ALBUFEIRA
Um espelho que reflecte a vida, que passa por nós num segundo (espelho)
Questões de Parentesco entre uma Bala e um Míssil
Ao entrarmos num artefacto estranho com parâmetros muito diferentes dos nossos, arriscamo-nos a ser esmagados pela brutalidade da sua amplitude – falando de uma conjugação de energia e movimento. De Burro ou de Ferrari?
Voo GE235 da TransAsia Airways
Segundos antes de cair numa das margens do rio Tamsui na capital de Taiwan Taipé
(ao desligarem inadvertidamente o único motor do avião ainda em funcionamento)
Por aquilo que eu tenho ouvido dizer há muito tempo, a contribuição do número de vítimas de acidentes de aviação comercial civil transportando passageiros, é muito menor do que a contribuição oriunda dos acidentes de viação. Uma conclusão que qualquer pessoa com um mínimo de bom senso e capacidade de cálculo mental facilmente aceitaria, respondendo de imediato e afirmativamente.
Só que para mim existe algo de muito diferente nestes dois meios de transporte, que acaba por distorcer (por incompactidade de comparação) as conclusões então obtidas: tendo como princípio de análise básica desta hipótese comparativa, que os carros só têm rodas (apenas para andar) e os aviões rodas e asas (para andar e voar) – não sendo portanto possível de estudo e comparação, não só pela dimensão como pela área de intervenção.
Quase como se comparássemos um míssil (avião) com a bala de um revolver (carro), ignorando os dados (proporção) e o objetivo a atingir: não fosse o tráfego tão díspar (muito mais intenso em terra), com intervenções diferenciadas (considerando terra e ar), com muito maior densidade (e mais mortos por m2/aviação), até mesmo complementares mas no fundo incompatíveis.
A321 da companhia russa Metrojet
Explosão interna e entrada em queda imediata
(pretensamente abatido sobre o Egipto por um míssil do Exército Islâmico)
Não me interessa particularmente saber qual será a probabilidade de morrer ao entrar num carro ou num avião. Até acho a questão um pouco ridícula, já que por mim e a acreditar em tudo aquilo que os especialistas sempre disseram, naturalmente que escolheria o meio mais seguro o qual seria um foguetão. O que qualquer um de nós pretende saber é apenas o que fazer no caso dum incidente de aviação e qual a hipótese de num caso desses nos podermos salvar…e não morrer.
E o que acontece com cada um de nós confrontados com situações tão graves e mortais como estas (seja com carros ou com aviões), é que no momento preciso do acidente e estando ainda conscientes, pior não poderemos ficar (no carro) ou então só nos resta rezar (no avião): num caso até que podendo já estar há muito morto, no outro passando o restante e curtíssimo tempo da vida, à espera duma morte demorada e verdadeiramente irrevogável.
Um medo talvez indevido e irracional, mas que no entanto nos é proporcionado e potenciado por tudo o que nos rodeia e oferecem, com o que vemos e ouvimos, no fundo com o se passa no mundo. Agora ainda mais incrementado pelos atentados terroristas dos últimos tempos (em que os aviões voltam a ser alvos privilegiados), tendo o terrorismo no ar uma vitória garantida – e contando ainda o apoio/instrumentalização de certos condutores (pilotos/copilotos) servindo-se dos aviões como um cinto explosivo.
[Enquanto no primeiro caso (TransAsia Airways) um dos dois motores do avião deixou de funcionar – instalando repentinamente medo e receio na sua cabine e levando os seus pilotos por erro humano a desligarem o outro motor – no segundo caso (Metrojet) e ao contrário das notícias entretanto divulgadas (pelo Exército Islâmico e pelos seus aliados Ocidentais) não foi uma míssil que o atingiu mas mais uma bomba que rebentou no seu interior – tal como provavelmente terá agora acontecido com o voo Paris-Cairo da Egyptair]
(imagens: WEB)
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Atentado Terrorista em Paris
Francois Hollande: Paris attacks were ISIL 'act of war'
(USA TODAY)
Nunca deixando de recordar o atentado levado a cabo pela AL-QAEDA a 7 de Janeiro deste ano em PARIS ao semanário satírico CHARLES HEBDO (e que provocou 12 mortos e 10 feridos), neste caso levado a cabo por um grupo terrorista distinto do ESTADO ISLÂMICO (duas organizações fortemente apoiadas pela Arábia Saudita, contando esta com a passividade estratégica dos EUA seus aliados) e com raízes na Península Arábica (região do Médio Oriente onde a Arábia Saudita é o estado mais rico em petróleo e mais poderoso em armamento, tendo na cauda o Iémen recentemente terraplanado pelos bombardeamentos sauditas).
Entretanto passaram-se nove meses e com o recrudescimento da violência um pouco por todo o Médio Oriente (Síria, Iraque, Iémen) assim como no norte de África (Líbia), novos contingentes de populações desesperadas e em fuga puseram-se em marcha, engrossando cada vez mais as já extensas filas de homens, mulheres e crianças fugindo à destruição e à morte certa: por terra e por mar chegando às margens da Europa e atualmente atravessando-a em toda a sua extensão a caminho da salvação. Tendo curiosamente como destino preferencial os países que mais contribuíram para a destruição dos seus territórios e das suas vidas (como a França e a Grã-Bretanha ao juntarem-se aos EUA) e em alternativa os países frios do norte.
E então em menos de quinze dias e tal como todos os sinais anteriores assim apontavam, o Estado Islâmico atacou (a Europa) provocando mais de 400 mortos e de 500 feridos. A 31 de Outubro o voo 9268 das linhas aéreas russas METROJET é vítima de uma explosão a bordo, pouco mais de meia hora após a sua descolagem e quando atravessava os céus do Egito: acaba por se despenhar no solo provocando 224 mortos. Atentado posteriormente reivindicado pelos terroristas e mercenários ao serviço do Estado Islâmico, como resposta ao início da intervenção russa (contra os EI) no conflito a decorrer na Síria. Atentado esse que não teve grande repercussão nos meios de comunicação social ocidental apesar de associado à luta contra o terrorismo e às vítimas inocentes, pelo mesmo acontecimento provocado. Tendo ainda em atenção um outro caso semelhante ocorrido nos céus da Ucrânia e que provocou 298 mortos. E relembrando tudo o que se escreveu sobre ele (culpando PUTIN) enquanto se ignoravam os outros (Bem-feito, estavam a pedi-las, são russos!).
A 12 e 13 de Novembro sucederam-se dois grandes atentados: um em Beirute e outro logo de seguida (e de novo) em Paris. Com 43 mortos e 240 feridos contabilizados na capital libanesa e mais de 130 mortos e mais de 200 feridos na capital francesa. No primeiro caso utilizando cargas explosivas e bombistas suicidas colocados no meio de grandes ajuntamentos de pessoas e no segundo caso diversificando a sua intervenção (simultânea) entre locais próximos mas diferenciados de modo a criar mais caos e assim instalar o medo. Sempre recorrendo aos meios mais extremos de violência por efetivamente mortais, servindo-se de tiros, bombas, granadas, reféns e até de uma falsa ideologia. Autor: Estado Islâmico.
Talvez agora a Europa se ponha verdadeiramente a pensar sobre o assunto que a leva ao terrorismo e ao refletir sobre ele se questione finalmente sobre qual o seu real papel no meio da estratégia geopolítica norte-americana e do seu mordomo inglês. Se nos lembrarmos dos bombardeamentos levados a cabo pelos EUA, Grã-Bretanha e França na sua luta contra o terrorismo, só a França é que tem levado, A Alemanha? Essa nem se mete (pelo menos de caras)!
(imagens: nbcnews.com/ibtimes.com/dailymail.co.uk/dnd.com.pk/wpxi.com/startribune.com)
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A Bandalheira Política Portuguesa
A Caminho da Restauração – Da Idade Média
Porque será que Portugal tem como destino único ser governado por oportunistas egocêntricos e incompetentes e que nunca trabalharam?
Até a Segurança do Estado os odeia: e eles riem-se porque são Governo
A República é o Povo e a Assembleia um mero edifício – poderoso e simbólico é certo, mas apenas o local de trabalho daqueles que deveriam ser os representantes do Povo. Quanto à escadaria ser o limite, perdoem-me: a segurança dos representantes não se pode sobrepor à liberdade dos seus eleitores. Sem eleitores livres nunca poderia existir democracia (e os representantes do povo) e como prova temos o Estado Novo e a ANP (e os representantes dalguns): eliminavam-se os eleitores protegendo os “seus representantes”. Só que agora os “representantes do povo” – comportando-se como abutres – alimentam-se dos seus, não vá a crise tecê-las e transformarem-se em eleitores.
Por vezes só resta a revolta. E se assim procedermos, ainda “levamos mais”.
E aí percebemos a opção dos nossos líderes sociais: só que – duma forma ou de outra – já estamos mortos. Como um zombie ou um morto-vivo.
PS – E o problema até era de fácil resolução, passando por uma limpeza que teria de passar pela Presidência e pela criminalização dos actos ditos políticos, mas apenas particulares e pessoais – e deliberadamente anti-sociais: para eles no fundo convêm manter o medo, para assim controlarem as multidões. E é nisso que querem transformar as polícias: de protectores do povo, em cães (tão mal os tratam) do Governo.
(imagem – SAPO)
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Berlusconi
O Primeiro-Ministro italiano finalmente saiu de cena, mas para todo o sistema político poder ainda sobreviver no seu tempo, até ao nosso colapso final, o espectáculo inevitavelmente terá de continuar.
Berlusconi e o seu Povo – adeus e profissão de fé
O primeiro ficará na história e o segundo fará dele uma lenda – para que tal aconteça para todo o sempre, basta manter as instituições de estado e continuar a nomear governos que o perpetuem.
E não se esqueçam que devido à miséria do quotidiano que nos oferecem – por vezes com oferta de televisões, frigoríficos, empregos e até outros produtos de contrabando, desde utensílios a pessoas – a religião e a política continuam a ser o ópio do povo, devido ao medo e à sua estreita relação com o negócio da morte.
(Imagens – BoingBoing)