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Geração Zombie (1)

Quarta-feira, 26.03.14

Ficheiros Secretos – Albufeira XXI

(Multiversos – Um Futuro Projectado da Terra)

 

“Contando com a colaboração da Academia de Ciências Norte-Americana e da empresa da área de semicondutores Texas Instruments, os Zombies desse país decidiram ajudar em certas disciplinas científicas os alunos com maior dificuldade de aprendizagem”.

 

ZM

 

Bíblia – Mateus 27: versículos 50 a 53

 

50 Depois de ter bradado novamente em alta voz, Jesus entregou o espírito.

51 Naquele momento, o véu do santuário rasgou-se em duas partes, de alto a baixo. A terra tremeu, e as rochas se partiram.

52 Os sepulcros se abriram, e os corpos de muitos santos que tinham morrido foram ressuscitados.

53 E, saindo dos sepulcros, depois da ressurreição de Jesus, entraram na cidade santa e apareceram a muitos.

 

No mesmo dia em que o complexo do WTC – localizado na cidade norte-americana de Nova Iorque – era violentamente atacado por terroristas oriundos maioritariamente da Arábia Saudita e colocados ao comando de aviões de passageiros previamente sequestrados em voos internos, foi extraordinariamente e por motivos imprevistos completamente fora de controlo ou de correcção, libertado o primeiro grupo da 2.ª sequência de humanos. O grupo era constituído por um corpo misto de doze elementos já completamente transformados e adaptados, mas ainda sem qualquer tipo de experiência exterior e de contacto com estranhos ou estruturas desconhecidas: como primeiros protótipos da linha ZM a sua maturação tinha sido mais longa do que agora já era habitual, tendo o processo tido como vantagem uma melhor recalibragem mental – que melhorava duma forma substancial a performance mental do elemento – mas a desvantagem de se prolongar por um período de tempo mais extenso e assim proporcionar um intervalo de inactividade social com falta de contactos directos mais assíduos, provocando como consequência uma certa estranheza no momento do retorno. Mas o momento fora de comum obrigara à convocação imediata do grupo de ZM, com saída obrigatória para o exterior em módulo activo e em nível de segurança máxima, em obediência à ordem vinda directamente do órgão superior de comando a impor saída precisamente dentro de quinze minutos (exactos) e com encontro já em zona livre no local assinalado por P1 passados trinta minutos. Por comunicação do centro de comando a contagem iniciou-se de imediato nos seus respectivos conversores individuais, com a primeira referência antes do local P1 a ocorrer dentro de quinze minutas e a segunda dentro de quarenta e cinco já no local: faltava precisamente um minuto para atingirem o limite dos quarenta e cinco minutos quando um pouco longe dali as duas torres gémeas do WTC eram atingidas pelos aviões pilotados por terroristas árabes, ao mesmo tempo que presos nos pulsos de cada um dos doze elementos do grupo os conversores começavam a emitir uma luz verde intensa e intermitente, autorizando a entrada no Edifício M-12 situado mesmo à frente deles.

 

Z

 

Tudo começara com a introdução experimental dum vírus inactivo no corpo de um ser humano. O objectivo seria o de estudar a alteração provocada no metabolismo do ser humano ao ser activado o vírus: se as previsões teóricas se confirmassem poderiam estar a um passo de revolucionar e acelerar o desenvolvimento biológico humano, aumentando significativamente a sua capacidade física e psíquica. O problema foi que as previsões não se confirmaram obtendo-se pelo contrário seres com reduzidas necessidades de energia devido à queda violenta do seu metabolismo, traduzido na prática em seres existindo exclusivamente com o objectivo de obterem energia através da obtenção de alimentos e desse modo poderem continuar em movimento e subviverem. E a limitação das suas necessidades fundamentais levava à contracção cerebral, ao seu esvaziamento progressivo e à sua degenerescência inevitável – o que poderia levar à criação de monstros cegos por acéfalos. O processo tivera que ser refeito já algumas centenas de Z produzidos: durante anos ainda tinham sido sujeitos a alguns testes e ensaios complementares, mas um grave incidente aparentemente sem nenhuma ligação directa com os mesmos numa das bases onde estariam instalados, levara à sua destruição completa e à interrupção das actividades de pesquisa nas restantes bases enquanto decorriam as investigações federais. Só que existira fuga e poderia existir perigo de contágio. E daí surgiram os primeiros relatos sobre visões e contactos com os chamados e cada vez mais aterradores mortos-vivos e histórias cada vez mais frequentes descrevendo as consequências que daí poderiam advir para a raça humana, se tal relação envolvesse a possibilidade de contágio: a sua replicação contínua e indefinida. Mas o antídoto tinha sido descoberto felizmente a tempo concluindo-se sem grandes incidentes a inoculação geral da população, a pretexto duma pretensa mutação do vírus da gripe e da necessidade urgente e obrigatória de vacinação geral. Passado este período um pouco conturbado tudo estabilizou retomando-se de novo o projecto: postos perante os recentes desenvolvimentos e as perspectivas futuras face aos factos cientificamente constatados e confirmados, o conglomerado não hesitou em manter os fundos da organização, prolongando a continuação do financiamento e permitindo o relançamento ainda com maior força e vigor do projecto original. Daí sairiam os ZM, indivíduos perfeitos dispondo dum metabolismo reduzido mas no entanto capaz de manter uma perfeita e agradável aparência humana e num nível superior, mantendo todas as suas capacidades em níveis elevados de equilíbrio e susceptibilidade psíquica, além de apreciável robustez física mesmo que distribuída e concentrada em pontos específicos de aplicação. E a sua fidelidade era absoluta: respeitando as ordens emitidas como se fossem feito por seus iguais. Nem percebiam bem a razão nem a origem do impulso que os possuía – e que para aí os atirava – mas o texto na sua construção e transmissão de mensagem dizia-lhes algo que os tocava profundamente, duma forma pessoal, intransmissível e ancestral. Ligada às origens.

 

ZV

 

O 11 de Setembro nunca foi explicado devidamente às massas populares (nem interessava, nem era esse o seu objectivo) porque na altura elas já não interessavam para nada (senão votarem e confirmarem os seus executores), sendo apenas consideradas por caridade e compaixão figurantes secundárias – apesar de esmagadoramente maioritárias – dum guião imaginário num enredo mais vasto e para elas incompreensíveis. Simplificadamente tratou-se dum ajuste de contas entre o Governo da Casa Branca e as grandes e poderosas Corporações norte-americanas organizadas em torno de portentosos conglomerados e suportadas secretamente pela reserva Federal Norte-Americana, base do financiamento e do poder militar oficial e voluntário ou paralelo e mercenário. Entretanto o grupo de doze elementos VM introduzira-se no Edifício M-12: por essa altura as duas torres do WTC continuavam a arder (acabariam por cair em poucos segundos pulverizando-se na sua queda), o Pentágono seria atacado com um míssil e outras vítimas de aviões sequestrados seriam simplesmente riscadas do mapa. Enquanto o Presidente da maior potência mundial era sequestrado e feito refém no seu próprio país tendo como pretexto a defesa da sua integridade e a do símbolo máximo dos EUA, um grupo privado rival do Governo detentor de poder económico absoluto e do domínio sobre a Reserva Federal Norte-Americana (privada) atacava descaradamente as bases principais de sustentação do Estado, de modo a enfraquecê-lo por demonstração activa de todo o seu poder legal e/ou paralelo e chegando com esta demonstração de força decisiva e imparável a sugerir a eliminação dos seus opositores: como terá sido o caso do assassinato do 35.º presidente dos EUA John F. Kennedy. Dirigiram-se então ao elevador que se destacava bem ao centro do amplo hall de entrada do edifício e carregaram de imediato no botão de chamada: vindo das profundezas subterrâneas o elevador subia a boa velocidade ao seu encontro. E cinquenta minutos depois já ocupavam a sua posição no piso L33 aguardando instruções. Vinda do fundo do corredor uma figura aproximava-se lentamente do grupo, coberta por um manto escuro e absorta nos seus pensamentos: e à sua chegada os ZM paralisaram. Parado diante deles – como que absorvido interiormente nas suas reflexões, mas ao mesmo tempo extremamente atento ao ambiente que o rodeava – o ser começava agora a olhá-los fixamente, como se estivesse a perscrutar o interior de cada um deles e a certificar-se das suas vontades e origens. Então a sua face pareceu modificar-se subtilmente, transmitindo a todos uma sensação de paz e de leveza que os libertou definitivamente de todas as suas limitações sociais e morais, aceitando estes a partir daí e duma forma incondicional a presença e a mensagem do intruso: era agora claro para todos os elementos do grupo que estariam em presença duma variação do seu próprio modelo ZM, nitidamente demonstrando um nível superior no aspecto da sua rápida e fácil adaptação bioambiental, sem necessidade de recorrer a grandes recursos energéticos para assegurar a sua própria subsistência e no entanto evidenciando uma solidez de recursos psíquico-físicos, uma infinidade de pontos acima aos máximos alguma vez apresentados (apenas em treinos) por eles. Não o souberam na altura mas acabaram por o saber depois: estavam pela primeira vez na presença dum ZV, o posto mais alto na hierarquia dos Zombies. Uma mistura paralela iniciada alternativamente no início de todo este projecto aquando das primeiras experienciais oficiais realizadas, que teve como facto extraordinário a miscigenação de dois processos com alguns pontos comuns de duas espécies com metabolismos diferenciados, mas possíveis de ser adaptados e associados – um zombie-vampiro. E então quando o ZV falou todos os ZM perceberam porque a voz transmitida pelo conversor tanto lhes tocava a alma, como se fosse a sua: a máquina utilizada para comunicar pelos ainda e apenas humanos, não transmitia propriamente os seus pensamentos pessoais que tanto tocava os ZM e os tornava seus fiéis seguidores, mas sim um chamamento mais profundo vindo de uma outra raça mais antiga, experimentada e superior: os ZV.

 

Fim da 1.ª parte de 2

 

(imagens – Web)

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publicado por Produções Anormais - Albufeira às 13:31