ALBUFEIRA
Um espelho que reflecte a vida, que passa por nós num segundo (espelho)
O Futuro Já Não Passa Por Nós
O Estado Foi Destruído, Viva A Barbárie!
A destruição do Estado tem um único objectivo conhecido e comprovado: dar preferência à matéria-prima e à produção selvagem e desenfreada de mais-valia. Só assim a vontade e o poder de um indivíduo, se poderá sobrepor à esperança de biliões.
VIRGIN – Nave Espacial Privada – Teste de Voo
Deserto da Califórnia – 12.04.2013
A esperança num futuro intemporal e paradisíaco a ser oferecido graciosamente a toda a humanidade e passado totalmente a usufruir dos prazeres que a natureza nos iria oferecer em toda a sua plenitude – ainda por cima e como se fosse “a cereja em cima do bolo”, com a fantástica revolução tecnológica a acompanhá-la – acabou.
Com o fim da União Soviética e a consequente queda do muro de Berlim, o Estado e as suas hierarquias privilegiadas deixaram de ter inimigos. Logo e evidentemente – mesmo para um cego, surdo e mudo – o indivíduo como parâmetro e referência foi eliminado, sendo irreversivelmente substituído por números meramente contabilísticos: muitos desses criminosos e assassinos foram ainda não há muito tempo julgados e condenados por actos similares – mas menos maquiados – no Tribunal de Nuremberga.
ISS – Estação Espacial Internacional
No nosso tempo e face à crise das pseudo democracias – inventadas pelos historiadores do regime e transformadas em contos moralistas – o serviço público está já e definitivamente pelas horas da morte, sendo substituído no presente e por obliteração do sistema solidário e não lucrativo – porque é que será que os impostos têm que dar lucro? – por um outro sistema alternativo e de sentido único, em que o privado é a solução hierarquicamente e responsavelmente escolhida e as suas orientações a nossa última e derradeira salvação.
Num planeta onde milhões de pessoas morrem de fome e de outras formas de doença provocadas pelo sistema económico onde vivemos, onde não existe um milhão para ajudar um bilião apesar de existirem quadriliões e quadriliões na mão de uns tantos parasitas (o sonho não concretizado no passado por qualquer democrata nazi ou liberal estilo selvagem), uma mão cheia de multimilionários dos mais diferentes continentes resolvem investir fortunas sem limites e dimensões, em satélites como a Lua ou planetas como Marte: e eu que vivo neste profundo e violado Algarve, perdido no meio dos seus resorts, indígenas e residentes – sobretudo velhos, bêbados, prostitutas e prestadores de serviços – não percebo a razão da nossa miséria final, nós que vivemos num paraíso de sol e de mar com o campo ao nosso lado e as praias a apoiar. Até temos um Zoomarine!
(imagens – space.com)