável e que teria que ter uma resolução imediata. Era inaceitável estarem limitados aquele espaço, não tendo sequer aceso às áreas adjacentes que o suportavam: a liberdade era um direito alienável e nada nem ninguém os poderia impedir de a usufruir à sua vontade. Olharam para baixo, deram as mãos e atiraram-se de cabeça: sabiam andar, sabiam nadar e certamente que se arranjariam a voar. A carne picada chamava por eles.
(um dia o João – um jovem tranquilo, simpático e conversador, vivendo num ambiente familiar comum e sem sinais visíveis de anormalidade – perdera definitivamente a cabeça ao ver pela enésima vez os miúdos da sua rua a atirarem pedras ao pequeno cão, que o seu pai lhe dera quando concluíra com empenho e distinção o seu percurso na escola primária; levado por um impulso repentino e actuando duma forma inconsciente pegara então na espingarda do seu progenitor e pusera-se a disparar indiscriminadamente sobre quem lhe aparecia pela frente; só foi interrompido na sua saga ininterrupta e assassina quando foi atingido à queima-roupa em cheio e em pleno crânio pela bala da pistola disparada por um vizinho; em coma foi então enviado de urgência para o hospital da cidade onde viria a falecer pouco tempo depois; atingido no tiroteio por uma bala perdida também o seu cão acabaria por ter destino idêntico sensivelmente pela mesma hora)
(imagem – Web)