ALBUFEIRA
Um espelho que reflecte a vida, que passa por nós num segundo (espelho)
Metadata
Os metadados ou metainformação são dados obtidos a partir da análise automática de outros dados: vê-se logo que os dados obtidos com este processo mais miraculoso do que científico, só podem ser propositada e estrategicamente redundantes em desinformação.
Metadata
Ninguém te está a ouvir ao telefone apenas a analisar o teu telefonema
“We kill people based on metadata.
But that’s not what we do with this metadata”
(Michael Hayden)
Se por um dos lados a evolução científica e tecnológica permitiu aparentemente facilitar-nos o nosso quotidiano diário – nas comunicações, nas transacções, nos extractos, nos impostos, na saúde, etc – por outro lado a sua integração e generalização por todas as redes de informações mundiais proporcionou aos fanáticos ideológicos e extremistas da segurança, a identificação através da análise de pequenos detalhes em princípio não significativos e não correlacionados de potenciais provocadores e terroristas: tudo baseado simplesmente na recolha duma infinidade de impulsos electrónicos que conjugados em torno dum foco de referência podem no final através dum mero impulso electrónico identificar e localizar o alvo a abater. Desde que não seja um enorme Boeing 777, a rota do comércio mundial de armas ou os movimentos dos grupos de mercenários privados.
Michael Hayden
Director da CIA
“People get hung up that there’s a targeted list of people.
It’s really like we’re targeting a cell phone.
We’re not going after people – we’re going after their phones, in the hopes that the person on the other end of that missile is the bad guy”.
(David Cole)
O problema aqui não reside verdadeiramente na estratégia adoptada para destruir o Inimigo Escondido – já que o sucesso da intervenção está sempre previamente assegurado (seja ela um êxito ou um fracasso) sendo apenas exigida a confirmação da existência de mortos – mas na confusão perigosa e generalizada que esta recolha de metadata poderá causar, confundindo amigos com inimigos e metendo-os todos no mesmo saco, apenas porque o impulso electrónico dominante aponta para o mesmo lado: e se a metadata é tão importante para se saber quem se há-de matar, também poderá fazer o mesmo a quem é inocente, pois uma máquina jamais poderá substituir um humano nem terá a noção deste, dos limites do que está a fazer e dos valores a preservar. Ainda por cima quando a arma utilizada pelos fanáticos da metadata se resume a um veículo telecomandado de última geração mas na sua essência extremamente primitivo – os drones – dirigido a partir dum esconderijo para cobardes por um indivíduo que no fundo nem sabe bem o que está a fazer, nem ao certo quem irá matar. O próximo pode ser um terrorista, o meu vizinho ou eu: e para tal basta estar ao telefone ou então trazê-lo no bolso.
(imagem/títulos/texto/inglês – RT)