ALBUFEIRA
Um espelho que reflecte a vida, que passa por nós num segundo (espelho)
Geometria Alienígena
Ficheiros Secretos – Albufeira XXI
(A Pedagogia das Subespécies Terrestres – Sem Senhores e Sem Escravos)
Curtas III.MMXIV
Quem olha para isto pensa logo que foi alguém que o fez: tão direitinho e organizado só pode ser mesmo artificial. Obra do Homem não será mas provavelmente terá a mão de Deus. E Deus somos nós e a Terra que nos criou!
Se conseguirmos encaixar as peças deste puzzle vivo e como tal infinito, talvez consigamos descobrir na sua reconstrução os sinais que nos faltam – ou que até hoje ainda não conseguimos ver – para nos completarmos imitando Deus.
Oceano Polar Árctico – derretimento do gelo superficial
(mensagem ambiental)
A Festa estava marcada para meados do mês de Janeiro, tentando deixar para trás o reboliço tradicional da comemoração humana da passagem de ano: por essa altura – o espaço de tempo entre o 31 de Dezembro e o 1 de Janeiro – a atenção e a preocupação por parte dos humanos pelo estado de saúde ambiental do seu planeta atingia picos mínimos de interesse – o que de imediato significava que o evento teria que ser posterior a 1 de Janeiro – obrigando todos os seres vivos habitando a zona do Círculo Polar Árctico a escolherem uma outra data com maior visibilidade e com um impacto mais profundo, sobre os diferentes níveis de consciência humana. No fundo os humanos eram ser vivos considerados racionais e dotados duma inteligência com um nível bastante considerável, certamente possuindo num dos pontos infinitos do seu fantástico processador cerebral, dum espaço significativo de reflexão e profunda ponderação, sobre o seu futuro e o seu respectivo processo transformativo e evolutivo sobre o planeta: era só escolher o momento preciso e às claras expor-lhes a sua mensagem.
Trabalharam sem interrupções até obterem os resultados pretendidos. Um número incontável de seres subaquáticos auxiliados por outros dois contingentes de seres terrestres e outros com capacidades voadoras, trabalharam em nome próprio e como que um único grupo em missão pela concretização dum objectivo crítico mas fundamental: tinham que mostrar a todo o mundo terrestre que seria sempre possível salvar o planeta da sua destruição – mesmo podendo este já estar num estado avançado e parecendo sem retorno possível desse processo degenerativo – sem ter necessidade de intervir directamente no caso e deixando o planeta curar-se a si próprio. Desde que os próprios terrestres se quisessem salvar e aos seus e assumissem nas suas mãos a luta pela preservação do planeta e pela defesa integral da sua diversidade, a partir dos seus próprios locais de vida e da terra que em comum partilhavam – como condutores eléctricos que não necessitando de se deslocar um milímetro no espaço conseguiam estar sempre em contacto com todos os pontos do mundo por mais distantes e solitários que fossem, unicamente interagindo e com essa interactividade conjunta, construindo o modelo.
Os Krill
(são as bases geométricas que sustentam a estrutura do espaço)
E assim montaram o puzzle: uma construção geométrica incrível e com um impacto visual extraordinário. Fruto do trabalho conjunto de seres vivos de enormes dimensões como as baleias e de outros seres subaquáticos mais pequenos desde pinguins até aos minúsculos mas intensamente laboriosos krill – protagonistas fulcrais neste processo como um dos mais importantes elementos da cadeia alimentar; de animais vivendo à superfície – como os lobos e os ursos polares – e actuando em grupos concentrados e estrategicamente colocados trabalhando na erosão da película superficial gelada e desse modo fragmentando-a em belas e expressivas figuras geométricas irregulares; e de certas aves migratórias que antecipando a sua migração da Primavera em direcção às terras do norte e desafiando as próprias regras a elas impostas pelo campo magnético terrestre, conseguiam mesmo assim orientar-se na sua viagem e aproveitando o aquecimento global provocado artificialmente pela acção do homem – e as temperaturas mais amenas daí resultantes – se lançavam em direcção ao Árctico em auxílio da Terra, colaborando como arquitectas definidoras do conjunto deste puzzle em construção.
A mensagem era de fácil compreensão e de rápida aceitação, tal era a evidência que ela transmitia: mesmo destruindo alguns elementos de um sistema (e tal só poderia acontecer duma forma não natural, pois a natureza “não se cria nem se perde só se transforma) ele seria sempre susceptível de reorganização e de recuperação (o caos e a ordem estão interligados dependendo um do outro) desde que se interrompesse esse processo violento e intrusivo e se deixasse a natureza actuar. Estilhaçada a superfície gelada pela actuação de elementos estranhos e exteriores à mesma, ela recuperaria sempre desde que a deixassem reabilitar e curar – e exercer novamente a actividade para que fora escolhida e a nós oferecida: ser a nossa mãe, o nosso ventre e a nossa casa.
E no fim todos os animais festejaram – os Alienígenas – enquanto o homem começava a olhar – mas ainda sem saber o que era: a esperança seria sempre a primeira coisa a morrer e então teríamos mesmo que encarar a realidade. Pelo menos e para já esta!
[Alienígena: estrangeiro, estranho, desconhecido, forasteiro, extraterrestre...]
(imagem: Karen Frey/livescience.com – wikipedia.org)
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Antárctida - a superfície gelada
A deslocação do glaciar de Pine Island em direcção ao mar tem acelerado ao longo dos últimos anos. Esta situação pode ter graves consequências para o futuro a nível global.
Como se pode constatar nesta imagem, as consequências desse fenómeno já se verificam sobre esta superfície gelada, com a progressão do aparecimento de fendas.
Torna-se impressionante a nossa capacidade de aceitar factos consumados como este – sem uma única hesitação ou mera interrogação, sobre a credibilidade de quem nos orienta neste mundo – em que uma tremenda muralha natural de gelo de um colossal continente gelado, pode ser derrubado nuns míseros anos por aqueles que dependem dele, como num caso de vida ou de morte.
Aqui se pode verificar o aparecimento de diversas fissuras na camada superficial do gelo, evoluindo para fendas cada vez mais largas e com o aparecimento de zonas líquidas à superfície. Tudo parece começar a transformar-se, num puzzle de difícil resolução.
(Imagens – EarthSky)