ALBUFEIRA
Um espelho que reflecte a vida, que passa por nós num segundo (espelho)
A Bolha
Como uma bolha enorme, movimentando-se silenciosa e lentamente no oceano, transporta no interior da sua membrana, ovos de uma determinada espécie ─ em centenas de milhares, neste caso de lulas (em diferentes fases, da sua gestação): um molusco da espécie “Illex coindetii”. Um fenómeno possível de se ver ao longo de todo o NE do oceano Atlântico e no mar Mediterrâneo, sendo pela 1ª vez registado e ao vivo (na imagem), perto da costa da Noruega.
"We also got to see what's inside the actual sphere, showing squid embryos at four different stages. In addition, we could follow how the sphere actually changes consistency — from firm and transparent to rupturing and opaque — as the embryos develop.” |
(Halldis Ringvold/Sea Snack Norway/livescience.com) |
Com este tipo de objetos apresentando-se com um aspeto meio-circular e em forma de bolha, apesar de já serem conhecidos pelos cientistas desde há mais de 180 anos e de serem reportados (com mais assiduidade) desde há mais de 35 anos (por pescadores/mergulhadores), nunca tendo sido (atenta e profundamente) observados no seu meio ambiente selvagem: e se a formação desta bolha tinha um destino (a existência de Vida), por outro lado a sua forma e aspeto (parecendo dar forma a um peixe-grande e possivelmente assustador) poderia ter um objetivo adicional ─ o de camuflar algo mais.
(imagem: nature.com)
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EL NINO DO ÍNDICO
[E a meteorologia a curto-prazo (out/nov/dez) na costa oriental de Africa.]
Afetando (entre outros) países do SE da Ásia,
a Austrália, a Etiópia, a Somália, o Sul do Sudão e o Quénia.
Com o “EL NINO do ÍNDICO” devido à constante mudança de temperaturas a nível das águas do oceano − umas vezes estando mais fria, outras vezes estando mais quente – alterando ciclicamente de direção – este ano dirigindo-se para a costa leste de África e segundo os cientistas podendo ser um dos fenómenos mais extremos desde sempre registado – os efeitos da sua chegada ao continente africano começam cada vez mais a ser notícia, com registos de ELEVADA PRECIPITAÇÃO afetando milhares de pessoas.
“Very strong Indian Ocean Dipole event happening right now.
Drought and fire risk in SE Asia/Australia (e.g. Indonesian forest fires).
Could hit East Africa with major floods in coming months.”
(Phill Platts/@PJPatts/twitter.com)
E assim, devido ao lado ocidental do oceano Índico se encontrar mais quente do que o seu lado oriental, resultando uma maior evaporação junto da costa africana e como consequência, registos de elevada precipitação já em terra: prevendo-se para esta região de África e até ao fim do ano um período “bem húmido e bem molhado”, com o mês de Novembro a ser apontado (pelos mesmos cientistas) aquele a poder ser o mais perigoso – com a chuva a cair intensamente, fazendo extravasar rios e provocando grandes inundações … potencialmente podendo originar destruição, desalojados, feridos e mortos. Avisando-se disso alguns países:
"High rainfall events associated with flooding
in [parts] of Ethiopia, Somalia, South Sudan, and Kenya
are likely related to this positive IOD state.”
(Zewdu Segele/ICPAC/watchers.news)
Se entre a população e devido ao forte impacto meteorológico do EL NINO do ÍNDICO, há poucos dias atrás (21 de Outubro) a estatística da UN já apontava e apenas para o sul do Sudão números podendo atingir os 800.000 afetados devido às inundações (afetando igualmente outros animais domésticos ou selvagens), consequências semelhantes podendo afetar igual e duramente outros países (próximos) como a Somália e a Etiópia (já se debatendo com a doença, a fome, a guerra e com “todo o negócio ocidental relacionado com a morte”). Para já e em vez de se remediar com um outro país como o Quénia, a parecer querer (felizmente) prevenir-se.
Entre os camelos (e como se constata na imagem inicial) apesar de igualmente afetados e podendo ser atingidos pelos efeitos da TEMPESTADE (até morrer, levados pelas inundações e pelas fortes correntes de água), juntamente com o Homem e graças às suas pernas bem compridas, sendo paciente e solidário (da sua altura, olhando para baixo), servindo na ajuda e na proteção: não se podendo dizer que “nem os camelos se safam”, podendo-se salvar eles assim como os seus donos (ou não fosse uma das características de qualquer organismo vivo, ser resiliente).
(imagens: watchers.news e Phill Platts/@PJPatts/twitter.com)
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Água de Marte
Poderíamos usar a Lua para Mineração – criando aí um entreposto (comercial) – e Marte para Colonização – utilizando-o para o lançamento de naves interplanetárias (e a partir daí chegando um dia às intergalácticas): desde que se resolvam os problemas do tempo (de viagem), da proteção (contra os raios solares e cósmicos) e da atmosfera (rarefeita e sem grandes vestígios de oxigénio e de água/visível mesmo à superfície).
Objetivo/Marte e Missão/MRO:
F | I | PIA | Registo |
1 | MCS | 22080 | Observação realizada entre Jan2006/Fev2008 durante o seu período de translação (680 dias+30⁰ adicionais) e com a origem (dos eixos) a ser referida ao início do Outono (no hemisfério norte). Indicando no eixo vertical a altitude do registo (Km) e no horizontal os 360⁰ de translação em torno do Sol; e sobressaindo o período referente à tempestade de poeiras ocorrida no ano de 2007 (entre as duas barras pretas verticais). Com a barra inferior a indicar a quantidade de vapor de água presente (por milhão) – roxo mais baixo (seguido de verde e amarelo) e laranja mais elevado. |
2 | HiRISE | 22180 | Terreno recoberto por uma camada gelada localizada a altas latitudes, como que formado por um conjunto de polígonos semelhantes (neste caso hexágonos) num cenário muito comum de se ver em terrenos com gelo: com este conjunto de hexágonos a serem o resultado do arrefecimento, contração e quebra desse terreno congelado. |
3 | HiRISE | 22182 | Camadas de origem sedimentar, como resultado de um longuíssimo período de erosão (localizadas no Vale Shalbatana um canal atravessando a região de Terra Shante). Originando material mais brilhante e de composição diferente ao encontrado em seu redor. |
Tabela
Fonte : NASA
(F: Figura I: Instrumento)
Marte é hoje conhecido como sendo um planeta seco e desértico (sem Água visível à sua superfície) e claramente sem qualquer tipo conhecido de vestígios (possíveis de detetar) relacionando-o com a existência de Vida (sem se terem detetados para além de elementos do mundo mineral, elementos do mundo orgânico − tendo mesmo que de uma forma primitiva algo de comum connosco): o que não significa que o planeta nunca tenha possuído Água (no Passado) ou que mesmo hoje (no Presente) não se detetem sinais da sua existência – no passado com Marte a poder estar parcialmente coberto por um grande oceano (há já uns biliões de anos tendo o planeta uns 4,6 biliões), no presente com as sondas automáticas (enviadas do seu planeta vizinho a Terra) a detetarem a presença da mesma à superfície e mesmo a altitudes elevadas.
Figura 1
Registo da presença de vapor de água na atmosfera marciana
(PIA 22080)
E se durante o processo Evolutivo aplicado ao Sistema Solar e iniciado há uns 4,6 biliões de anos a transformação se deu num mesmo conjunto tendo o seu centro virtual (foco) numa estrela o Sol (por sua vez integrado num conjunto mais vasto a galáxia da Via Láctea), sendo a partir daí natural que muitos dos mecanismos aplicados ao longo do tempo (biliões de anos) tivessem métodos de intervenção muito semelhantes (por basicamente idênticos) podendo originar percursos paralelos e em certos casos coincidentes (não no Tempo mas no Espaço). Pelo que se cronologicamente e apesar da sua grande proximidade a História da Terra e de Marte não coincidem (tal como a de Vénus o outro vizinho ou mesmo a de Mercúrio o mais próximo do Sol), poderão ter existido no passado etapas da evolução marcianas que mesmo não coincidindo (ou encaixando) com as etapas por nós conhecidas (terrestres), fora do Tempo e do Espaço pelo Homem aplicado à Terra (e ao seu mundo Homocêntrico) outros como o planeta Marte a terão tido (a sua História) mas noutras circunstâncias.
Figura 2
Superfície marciana sob uma cobertura/em pequenos hexágonos gelada
(PIA 22180)
Observando imagens de Marte registadas nestes últimos anos por sondas automáticas oriundas de diferentes localidades na Terra – como por exemplo da América do Norte (EUA), Europa (Rússia) e Ásia (China) – se atento e interessado e conhecedor de um mínimo de geologia costeira (mesmo sendo um leigo mas experimentado) sendo fácil de constatar que face aos materiais em presença, à sua distribuição e à composição final do cenário, muitas das regiões observadas por essas sondas automáticas (em órbita ou à superfície) nos lembrariam a Terra e as suas regiões litorais: como se estivéssemos junto a uma praia nas proximidades da linha de separação entre o domínio do Mar e o domínio da Terra, para lá dessa linha virtual mas bem vincada no terreno apenas faltando o mar daí até ao horizonte – vendo-se apenas o leito de um possível e antigo oceano (com ondas mais suaves e menores profundidades) agora seco, esquecido e inexistente (mas deixando a sua marca inegável, significando algo no estado líquido, material mineral e talvez orgânico).
Figura 3
Estratos erodidos pelo vento/ou pela água na superfície marciana
(PIA 22182)
Neste ano de 2018 – e só para falar da maior potência tecnológico-militar global (os EUA) – com a Agência Espacial Norte-Americana NASA (governamental) e com a SPACE-X, a BLUE ORIGIN e a VIRGIN GALATIC (privados) a partilharem entre elas as suas diversas missões (e testes): do lado da NASA (e entre várias missões) com o lançamento de um novo módulo de aterragem (e respetivo veículo motorizado) em direção ao planeta Marte, com o envio em direção ao Sol de uma sonda automática batendo (largamente) o record de aproximação à estrela, assim como o envio de duas outras sondas uma em direção a um asteroide e a outra em direção a outro corpo celeste localizado a biliões de Km de distância (da Terra). Já do lado dos privados continuando com os seus testes (e o lançamento de um novo foguetão) de momento dirigidos ao desenvolvimento da Indústria Comercial Espacial, no caso da Virgin Galatic e da Blue Origin (até para se financiarem) optando inicialmente pelo Turismo Espacial e já no caso da Space-X (pelos vistos menos necessitada) com a empresa de Elon Musk a lançar o seu novo foguetão Falcon Heavy (no início de 2018). Fazendo-o de novo pensar estar mais perto do seu sonho: atingir o Planeta Vermelho (tal como o estarão certamente os seus rivais os chineses – o Novo Império em ascensão).
(imagens: nasa.gov)
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Leito Oceânico
Num passado já muito distante da História do planeta Marte (biliões de anos) uma parte da sua superfície terá estado coberta por um grande oceano (menor que os que cobrem a Terra) – sendo incrível como ainda hoje conseguimos encontrar vestígios que confirmem tal teoria. Com sondas como a Opportunity a movimentarem-se muito provavelmente em terrenos que já foram leitos oceânicos – que tantas imagens oriundas do planeta apenas confirmam, postos frente-a-frente com tantos indícios (nossos conhecidos).
MARTE – OPPORTUNITY ROVER – SOL 4389
Se estivesse numa praia da minha terra durante o período da maré-baixa, uma das imagens que certamente me chamaria a atenção até pela sua familiaridade e recordação de momentos marcantes da minha infância – como aqueles dias fantásticos das férias de Verão passeando no areal imenso da praia, mergulhando os pés na água líquida, ondulante e salgada do mar e procurando os seus habitantes entre as rochas ainda húmidas sobressaindo da água e até elas carregadas de vida – seria uma muito parecida com a editada anteriormente. E mesmo num cenário bem seco, sem água (visível) mas com pedrinhas (areias e rochas), isto poderia ser cá como por acaso não é. Sendo registada em Marte como uma imagem da Terra (a mesma Realidade mas projetada noutro Espaço).
(imagem: NASA)
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Albufeira: Meia-Laranja
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Tentei encontrar imagens do jardim público da Meia Laranja – com o seu lago central e coreto – no centro antigo de Albufeira, mas não encontrei nada relacionado com os anos oitenta.
Apenas esta imagem de meados dos anos setenta, em que se verifica ainda a ocupação e circulação automóvel, através de espaços agora interditos ao trânsito.
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Deslocando-me para um dos lados do jardim e saindo pela rua dos bares, dirijo-me entre barulho, gente e bugigangas, para a Praia dos Pescadores. Cada vez menos interessante.
Já nada do mercado do peixe, da amêndoa amarga sob o calorzinho do Sol no café Oceano, da antiga tasca da D.Ana com os seus peixinhos fritos e sopas de massa com grão, dos barcos na praia com os pescadores remendando as suas redes, preparando as armadilhas, convivendo entre si em conversas familiares – enquanto os ratos saiam dos esgotos abertos ao mar, aproveitando tudo o que ficava no areal próximo.
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Ao fundo, vestígios da muralha do castelo/fortaleza de Albufeira, hoje em dia transformado no restaurante, A Ruína: o mercado à direita já foi; os barcos como os seus mestres e pescadores, na maioria já desapareceram ou foram desterrados para o porto de abrigo; e eu raramente lá vou – já tudo foi cilindrado e todo este mundo se esfumou.
A beleza está na possibilidade que a memória nos dá, de podermos relembrar momentos seleccionados da nossa vida – mas é uma tristeza ver a destruição de espaços, como registos fundamentais da nossa cultura. Amanhã vamos falar de quê?
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Veja o contraste entre estas duas imagens da Praia do Peneco em Albufeira, que não se resume apenas à diferença entre a apresentação a preto e branco e a apresentação a cores.
O progresso industrial obrigou a economia a uma maior disciplina na sua relação obrigatória e não desejada com o mundo do trabalho e com a lógica inevitável da remuneração salarial – veja-se que hoje em dia os negócios mais lucrativos, ainda se baseiam na escravatura social, com os direitos de quem é obrigado a trabalhar, a diminuírem aceleradamente nos países ditos mais avançados.