ALBUFEIRA
Um espelho que reflecte a vida, que passa por nós num segundo (espelho)
US Nikki Halley
[Incomodada com o Genocídio atualmente em curso no Sudão do Sul]
Tudo isto se passando no maior território do Norte de África ainda há poucos anos ‒ o SUDÃO ‒ hoje em dia dividido entre (1) o Sudão (o que sobrou do inicial), (2) o Sudão do Sul (uma criação c/apoio norte-americano), (3) o Reino do Sudão (detido por um agricultor norte-americano) e (4) territórios ocupados por terroristas da Al-Qaeda ou do ISIS.
“We are disappointed by what we are seeing. This is not what we thought we were investing in. What we thought we were investing in was a free, fair society where people could be safe and South Sudan is the opposite of that.”
(Nikki Haley/Embaixadora dos EUA na ONU)
A Embaixadora Nikki Haley ao ser evacuada de um campo de refugiados em Juba
(aquando da sua visita a 25 de Outubro ao Sudão do Sul)
Quem ouviu hoje (26 de Outubro) de manhazinha (na CNN) as declarações da embaixadora norte-americana nomeada pelo Presidente Donald Trump para sua representante na ONU ‒ a Californiana (e Republicana) NIKKI HALEY ‒ para além de ficar a saber que tudo tem uma explicação desde que se indique um culpado (o bode expiatório para o caso do Negócio/Troca correr mal), também tomou conhecimento que tal como nos Correios (com Remetente e Destinatário) a origem de qualquer deficiência (na comunicação) seria sempre do destinatário ‒ como se nem sequer existissem problemas e desvios no transporte (nas diversas vias de comunicação sejam analógicas/digitais convencionais ou não) e no detalhe do conteúdo (indicado no exterior da encomenda). E tal como nos últimos tempos sempre que surgindo desvios de remessas Americanas (sempre para ajudar e sob a forma militar) ‒ curiosidade e coincidência ‒ logo surgindo empresas para encomendas expresso a executar (e aplicar) em qualquer credo ou lugar (generalizados terroristas e tendo como atuais pontas-de-lanças a Al-Qaeda e o ISIS).
Na sua recente viagem ao continente Africano e passando pelo Sudão do Sul (e pela sua capital Juba a 25 de Outubro) a embaixadora dos EUA à ONU para além de ter sido evacuada preventivamente na sua visita a um Campo de Refugiados (por questões de segurança e devido à situação volátil provocada por protestos contra o Presidente do país), ainda teve a oportunidade de face aos acontecimentos e ao panorama socioeconómico geral do país ‒ deparando-se com a maior tragédia humana desde o Ruanda (ocorrido há 23 anos) com dezenas de milhares de mortos e muitos outros milhares de deslocados ‒ confirmar a Evidência deste novo Genocídio (ainda em curso) nele incluindo fome, migrações forçadas, propagação de doença, corrupção, crimes de guerra e mais de 2 milhões de pessoas em fuga (pela Vida). No final com Nikki Halley a lamentar-se ao ver-se colocada perante o poderoso e brutal cenário (a ela oferecido pelas autoridades políticas do Sudão do Sul), incomodada com o Panorama (Pesadelo) mas não tanto com a Memória (por ignorância ou pela mesma e sua ser seletiva): ou não estivessem os EUA desde há muito tempo envolvidos na evolução (política) do Sudão.
“On June 16, 2014 the seventh birthday of his only daughter Jeremiah Heaton, a farmer in the US state of Virginia, planted a blue flag bearing a golden crown and four stars into the desert sands of northeast Africa. The Kingdom of North Sudan had been established, he soon declared on Facebook, and he was its monarch.”
(aljazeera.com/Joe Jackson)
O autoproclamado Rei do Sudão do Norte e a sua filha e Princesa
(um agricultor que colocou uma bandeira no Sudão e declarou a independência)
Recuando só um pouquinho na História (aos séc. XIX/XX), relembrando que o Sudão tornado um território independente em 1953 (mas em Guerra Civil há quase meio século) ‒ e tendo sido considerado o maior país Africano (pelo menos até 2011) ‒ se dividiu posteriormente (sendo hoje o terceiro) na Republica do Sudão e no novo estado independente do Sudão do Sul. E com este último e novo país tornado independente em 2011 e membro da ONU e da União Africana no mesmo ano, a ser desde o 1º dia (e muito antes) apoiado pelos EUA (anterior Administração Democrata) sendo um dos primeiros a reconhece-lo (como Estado e se não mesmo o 1º) ou não fosse nessa região que se encontrasse 75% do petróleo de todo o Antigo Sudão (mais uma curiosidade norte-americana inserida na sua política global de controlo do setor energético).
Agora (em finais de Outubro de 2017) com a visita da norte-americana NIKKI HALLEY a tês países Africanos (Etiópia, Sudão do Sul e Congo) ‒ entre eles o seu aliado e parceiro privilegiado de negócios o Sudão do Sul ‒ com a mesma a mostrar-se desapontada com tudo aquilo que viu, afirmando imediatamente que não era para isso que os norte-americanos lá estavam, mas sim para investir e desenvolver o país: talvez não tanto incomodada com o desastre humanitário já por diversas vezes exposto aos responsáveis políticos deste Mundo (reconheça-se que sem reação visível, mesmo contando com a intervenção de António Guterres, Secretário-Geral da ONU) ‒ como consequência de uma Guerra Civil e da introdução oportunista de várias organizações terroristas ‒ até pela não apresentação de nenhuma proposta mínima de intervenção humanitária (dada a urgência necessariamente a curto-prazo se não mesmo imediata, de ajuda às dezenas de milhares de deslocados), mas sobretudo pela afirmação (reveladora do pensamento norte-americano) de que não seira para isso que os EUA aí teriam investido financeiramente um total de 5 biliões de dólares (desde 2011 e para ajuda humanitária apesar de ser o Estado de Guerra a persistir).
(imagens: pulse.com.gh/AFP ‒ Aljazeera.com/Jeremiah Heaton)
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Uma Aventura na ONU
Nem três meses passados sobre a sua eleição, o novo Secretário-Geral da ONU começa a mostrar o seu poder (por opção igual a zero): ou seja, tal como os outros a dar o dito por não dito e logicamente (como todos os outros que por lá passaram) apoiando os que na realidade possuem (e o possuem) e mandam (até nele). Dando razão a Donald Trump (ainda-por-cima um dos que possuem e mandam) sobre a inutilidade da ONU (e das palavras se ocas do seu Secretário-Geral).
António Guterres
Ex-Alto-Comissário da ONU para os Refugiados (onde brilhou)
Atual Secretário-Geral da ONU (onde parece começar a perder o brilho)
Tendo tomado posse a 1 de Janeiro de 2017 como Secretário-Geral da ONU com o apoio entre outros estados dos representantes da Rússia (embaixador Vitaly Churkin) e dos EUA (embaixatriz Samantha Powell),
Com um dos mais entusiastas na nomeação de António Guterres tendo sido o embaixador russo na ONU, entretanto falecido em condições um pouco estranhas (ataque cardíaco para quem antes nunca demonstrara tal problemas de saúde),
E por sinal na sequência da morte de outros diplomatas russos em circunstâncias muito idênticas,
Vitaly Churkin tal como os outros diplomatas estariam envolvidos na resolução de conflitos como o da Guerra Civil na Síria (luta contra o terrorismo global), envolvendo interesses também norte-americanos, turcos e de muitos outros participantes e intervenientes (já agora para esclarecimento não sendo obra ou ajuste de contas da parte de Vladimir Putin dado Vitaly Churkin ser um dos seus representantes preferido e pelo Presidente russo mais elogiado),
O português António Guterres eleito pela maioria da Assembleia para o exercício de tal cargo (até pela sua passagem pela mesma ONU como Alto-Comissário para os Refugiados e pelo seu trabalho desenvolvido na defesa dos mais desprotegidos e desfavorecidos deste Mundo)
Vem pela primeira vez demonstrar (pelo menos para quem ainda não compreende os mecanismos do poder e os seus exercícios eleitorais) que para lá do que o Secretário-Geral pensa e diz, existe muita mais vida e pessoas para além dele, que falam, manipulam e jogam muito mais alto: batendo-o na parada, invertendo-lhe as ideias e isolando-o logo no início,
E naturalmente iniciando a destruição da sua equipa (com o seu consentimento).
Num trajeto eleitoral iniciado no final de 2015 quando António Guterres deixou o seu cargo de Alto-Comissário para os Refugiados na ONU, perfilhando-se de imediato como um dos potenciais candidatos à sucessão do sul-coreano Ban Ki-Moon como Secretário-Geral da ONU;
Apesar da oposição de alguns países integrando a ONU (grandes potências ou países satélites) como o terá sido a Alemanha (com Ângela Merkel à cabeça apoiando uma candidata búlgara), acabando por atingir o seu objetivo não propriamente pelo seu currículo conhecido, mas certamente pela situação de indefinição que então se vivia no Mundo (e que ainda hoje se vive desde a eleição de Donald Trump como Presidente dos EUA);
O israelita Benjamin Netanyahu e a jordana Rima Khalaf
1ºMinistro de Israel (origem da pressão)
ex-Subsecretária-Geral da ONU (a vítima da contradição)
Ainda antes da sua tomada de posse e pelo seu posto ocupado nestes últimos 10 anos ao serviço dos mais desprotegidos (na ONU desde 2005 e ao serviço dos refugiados), deixando muitos dos povos dos mais martirizados do mundo como o da Palestina (sem terra, sem soberania, sem liberdade, sem existência reconhecida, sem os mínimos direitos e sempre acusado e assassinado em nome dos seus/e dos outros políticos) esperançados e ansiosos pela chegada (finalmente) do há tanto sonhado momento de mudança;
E no entanto na sua primeira e mais notória intervenção como Secretário-geral desde que tomou posse (menos de 3 meses) num conflito envolvendo atualmente mais de 11 milhões de pessoas e que já se arrasta há mais de 100 anos (e pelos vistos continuando sem fim à vista)
– Numa primeira indicação negativa (por situacionista) do que poderá suceder com outros dos vários conflitos (violentos) também a decorrerem –
Deixando-se levar (por uma das suas secretárias), sendo chamado à atenção (pelos EUA e Israel), tentando inverter a opção (mandando sentar a secretária) e sendo necessário (para salvar a sua face) aceitando a demissão (da tal secretária) e justificando esta atitude por falha de comunicação (não é que não tivesse razão mas não tendo autorização).
E assim, depois de Israel exigir a retirada de um relatório para si aparentemente comprometedor, o secretário (o Geral) assim fez, pondo logo em polvorosa o outro lado do conflito, sentindo-se enganado por um seu antigo amigo, visitante assíduo e defensor:
Criticando a retirada do relatório (como se tal não fosse o mais natural desde as declarações deste sobre Jerusalém atribuindo aos judeus a origem do Monte do Templo – uma das mais duras provocações a ser feita a um palestiniano)
E provocando nos seus antigos amigos palestinianos uma demonstração de grande repulsa pela sua atitude de deixar cair a sua colega e eliminar o relatório.
Mal começando Guterres ao virar as costas logo à primeira, àqueles que disse representar e defender durante esta última década – razão que o levou ao lugar que hoje ocupa.
Será que chegamos ao momento da reedição (agora a nível internacional) do tempo em que António Guterres era 1ºMinistro de Portugal – celebrizado pela sua afirmação inicialmente reflexiva, logo tornada definitiva “é só fazer a conta”?
(imagens: uol.com.br/globo.com/Yahoo.com)
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A Mosca Voando à Volta da Merda
Nem sequer se dignando a realizar um ensaio sobre a (sua) cegueira
(além de mais criminosa por permitir a concretização do ato impunemente)
O Ocidente persiste na sua estratégia sem vergonha e/ou imbecil de tudo resolver Simplesmente arranjando um bode expiatório (o seu Judas).
O que não salvou Jesus levando-o apenas à cruz
Fornecendo o pretexto (a desculpa justificativa) para práticas idênticas.
(e mais doenças, mortes e guerras sem se poder apontar todos os culpados)
Primeiro é o fedor que chega e se entranha. Habituamo-nos facilmente a ele e tal como a mosca nunca mais a abandonamos (a Merda) – tornando-nos mesmo fiéis. Então um dia reparamos no odor mas até o que pensamos já não presta e cheira mal. Sinal de velhice e de decadência (desse ser humano tão jovem).
Vítimas da recente Guerra na Síria consequência lógica da velha guerra no Iraque
Em mais uma Guerra entre dois (EUA e RÚSSIA)
Utilizando um terceiro (SÍRIA)
E com todos os outros a ver (ONU)
Reports of mass killings, which could not be independently confirmed, reinforced fears of atrocities in the final hours of the battle for the city. UN Secretary-General Ban Ki-moon told the emergency meeting he had received “credible reports” of civilians killed by intense bombing and summary executions by pro-government forces.
(news.com.au)
Como se nada se passasse logo ali ao lado (no IRAQUE) no mínimo há um quarto de século (tomando como referência a Guerra do Golfo iniciada em 1990) e na sequência de relatórios sucessivos de assassinatos de civis (em ALEPPO) na sequência da Guerra Civil SÍRIA (iniciada com protestos populares em 2011),
A ONU vem mais uma vez revelar a sua face hipócrita e imoral invariavelmente assumida em cada uma das suas pretensas intervenções, ao mostrar-se mais uma vez uma força de intervenção operacional incompreensível e sistematicamente inativa em momentos fundamentais (de mudança) e apenas respondendo de uma forma alienada da realidade (pensando que num conflito se ouve o mais forte e se avisa o mais fraco) seguindo processos considerados pela restante comunidade despropositados e aleatórios:
Mas como um aluno bem comportado e seguindo as ordens do chefe, mantendo o seu estatuto e devida remuneração.
According to alarming reports from a doctor in the city, many children, possibly more than 100, unaccompanied or separated from their families, are trapped in a building, under heavy attack in east Aleppo. We are unable to confirm location as we don’t want to expose the children to more danger…and… deeply concerned by unverified reports of extra judicial killings of civilians including children and reminds all parties of their responsibilities under international law. Syrian regime and its allies entered homes and shot dozens of civilians dead during its offensive in eastern Aleppo on Monday.
(aa.com.tr
Ou seja num conflito onde existem no mínimo duas partes, a ONU decidiu optar pelo modelo norte-americano de solução do problema (onde existe apenas um lado, o deles), ouvindo sempre a opinião de uma das partes (a mais forte) e comunicando à outra (a mais fraca) a opinião destes (curiosamente a opinião também dela):
Transportando atrás de si toda a parafernália ideológica de qualquer estado que gostasse mesmo que inconscientemente de ser tratado como totalitário, mas que (aqui) disfarçado debaixo de máscaras já por elas distorcidas e enganadoras, se atreve mesmo assim a revelar-se vestindo-se e exibindo-se como um verdadeiro mercenário (que é).
Impunemente.
Syrian regime forces have allegedly committed public mass executions, sexual assault and burned bodies in the streets of east Aleppo, as they swept through the last rebel holdouts. The troops and allied militiamen have killed at least 80 people, burning alive four women and nine children, local pro-rebel media outlet Aleppo24 reported on Tuesday. Aleppo is the new Srebrenica of our time, blood is on the hands of everyone who watched and did nothing.
(alaraby.co.uk)
Falando-se sempre no depois (Síria/Aleppo) mas nunca no que antes se poderia ter evitado (Iraque/Mossul).
Mesmo deixando de lado os brutais contingentes das mais variadas vítimas materiais e sobretudo (esmagadoramente) humanas que estes conflitos causaram (e continuam a causar), porque não entender que num conflito existem sempre (no mínimo) duas partes e que o mais certo é nenhuma delas ter razão (a razão não é um valor absoluto):
Tomar parte por uma das partes é ignorar todas as outras partes incluindo a nossa própria parte (no fundo tratando-se de uma traição por simples conivência).
UN Security Council will hold an emergency meeting on Tuesday to urgently address the crisis in Aleppo following reports that Syrian forces executed dozens of civilians in the city. France and Britain requested the meeting as the battle for Syria's second city neared the end, in a turning point for the six-year war. We have credible reports of brutal murders of families, summary executions, including women and children, houses put on fire with people trapped inside, continuing targeting of hospitals and medical staff, and the list goes on and on. What a tragic day for Aleppo.
(yahoo.com)
Pelo que títulos que nos chegam ao Ocidente contado por intermediários ocidentais sobre Aleppo, em nada diferem dos títulos que vão chegando ao Oriente contado por intermediários orientais sobre Mossul:
Além de manipulativos e criminosos (por tentarem perpetuar o estado de guerra) não levam a nada (sem ser mais morte e destruição).
E no dia em que quiserem resolver o problema, terão que os ter todos no palco, cada um na sua respetiva cadeira.
[O que nos aguça ainda mais a expetativa sobre a resolução deste conflito (entre muitos outros ativos na região do Médio Oriente) para o ano que aí vem, agora que o português António Guterres assumirá a partir de 1 de Janeiro de 2017 o cargo de Secretário-Geral da ONU: aí se verá a sua força, os seus aliados e sobretudo a sua experiência para exercer o cargo de uma forma mais consentânea com o estado do mundo e com todas as forças em presença (representando os mais de 7 biliões de habitantes deste planeta). Tendo um passado portador de esperança (na sua luta em favor dos refugiados) mas como todo o homem (se não for verdadeiramente apoiado limitando-se tudo a retórica) tornando-se sempre hierarquicamente (ou seja financeiramente) dependente: e quem paga (pelo menos estes assim o afirmam) são os norte-americanos.]
(textos/itálico: excertos de notícias – imagem: militanciaviva.blogspot.pt)
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A ONU de Guterres
“Afirmar que António Guterres foi o escolhido para a ONU apenas porque negociou com os mais poderosos (países com direito de veto) – como se fosse um defeito nunca antes observado – é a mesma coisa que dizer que um doente ficou curado apenas porque se socorreu dos melhores profissionais (neste caso da saúde). Salvaguardando as devidas distâncias (nestes dois casos) ainda não descortinei o problema (para desde já o atacarem).”
Esperando que o primeiro mandato do português António Guterres (2017/2021)
Nada tenha a ver com os dois mandatos do sul-coreano Ban-Ki-moon (2007/2016)
Numa primeira intervenção perante a comunicação social, concretizada logo após a sua confirmação como secretário-geral da ONU (tomada de posse a 1 de Janeiro), o português António Guterres deu a entender que a reconciliação entre os EUA e a Rússia seria um dos seus principais objetivos a alcançar. Considerando tanto os norte-americanos como os russos como dois parceiros essenciais para em conjunto lutarem pela manutenção da Paz no Mundo e simultaneamente aproveitando o momento para se congratular com as notícias sobre uma possível retoma das negociações EUA/Rússia tendo como tema a Guerra na Síria. Antecipadamente e como homem inteligente que é convidando desde já todos os envolvidos neste conflito, a sentarem-se à mesma mesa e a dialogarem: nomeadamente Governo e Terroristas (em confronto direto no terreno), russos e norte-americanos (respetivamente apoiando Governo e Terroristas) e iranianos e sauditas (respetivamente em armas e milícias ao lado de Governo/Rússia e Terroristas/EUA).
Num momento delicado da História Mundial onde para além da grave crise económica e financeira que a todos tem atingido (sobretudo o Mundo Ocidental e o seu estilo de vida) o Eixo do Poder já se deslocou definitivamente para Oriente, com a China a chamar a si todo o protagonismo (nos mais variados sectores como o da Eletrónica e do Espaço), sendo já considerada a maior potência económica global e podendo desde já contrapor ao poderio monetário global (baseado no Banco Mundial e no dólar) o seu banco mundial e a sua “moeda” de troca (ou base de apoio): o Banco AIIB e o Ouro (um metal precioso e não de papel como o dólar). Algo que os EUA não parecem querer aceitar a qualquer preço (ainda-por-cima feitos sem pedidos de autorização ou de contrapartidas válidas para eles), pensando por outro lado que desestabilizando a Rússia desestabilizariam indiretamente os seus grandes parceiros económicos neste caso a China. O que não surpreendendo nesta luta contínua pela supremacia nos coloca a questão: e qual tem sido nos últimos anos o nosso papel (da Europa)?
Considerando que, se como comissário da ONU para os refugiados António Guterres se destacou (constatava a miséria deste mundo, relatava-a, intervinha, mas pouco mais podia fazer) tanto pela sua intervenção dedicada no terreno como pela sua generosidade intelectual mesmo estando em minoria (no fundo um cargo não executivo com o direito a ser escutado mas não seguido) – como assim lidava-se com todos os abandonados, desprotegidos e sem qualquer forma de intervenção no Mundo (certamente expressos em biliões) – já no caso da sua nomeação como próximo secretário-geral da ONU e apear de estarmos perante um cargo aparentemente cada vez mais esvaziado de poder (de atuação pratica no terreno seja através das palavras ou das armas) – e dadas todas as peças em jogo e o objetivo de cada uma delas individual e coletivamente – a tarefa apresenta-se claramente difícil de aplicar quanto mais de se cumprir. Até porque o direito de veto continua a ser consagrado só para alguns (uma vergonha) enquanto por outro lado as guerras são cada vez mais (colecionando-se, destruição, vítimas e genocídios): sem as vítimas por alguma vez saberem por onde anda a ONU.
Enquanto o nosso mundo continua a girar em torno da obtenção de matéria-prima e da exploração de mão-de-obra. Com os grandes detentores e comercializadores da matéria-prima a serem os países ricos e mais desenvolvidos tecnologicamente e com os exploradores de mão-de-obra a servirem-se dos países pobres e menos desenvolvidos para os espremerem, aumentando a margem de lucro se possível até ao Infinito (regressando-se à Escravatura). Explorando todos os continentes, querendo pôr (agora) a Europa de lado (como se pudéssemos hibernar sem paralisar e morrer) e dirigindo-se estrategicamente para onde existe matéria-prima (como o petróleo) e mão-de-obra barata (como a Ásia). Tão simples como isso. Daí o conflito eterno (enquanto durar) em torno dos poços de petróleo – Iraque, Síria e Líbia (e com o Iémen a levar por proximidade e tabela) – e a tensão constante e crescente no Mar da China entre duas grandes potências: a China residindo na zona e os EUA circulando por lá. Com António Guterres a ser certamente eleito após várias negociações, de forma a sobrepor-se a possíveis (e como tal impeditivos) vetos: restando-nos esperar e ver a força (verdade) dele.
(imagem: Reuters)
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Claro como Água
A relatora do Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) afirmou que o poder judicial português "não pode estar de joelhos, com o chapeuzinho na mão, aguardando recursos financeiros e administrativos" para funcionar.
Gabriela Knaul
(com o manto obscuro da nossa Justiça, visual e aparentemente ameaçando engoli-la)
Ou seja:
Não há dinheiro → Não se pode fazer nada → Os prazos passam → Não se apuram responsabilidades.
E o que fez o Governo para resolver o problema? Nada. Perdão: arranjou forma de globalmente controlar a Justiça, administrando os seus orçamentos através do respectivo Ministério (da Justiça).
A solução?
A relatora da ONU recomendou, assim, que seja dada maior autonomia orçamental, financeira e administrativa aos tribunais e ao Ministério Público".
O Elogio:
O facto de o Constitucional ter declarado a inconstitucionalidade de algumas dessas medidas foi mencionado por diversos interlocutores como um "indicador da independência do judiciário português", disse.
Mas será que as palavras proferidas por Gabriela Knaul terão algum impacto na evolução de um país ainda dirigido por aqueles seres considerados legalmente inimputáveis e que o lançaram no caminho do abismo? Olhando em volta e constatando a realidade invertida, não me parece!
(sobre declarações da relatora do Conselho de Direitos Humanos da ONU Gabriela Knaul, emitidas recentemente em Lisboa: rr.sapo.pt – texto em itálico: RR – imagem: TSF)
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Responsabilidade
Líbia – Rebeldes tentam reagrupar-se – 07.03.2011
Acho que ninguém consegue compreender a posição da comunidade internacional – há anos em depósito e em processo de envelhecimento em cascos de pinho nas caves do edifício da ONU – face ao que se está a passar na Líbia.
Intervenção? Sim? Não? Restrição do espaço aéreo? Consciência pesada? Vómitos? Bebedeira? Mas do que é que estão à espera afinal? Expliquem-se por favor, a este pobre mundo idiota, que definitivamente nunca vos compreenderá, nem à vossa ressaca!
Acção? Para quando? Depois do Carnaval? Onde estão as vossas máscaras? Ou estarão no período de balanço de stock, aguardando pacientemente e em gabinetes de estrategas, que as mortes atinjam um nível de genocídio? Ou que o petróleo deixe de correr? Ou que Kadhaffi levante a tenda?
Deixem de lado a hipocrisia financeira que apenas se importa com o lucro e exijam daqueles que tanto gostam de intervir noutras circunstâncias, uma imediata acção preventiva, lançada sem hesitações, pelos “polícias deste novo mundo”.
Deixem-se das vossas falsas tempestades de areia, em que com uma simples ventoinha, deixam cegos o povo que ingenuamente acreditou em vocês!
Ou será que o nível de abandono da Humanidade já atingiu definitivamente e sem retorno, o grau máximo de banalidade, de tal modo que as imagens já não nos afectam?
Foto “The Huffington Post”