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Sexo com Gelo & Alienígenas – 4/4

Segunda-feira, 22.12.14

Ninguém é bom ou mau na cama. Se há um problema sexual, é outra coisa, mas senão há problemas concretos, basta que se goste muito de uma mulher; se isso acontece, ela é a melhor na cama. (António Lobo Antunes – Conversas com António Lobo Antunes – María Luisa Blanco – 2002)

 

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Deep Purple e Blue Jeans

 

No meio de um grande pandemónio causado pela presença de uma pequena multidão de fêmeas em estado de perfeita loucura e que cada vez em maior número se iam acumulando à nossa volta e ao longo de todo o curto percurso, tínhamos finalmente e quase que como por milagre alcançado uma plataforma mais elevada do hall de entrada do Bordel, que dava acesso a uma pequena torre de elevadores: com as portas a abrirem-se de imediato, foi só entrar no compartimento, assistir ao fecho das portas e arrancar dali para fora. E mal o elevador arrancou o ambiente do mesmo alterou-se radicalmente, tornando-se quente e relaxante e até com música ambiente. Quando segundos depois a porta se abriu entramos numa sala de decoração austera mas bem iluminada, onde dois seres curiosos nos aguardavam tranquilamente sentados num amplo e modesto sofá.

 

Enquanto Afro e o Negro se retiravam (eram evidentes os sinais libidinosos da fêmea em direcção ao Negro, num sinal claro de fúria substitutiva por ter sido sexualmente recusada por outro ao qual ela não reconhecia estatuto) ficamos os três abandonados na sala a olharmos uns para os outros: Ella saíra de junto de nós sem nada nos dizer e à frente deles só viam os dois bonecos a observar estranhamente estáticos. Reconheci de imediato o tema como sendo dos Deep Purple, enquanto duas boazonas utilizando unicamente um mini top como cobertura dos seus peitos bem guarnecidos e vestindo uns jeans que lhes torneavam o corpo esbelto e bem preenchido e prestes a explodir de desejo, se dirigiram ao Hipólito e ao Tiago raptando-os de uma forma de tal maneira vertiginosa, que nem tiveram tempo de dizer ai. Dirigiram-se para os módulos 27 e 28 e reservaram-nos para 60 minutos de sexo. Então e na presença dos dois estranhos desconhecidos, sentei-me junto deles e aí tive a minha última conversa.

 

Carlos e David Koch controlavam conjuntamente como irmãos de sangue e sobretudo como homens de negócios que eram, uma das maiores empresas coloniais ao serviço das hierarquias máximas e prevalecentes do sistema decisório e administrativo de então, a eles concessionada nestes últimos séculos por estrangeiros vindos do espaço profundo exterior e que pretendiam simultaneamente, continuar o seu processo de expansão noutras zonas inexploradas do Espaço, sem deixarem para trás outros pontos de interesse e experimentação. Como era o caso do Sistema Solar e particularmente o exemplo extraordinário do ínfimo mas grandioso planeta Terra, por essa altura a caminho de fasquias sucessivas e significativamente crescentes de triliões de habitantes, constantemente em conflito e originando por sistema guerras extremamente violentas (mas julgadas depuradoras por motivos que passavam completa e razoavelmente despercebidos aos estrangeiros) e no entanto sempre acompanhados por rituais procriadores e de sustentação da espécie baseados na pratica sexual e nos delírios religiosos daí resultantes (a favor ou contra): era como se a nossa esperança residisse num momento de extremo prazer, o qual só poderia suceder a um momento de percepção sensorial também extrema e se possível replicadora – violência, sexualidade, religião e criação de outros mundos mais para além e de carácter substitutivo.

 

E como o acaso os tinha convertido nos representantes preferenciais neste sector da Via Láctea, o mesmo acaso os tinha lançado para o negócio do lucrativo e eterno mundo do prazer tornado máximo e assim, aproveitando o conhecimento profundo dos terrestres nessa área e o aparecimento de raças interessadas nestas experiências, maioritariamente passadas e esquecidas e agora de novo (e por necessidade evidente) recuperadas, levando-os a expandir o sector e diversificar as suas aplicações. O único entrave na engrenagem fora o caos climático que destroçara o planeta e toda a sua organização social e a chegada abrupta, inesperada (mas quase previsível) dos chamados Fantasmas do Tempo, fanáticos religiosos e supostamente separadores de almas: só o sexo os derrotaria, ao assumirem a partilha (e não a oferta) dos seus corpos e compreenderem como duas almas se juntavam, simplesmente sem pedirem nada em troca e no entanto formando um todo. Agora bastava esquecer o tempo, sobrevalorizar todo o espaço existente e transformá-lo num outro Universo talvez coincidente talvez concorrente por atribuição de movimento e simples trocas de energias (corporais e espirituais). Sexo, sexo, sexo – deveriam era ocupar-se com ele (e promover ainda mais o Bordel)!

 

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ZZC acompanhado por três alienígenas

 

Deixei definitivamente para trás todos aqueles que nos tinham acompanhado nestes últimos tempos (de aventura, descoberta e conhecimento) e fui ter com os meus verdadeiros amigos Hipólito e Tiago (os quais me tinham socorrido sem contrapartidas prévias, na minha inesperada e atribulada chegada). Os módulos 27 e 28 para os quais tinham sido encaminhados equivaliam parametricamente à concretização ideal dos seus mais profundos desejos, traduzidos não só na introdução de Hipólito e de Tiago num cenário por eles já usufruído e nunca esquecido, mas agora aperfeiçoado na sua projecção espacial (por sobreposição e escolha) e colocado numa realidade paralela simulada.

 

Sincronizou o módulo adjacente com os de Tiago e Hipólito e colocou a aplicação a correr: instantaneamente viu-se colocado num dos últimos andares da maior torre de Portimão (cerca de 85 metros de altura), observando à sua volta tudo aquilo que esta região já fora e oferecera – paisagens, calor, mar, multidões, convívio, acção – enquanto que num dos lados do amplo piso e sobre um estrado de madeira luxuosamente decorado, os seus dois amigos se deixavam subjugar por várias acompanhantes de luxo, nuas, oleadas e brilhantes e desejosas de entrar em acção. Para desse modo confirmarem os seus créditos ao Administrador da ZÉZÉ C & Herdeiros (uma empresa de originais e derivados sexuais, fundada na região durante o século XX por ZZC) e assim servirem com entusiasmo e na perfeição as suas outras metades, os clientes. Nos Jardins da Rocha a vida celebrava-se agora sem controlo nem limitações temporais ou morais e com o prazer a ser o único critério de vida capaz de esmagar a monotonia crescente do nosso quotidiano, quase sempre imutável e como tal miserável.

 

Num dos pisos do poderoso edifício da Praia da Rocha o que todos os presentes ali viam e idealizavam, era um geométrico e grandioso pénis erecto com os seus dois respectivos testículos funcionando como uma raiz (fortemente ligada à terra e pronta a expulsar para o Céu a sua seiva inspiradora); fazendo pulsar desenfreadamente e em toda a sua extensão (e definição) o membro periférico primordial e provocando nele por implosão celular uma forte onda de choque, tornando-o rígido (apesar de adaptável) e erecto (na realidade curvo). E por associação de razões associadas num só tema mas com ligações infinitas, estavam todos ali para eleger uma grande personalidade Universal que em si personificasse o ponto central desse tema, em toda a sua profundidade, múltipla capacidade de penetração e conhecimento de todas as zonas envolventes: rodeado por três das suas maiores fãs de origem alienígena, ZZC recebia o Prémio Nobel da Paz por serviços relevantes prestados aos homens (pioneiro da utilização de termos como boi e vaca) e (especialmente) às mulheres. Seguiu-se uma grande orgia contando (sem uma única excepção) com a participação de todos os presentes, finda a qual todos se dirigiram até à praia para se lavarem na água do mar e secarem com os ares da natureza as suas preciosas partes íntimas.

 

O Verde vislumbrou então os compartimentos privados. Abriu a porta do número 28, entrou no seu habitáculo, ligou o monitor que se encontrava na parede e enquanto fechava a porta seleccionou o menu: partilhado com o 26 e o 27 e com oferta aleatória. Mal foi aceite o seu pedido entrou logo na simulação já em curso e encontrou-se de imediato integrado num mesmo cenário proposto e partilhado, na companhia de Hipólito, de Tiago e de mais duas belíssimas mulheres: surpreendentemente ambos utilizavam aparentemente dois dos seus maiores fetiches sexuais, enquanto em consciência penetravam as fêmeas. E mal sentiu o seu membro começar a interagir a bela Ella reapareceu. “Dormir, comer, fazer sexo, há coisa melhor na vida?” (Web)

 

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Centro Paralelo ZZC

 

E enquanto o Hipólito (disfarçado de palhaço) continuava a exercer a sua tradicional ideologia e prática quotidiana (aqui desmascarada por atitude de posse), em sentido aparentemente contrário o Tiago (aqui induzido como alienígena) ia progressivamente deixando-se descair sobre o perfeito e curvilíneo corpo da sua fêmea, apalpando-lhe os seus seios modelares enquanto a ia penetrando fisicamente como um pêndulo e usufruindo-a espiritualmente.

 

Com muita dificuldade lá consegui que o Hipólito e o Tiago abandonassem os seus objectos particulares de desejo e me acompanhassem (apesar de bastante contrariados) até ao interior da limusina graciosamente cedido por ZZC, partindo o grupo de imediato e na companhia dos dois irmãos Koch (Deep Purple e Blue Jeans) para a sua curta viagem até à vila de Alvor. O encontro estava marcado para a área rodeando o aeródromo de Portimão, na tentativa de localizar o ponto preciso onde a minha nave se despenhara e da sua possibilidade de recuperação (no local). E lá chegamos todos à entrada principal do aeródromo por volta do início da tarde. Um dos irmãos Koch assinalou as nossas coordenadas no seu equipamento portátil e por comparação do trajecto simulado pela minha nave com outras situações de matriz semelhante, tentou desmontar as diversas soluções possíveis de modo a assim encontrar a resposta adequada: o ponto encontrado situava-se mais para noroeste da ponta mais afastada da pista, num local agrícola com algumas pequenas árvores e outra vegetação dispersa e com um pequeno e pouco visível declive, talvez formado pelas margens de pequenos cursos de água (e com a zona da Penina nas suas proximidades). Mas teriam que abandonar o mais rapidamente que pudessem o local, pois a limusina onde se encontravam, já começava a despertar a curiosidade de muitos dos transeuntes. Nem perceberam o que aconteceu: num momento lá estavam, num outro nunca estiveram.

 

E enquanto um dos Koch chamava a nossa atenção (para o seu irmão) apontando um indicador determinado, carregando no teclado (do seu portátil) logo o outro respondia, consensualmente carregando Enter: lá fora o cenário mudava radicalmente no espaço e o tempo indicado era o da queda da minha nave. Mas nem sinais nem vestígios dela. Sobre a superfície gelada onde se situaria o aeródromo nada se mexia, com umas pequenas ruínas mal sobressaindo dos sucessivos montes de gelo pontuando aqui e ali a paisagem, quase se assemelhando a vegetação naquele cenário gelado. Aí o monitor detectou sinais de movimentos muito ligeiros duzentos metros mais para à direita e oriundos dos restos amontoados de antigas habitações de nível menos elevado (e por essa razão mais protegidas da acção difusora e penetrante do vento), destacando-se por sua vez no pequeno ecrã a imagem de três pontos dinâmicos concentrados em redor de um único corpo de referência e emitindo considerável e já não considerada (nos seus processos de obtenção) energia térmica.

 

Sem se fazerem notar, mantiveram os critérios mínimos de invisibilidade e aproximaram as câmaras: em torno de uma fogueira extremamente pequena mas de rara beleza nos seus instantes finais, dois homens assistiam com os seus corpos curvados e já paralisados ao estertor de um terceiro, morrendo por infecção sanguínea irreversível sobre um espelho inóspito e gelado mas por ventura reflector do Sol e da Vida. Quando o fogo se extinguiu o terceiro homem já morrera: cobriram-no cuidadosamente com pedras, beberam mais um largo trago daquele irrepetível Medronho e sem pensarem demais (o tempo agora era extremamente precioso) retomaram o seu caminho (teriam que atravessar o antigo Arade antes das próximas três horas). E foi quando se viraram para nós que eu vi quem eles eram: diante de mim os pretensos viajantes de S. Marcos da Serra e seus perigosos medronheiros originadores de consequências mortais eram nada mais nada menos que os meus queridos amigos Hipólito e Tiago. Olhei para eles ao meu lado e francamente não me consegui conter mais: enquanto me ria com a situação criada, via-os atrapalhados olhando para si próprios, enquanto olhando para mim confessavam incrédulos e face à fatal evidência, os contornos virtuais (ou pequenas imprecisões) da sua história. Mas algo estava claramente incorrecto nesta repetição do que deveria ser a mesma sequência. No fim rimo-nos evidentemente de tanta palermice, talvez provocada pelo prazer talvez suscitada pelo excesso: apenas nos tínhamos esquecido do pequeno pormenor, da mudança localizada da hora.

 

Tinham partido a bordo da minha nave sem demonstrarem dúvidas nem suscitarem qualquer tipo de receio com a decisão por eles tomada. Hipólito e Tiago mereciam por simples comprometimento o espaço de aventura e descoberta a eles oferecido e por outro lado (e vantagem), sempre eram uns bons exemplares de uma raça com certos pormenores a preservar mas infelizmente talvez em vias de extinção. E não faltou total entretenimento enquanto a nave não ultrapassou definitivamente os limites desta galáxia, após os quais e iniciado o período de hibernação dos seus tripulantes, se ejectou num único salto para outro mundo e se perdeu para (este) sempre e em todas as suas dimensões no espaço (e no vazio).

 

Fim da 4.ª parte de 4

 

(imagens – Web)

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publicado por Produções Anormais - Albufeira às 13:32

O País dos (Políticos) Invertidos

Sábado, 06.10.12

Se queremos perceber minimamente o que é a ética e chegar ao seu ponto de origem, temos em primeiro lugar que entender corretamente do que estamos a falar, mas nunca invertendo a realidade.

 

No 5 de Outubro de 2012

 

O Protesto Indignado da Bandeira contra a hipocrisia reinante

 

A desonestidade, a falta de vergonha e as atitudes desprezáveis, já ultrapassaram todos os limites!

É altura de dizer Basta!

 

Muitos de nós já constatamos que somos governados por indivíduos com uma noção limitada, extrema e cruel da vida – nunca foram nada na vida nem têm uma noção básica do que isso é – para eles só existindo dois tipos de indivíduos nesta sociedade e que são: os que mandam (mais inteligentes e capazes) e os que obedecem (os mais estúpidos entre todos e demonstrando simultaneamente imensas dificuldades em desempenhar as atividades mais básicas para a sua sobrevivência). Os primeiros representam uma elite minoritária refugiada entre leis por elas adaptadas a partir dos limites impostos hierarquicamente pelos seus criadores e trabalhando como assalariados privilegiados em sectores inúteis e improdutivos da sociedade (serviços públicos ou privados extremamente burocratizados com o objetivo final de impedir o protesto das pessoas e melhor controlar todos os seus movimentos) e dirigida por grupos de iluminados que dominam o mundo, estabelecendo superiormente todas as regras de funcionamento das estruturas que geraram artificialmente para sua exclusiva proteção e salvaguarda; os segundos nada representam, apesar de na sociedade organizada e solidária onde vivemos, serem a esmagadora maioria da nossa população – logo, como escravos modernos assumidos – por troca por uma miserável compensação monetária – apenas lhes resta obedecer como um ser irracional e completamente incapaz de tomar uma decisão acertada, comportando-se como gado obediente e alimentado para utilização posterior das suas potenciais mais-valias.

 

Daí a perda constante e a níveis cada vez mais devastadores e impressionantes da soberania de Portugal e da memória e da cultura de um povo, preservada até aos nossos dias graças à luta e sacrifício dos nossos antepassados e vendida agora ao desbarato a quem nos queira estender a mão (por compaixão), com a finalidade única e abjeta de encobrir um crime brutal de traição, praticado por “alguns” sobre a independência de Portugal e sobre o futuro e a esperança do povo Português.

 

(imagem – SAPO)

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publicado por Produções Anormais - Albufeira às 18:28