ALBUFEIRA
Um espelho que reflecte a vida, que passa por nós num segundo (espelho)
Do Atlântico ao Pacífico
“Amar-se a si mesmo é o começo de uma aventura que dura a vida inteira”
(Oscar Wilde)
A Travessia do Continente Norte-Americano
(a nadar como se fosse um peixe)
Fiquei hoje a saber que se por acaso for um peixe de preferência na flor da idade, ainda tenho uma hipótese de no decorrer da minha vida, fazer a Grande Travessia do Continente Norte-Americano – ligando o meu conhecido e vizinho Oceano Atlântico (no interior do Golfo do México) ao desconhecido e longínquo Oceano Pacífico (a sul do Golfo do Alasca).
Sendo na realidade um peixe – e sem ter vontade de recorrer à única ligação conhecida e localizada mais a sul no canal do Panamá – surge-me assim e como que caída do nada esta alternativa de trajecto e de missão, direccionada para um continente e para a concretização duma aventura: e como nenhum espaço pode ser ignorado a sua travessia só pode ser um prémio.
O Coração deste Sistema fica em Two Ocean Pass
(estado norte-americano do Wyoming)
Na Passagem dos Dois Oceanos podemos encontrar o centro desta magnífica história envolvendo peixes, local onde as águas dos ribeiros duma nascente conjunta se separam em duas, uma dirigindo-se para leste – em direcção ao rio Snake e ao Pacífico – e a outra para oeste – em direcção ao rio Yellowstone e ao Atlântico. Com o auxílio das chuvas e do declive do terreno é bem possível imaginar-se a ligação.
Vindo da Europa e tendo atravessado todo o oceano Atlântico – e após uma curta estadia para reflectir e descansar, passada na paradisíaca costa de Cuba – apanhei finalmente a minha entrada no interior do continente americano: na foz dum rio do Golfo do México a porta abriu-se e mexendo as membranas parti à aventura. A falha separava verdadeiramente o continente em dois e seguia pelos rios Mississippi, Missouri, Yellowstone, Teton, Snake até atingir finalmente o rio Columbia.
(dados e imagem – Web)
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A Ligação Marte/Terra
“Vejo-me para ali a olhar conformado a extensa planície deserta deste mundo – tal e qual como o nosso”
Superfície do planeta Marte
Esta fotografia poderia ter sido tirada num dos muitos cenários disponíveis à superfície do planeta Terra, tendo no entanto a sua origem no planeta Marte. Poderíamos lá estar a viver neste preciso momento, não fosse a visível aridez do terreno e a previsível falta de água, além da fundamental presença de atmosfera de preferência rica em oxigénio: seria talvez como um comum passeio no meio dum deserto longínquo e por descobrir, à procura de inequívocos vestígios de antigas civilizações que nos tenham aberto o caminho para o futuro e transmitido através dum determinado processo de ocupação do espaço infinito e evolutivo, a sua memória e sua cultura. Neste caso teríamos que estar bem protegidos das acções agressivas vindas do meio exterior, acomodando-nos pelo menos provisoriamente num fato protector capaz de simular a protecção do nosso lar. O Planeta Vermelho fará certamente parte duma fase evolutiva ligada à cronologia do aparecimento de vida na Terra, podendo por semelhança de observação sensitiva percepcionada e memorizada, querer este paralelismo significar que existirá alguma ligação directa ou indirecta entre estes dois planetas adjacentes e a criação, evolução e extinção de seres vivos em épocas diferenciadas à sua superfície. Marte poderá já ter sido habitado num ciclo passado, podendo agora o mesmo processo voltar a repetir-se no nosso planeta, usufruindo graciosamente de recursos que poderão ter vindo do mundo anterior.
(imagem – NASA)