ALBUFEIRA
Um espelho que reflecte a vida, que passa por nós num segundo (espelho)
Visões de Fora da Terra
"Thanks to VIIRS, we can now monitor short-term changes caused by disturbances in power delivery, such as conflict, storms, earthquakes and brownouts," said Román. "We can monitor cyclical changes driven by reoccurring human activities such as holiday lighting and seasonal migrations. We can also monitor gradual changes driven by urbanization, out-migration, economic changes, and electrification. The fact that we can track all these different aspects at the heart of what defines a city is simply mind-boggling." (Michael Carlowicz/nasa.gov)
Talvez para nos entretermos nesta quadra festiva da Páscoa a observar como se fossemos um observador exterior o aspeto da face não iluminada do nosso planeta (noite nesse lado, dia do lado oposto), a NASA vem-nos agora oferecer imagens da Terra num mapa global da mesma como vista durante o período noturno ‒ imagens tendo sido divulgadas ao longo do ano passado e agora formando um conjunto demonstrativo das áreas mais e menos iluminada do nosso planeta Terra.
1
Terra
Para qualquer observador exterior ao nosso planeta, seja ele de origem terrestre (como os astronautas a bordo da ISS) ou oriunda de zonas do Espaço mais ou menos profundas (mesmo não se conhecendo para já a existência de outros seres vivos, optando por um transportador de vida como por exemplo um cometa), uma prova de que na Terra para além da existência de um Mundo Mineral extremamente ativo algo de mais aí existirá, em plena atividade, demonstrando iniciativa, conhecimentos e tecnologia e capaz de iluminar artificialmente um corpo celeste destas dimensões ‒ o Homem.
2
Mundo
Num trabalho de já mais de um quarto de século levado a cabo por diversos satélites (como por exemplo o maior deles a ISS) num exercício de visualização da Terra quando não iluminada pelo Sol (e quando muitos de nós estão a dormir), mostrando-nos através de imagens recolhidas em Terra e simultaneamente facultando-nos o espetáculo a que qualquer um assistiria ao se aproximar deste planeta (terrestre ou extraterrestre), algo nada parecido com os demais (7 planetas).
3
Europa
Não só pelo ecossistema apresentado (ainda em funcionamento/o seu núcleo interno, intacto/sem impactos definitivos e protegido/pelo campo magnético), como e sobretudo pelo seu cartão de apresentação (de identidade) com uma linda imagem colada (fotografia) e ainda-por-cima bem focada e iluminada (com o contraste bem vincado e definido entre a escuridão natural da noite e a iluminação artificial aí presente). Significando não só ser este o único Mundo (conhecido) com Vida Inteligente e organizada em todo o Sistema Solar (como talvez nas suas extensas vizinhanças), como também pela sua realidade, beleza e contexto (um sinal brutal de presença/Vida num ponto tão minúsculo do Universo/impercetível mas único) levando-nos ao outro lado (da Realidade) e lançando-nos no tão produtivo Imaginário ‒ interiorizando-o, sobressaltando e revolucionando a cultura, abrindo ainda mais portas e caminhos à ciência e com isso, suscitando novas experiências, novos métodos, novas aprendizagens e assim de uma forma simples e dinâmica (mas envolvendo sempre Movimento - Energia e Matéria já cá estão) prosseguindo a Evolução.
4
Portugal
Num empreendimento inicialmente concebido (em conjunto) pela NASA, NOOA e pelo Departamento de Defesa dos EUA (presença militar) ‒ pretensamente para previsão das condições atmosféricas ‒ e hoje em dia entregue nas mãos da sociedade civil e como tal livre para nos apresentar estes tão pouco vistos e por isso mesmo deliciosos registos.
Suomi NPP observes nearly every location on Earth at roughly 1:30 p.m. and 1:30 a.m. (local time) each day, observing the planet in vertical 3000-kilometer strips from pole to pole. VIIRS includes a special “day-night band,” a low-light sensor that can distinguish night lights with six times better spatial resolution and 250 times better resolution of lighting levels (dynamic range) than previous night-observing satellites. And because Suomi NPP is a civilian science satellite, the data are freely available to scientists within minutes to hours of acquisition. Armed with more accurate nighttime environmental products, the NASA team is now automating the processing so that users will be able to view nighttime imagery within hours of acquisition. This has the potential to aid short-term weather forecasting and disaster response. (Michael Carlowicz/nasa.gov)
(imagens: nasa.gov)
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Há 22 anos atrás a noite na Terra era assim
Raramente se vai ao zoo.
Talvez o fizessem se fosse mais perto!
(iluminado e de noite)
Atravessando a galáxia com 100.000 anos-luz de diâmetro a uma velocidade tal que transformasse instantaneamente o ponto de partida no ponto de chegada (fazendo-o coincidir por sobreposição), dificilmente entre pontos coincidentes e se previamente nada de relevante tivesse sido referenciado, alguém repararia em pequenos detalhes – como uma das faces de uma partícula se encontrar parcialmente iluminada.
Numa imagem registada há mais de vinte anos (1994/1995) – tendo como protagonista o planeta Terra tal como visto de noite (na sua face temporariamente não iluminada pelo Sol) a partir de um local colocado no Espaço – pode-se facilmente identificar as regiões mais iluminadas (e mais urbanizadas) do nosso planeta:
Luzes noturnas provenientes das cidades da Terra
1 Outubro 1994 a 31 Março 1995
Sendo porventura possível que considerando o Sol a estrela de referência do nosso Sistema (e até porque uma estrela poderá ter outros motivos de interesse para além de ser o berço de uma espécie) outras espécies por aqui passem esmagadoramente em serviço e nem sequer nos atribuindo o simples estatuto de apeadeiro (talvez não passando mesmo de uma passagem de nível sem guarda).
Concentrando-se em zonas costeiras (e delimitando visualmente o contorno dos continentes) e em torno de redes de transporte (como a rede de autoestradas norte-americana e a rede ferroviária russa Transiberiana) – e tendo ainda como referência (notória) o curso do rio Nilo;
Com as zonas mal iluminadas ou apresentando-se completamente às escuras a localizarem-se no interior de África e da América do Sul (no interior das florestas) e espalhando-se ainda por zonas com baixíssima densidade populacional distribuídas por vários continentes (como os desertos de Africa, Austrália e Mongólia); nunca esquecendo a Antártida.
Península Ibérica iluminada – 1994/1995
(ampliação da imagem inicial)
No caso de uma eventual passagem nas proximidades do planeta Terra de uma outra espécie previamente conhecedora da existência de vida neste canto perdido (mas fazendo parte) deste mesmo Universo, sendo pouco provável uma visita de exploração ou de simples cortesia ou não fossemos primitivos e com poucas expetativas: exceção feita se observadores da sua própria criação ou então de um território privado de caça.
Referindo-se ainda que zonas com maior densidade populacional (casos da China e da Índia) não significam ser as regiões mais iluminadas (veja-se até o contraste entre os dois países asiáticos) bastando para confirmar esse facto compará-lo com a Europa Ocidental – confrontando-se aqui países desenvolvidos, em vias de desenvolvimento, subdesenvolvidos e até superpotências (uma versão melhorada da mistura dos outros 3).
E que a única região do globo terrestre vista completamente às escuras (e talvez por esse motivo considerada um verdadeiro Santuário para nós) seja o ainda misterioso e para muitos de nós longínquo, continente da Antártida: sem a poluição que daí deriva (central elétrica) – veremos – mas já com o Homem aí presente – pudera (100 anos depois da invenção da eletricidade).
(dados e imagem: earthobservatory.nasa.gov)
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No Verão – Nem Vale a Pena Pensar
Nesta noite de 19 de Julho de 2016 (terça-feira passada) o tempo estava bastante agradável e convidativo para um passeio noturno – e para nos dessedentarmos com um cocktail numa ida a um bar. Intermediado por um passeio à Rua Latino Coelho e ao seu miradouro e colónia de gatos.
Vista noturna de Albufeira a partir do miradouro da rua Latino Coelho
Num resto de noite um pouco acelerado (temporariamente) por uns pingos de chuva caídos do céu (inopinadamente). E que uma semana depois já nos deixa saudades, asfixiados como estamos pelas altas temperaturas diárias. Um facto deveras irrelevante numa estação do ano como o Verão.
(imagem Produções Anormais)
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Noddy
Retrato do Noddy, enquanto jovem cão
O Noddy vivia numa casinha de campo, lá para o lado do Algoz. Tomava conta dela e não deixava ninguém entrar sem autorização. Na casa ao lado vivia a mãe, a irmã e o filho. À noite, vinha o dono dele para lhes dar de comer e então lá saía o mais novo da família, para lhes dar cabo da cabeça: saltava, ladrava, atirava-se à vassoura do dono e comia logo ali, a primeira refeição. Entretanto no fogão da cozinha, a panela preparava o jantar e os ossos começavam a estalar – a massa, por vezes o arroz, era o conduto para acompanhar. Também havia biscoitos para mastigar e de beber havia água – o bagaço era para o dono se aquecer e conversar, de modo a que todos se sentissem animais e assim se poder confraternizar, nunca nada que pudesse traumatizar. Os gerbos, esses bichinhos pequeninos, dormitavam na gaiola, era Inverno e só pensavam em comer, brincar e dormir, sempre a dormir.
Na TV os lagartos perdiam atrás de uma bola de futebol e na parede não se viam osgas. O frio da noite de Inverno, fazia-nos deslizar para o sofá, à beirinha do aquecedor. O céu estava estrelado, a noite decorria tranquila, não chovia e havia Lua, outros cães amigos falando ou murmurando à distância. E enquanto estava de costas, a apreciar esta beleza de noite e de silêncio, um insecto aproveitou a luz do candeeiro e a porta aberta, para se lançar cozinha adentro, contra a lâmpada fluorescente, caindo atordoado e de cabeça perdida, de pernas para o ar, na banca da nossa cozinha – pensei então em salvá-lo, mas mesmo aí, nada de osga. Fiquei a pensar.
E esta noite o Noddy não apareceu: andava à procura do conforto de amigas, no seu ofício de cio – ofício, sacrifício, prazer. Deixei-lhe de comer e arranquei para Albufeira.
Ontem, alguns jovens tinham morrido na estrada 125 perto de Valverde/Guia, talvez vindos da discoteca, talvez vindos de outro lado – uma pena, um desperdício!
A vida passa num segundo!