ALBUFEIRA
Um espelho que reflecte a vida, que passa por nós num segundo (espelho)
A Culpa não é do Palhaço
[Obviamente sendo dos CLOWNS.]
Segundo o Diretor do filme IT (Andy Muschietti)
e do escritor que lhe dá base (Stephen King)
− Promovendo natural e comercialmente a sequela de IT –
com TRUMP a ter algo de comum com PENNYWISE.
Fixou?
Se sim, então eles já ganharam mais um espectador (uns trocos).
E agradecem.
DARK CONNECTION
‘It: Chapter Two’
Director Reveals What Trump Has In Common With Pennywise
(Ed Mazza/HUFFPOST)
Esmagando tudo à sua frente (mesmo a sua Cultura e a sua Memória, alicerces de sustentação de qualquer individuo ou coletivo) por obcecado pelo cumprimento de um único (daí a Especialização, escondendo estratégica e deliberadamente todos os outros preciosos, por experimentados, sujeitos e objetos cheios de vida e evoluindo em nosso redor) e determinado objetivo (até para se manter integrado, proporcionando melhores condições de sobrevivência, através de um pagamento), sendo hoje tudo possível de alcançar (compreendendo e interiorizando os limites impostos pelo Sistema, sua Estrutura e Hierarquia, a cada um e a todos nós), desde que se imponha uma resposta imediata (sustentada por uma Entidade credível, certificada) não deixando nem tempo nem espaço para pensar (apenas para Replicar): agora na AMÉRICA e como consequência da sua trágica Guerra Civil em curso (interna e iniciada em Janeiro de 2017), sendo a vez de uma outra vítima (um dia através da aplicação de um outro critério podendo ser nós, desde que pobres, mulheres, crianças, negros, ou outro tipo qualquer de minoria) ser elevada ao Cadafalso (por outros centros de subpoder/sem poder – para nós − como a Família, a Empresa, os Amigos) para ser executada na Guilhotina (com apoio dos Fazedores-de-Opinião e como resposta graciosamente oferecida pela Opinião Pública) pelo respetivo Carrasco, Algoz ou Verdugo (em geral um animal político, mas de baixa hierarquia) – e servindo-se de STEPHEN KING (um escritor de livros de terror, com vendas excelentes e crescentes, tendo um novo livro em lançamento e como um extra promocional “odiando Trump”) − com o mesmo a deixar-se servir até para impor a sequela (do seu frutuoso Palhaço, agora “tornado nosso”) − e de um seu protagonista anterior o PALHAÇO, tentando associar o mesmo com o presidente Norte-Americano, dado a pelos vistos serem semelhantes e tendo muito em comum. Na prossecução do seu caminho e tentando destruir Donald Trump (um Milionário-Parasita, tentando despachar os seus filhos-ilegítimos-do-passado, os Intermediários-Políticos-Parasitários), em vez disso violentando, servindo-se e destruindo o PALHAÇO e tudo à volta − e com ele todos nós, transformando-nos em CLOWNS (que não é a mesma coisa − até pelo seu significado e definição − tal como Trabalho e Emprego).
Utilizando o Palhaço não como um Artista que ele é (brincalhão, vestindo-se e comportando-se de uma forma aparentemente desproporcionada “apenas por tentar e querer ser livre, dando-nos à sua maneira e de uma forma despretensiosa a cheirar a Liberdade”) procurando no seu percurso e intervenção pública e aberta, ressuscitar-nos (fisicamente) e reanimar-nos (mentalmente), introduzindo nele os nossos/seus defeitos, virtudes e sobretudo medos (e mesmo assim fazendo-nos rir) mostrando-nos e apresentando-nos o Mundo em vez de o “mascarar”, mas transformando-o num subproduto de um produto (uma coisa, saída de outra coisa, dando-lhe vida saindo um Monstro) − tal como a Coca-Cola fez servindo-se (como apenas se algo de físico, de comercializável, se tratasse) e violando o Pai Natal (afinal de contas transformando uma imagem de criança, numa outra, mais adulta, habituada e pronta a assumi-la como a sua marca) – ao Serviço do seu oposto (do seu Simétrico) e assim se transformando num CLOWN.
Sendo para todos óbvio a semelhança “Extrema e Externa” entre um PALHAÇO e um CLOWN, dado residir unicamente no seu “Interior e Alma” a definição do parâmetro (fundamental) que os distingue e separa (os aliena, alienando outros): a razão da sua Intenção, a Intencionalidade (de mesmo que a brincar, atingir inocentemente algo), mas sem “Segundas Intenções” (e em segredo).
How Badly Could Trump
Fuck Up
the Response to Hurricane Dorian?
(Rick Wilson/The Daily Beast/yahoo.com)
Deixando para trás a sua imagem de “lírico, inocente, ingênuo, angelical e frágil” (wikipedia.org) de PALHAÇO e substituindo-o nesta Sociedade do Espetáculo (inevitavelmente e sendo reconvertido, por difícil de resistir − ao dinheiro e à necessidade primária de sobrevivência) por alguém dizendo umas pretensas piadas e achando piada do que diz, não sendo possível levar a sério ou não merecendo respeito (não existindo ligação direta, entre o que é e que diz e as necessidades do seu público) no fundo, tornando-se num “engodo” tal como o utilizado na pesca (no anzol) para enganar a Presa (sendo nós) e no fim “matá-la e comê-la”, tal como o faria um qualquer Palhaço-Sucedâneo construído numa qualquer linha de montagem e hoje sendo denominado como CLOWN.
Nem sequer se tratando aqui da questão ou separação entre Palhaço-Pobre e Palhaço-Rico − como se tal fosse possível ou real, enfiados como estamos todos, no mesmo buraco, no mesmo planeta − mas de fazerem de nós “falsos Palhaços” numa das suas piores definições (deles) apresentações e interpretações de Clown: ninguém gostando ao longo do curto Espaço-Tempo a nós reservado nesta Vida, de ser sistematicamente (como ZOMBIES) “enganado ou troçado”.
Mas agora e infelizmente e como um dia foi ou ainda será para nós, sendo tempo de se silenciar de vez o PALHAÇO (leigo, sem formação teórica) promovendo em sua substituição o CLOWN (erudito, certificado).
“E aí matando-se de vez a criança que muitos ainda afirmam estar dentro deles.”
(e deixando para os imbecis a escolha fundamental entre PRÓS e CONTRAS − TRUMPISTA ou ANTITRUMPISTA? − quando aqui o que se passa é na realidade a luta entre PRÓS e A FAVOR – ao contrário da Elite sempre presente, sendo nós os pobres e nunca tendo sido convidados, sendo os CONTRA ausentes)
[E já agora com Donald Trump a poder ser acusado, pela ocorrência de um Desastre Natural podendo ter graves consequências, como a do furação DORIAN: “This is current version: Natural disasters are politically agnostic and demand actual leadership. With Hurricane Dorian bearing down on the east coast and packing a Category 4 punch that could blanket Florida, that’s bad news for Donald Trump” (Rick Wilson/The Daily Beast). Infelizmente p/ os opositores de Trump com o furacão (DORIAN) – “estacionado” de momento para infelicidade (do arquipélago) das Bahamas − a ser despromovido de Categoria 5 para 2. E com outros três potenciais (furacões) podendo completar um “Maior Cenário” − um deles já ativo (Fernand no Golfo do México).]
(imagens: AP/New Line Cinema/huffingtonpost.com − Kelly Caminero/The Daily Beast/Getty/yahoo.com)
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Contos e Fantasia
Albufeira – Ficheiros Secretos
Viagens à Terra Prometida
(destinado a crianças, adultos e alienígenas)
Os adultos também gostam de ser crianças e muitos deles são-no para toda a vida
O Meu Amigo Desconhecido
Apresentação
Quando menos esperamos ele aparece e preservando a nossa liberdade, nunca quer nada de nós. Apenas partilhar o mesmo espaço e trocar experiências connosco.
I. Chegada
YODA, o grande orelhudo – Grande Mestre da Ordem de JEDI
O ALIEN tinha três antenas na cabeça: uma era verde, a outra era azul e a do meio era vermelha. Por vezes as duas antenas do lado rodavam sobre a sua cabeça, a da esquerda ia para a direita, a da direita ia para a esquerda e até a do meio parecia ir subindo e descendo.
Não tinha cabelo, os olhos davam-lhe um aspeto de chinês, a boca e o nariz eram pouco expressivas, mas quanto às orelhas era diferente, enormes e notáveis, parecendo mesmo as orelhas do elefante Dumbo.
Estava nu, não tinha pelos no corpo, os seus membros eram compridos e longilíneos e quanto a órgão sexual nem vê-lo, fosse atrás, fosse à frente ou noutro lado qualquer. À cintura tinha uma espécie de bolsas carregadas de fios e aparelhos e colocado no cimo da sua cabeça uma luzinha pequenina que acendia e apagava como a luz dum avião.
Então educadamente pediu-me para entrar, eu disse que sim e à sua passagem, fechei a porta atrás de mim.
II. Permanência
A Casa é como um Mundo, com uma grande fortaleza a defendê-la – e essa somos nós
A sala de jantar estava quentinha, com a lareira a funcionar desde o início da tarde e o cheiro delicioso da comida a espalhar-se por toda a casa. A temperatura tinha descido acentuadamente e talvez caísse geada durante a noite. Talvez por esse motivo a Dona Micas andasse por ali a circular, transportando pratos e tachos de um lado para o outro. As batatas coziam numa panela de ferro posta sobre o carvão da lareira e a pouca carne disponível era guisada numa caçarola de barro, misturada com frescos e coloridos vegetais, que pareciam todos fazer parte da ornamentação deste prato fumegante e de por água na boca.
A Dona primeira assustou-se, mas habituada a tantas coisas passadas na sua vida, lá o recebeu entre os braços, calorosa e sorridente e envolvendo o desconhecido num amplo abraço de plena aceitação e amizade, bem sentido pelo ALIEN com a pressão exercida sobre o seu frágil corpo, pelo peito e barriga desta espantosa velhinha. Pediu permissão e sentou-se à mesa de jantar, aqueceu os seus pés na escalfeta sob a mesa colocada e envolvendo as suas mãos no tecido que a cobria, sentiu o calor tomar posse do seu corpo, numa sensação única e mágica, ainda-por-cima catapultada pelo ambiente terno e aconchegante de tudo o que via e o rodeava.
Todos os sentidos do desconhecido funcionaram numa delícia permanente, complementando-se no puro prazer do momento. A comida apresentada era excelente, as bebidas punham-no um pouco tonto mas eufórico e até a conversa de conveniência parecia encaixar-se perfeitamente no conteúdo de todo o menu. No fim vieram os doces, essas delícias exclusivas do planeta Terra e que provocavam explosões fantásticas de sensações nos seus órgãos do gosto, potenciadas ao infinito pelo sentido do olfato e mesmo pelo sentido da visão – como autênticas drogas alucinogénias! E para deitar o ALIEN abaixo, um cálice de Porto para aquecer a alma.
III. Partida
Nós os terrestres não conseguimos viver sem os nossos companheiros de estrada, vivos ou mortos
A conversa estendeu-se pela noite dentro contando com a minha humilde participação, com a sabedoria da velha mas bem lúcida Dona Micas e com o desconhecido extraterrestre, todos acompanhados pela irrequieta FRIFRI e pelos seus animais domésticos em polvorosa, já que estes queriam dormir e ela só os queria ver a mexer – o circo da criança tinha que funcionar às-mil-maravilhas para o estranho e engraçado convidado, talvez para ela, um artista de circo ou até mesmo um palhaço. O ALIEN entendeu o pensamento da criança e sorriu para ela como mais um colega de brincadeira.
Tudo o que o ALIEN pretendia com esta sua aparição inesperada, era inteirar-se da capacidade de aceitação e partilha dos comuns terrestres – postos face a situações não conformes com as suas regras assimiladas – a alterações profundas na sua visão geral do mundo, racional e limitada e muitas das vezes medíocre. A dona tinha falado de tudo um pouco, sem necessidade de ligação de ideias ou de discurso, mas com afirmações bem compreensíveis e aceitáveis, até pela beleza conjunta de um corpo velho e cansado mas por outro lado e em contraponto, ainda aberto ao desconhecido e forte em anseios, vontades e desejos. Por sua vez a criança era a fonte de vida de toda aquela casa, rodeada de animais que com ela viviam e brincavam e centro de todas as expetativas passadas, presentes e futuras de todo um grupo de seres vivos, exigindo ao Universo o seu reconhecimento. Eu para ele era tudo isto e ainda aquele porteiro que lhe abrira mais um caminho da vida, no seu já vasto conhecimento ancestral.
Olhei para ele e parecia estar a chorar. Abraçou-me com amor e beijou-me efusivamente na cara como se quisesse deixar nela um sinal seu e levar na dele, o sentimento da presença de outros mundos no seu mundo. Estava muito frio e as despedidas foram rápidas. O ALIEN envolveu-se no grosso manto que a Dona lhe oferecera, virara-se mais uma vez para nós, acenara em despedida e partira para o seu destino de origem, acabando por desaparecer lá ao fundo entre as árvores e os cerros ondulantes. Os cães ainda latiram algumas vezes, mas o silêncio acabou por envolver definitivamente o campo e seus animais no manto amigo da noite.
(imagens – Google.com)